Ano II Nr.13 Bimestral Dezembro 2015
Director: Pedro Santos Pereira Distribuição Gratuita
IMI Redução em 2016
Quadros de Excelência
Pai contra filhos
Município volta a descer a taxa do IMI. Confirme também a idade do seu apartamento e confira se pode usufruir do Coeficiente de Vetustez.
Conheça os alunos que, no ano lectivo de 2014/15, mais se destacaram nas escolas do agrupamento da nossa Freguesia.
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Foi no desporto, mais propriamente no futsal, que Jorge Monteiro defrontou os seus filhos Diogo e Filipe. Fique a conhecer as sensações duma batalha incomum. Págs. 18 e 19
EX-PORTELENSE NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
ANDRÉ SILVA
O DEFENSOR DE CAUSAS
Em entrevista, André Silva, recentemente eleito deputado na Assembleia da República, fala-nos do Partido, do Parlamento, da Portela e das causas que defende.
Págs. 12 e 13
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EDITORIAL
O que eu queria Pedro Santos Pereira Director Editorial
Esta é uma altura do ano em que os sorrisos são mais evidentes, em que o civismo aumenta, em que as famílias voltam a existir. Um hiato de tempo curto que, por norma, termina na primeira semana de Janeiro. Uns dirão que mais vale pouco que nada, outros que se deve prolongar durante o ano todo. Entre os comodistas e os utópicos direi que, neste caso, a virtude não estará no equilíbrio e que a uto-
pia poderá funcionar, não para que dure o ano todo, mas para que exista essa exigência individual. Nesta edição do MP, o prato forte são as pessoas. São diversas as entrevistas, com pessoas de áreas distintas, como a política, o desporto ou a cultura. Uma forma de conhecer vizinhos ou ex-vizinhos que, por um outro motivo, se vão destacando. A história do pai que defronta,
pela primeira vez, os seus dois filhos no desporto e as sensações que isso criou em cada um deles, como é o caso de Jorge, Diogo e Filipe Monteiro. O Grito do Ipiranga de Sérgio Redondo, que abandonou uma carreira de sucesso na área informática, para abraçar um projecto de vendas de disco de vinil de qualidade, trocando o garantido pela paixão que tem pela música. A visão de André Silva, recen-
temente eleito deputado na Assembleia da República pelo PAN, um partido de causas. Ser diferente e romper com o passado são objectivos assumidos, para quem quer mudar a forma de fazer política. A paixão de Mariza Sorriso, uma poetisa apaixonada, que quer interligar a poesia escrita em português. Estes são apenas alguns exemplos de uma Freguesia rica de
pessoas, as quais nos devem causar orgulho, simpatia e, quiçá, força em determinados momentos. É óbvio que a nossa terra não é só sucesso, mas são exemplos destes que nos podem puxar para cima. Feliz Natal e que se prolongue para lá do início de Janeiro.
Ficha Técnica
Director: Pedro Santos Pereira Colaborações: Ana Rodrigues, André Julião, António dos Santos, Filipa Monteiro Fernandes, Filipe Amaral, Filipe Godinho, Francisco Rocha, João Alexandre, José Luís Nunes Martins, Joyce Mendonça, Maria Margarida Oliveira, Martim Santos, Ricardo Andrade, Rita Paulos, Rita Santos Fotografia: João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso 2745 Barcarena Tiragem: 13 500 Exemplares Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 2194565 14 E-mail: moscavideportela@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC: 121 952 Depósito Legal: 119 760 / 98
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IMI volta a descer O IMI volta a descer pelo segundo ano consecutivo, com o acrescento de, em 2016, as famílias com dependentes a cargo terem bonificações, que serão crescentes, em função do agregado familiar. Quanto ao IRS não existem alterações, mantendo-se a mesma taxa para o Município, de 5%. IMI Em 2016 o IMI irá baixar de 0.395 para 0.389, uma descida de seis milésimas. Em 2015 a diminuição verificada tinha sido de cinco milésimas. Mas há outra variante nova, a bonificação para famílias. Quem tiver um dependente a cargo verá ser acrescida uma redução de 1.5%, quem tiver dois será de 7.5% e três ou mais beneficiará de 16%. Com esta medida haverá uma queda para todos aqueles que possuem habitação própria, sem excepção, enquanto que as famílias beneficiarão de descidas maiores, consoante o agregado familiar. Segundo Bernardino Soares, esta descida implicará uma perda, um pouco inferior, a 700 mil euros aos cofres da Câmara. Mas além desta perda, o edil acrescentou ainda que, devido à descida do valor patrimonial no Município, provocada pela avaliação deste ano, ao todo serão menos 1.8 milhões de euros a entrarem no erário municipal. Esta foi uma das justificações para que, CDU e Coligação Loures Sabe Mudar, tenham rejeitado a proposta socialista, que propunha uma quebra de 0.395 para 0.375, o que implicaria, nas palavras do Presidente da Câmara, uma perda directa de 2.1 milhões de euros. Na proposta do PS também estavam salvaguardadas as famílias, com bonificações máximas consoante o número de dependentes. A proposta socialista já tinha sido aprovada em Assembleia Municipal, com os votos a favor da Coligação Loures Sabe Mudar. Desta feita votaram contra, defendendo que a descida não poderia ser maior, em função da avaliação patrimonial ter descido o que representa, por si só, uma quebra na receita. Aliado a isso, justificaram o voto favorável na Assembleia Municipal, em função do teor da proposta e não das taxas previstas. Coeficiente de Vetustez Após alerta de um leitor do MP para o coeficiente de vetustez, que altera consoante a idade da casa ou da licença de habitação, fomos investigar e passamos a descrevê-lo, pois parece-nos de grande importância para os moradores da freguesia. O coeficiente de vetustez (antiguidade) é uma variável considerada para o cálculo do Valor Patrimonial Tributário (VPT) e depende do número inteiro de anos, desde a data da licença de utilização
ou da data de conclusão das obras de edificação. Esta variável também não é actualizada automaticamente e o valor considerado pode não ser o real, mas o do ano da avaliação. Se o seu imóvel tiver sido avaliado no ano da emissão da licença de utilização e se, após três anos, pedir uma nova avaliação, o valor do imposto terá uma redução de 10 %, apenas pelo efeito do coeficiente de vetustez, não considerando eventuais impactos de outras variáveis. Simule antes Antes de solicitar uma actualização do VPT deve confirmar se poupará. Na internet, pode recorrer ao Portal das Finanças que permite simular esse valor. Ao efectuar a simulação confirme que não ocorreram ajustamentos nos outros coeficientes (coeficiente de localização e coeficiente de qualidade e conforto). O resultado obtido deve ser comparado com o montante indicado na caderneta predial actualizada. Se o valor da simulação for inferior ao valor da caderneta, então vale a pena dirigir-se às Finanças e fazer uma reclamação, com base na desactualização do VPT. O seu IMI irá baixar. IRS Neste imposto não houve alterações, apesar da proposta socialista prever uma descida de 5 para 4%, na parte que é destinada ao Município. As justificações para este “chumbo” foram a quebra de 2 milhões de euros na receita, algo que o actual Executivo não entende como prescindível. Outro dos motivos foi esta descida não abarcar todos os munícipes, pois quem tem rendimentos insuficientes para pagar IRS não seria abrangido. A Coligação Loures Sabe Mudar, apesar de ser a favor da descida de impostos, segundo Fernando Costa, entende que faz mais sentido baixar o IMI que o IRS, pois esta incide sobre o valor patrimonial e não no rendimento. Paralelamente trocaram-se argumentos, em função de gestões anteriores, em que PS acusava a CDU de pedir diminuições de IMI superiores àquelas que agora pratica, quando estava na oposição. No sentido inverso, a CDU invocava que os socialistas nunca baixaram o IRS ou o IMI enquanto lideraram Loures.
Pedro Santos Pereira
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EMPREGO
Centro de Emprego de Moscavide encerra O Centro de Emprego de Moscavide, em Sacavém, que servia cerca de 130 mil pessoas da zona oriental do concelho de Loures, fechou portas no dia 19 de Outubro, tendo sido transferidos os seus utilizadores, cerca de 5 mil, para as instalações de Loures. João Borges Neves
A Vila de Moscavide tem uma centralidade muito grande, não tem finanças, não tem uma série de serviços, e tinha o posto de atendimento aos desempregados na freguesia contígua. Agora Moscavide e Portela vão para Loures como? Em que transportes? Com que dinheiro?
Miopias… O indispensável consenso à construção de uma via alternativa à austeridade constrói-se passo a passo. Por cá, foi a Esquerda que tomou a iniciativa, ao criar as condições políticas à formação de um Governo liderado pelo Secretário-Geral do PS - Dr. António Costa. À semelhança de outros eventos históricos de enorme relevância política, Portugal voltou a posicionar-se na linha da frente do combate à “miopia” austeritária que prossegue uma política financeira, que se tem revelado desastrosa para a economia e devastadora para vários estratos sociais. O Compromisso da Esquerda é algo novo, que (ainda) assusta muito boa gente. O que não é de estranhar face à gigantesca campanha, propagandeada anos a fio, das “virtudes” do modelo aplicado. Porém, outros há que se encontram deveras receosos, mas por razões bem diferentes: a de que o sucesso desta nova via permita evidenciar erros, mitos, embustes e, muito particularmente, o mais que provável efeito de propagação a outros parceiros europeus. É de crer, por isso, que o Compromisso da Esquerda vai ter de contar com poderosos adversários e inimigos, internos e externos, que tudo farão para o fazer fracassar. O ataque à democracia e às liberdades na Grécia – tal como já tive oportunidade de referir aqui neste espaço -, a ascensão da extrema-direita nalguns países e outros fenómenos antidemocráticos que ocorrem um pouco por todo o lado, são razões mais que suficientes para pôr de lado as habituais e naturais divergências entre todos aqueles que não se revêm no liberalismo selvagem que, a pouco e pouco, vai devorando importantes conquistas civilizacionais. O tempo é de convergência e de compromisso entre democratas. A Guerra às portas da Europa, o drama dos refugiados e os hediondos crimes de Paris estão a demonstrar que os tratados e convenções são passíveis de leituras convenientes, quando as circunstâncias o exigem. A questão da dívida e dos limites ao deficit dos Estados-Membro parece ter passado a segundo plano e, por outro lado, a adesão da Turquia à UE voltou à ordem do dia. Pena é que, o Tratado Orçamental não contenha também uma cláusula de solidariedade para os Estados que se vejam atacados pelo terrorismo dos mercados financeiros … Enfim, vivemos tempos de Mudança. Por cá ela já começou. E o que dirá a nossa vizinha Espanha no dia seguinte às legislativas das próximas semanas? A todos os Leitores e Vizinhos de Moscavide e Portela, os meus desejos de umas Festas Felizes!
Após a notificação do encerramento do centro de Emprego de Moscavide, que serve as freguesias de Moscavide e Portela, Sacavém e Prior Velho, Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela e Camarate, Unhos e Apelação, que totalizam à volta de 130 mil habitantes, foi marcada uma Conferência de Imprensa à porta do local, em Sacavém, pelas várias entidades autárquicas envolvidas. Do Município esteve presente Bernardino Soares, Paulo Piteira e Maria Eugénia Coelho, que teceram críticas a esta medida na voz do seu Presidente, que manifestou total repúdio e classificou esta decisão de criminosa. Apesar dos esforços efectuados, a Câmara nunca encontrou abertura para arranjar uma alternativa, que visa directamente os mais carenciados, que são quem mais recorre a este serviço, segundo Bernardino Soares. Acrescentou ainda, que o argumento invocado foi o de que cada município só poderá ter um centro de emprego. Também os restantes autarcas, presidentes das autarquias envolvidas,
Manuela Dias, freguesia de Moscavide e Portela, Filipe Vítor Santos, freguesia de Sacavém e Prior Velho, Arlindo Cardoso, freguesia de Camarate, Unhos e Apelação e Nuno Leitão, freguesia de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela, mostraram o seu descontentamento. Inclusive já tinham sido recebidos no Ministério, onde fizeram questão de explicar o problema que iria ser provocado, numa reunião a pedido destes eleitos, conforme nos confidenciou Nuno Leitão. A verdade é que a decisão não se alterou e, segundo dados de Agosto, no concelho de Loures estão inscritas 9.500 pessoas nos centros de emprego, das quais 5 mil faziam parte desta unidade. Moscavide e Portela Manuela Dias mostrou o seu descontentamento, não só pelo encerramento do Centro de Emprego, mas também pelo arquivamento da candidatura ao GIP, por parte da Freguesia. Este encerramento vai afectar todos os desempregados de Moscavide e Portela. Na sua opinião, o
que é que a Junta poderá fazer? A Junta concorreu a um GIP que é uma unidade também ligada ao Centro de Emprego, que em parte podia colmatar este encerramento, mas vimos a nossa candidatura injustamente arquivada. Quando o poder local, tenta substituir um serviço por outro, não com a mesma qualidade, mas com o mesmo empenho, de repente uma candidatura, que tinha todas as condições para avançar, por um motivo puramente administrativo e ainda não justificado, é arquivada. Começamos a lançar a aplicação no GIP numa sexta-feira de manhã e o GIP estava fechado e continuamos na segunda-feira às 10 horas da manhã. As instruções de candidaturas diziam que as mesmas encerravam na segunda-feira, mas encerraram às 9 horas da manhã de segunda-feira. Isto não é admissível de maneira nenhuma. Se as candidaturas encerravam às 9 horas da manhã de segunda-feira, deveriam ter avisado que seria na sexta-feira. Mas na sexta-feira o sistema estava em baixo. Foi profundamente injusto.
Como poderia o GIP colmatar o encerramento do Centro de Emprego? O GIP é um gabinete de intervenção e de integração dos desempregados, em que se trabalha a recolocação dos mesmos em empresas. É um local de conforto e orientação para estas pessoas poderem seguir a sua actividade profissional. É fundamental. Sendo do IEFP havia candidaturas de três GIP’s nesta zona oriental. Ficaram pelo caminho. Nós continuamos a tentar e a fazer os nossos protestos, mas esta é uma situação de Julho e não temos resposta. Solidariedade para lá dos autarcas Além destes autarcas também estiveram presentes Ricardo Leão, líder da concelhia do PS em Loures e Eduardo Gageiro, um dos mais reputados fotógrafos nacionais, conhecido como o fotógrafo de Abril, que quiseram demonstrar o seu apoio à causa. De destacar que as quatro freguesias envolvidas são lideradas por três partidos diferentes (PS, CDU e Coligação Loures Sabe Mudar, cujo partido maioritário é o PSD), mas nem isso os separou, pelo contrário, fizeram questão de estar juntos a repudiar esta medida. Com esta decisão os custos de transporte poderão ascender aos 10 euros, para todos aqueles que necessitem deslocar-se a Loures. Um acréscimo de custos para quem está desempregado, o que, obviamente não são boas notícias. Pedro Santos Pereira
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Tapas e Petiscos Foi em Novembro que aconteceu a primeira edição do Tapas e Petiscos de Outono, entre os dias 19 e 22, com organização da Câmara Municipal de Loures e apoio da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela. Este festival realizado no Jardim Almeida Garrett, na Portela, teve a sua origem no pelouro da cultura da CM Loures, através do seu vereador Nuno Botelho. O objectivo era organizar um evento, em que a oferta gastronómica fosse baseada em petiscos tradicionais portugueses, com diferentes abordagens culinárias dos seus participantes. Os produtos promovidos eram de comida urbana, mas próximos da comida tradicional, caso das moelas, da salada de orelha de porco ou manjares feitos com carnes e peixes fumados. Para a realização deste certame, segundo Rui Lourenço, técnico do turismo da CM de Loures, o Município contou com o apoio da Unicer (patrocinador do evento), que forneceu o equipamento mobiliário (mesas, cadeiras, aquecedores e instalação eléctrica). Em contrapartida, todos as bebidas comercializadas tinham de ser desta empresa. Outro dos apoiantes foi o Turismo de Lisboa. Os participantes Também tive oportunidade de conversar com os comerciantes que estavam presentes neste festival e recolher algumas informações e opiniões sobre o evento e sobre a sua participação, que passo a referir de seguida. Le Moustache é um conceito de sanduíches feitas com bolo de caco e de carnes e peixes fumados. Este negócio, que começou em 2015, costuma ser presença assídua nos festivais de street food e nos jogos de futebol do Benfica. Este negócio provém do restaurante Le Moustache, situado na Praça das Flores em Lisboa, nas imediações da Assembleia da República, liderado pelo “Chef” Daniel Cardoso, um dos finalistas da 1ª edição do MasterChef Portugal, onde
alcançou a terceira posição neste concurso televisivo, tão apreciado pelos espectadores e amantes da culinária. Falei também com Fernando Sousa, dono da carrinha de street food “Tasca Itinerante”, que comercializa produtos tradicionais portugueses nas suas sandes, como o presunto e o queijo da Serra da Estrela, o caldo verde entre outros, ao mesmo tempo que ouvimos fado, agora considerado património imaterial da humanidade. Esta carrinha costuma estar estacionada no Marquês de Pombal, junto ao stand dos autocarros de turismo, que fazem o tour por Lisboa e aos seus locais mais emblemáticos, dando assim a conhecer os nossos produtos tradicionais aos turistas que chegam ou partem àquela zona de Lisboa. Também marcou presença a Briónia, através de Fernando Andrade e Mário Fernandes, provenientes do snack bar Briónia em Santo António dos Cavaleiros, Cidade Nova, que tenta recriar o conceito de tasca tradicional portuguesa, que veio à Portela pela primeira vez. Briónia costuma ser uma presença frequente nas edi-
ções do Festival do Caracol em Loures. Sendo este um festival de Outono, não poderia de deixar de estar Fernando Alves e as suas castanhas assadas na hora, bem quentinhas e saborosas, próprias desta época do ano. Fernando Alves costuma vender as suas castanhas assadas no Parque da Cidade em Loures e aceitou o desafio de vender o seu produto neste evento na Portela. Sendo um festival português também tinha que ter cafés, neste caso representado pelo snack bar Bentos de Odivelas, que em parceria com a Delta Cafés veio dar o seu contributo com café aromático e vitalizante, para enfrentar o frio que se fazia sentir. Facto que foi salientado por Alexandre Bento e seu filho, Hugo Bento, que sugeriu que este festival se realizasse numa época do ano em que as temperaturas fossem mais amenas, podendo assim trazer mais visitantes, pensamento que também foi partilhado pelos organizadores, a CM de Loures. Os doces também estiveram representados pela empresa “On The Wayffle”, de Luís Crespo e Pedro Ferreira que, como o pró-
prio nome indica, comercializa wayfles a partir de uma receita original de Bruxelas. Todos os produtos são caseiros e o chocolate utilizado é da Nutela. De destacar o creme de pastel de nata, o doce de leite tradicional da Argentina, o doce de morango caseiro e o mel artesanal. Esta empresa, que arrancou este ano, já tem seis carrinhos a vender os seus wayfles em Lisboa, Cascais e Loures. Outra das presenças a destacar neste evento urbano foi a das Manas da Ginja, de Torres Vedras. Com a ginja de Óbidos, licor Beirão, ponche e outras bebidas espirituosas. As manas são Cláudia Gomes e Alexandra Rodrigues, que fizeram grandes elogios à organização, estando muito satisfeitas com o local e com todo o equipamento utilizado. Tivemos também a participação de “The Smokery”, conceito de peixes e carnes fumadas com madeira de nogueira, cerejeira e macieira, que dão um sabor particular e distinto às suas sandes. Esta ideia surgiu pelas mãos de Nuno Mendonça, Diogo Andrade, David Oliveira e de Diogo Morato, que já exploram dois restaurantes,
um no centro comercial Atrium Saldanha e outro no Oeiras Parque. Este é o segundo street food festival em que participam e estão decididos a continuar este seu novo projecto com as carnes e peixes fumados em ambiente de rua e citadino. O Páteo das Cantigas, restaurante conhecido de muitos moradores da Portela, também participou neste Tapas e Petiscos de Outono, uma vez que participa há nove anos neste tipo de eventos ao ar livre na Portela, nomeadamente nos aniversários da Junta de Freguesia da Portela. Jorge Gonçalves tenta trazer todo o tipo de petiscos próprios de uma tasca à portuguesa. De entre esses petiscos são de realçar as bifanas, cachorros e hambúrgueres em tamanho XL. Outro dos petiscos que marcou presença foram as pizzas, através da “Kono Pizza”. Um franchise italiano que faz as suas pizzas em forma de cone e sem gorduras, estando apenas quatro minutos no forno. Gezi Medeiros e Poriyesh Patel trouxeram também as batatas fritas em espiral e na hora, sendo já a segunda vez que vêm à Portela participar neste tipo de festivais de comida urbana. Afirmaram que gostam de vir cá e contam voltar sempre que houver essa possibilidade. Penso que este festival foi bem sucedido para a organização, comerciantes e visitantes, mas o frio e a chuva, que se fizeram sentir nessa data, terá afastado bastantes pessoas. Ficou a sensação que, se este evento se realizasse noutra época do ano, poderia ter tido maior afluência de público. No entanto todos estavam satisfeitos e com vontade de repetir uma nova edição deste festival. Bem hajam. António dos Santos
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BREVES
Legislativas
Freguesia próxima do País Ao contrário dos resultados de Loures, os resultados da Freguesia de Moscavide e Portela aproximaram-se mais dos resultados nacionais.
Ricardo Andrade
Portugal
Comissário de Bordo 38,36
Esperar não basta! Aproxima-se o final de um ano em que muito aconteceu, não apenas no mundo, como no nosso País, no nosso Concelho e também nestas localidades de Moscavide Portela, a que chamo também de minhas, enquanto pessoa que aqui passou e passa tantos momentos ao longo da vida. Aqui cresci enquanto pessoa. Aqui aprendi com o convívio de muitos, que ficarão para sempre guardados naquele lugar especial em que guardo o que é singular. Aqui me habituei a encontrar o meu porto de abrigo nos sorrisos e nos olhares daqueles a quem sempre chamo de vizinhos. Talvez por isso olhe sempre de uma forma não apenas crítica mas, acima de tudo, apaixonada para o que se passa na nossa terra. Certamente que por isso não me considero apenas um espectador atento mas, igualmente na medida do que consigo e me é permitido, um participante activo do dia-a-dia da nossa Freguesia. Ao longo deste ano assisti à evolução de uma Freguesia, que continua a aprender a conviver com uma realidade em que duas localidades passaram a estar umbilicalmente ligadas, por uma gestão autárquica comum e onde o respeito pelo “código genético” de ambas deve ser um dos factores primordiais. Nestes últimos meses o percurso para que a nossa Freguesia seja cada vez melhor continuou e a luta por uma Moscavide Portela onde todos vivamos melhor também não abrandou. Muitos passos foram dados para que a nossa Freguesia seja uma referência no Concelho de Loures e no nosso País e isso é já, per si, uma garantia que trilhamos um caminho com futuro. Mas devo partilhar com os leitores que, para mim, não basta ter sido feito um caminho consciente e responsável até agora. É preciso mais. É preciso continuar o que de bom se fez, melhorar onde possa ainda existir necessidade e margem para o fazer e, acima de tudo, dar as mãos para que consigamos ter um futuro cada vez mais risonho. Para tudo isso é preciso não apenas uma Junta de Freguesia empreendedora, compreensiva, dialogante, rigorosa e empenhada, como também, e na mesma medida, uma oposição responsável, séria, não belicosa, construtiva e de olhos postos no essencial e não no acessório. E, acima de tudo, é essencial que as populações de Moscavide e Portela olhem para o que pretendem do futuro e tenham a capacidade de exigir que a luta pelo hoje e pelo amanhã, dos mais e dos menos jovens, seja um desígnio de todos porque, no final do dia, apenas esperar não basta
37,30 32,31
35,57
Loures
Moscavide e Portela
36,03
27,77
15,33 10,19
10,51
8,19
8,74
8,25
1,39 PAF
Na nossa Freguesia a coligação Portugal à Frente (PAF) foi a vencedora das eleições legislativas, com um resultado semelhante (menos 1%) ao alcançado nos resultados nacionais. Nos totais do concelho de Loures a percentagem obtida foi bem mais curta, com menos quase 10% e perdendo o estatuto de força política mais votada para os socialistas. Tal como no País, o
PS
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Partido Socialista (PS) foi a segunda força mais votada em Moscavide e na Portela, tendo tido quase mais 4%, quando no Concelho, como já foi referido anteriormente, foi o líder das votações, com mais 3% que os totais nacionais. Também na terceira posição foram mais similares com o País os resultados da Freguesia que os do Concelho, apesar da Coligação Democrática
500 postos de trabalho em causa O possível encerramento da Triumph Internacional de Sacavém, mesmo à porta da nossa Freguesia, está a preocupar o edil de Loures, que recebeu os representantes dos trabalhadores no dia 25 de Novembro. Em causa estão meio milhar de postos de trabalho. O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, reuniu no dia 25 de Novembro, com representantes dos trabalhadores da Triumph Internacional de Sacavém, no âmbito do processo de venda desta fábrica de roupa interior. Em causa está a possibilidade de encerramento e deslocalização desta unidade fabril para fora da Europa, colocando em causa os 530 postos de trabalho desta empresa, que se encontra a laborar no concelho de Loures desde 1961. Esta delegação, composta pela Comissão de Trabalhadores da Triumph e pelo Sindicato dos Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Sul, veio solicitar a ajuda da Autarquia, no sentido de intervir junto do Governo, na tentativa de evitar o encerramento desta fábrica têxtil que, segundo Manuela Prates do sindicato, “terá consequências objectivas no Concelho, nomeadamente, a nível do desemprego”.
CDU
Unitária (CDU) ter sido mais votada que o Bloco de Esquerda (BE), a verdade é que a diferença foi mínima (meio ponto percentual), enquanto no Concelho a CDU teve quase 5% a mais que os bloquistas. Por último o PAN, cujo deputado eleito viveu na Portela, alcançou melhores resultados tanto no Concelho (mais 0.33%), como na Freguesia (mais 0.14%).
1,73
1,53
PAN
Podemos constatar que Moscavide e Portela tem uma votação mais consentânea com a do País que o Concelho. Se no Município a Esquerda tem um peso esmagador de quase ¾ da votação, na nossa Freguesia essa força esbate-se um pouco, não chegando sequer aos dois terços, isto tendo como referência única e exclusivamente estes resultados eleitorais.
Actividades da PARÓQUIA DA PORTELA BENÇÃO DAS IMAGENS DO MENINO JESUS
Dia 19 e 20, nas missas de domingo, serão benzidas as imagens do Menino Jesus que colocamos nos nossos presépios, devemos trazê-las e apresentá-las na altura própria.
BENÇÃO DAS GRÁVIDAS
Domingo dia 20 na missa das 12 h realizamos, como é costume, a benção das mulheres que estão à espera de um filho, convidando aquelas que estão para ser mães a estarem presentes.
CELEBRAÇÃO DA MISERICÓRDIA
23 de Dezembro às 21h30 - celebramos a Misericórdia expressa no sacramento da Reconciliação.
NATAL DO SENHOR
Horário das missas será o seguinte: Missa do Galo pelas 00h; dia de Natal missa às 11h e 19h.
SAGRADA FAMÍLIA
Dia 27 de Dezembro - nas missas deste dia os casais são convidados a renovar os seus compromissos matrimoniais.
SOLENIDADE DE SANTA MARIA MÃE DE DEUS
Dia 01 de Janeiro - o horário das missas no ano novo é o seguinte: dia 31 pelas 18h30 missa vespertina, dia 1 missa às 11h e às 19h.
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Festa para toda a família
Música, animação, divertimento, comes e bebes. Foi assim mais uma edição do «Portela em Festa», as tradicionais festas da Portela organizadas pela Junta de Freguesia e que, este ano, decorreram de 9 a 11 de Outubro, na sede da Junta (antiga Escola Vasco da Gama). O MP foi ao evento e encontrou Manuela Dias, presidente da Junta, num ambiente pleno de boa disposição. «Esta edição do Portela em Festa está a correr muito bem, são centenas de pes-
soas que nos visitam, nesta enorme e autêntica festa de família», disse, na ocasião. «Preocupámonos em arranjar entretenimento, lazer e até refeições para todos os elementos da família», revelou Manuela Dias. Entre os mais apreciados, contou-se um percurso para carros de pedais, onde não faltaram passadeiras, sinais de trânsito e regras de condução restrictas e uma discoteca, onde foi possível efectuar provas de «gin» e de outras bebidas destiladas.
O habitual palco de espectáculos recebeu, este ano, o Duo Café Creme e artistas tão diversos como o Palhaço Sorriso, o acordeonista Leandro e um grupo de Danças Orientais. Não faltaram também as danças de salão nem uma aula de zumba infantil. «A festa está a superar as minhas expectativas, das últimas três festas considero que esta está a ser das melhores e, por isso, estou muito satisfeita», revelou Manuela Dias. «Este ano, apostámos em aumentar a zona de lazer das crianças, com muitos brinquedos e entretenimentos didácticos, e seguidos por monitoras, aumentando também a diversidade da oferta alimentar e a multiplicidade de eventos musicais», acrescentou. Estar mais próximo dos fregueses O «Portela em Festa» é normalmente uma festa muito procurada pelos portelenses. A prová-lo estão as 500 pessoas diárias que marcaram presença, em permanência, no evento, com especial enfoque para o período entre as 16h00 e a uma da manhã, em que rondou as mil. «Esta festa insere-se na estra-
tégia da Junta para estar mais próximo dos fregueses, que inclui alguns eventos principais, sempre na óptica de retirar as pessoas de casa», disse Manuela Dias. «É um projecto da Junta que visa manter uma grande proximidade com os fregueses e temos dois eventos na vila de Moscavide para aproximar a Junta aos fregueses de Moscavide e dois na Portela, com o mesmo objectivo, sendo que o ‘Portela em Festa’ é o mais antigo», acrescentou. O «Portela em Festa» 2015 terminou em grande, com um tributo musical ao «eterno» grupo rock Dire Straits, intitulado «Sultans of Swing». Foram três dias de muita animação, num fim-de-semana diferente para todos os portelenses. Um ano a apostar no apoio social A presidente da Junta aproveitou a ocasião festiva para fazer ao MP um balanço sobre o ano que finda e o resultado das apostas do executivo a que preside. «Este ano, a Junta norteou a sua actuação à volta de três eixos: o apoio social, a área da educação e o espaço e mobiliário urbano», desvendou Manuela Dias. «Tivemos um novo corte, em 2015, de 20 por cento do orçamento e alguns protocolos em que havia transferência de verbas deixaram de existir, sendo que há muito mais rigor nas verbas transferidas para a freguesia de Moscavide e Portela do que antes havia para a vila de Moscavide», desabafou. «Posto isto e pensando nos três eixos em que roda a minha actuação e a do meu executivo e nos cortes orçamentais, eu diria que ultrapassámos as expectativas da nossa actuação e que conseguimos dar a volta e provar que, com menos verba, se pode fazer mais, e de uma forma que abranja todos e não apenas
alguns dos fregueses», rematou a presidente da Junta. Manuela Dias destacou ainda o apoio social prestado pela Junta de Freguesia: «Face às condições em que o nosso País está, é aquela que mais preocupações nos dá e porque fazemos uma política de acção local estamos muito atentos às famílias e abrangemos muitos bens, que damos a quem precisa, nomeadamente medicamentos, livros, subsídios para as propinas, alimentos, etc. Estamos a combater a contingência financeira com mais actividade e acção social». Motivos para sair de casa Sublinhando o rigor orçamental do seu executivo, Manuela Dias destacou o apoio à população envelhecida, sobretudo ao nível do entretenimento. «Isso é fundamental, porque as pessoas têm de saber que alguma coisa os espera fora de casa, pois só assim se evitam as depressões e os medicamentos», defendeu. «Melhorando as acessibilidades, os passeios públicos e as ruas, melhorando o apoio em termos de transporte, estamos a ajudar a população mais idosa no seu dia-a-dia», adicionou. «Iniciativas como o Portela em Festa podem também ajudar a retirar essa população de casa para se distrair um pouco», disse ainda a presidente da Junta. O baile quinzenal, que tem lugar no primeiro e terceiro sábado de cada mês, é outro dos motivos que levam os mais velhos a sair de casa. «Uma vez por mês, temos também uma sessão de cinema português no Centro Cultural, que nunca esteve tão activo como agora, com actividades dirigidas a todas as idades», revelou Manuela Dias. André Julião
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MP
ACTIVIDADES
Bombeiros lançam campanha nos condomínios A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela tem como missão servir a população nos seus momentos mais difíceis, quer através do combate a incêndios, quer através do serviço de socorro de pessoas, bens e ambiente, que presta permanentemente, 365 dias por ano e 24 horas por dia. A Direcção da Associação Humanitária, determinada em desenvolver projectos que sejam de interesse para a população, estabeleceu como uma das principais metas de actuação, o aumento de sócios condomínio, permitindo o acesso a uma oferta de vantagens e serviços para todos aqueles que se associem a esta nobre causa. Ao ser sócio pode contar com vantagens/descontos nas seguintes áreas: - No transporte de doentes não urgentes; - No posto de enfermagem nas instalações da Junta de Freguesia na Portela; - Na clínica dentária Dent Institute – C.C. Portela; - Na substituição e reparação de vidros automóveis na NewCar; - Na subscrição de seguros na CM
Seguros; - Oferta de uma Acção de Sensibilização para o uso de meios de 1ª Intervenção e Evacuação de Edifícios; - Aconselhamento e verificação das condições de segurança do Condomínio. Estamos ainda a trabalhar para que as vantagens e descontos sejam cada vez mais e melhores! Ao ser sócio dos Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela,
Consultório Jurídico
junta os moradores do condomínio na lista de apoio a uma convicção: é necessário cuidar daqueles que nos socorrem diariamente com coragem e prontidão. Ao associar-se, por uma quota mensal de 1,50€ por fracção, está ainda a apadrinhar os projectos de promoção e apoio à formação interna e desenvolvimento de novas ferramentas e meios mais rápidos e seguros para cumprimento da missão.
Natal na Paróquia de Moscavide Dia 12 - 16 e 30h na Igreja de Santo António de Moscavide, irá subir a palco a peça “Exaltação a Maria”, que será interpretada pelo Grupo de Teatro Musical da Portela, sob a direcção de Maria Salomé Guerreiro. Dia 13 - Festa de Natal da Catequese, Escuteiros e Famílias, às 15h na Igreja Dia 19 - Festa de Natal dos Idosos, orientada pelos Jovens, às 13h Dia 24 - Ceia de Natal com os sós, às 20h Dia 24 - Missa da Noite ou Missa do Galo, às 24h Dia 25 - Almoço de Natal com os sós, às 12h30 Inscrições abertas na Secretaria Paroquial
Festa de Natal no Elo Social No dia 19 de Dezembro às 15 horas, o Elo Social irá realizar a sua Festa de Natal. As festividades decorrerão nas instalações da Associação, na Av. Dr. Alfredo Bensaúde,
Azinhaga do Casquilho Nº1. O evento contará com momentos de dança, música, teatro e expressões, assim como as tradicionais rifas e venda de Natal.
Natal dos Animais A Associação de Jovens de Moscavide (AJM) está a desenvolver uma acção solidária que se chama Natal dos Animais. A iniciativa tem como objectivo recolher donativos para animais abandonados que reverterão para três instituições de ajuda a animais com representação no conselho de Loures, o Canil Municipal de Loures, a Associação Chão dos Bichos e a Associação Cantinho dos Gatos. Para esta missão, contam com o apoio de vários comerciantes na freguesia de Moscavide e Portela, outras associações e instituições, como a Câmara Municipal de Loures e os Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela e a Polícia de Segurança Pública (PSP).
Questão Dei início a um processo de cobrança de dívida, através de um requerimento injuntivo pedindo o pagamento da quantia de € 10.000,00, que me era devido por conta da prestação de serviços prestados pela minha empresa, na residência de uma pessoa. Ao procedimento foi atribuído força executiva. Agora tenho interesse em intentar uma acção, com base neste documento, exigindo o pagamento da dívida, mas não sei se a devedora terá meios financeiros para cumprir e não quero ter mais custas judiciais sem ter a certeza que a minha pretensão será alcançada. Que meios disponho, antes de intentar a referida acção, que me permitam saber de antemão se a devedora tem ou não capacidades financeiras para pagar o que me deve?
Resposta
Sérgio Garcia Advogado sergiogarcia.advogado@gmail.com TM: 919 162 666 | Tel: 213 463 380 Centro Comercial da Portela loja 89 1º Andar 2685-223 Portela LRS Rotunda Nuno Rodrigues dos Santos nº2 2ºC
Este é, sem dúvida, um dos temas mais actuais e importantes do momento, face ao enorme crescimento do número de devedores e ao incumprimento das suas obrigações perante terceiros, o que origina muitas vezes uma situação de insolvência, singular ou colectiva, frutando assim as legítimas expectativas do credor comum em receber o valor a que tem direito. A maior preocupação, do cidadão que tem em sua posse um título executivo, é saber se conseguirá recuperar o seu crédito, pelas vias judiciais, ou se, pelo contrário, tem em mãos uma dívida incobrável, uma vez que, o credor, normalmente desconhece por completo o património do devedor que possa responder pelas dívidas. Foi a pensar nisto e não só, que o legislador criou a Lei nº 32/2014, de 30 de Maio, que aprovou o procedimento extrajudicial pré-executivo, denominado PEPEX, que entrou em vigor em 01 de Setembro de 2014. De acordo com o artigo 2º (natureza e fins) e artigo 3º (Requisitos) do Diploma supra citado, o PEPEX, permite ao credor, munido de um título executivo, avaliar, de forma célere e económica, qual a real possibilidade de recuperação do seu crédito ou de certificar a sua incobrabilidade, sem que se mostre necessário intentar um processo judicial, pois os credores passam a dispor com esta ferramenta de informação essencial que lhes permite uma melhor reflexão do custo/benefício consequente do recurso ao processo executivo, evitando-se assim situações de inutilidade do mesmo por inexistência de bens. Tratando-se de um procedimento simples e com prazos bastantes curtos, em menos de cinco dias, com um custo de apenas 51,00 Euros (acrescido de IVA), o credor consegue saber se é ou não viável a recuperação do seu crédito. Importa salientar que este procedimento apenas será possível para as acções executivas que tenham de seguir sob a forma sumária, nos termos do nº 2 do artigo 550º do Código do Processo Civil. Qualquer credor terá vantagens em recorrer ao procedimento PEPEX, na medida em que vê reduzidos os custos em cerca de 50%, no caso de não serem localizados bens através das consultas às bases de dados e se não for possível recuperar o crédito após a notificação do requerido. Assim, o credor, através do PEPEX poderá tomar uma decisão, em consciência, sobre a utilidade ou não em intentar uma acção para recuperação do seu crédito, evitando mais despesas judicias e processos desnecessários.
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EDUCAÇÃO
Os alunos em destaque nas nossas escolas Nesta edição, o MP vem dar a conhecer os alunos que, durante o ano lectivo 2014-15, mais se destacaram nas escolas da nossa Freguesia. É na Educação que está o futuro e, como tal, deixamos aqui os alunos que mais se destacaram no Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide, durante o ano lectivo de 2014-15. Para percebermos melhor o enquadramento destas distinções, publicamos os critérios necessários para tal menção. Regras do Quadro de Excelência Artigo 126 – Critérios para o Quadro de Excelência 1º Ciclo a) Obtenção de Muito Bom nas áreas curriculares disciplinares e não disciplinares;
b) Obtenção de avaliação não inferior a BOM nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AECs), de carácter facultativo c) Atribuição de prémios relevantes resultantes da participação em representação da escola; d) Atribuição de prémios relevantes resultantes da participação em concursos internos. 2º e 3º Ciclo a) Obtenção de aproveitamento Muito Bom: média de cinco ponderada pela carga horária semanal nas áreas curriculares disciplinares e Satisfaz Bem nas áreas curriculares não disciplinares;
b) A situação da alínea anterior não se aplica se um dos níveis for inferior a quatro; c) Atribuição de prémios relevantes resultantes da participação em representação da escola; d) Atribuição de prémios relevantes resultantes da participação em concursos internos. Ensino Secundário Obtenção de média de 17 sem classificações inferiores a 15. Artigo 127 Nenhum aluno pode ser proposto para os Quadros de Valor e Excelência se tiver sido sujeito, nesse ano, a alguma medida dis-
ciplinar em conformidade com o Regulamento Interno e/ou revele atitudes ou dificuldades relacionais perturbadoras do normal funcionamento das aulas. O aluno não pode ter faltas de presença e/ou atraso injustificadas. Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide O Agrupamento de Escolas Portela e Moscavide iniciou a sua actividade no ano lectivo 2003/2004. Era composto por quatro escolas: Escola EB 2,3 Gaspar Correia (escola-sede), a Escola Básica do 1.º Ciclo e
J.I. da Portela, a Escola Básica do 1.º Ciclo de Moscavide e a Escola Básica EB 1 Dr. Catela Gomes. A partir do ano lectivo de 2010/2011 este Agrupamento passou a integrar a Escola Secundária da Portela, que passou a escola-sede e continuou a designar-se por Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide. Este agrupamento de escolas está inserido no concelho de Loures e tem como área de competência a união, a partir de 2013, de duas freguesias de meios bastante diversos: a freguesia da Portela e a freguesia de Moscavide.
Quadro de Excelência - 2014/2015 – Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide – 1º Ciclo 1.º Ano
1.º A Beatriz Carvalho Rosa Joana Pedroso Coutinho Policarpo Madalena Alexandra Batista Tomás Maria Teresa Martins Agostinho Batista Jacinto Patrícia Beatriz Ferreira Nunes Rita Ferreira dos Santos Almeida Tiago Pereira Bento 1.º B Alice de Oliveira Lopes António Filipe Patrício Nunes Constança de Oliveira Gomes Ferreira de Freitas Henrique Maria Tiago Cordeiro Rodrigues Estrelo José Duarte Raimundo Fonseca Martins Salvador de Almeida Ferraz 1.º C Lara Alexandra Correia Martins 1.º D Beatriz Viljoen de Vasconcelos do Rosário Rego
Maria Beatriz Dyson Santos Lopes 1.º E Diogo Gonçalves Sykes Grécia Lohanny Barros Vieira Santiago Kauã Vera-Cruz Lima 1.º F Abner Gabriel Silva Morais Daniela Maria Pop Gonçalo Brandão Damião Beatriz Chatinho Logrado Madalena Alexandra Cojocaru 1.º G Beatriz Lopes Almeida Letícia Simioni Gonçales da Silva Rita Rodrigues Pereira Verónica Isabel Santinhos Esteves
2.º Ano
2.º A Afonso Pereira Ferreira Camila Alexandra Lavrador Galante Maria Margarida Lopes Pereira Santos Preto Matilde Guerreiro Lopes 2.º B Maria Inês Pereira Carvalheiros
Miguel Costa Coelho Joana Silva Ferreira Garcia Matilde Tenreiro Nunes Mafalda Tenreiro Nunes Sara Stela Patrocínio Soares Margarida Silva Ferreira Garcia 2.º C Beatriz de Melo Silva Daniel Silva Carvalho Liliana Braga Gonçalves Maria Carolina de Abreu Lopes Seixas e Sousa Rodrigo Ferreira de Almeida Tomás 2.º D João Pedro Andrade Barreira Bôrras 2.º F Ana Catarina Lopes Cardoso 2.º H Juliana Rodrigues Medeiros Vânia Soraia Soares Gaspar
3.º Ano
3.º A Leonor Lopes Martins Cláudia Sofia Cardoso Alcobia Tiago Alves Tomé
Carlota Santarém Mata 3.º B Madalena Corrêa Henriques Baptista de Sá Rita Lira de Carvalho e Melo Gonçalo Pereira Bento 3.º C Simão Nogueira Fernandes da Costa Coelho Maria Catarina Azevedo Santos 3.º D Afonso Fortunato Veloso Correia António Pedro Carvalho Pereira Daniela Corga Brissos Henrique Jorge Rodrigues Custódio M. Madureira Guilherme Almeida Valido Leonor Damião Pereira Smit Prashant Raithatha 3.º E João Emanuel de Aguiar Pinto Pedro Manuel Fortunato Veloso Correia 3.º F Matilde Brito Gomes 3.º G Henrique Rodrigues Robira Baião
Francisco José Lopes Castelhano 3.º H Afonso M. F. P. Antunes Lopes Francesca Lorena Petronelia Feher
4.º Ano
4.º A Ana Rita Godinho Galego 4.º B Maria Leonor Santos Ferreira Rodrigo Pedro Dias Baptista Maria Isabel Parreira Rodriguez 4.º C Rita Catarina da Silva Crespo 4.º D Miguel Hipólito Cameira dos Santos Rodrigo Sabrosa Dedeiras Oliveira 4.º E Martim Reis de Mendonça Seixas Pedro Miguel Teixeira Pereira Tiago Garcês Pereira 4.º F Mihaita Danut Ferent 4.º G Bruno Miguel de Abreu Mendes Gonçalo Filipe da Costa Silva
Quadro de Excelência - 2014/2015 – Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide – 2º Ciclo 5.º Ano
5.º 1.ª Leonardo de Henriques Ferreira Leonor Henriques Barros Vasco Pais Neto Sarmento de Castro Bernardo Delgado Ribeiro 5.º 2.ª Margarida Sofia Bandeiras Bastos 5.º 3.ª Carolina Pinto Garcia Maria Tereso Aragão de Almeida 5.º 4.ª Clara de Freitas Rodrigues Gonçalo Alves Guerreiro Joana Gonçalves
Nuno Alves Guerreiro Rita Correia Ramos 5.º 5.ª Guilherme Miguel de Sousa Abreu Pedro Nuno Gomes da Silva 5.º 6.ª Afonso Bernardo Castro Gil Carolina Leal Mendes Joana Marta Rodrigues Salvador João Filipe da Silva Prior 5.º 7.ª Martim Miguel Rolo Marques Rafaela Rodrigues Tavares 5.º 8.ª Rodrigo Miguel Ferreira Reis de Abrantes Rodrigues
5.º 9.ª António Miguel Martins Rosado Francisca Marques Simão Neves de Sousa Margarida Silva Ferreira Garcia Marta Pakh
6.º Ano
6.º 1.ª Ana Catarina Roque Machado Beatriz Aleixo Folgado Daniel Filipe Kruk 6.º 2.ª Afonso Boléo Tomé Esménio João Afonso Monteiro Grilo Rodrigues João Pedro Conde Monteiro
Quadro de Excelência - 2014/2015 – Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide – 3º Ciclo 7.º Ano
7.ºA Kevin Bharat Laldas 7.ºC Diana Maria Nobre Osório Filipa de Melo Pedro Nunes Nuno Alexandre de Moura Coelho Pedro Nuno Monteiro Grilo Rodrigues 7.ºD Mariana B. Roque de Jesus Morgado 7.ºE Joana Bonito 7.º 1.ª Inês Horta Santos Maïra Kaira Vera-Cruz Nunes Lima
8.º Ano
8.ºA Sara de Amaral Sant'Ana Sofia Chaves Lopes 8.ºB Ana Beatriz Fernandes Beatriz de Jesus Coelho
Filipa Abreu Matos Pedro Dias Gonçalves 8.ºC Nicole Filipa Alexandre Sobral 8.º 1.ª Inês Parente Alves de Almeida Gama
9.º Ano
9.ºB Mariana Madeira Henriques 9.ºD Afonso Santos Silva Lisboa Manuel S. Jordão Ângelo Saldanha Miranda Tomás Dias Pedro Ferreira 9.º 1.ª Joana Filipa da Silva Santos Margarida da Mota Pereira 9.º 2.ª Ana Filipa Marques do Carmo Correia Esteves Ana Rita Marques do Carmo Correia Esteves Guilherme Monteiro Soares
Madalena Borges Leong Coelho Henriques Matilde Figueiredo Mocho 6.º 3.ª Bárbara Alexandra Raimundo dos Santos Francisco Salgado de Oliveira Melo Nobre 6.º 4.ª Ana Beatriz Brito Gomes Francisco de Brito e Ameixial Madalena Brandão Damião Mafalda Pereira Custódio Faceira 6.º 5.ª Ana Cláudia Dionísio Barata Ema Margarida da Costa Correia
Inês Gonçalves de Andrade Manzoni Silva Joana dos Santos Silva Sofia Teresa Vaz Pereira 6.º 6.ª André Filipe Silva Ribeiro Tatiana Valkova Nachev 6.º 7.ª Ariana Freire Azevedo Ribeiro de Faria 6.º 8.ª Ana Beatriz Pacheco Pinheiro 6.º 9.ª Joana Quintans Moura Mariana Lalanda Baptista Pratas Lourenço
Quadro de Excelência - 2014/2015 – Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide – Ensino Secundário 10.º Ano
10.ºC João Miguel Nabais Feitor 10.ºD Catarina de Oliveira Alves 10.ºE Sofia Miranda Rosa Delgado da Silva 10.ºF Gonçalo Pereira Martins 10.ºG Ana Rita Pinto Pereira Antunes 10.ºH Elsa Cristina Gonçalves Baptista
11.º Ano
11.ºA Ana Simões Penedo Miguel José Vaz Pereira 11.ºB
João Filipe Salgueiro Morgado Rita dos Santos Moutinho 11.ºC Pedro Vidal de Sousa Dias Rita Martins Borges da Silva 11.ºD Pedro Aves Santos Paiva Pereira 11.ºF Miguel Ângelo Mouquinho Delicado Rita de Sousa Ramalho
12.º Ano
12.ºA Catarina São Miguel de Castro Brás Inês Botelho Leitão Passos de Almeida Joana Leong Chong 12.ºB Diogo Bernardo Rente
Guilherme Amaral Veloso Inês Gama dos Santos Patrícia Cardoso Saldanha de Matos 12.ºC Ana Sofia Godinho Lourenço Joana Alexandra Caldeira de Sousa Coutinho Joana Andreia Rodrigues de Sousa Madalena Condesso Faustino Mariana Brito Morais Pedro Miguel Pinto dos Santos 12.ºD Catarina Alexandra Vieira Morcela Filipe Alves Dias Avó Baião João Pedro Bernardo Vieira 12.ºE Daniel Sacramento Van Calker Rita Maria Sebastião e Sebastião
ACTUAL
MP
Venda de Natal da APEE da Escola Dr. Catela Gomes A venda de Natal teve início no dia 1 de Dezembro. Os objectos, compotas, doces, bolachas caseiras, sabonetes, brinquedos, jogos, livros, etc., foram entregues na escola pelos alunos até ao dia 27 de Novembro. Valor de venda: desde 1€ ! Colabore com a APEE da Escola Dr.
Catela Gomes. O valor da venda de Natal reverterá para um fundo de apoio às necessidades da escola e das crianças. De destacar que esta Associação vai a votos no dia 11 de Dezembro, pelas 18 e 30 horas, no refeitório da Escola, onde se realizará a Assembleia Geral.
Arco-Íris com nova Associação de Estudantes A Escola Secundária da Portela tem uma nova Associação de Estudantes, constituída por Ana Rita Antunes, presidente, Henrique Caetano, vice-presidente e os vogais João Pinto, Andreia Azevedo e Daniela Santos. O programa proposto foi o seguinte: - Acções de Solidariedade (com recolha de roupas e mantas a nível do Agrupamento) pela cidade de Lisboa – a realizar entre Novembro e Dezembro; - Torneios de Futebol e de videojogos - a realizar no 2.º/3.º período; - Animação de alguns intervalos com música - ao longo do ano; - Criação de redes sociais da lista para divulgação de projectos, ideias, sugestões e críticas feitas pelos alunos; - Concursos e sorteios com prémios para o vencedor (cartões de desconto, bilhetes para eventos…) - 2.º e 3.º períodos; - Organização do Baile de Finalistas; - Apoio a uma das viagens de finalistas (Megafinalistas); - Representantes de cada ano, de modo a tornar mais fácil e rápido o contacto entre os alunos mais novos e a Associação de Estudantes; - Ajuda aos clubes da escola com possíveis materiais e ajudas necessárias; - Miss e Mr. Arco-Íris; - Workshops; - Festas temáticas; - Contactar a empresa ValorSul, de modo a obter caixotes do lixo orgânico, que não existem na escola até ao momento.
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ENTREVISTA
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Cada vez mais pessoas se juntam às causas que defendemos
André Silva é o primeiro deputado eleito pelo Partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) no Parlamento. Ex-morador da nossa freguesia, que deixou aos 18 anos para fazer o curso de Engenharia Civil em Coimbra. Nesta entrevista fala-nos do partido, da Portela, das Eleições Legislativas, do Parlamento e do Concelho. Pertence ao PAN desde 2012. O que o impeliu a abraçar esta causa? Tenho memórias fortes dos meses de férias na aldeia, em casa dos meus avós, que eram agricultores, em Vilar de Besteiros, no concelho de Tondela. De amassar e cozer broa, malhar feijão a Mangualde, descamisar milho em comunidade, encabar cebolas, vindimar e pisar as uvas, apanhar batata, ir às pinhas com enormes carros de mão de madeira, abrir a poça e regar descalço os campos ao fim da tarde. Dos dias grandes. Mas também me recordo de outras formas de tratamento dos animais que me despertaram a consciência e que me fizeram, mais tarde, chegar ao PessoasAnimais-Natureza (PAN). Para além das recordações do trabalho do campo e da componente bucólica e romântica da vida na aldeia, tenho viva as experiências nas explorações pecuárias intensivas de aves e de bovinos, que já eram na altura uma realidade. Estudar em Coimbra (Engenharia Civil) permitiu-me adquirir uma consciência política nos ambientes das tertúlias e de discussão
constante, nessa altura ainda vivia à margem dos movimentos partidários convencionais. Fui voluntário e vice-presidente da Linha SOS Estudante, um serviço de atendimento telefónico de apoio emocional e de prevenção do suicídio. Estou no PAN desde o início de 2012, não tinha filiação partidária anterior porque, de repente, percebi que os animais estão no fim da linha, na medida em que ninguém está a assegurar a sua protecção. Depois de ler o manifesto do PAN, assumi o compromisso comigo de contribuir para que o partido fosse o mais longe possível. Acredito que o PAN tem um papel a desempenhar no aprofundamento da democracia em Portugal. E só o podemos fazer defendendo activamente as três causas (humana, animal e ecológica) como uma só, pela sua indissociabilidade e mostrando, pelo exemplo, que uma democracia mais participativa é possível e desejável e que, através da mesma, se contribui para uma existência mais harmoniosa, em respeito pelo próximo, humano ou não humano, bem como pela natureza.
O que difere o PAN do partido Os Verdes? O mesmo que nos difere de todos os restantes. O projecto de sociedade que promovemos baseia-se num novo modo de estar e trabalhar em sociedade e na política. Baseia-se também na promoção da não violência em todas as nossas medidas, tal como na percepção que os problemas actuais não poderão ser resolvidos com o mesmo pensamento que os originou. Manter uma economia baseada em crescimento infinito, em consumo irracional, num planeta com recursos finitos é uma utopia. Da mesma maneira a interligação das três causas basilares do PAN, as pessoas, os animais e a natureza, mostram que só com políticas integradas conseguiremos transitar para um modelo civilizacional sustentável, que respeite a nossa casa mãe, o planeta Terra. Portela Morou na Portela. Quais as principais características deste bairro? Agradável, com bastantes espaços verdes cuidados, limpo, com uma escala humana aprazível,
um centro comercial com comércio local dinâmico e com uma vasta oferta de serviços e comércio. Calmo e nos últimos anos ganhou bastantes equipamentos urbanos, que acrescentam valor e bem-estar aos seus habitantes O que alteraria? Nada. Os cidadãos têm promovido boas alterações ao bem-estar comunitário, por tal vejo que em união conseguimos adaptar-nos e melhorar. O que o fez abandonar a Portela? O desafio que abracei de estudar Engenharia Civil na Universidade de Coimbra. Que recordações leva deste bairro? Boas e profundas. Saí com 18 anos e nessa altura o bairro tinha muitas pessoas da minha faixa etária, pelo que havia sempre algo a ocorrer na rua, entre amigos. Foi o bairro onde cresci e, nessa altura, quase todos os miúdos ainda brincavam e jogavam na rua, ao contrário do que sucede hoje em dia, e guardo essas recordações. De ruas cheias de crianças a brincar. Lembro-me
também da Portela ainda com muitos espaços não tratados com jardins, a que chamávamos as “terras”, o espaço que mediava a Portela e Sacavém, para onde íamos brincar no meio da natureza às “escondidas” e a “explorações no meio da floresta” (mato que existia). Lembro-me também das idas à mata do Seminário, enorme e cheia de encanto, de brincar nos jardins do Palácio, de apanhar sementes de palmeira, germiná-las e replantar, de apanhar folhas de amoreira às escondidas do vigilante para dar aos bichosda-seda. Sente que a Portela trata bem as pessoas, os animais e a natureza? A Portela é um bairro muito agradável onde se vive com qualidade, no que respeita ao conceito de vida urbana entenda-se. Fiquei bastante triste com a redução do Seminário para construção de vias rápidas de um lado e de prédios habitacionais do lado oposto. Este espaço verde, importante do bairro, agora inacessível, não deveria ter sido destruído.
ENTREVISTA
Eleições Apesar de o PAN ser um partido dos animais e da natureza, os resultados das legislativas tiveram mais impacto nas zonas urbanas. Como explica que o tecido urbano tenha dado mais apoio que o rural? Somos mais fortes nas regiões onde temos estruturas locais e regionais, pelo que, naturalmente, a expressão é ligeiramente superior em meios urbanos. Porém com uma maior exposição mediática a nível nacional, com a entrada na Assembleia da República e o profundo impacto que temos nas redes sociais, a página do PAN é a maior de todos os partidos em Portugal, temos a certeza que mais cidadãos e cidadãs das urbes e do mundo rural nos apoiarão. Os resultados no concelho de Loures e na freguesia de Moscavide e Portela foram superiores à média nacional. Deve-se a algum factor extra, como ser um ex-munícipe? Creio que não. O PAN fez uma boa campanha de proximidade com os cidadãos, o que certamente teve impacto nos resultados desta região. Acredita que o PAN poderá ser uma presença assídua no Parlamento, que este mandato se repetirá mais vezes? Sentimos diariamente que, cada vez mais, cidadãos e cidadãs se revêem nesta nova forma de estar e fazer política. Com rigor e pela positiva trabalhando em soluções reais e tangíveis para pessoas, animais e ecossistemas. Estamos cientes da responsabilidade e da exigência de entrarmos na Assembleia da República, mas também sabemos que mais pessoas se juntam às causas que defendemos, pelo que estamos certos que seremos no Parlamento não só uma presença constante mas também crescente, com mais deputados e impacto a cada eleição. Parlamento Quais são os grandes objectivos do Partido no Parlamento? O PAN é um partido de causas, defendemos uma política integral e interligada entre pessoas, animais e todos os ecossistemas. Tendo esta premissa como base, as nossas principais linhas programáticas tocam várias áreas da sociedade portuguesa, nas diversas vertentes que integram a nossa ideologia – Pessoas, Animais e Natureza - nomeadamente a biodiversidade, saúde pública e o ambiente. Neste sentido, as propostas do PAN para a governação durante esta legislatura visam contribuir para colocar na agenda política
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e mediática temas transversais e fundamentais à nossa sociedade. A chegada do PAN ao parlamento, com a eleição de um deputado, mostra existir um crescente número de portugueses que têm a expectativa de ver discutido na casa da democracia temas que não têm beneficiado da atenção dos restantes partidos, os quais são fundamentais para a promoção de prosperidade social e para o bem-estar de pessoas, animais e natureza. Ao longo dos próximos quatro anos pretendemos desenvolver um trabalho parlamentar de qualidade, de modo a que os portugueses possam avaliar positivamente os nossos contributos, e possamos, futuramente, reforçar a nossa presença na Assembleia da República com mais deputados eleitos, que em muito virão beneficiar o trabalho a desenvolver pelas Causas e Valores PAN. Votou a favor da Moção de Censura ao Governo. Qual a razão? O sentido de voto teve como primeiro critério as causas e valores do partido, recordando que o PAN não se revê nos enquadramentos deterministas à esquerda, centro ou direita – os quais serão sempre reducionistas - e que este voto prende-se, exclusivamente, com a análise das propostas do programa apresentado pela PAF, à luz daqueles que são os princípios que organizam as causas e valores do PAN. Apesar da protecção animal ter merecido uma nova atenção no programa apresentado pela Coligação, o PAN identificou várias lacunas, omissões e pontos nos quais o partido não se revê. Foram colocadas nesta discussão oito perguntas concretas pelo PAN com o objectivo de obter respostas claras, o que infelizmente não aconteceu. O Dr. Passos Coelho, na altura Primeiro-Ministro, não respondeu à nossa pergunta sobre a inclu-
são das terapias não convencionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nem à nossa questão sobre organismos geneticamente modificados (OGM’s), o mesmo aconteceu com o pedido de esclarecimento que fizemos sobre a eventual privatização do sector das águas. No momento em que questionámos sobre o estatuto jurídico dos animais - o deixar de os considerarmos como coisas e a possibilidade de dedução das despesas médico-veterinárias no IRS - a resposta foi remetida para o quadro vigente (das despesas gerais), equiparando os animais a outros artigos do quotidiano, como por exemplo, relógios de pulso ou a peças de vestuário. Durante os dias de discussão do programa, verificou-se ainda uma evidente ausência de entendimento, por parte do governo, das questões relacionadas com o impacto da violência da Tauromaquia nas crianças, com o desemprego estrutural e tecnológico - que se reporta a cerca de um milhão de portugueses, que se encontram actualmente excluídos do mercado de trabalho de forma permanente - e sobre o controlo das emissões de gases de efeito de estufa, mais especificamente relacionados com o controlo das emissões de metano, cujo impacto é predominante para o aquecimento global. Posto isto, o PAN reconheceu que o programa trazia algumas propostas que indicam ligeiros ajustes ao desagravamento dos sacrifícios que foram pedidos aos portugueses. Contudo, ao aprofundar com mais detalhe, é manifesta a linha de continuidade ao rumo seguido durante os quatro anos anteriores, acentuando-se cada vez mais a preponderância da lógica de mercado em detrimento da qualidade de vida das Pessoas, do bem-estar dos Animais e da Sustentabilidade da Natureza. Ao olharmos para as pessoas apenas como recursos, estamos
a fazer com elas aquilo que já fazemos com os animais e com a natureza. Essa não é de todo a visão do PAN. Autárquicas Passa pela estratégia do Partido apresentar listas às eleições autárquicas? Certamente. O PAN é promotor de uma democracia representativa, mas acima de tudo participativa. Por tal, as eleições autárquicas são fundamentais, pois aproximam e integram os cidadãos aos centros de debate e decisão. Podemos ver pelo exemplo de Lisboa, onde apenas um deputado municipal, Miguel Santos, conjuntamente com o PAN Lisboa, conseguiu implementar várias medidas no bem-estar animal (e.g. término de licenças para circos com animais na capital), na protecção ecológica (e.g. fim da utilização de glifosato) e no bem-estar público (e.g. na mobilidade criação de um sistema de BikeSharing em Telheiras). O PAN é a favor da Reorganização Administrativa? Esta questão está em debate em sede de Comissão Política Nacional, pelo que é prematuro tecermos uma análise definitiva sobre o tema. Como encara a recente privatização da EGF e, consequentemente, da Valorsul? As políticas de privatização têm por norma objectivos a curto prazo que se restringem a visões
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economicistas da complexa realidade socio-económica actual. Serviços basilares para uma nova economia, como a sensata gestão de resíduos urbanos, devem manter-se na esfera pública, para que sejam rentáveis mas, acima de tudo, para que beneficiem as comunidades e os ecossistemas locais/regionais. A privatização destes serviços é um atestado de incompetência, injusto e prejudicial, à boa gestão pública feita por inúmeros cidadãos e cidadãs. Apesar da proximidade de Lisboa, com quem faz fronteira, o concelho de Loures tem uma zona rural de grande dimensão. De que forma esta característica pode ser uma mais-valia? As políticas do PAN têm sempre em conta a gestão inteligente dos recursos, pelo que esta interligação local é de vital importância. Devemos premiar a produção, distribuição e consumo de produtos locais/regionais biológicos e sem organismos geneticamente modificados. Só assim reforçaremos a soberania alimentar e a saúde pública. Esta aposta trará também uma redução do impacto ambiental, de importarmos bens, que facilmente podemos produzir em localidades vizinhas. A simbiose destas localidades e este novo modo de pensar a economia e a vida comunitária levarão a eficientes sinergias entre populações e actividades económicas. Pedro Santos Pereira
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ENTREVISTA
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Ser uma loja de referência em Portugal e, um dia, a melhor loja de discos do Mundo Sérgio Redondo é um ex-morador da Portela que criou a “Vinyl Gourmet”, um espaço comercial que se dedica ao vinil de alta qualidade. Uma entrevista onde pode ficar conhecer os produtos que comercializa e a forma apaixonada como vê a Portela. num equilíbrio de 60% ou mais de clientes portugueses e menos de 40% fora do País. O que representa não só a percepção de qualidade que projectamos no contexto internacional, em que somos procurados pelos clientes mais exigentes, mas também o fruto do trabalho e enorme esforço que temos feito para conquistar o mercado nacional e tornar o Vinyl Gourmet na principal referência para quem gosta da melhor música com o melhor som em Portugal. Achamos que é fundamental cimentar essa posição no mercado interno, mas sempre com o lado internacional bem presente, não é por acaso que o idioma activo quando se entra na nossa loja online é o inglês, o Vinyl Gourmet quer ser a loja de referência em Portugal e, um dia, a melhor loja de discos do Mundo.
Como nasceu o “Vinyl Gourmet”? O Vinyl Gourmet nasce da necessidade de criar um projecto perfeitamente integrado com as minhas paixões. Depois de um período de quase 20 anos como Informático, que me permitiu uma carreira de sucesso, mas que não me satisfazia em termos do meu bem estar e realização pessoal. Quando surgiu a oportunidade de criar algo que fosse especial para mim e que fosse ao encontro do que realmente gosto de fazer, a música que desde criança sempre foi uma parte tão importante da minha vida, rapidamente se tornou numa prioridade para construir um projecto onde pudesse tirar partido de todo o conhecimento acumulado, partilhar isso com os outros e fazê-lo de forma, realmente, diferenciadora e com valor acrescentado. O que distingue o “Vinyl Gourmet” das outras lojas que vendem discos em vinil? Em primeiro lugar é uma loja que se dedica exclusivamente ao vinil e, principalmente, aos discos novos. Mas acima de tudo é uma loja que procura responder às necessidades dos clientes mais exigentes, apostando num catálogo de produtos especiais de alta qualidade que, praticamente, não estavam representados em
Portugal, das melhores editoras audiófilas do mundo, produtos de importação directa que não se encontram nas lojas tradicionais ou nos grandes retalhistas, cujo foco está sempre muito centrado nas edições mais comuns para clientes pouco ou mal informados. O vasto conhecimento sobre os discos e sobre a produção audio, fruto de décadas de investigação e experimentação como coleccionador e audiófilo, permite ao Vinyl Gourmet garantir que os discos propostos são, de facto, os melhores discos que podem ser comprados hoje, com o melhor som analógico e que o investimento do cliente vale mesmo a pena. Só se podem comprar discos no espaço comercial, ou há outras formas de o fazer? A loja Vinyl Gourmet tem como prioridade chegar aos clientes da forma mais eficiente possível. Além do nosso espaço que pode ser visitado no Prior Velho, também apostámos desde o início numa loja online de características pioneiras em Portugal, no que diz respeito à apresentação de produtos, métodos de navegação e informação disponível, que permite uma experiência de compra interessante e perfeitamente fluída, integrando produtos e serviços conexos, para enviar
pelo correio os melhores discos desde a ponta dos dedos do visitante até à sua casa, de forma segura e eficaz. Algo que é inédito neste mercado é por exemplo o nosso serviço de entrega de discos ao domicílio, disponível em horário alargado na zona de Lisboa e Loures, representando uma forma completamente nova de comprar discos. Tendo em conta que existe uma plataforma de venda online, qual a origem dos principais consumidores deste produto? A distribuição geográfica dos nossos clientes varia bastante e de forma muito rápida, durante os primeiros seis meses de actividade havia uma clara tendência para os clientes internacionais, principalmente dos países europeus como Alemanha, Inglaterra e Espanha, um período em que provavelmente mais de 70% das vendas eram para o estrangeiro, onde tipicamente existe maior poder de compra e também um público mais informado e sensibilizado para as edições de discos de vinil de alta qualidade. Nos meses seguintes foram os mercados extra-comunitários que começaram a procurar-nos, mas agora que estamos bem dentro do nosso segundo ano de actividade, parece que a origem dos nossos clientes está a estabilizar
Este período do ano, o Natal, é propício a compras. Tem sentido isso? Sem dúvida. Apesar de ser uma loja com pouco tempo de actividade, os meses de Novembro e Dezembro são claramente mais activos e com muito mais vendas por causa do Natal. É fácil compreender isso, o que poderia ser melhor prenda do que oferecer o prazer da música com som fabuloso numa capa fenomenal? Além do mais é uma prenda que apela a vários tipos de clientes, desde os mais jovens que procuram a novidade e uma relação mais táctil com a música nesta Era Digital, até aos mais velhos que ainda procuram um certo revivalismo e sentem a nostalgia do vinil, com saudades do som mais genuíno e original. Uns e outros representam motivos válidos que fazem sentido desde que os discos sejam de excelente qualidade. Todos querem ter um bom Disco de Vinil na árvore de Natal, mesmo quem não tem gira-discos aprecia uma prenda com tanto charme. Viveu na Portela quanto tempo?
Vivi 28 anos maravilhosos na Portela, que me deixam muitas saudades. Hoje ainda vivem por lá os meus pais. Agora estou a viver no Prior Velho, mas na verdade o meu coração nunca saiu da Portela. Quais as principais características que encontra neste bairro? Tenho dificuldade em separar o lado emocional quando falo da Portela, para mim é sinónimo de alegria, convívio livre e despreocupado, um espaço de poucos preconceitos e muita abertura de espírito. As características que encontro deixam-se inundar por essas emoções, acho que tem uma organização excelente das zonas de lazer e habitação, penso que tem evoluído de forma positiva na gestão desses espaços e que, acima de tudo, é um prazer estar na Portela. Cada rua, cada páteo, cada praceta, tem uma história para mim... vivi muito na Portela. Em comparação com o Prior Velho, onde reside, quais as grandes diferenças que encontrou? As diferenças são bastante grandes, os espaços obedecem a lógicas quase opostas, não existem aqui as múltiplas zonas verdes que a Portela tem, mas por outro lado existe uma maior distribiução das actividades comerciais pela localidade que por vezes se torna útil. Acima de tudo o Prior Velho não tem a beleza e simplicidade organizacional da Portela, embora se tenha vindo a trabalhar muito para melhorar e nota-se de ano para ano a evolução. Mas como disse antes, 28 anos de vivências memoráveis na Portela não ajudam a ver as coisas da forma mais objectiva, provavelmente estaria a dizer a mesma coisa se vivesse num bairro de Paris ou Londres, nada se compara à Portela.
www.VinylGourmet.com Rua Lourenço Marques, nr 4 – 4º Dto 2685-347 Prior Velho 967 775 919 info@vinylgourmet.com https://www.facebook.com/vinylgourmet
CULTURA
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Ninho de Cucos
Butterfly Child
O talento dream pop de Joe Cassidy João Alexandre Músico e Autor
Liderados por Joe Cassidy, multifacetado músico nascido em Belfast na Irlanda do Norte, os Butterfly Child aparecem na cena musical em 1991, com 2 EP’s bem recebidos pela crítica e lançados pela editora dos A.R. Kane, uma das bandas pioneiras do dream pop e das mais inovadoras da sua era. Assinaram contrato de edição com a Rough Trade, em 1993, do qual resultaram a edição de um outro EP, “Ghetto speak” e do igualmente maravilhoso álbum “Onomatopoeia”. Era à época, e após estes lançamentos, difícil de catalogar e enquadrar a música dos Butterfly Child, que alguém considerou à data como uma mistura de Brian Wilson/ Nick Drake com Cocteau Twins numa luta de produção entre John Cage e John Cale. A banda, talvez um pouco perdida, no meio de todas aquelas bandas de shoegaze, madchester e grunge, que floresciam e desapareciam num ápice, recebeu elogios da imprensa, mas não conseguiu que tal se reflectisse nas vendas. O álbum seguinte “The Honeymoon suite”, em 1995, já na Dedicated Records, continuou a captar a tenção e elogios dos media. Segundo o semanário musical Melody Maker “este é o
álbum para o qual o termo ‘pop perfeita’ terá sido inventado”. No entanto a banda mantevese fora do mainstream, é certo, cada vez mais adorada por uma base de fans a crescer em cada lançamento discográfico. Nesse mesmo ano, o seu primeiro trabalho “Onomatopoeia” conhece a edição na América e no ano seguinte foi também editado “The Honeymoon suite”. Joe Cassidy mudou-se para Chicago em 1997 com novos, mas muito competentes, músicos e começou a trabalhar no terceiro álbum, a obra-prima “Soft explosives”, lançado pela Hit It!, no final de 1998. Este é um trabalho que tendo pontos de contacto com os anteriores, evidencia, até pelos ricos contributos dos novos colegas de banda, uma maior diversidade de arranjos, sem perda da carga dramática que caracteriza os Butterfly Child e do eixo condutor centrado na voz e guitarra acústica de Cassidy, legendados com letras dignas do potencial instrumental. Temas como “Don’t talk to me”, “Someone’s sister”, “Holy Hymn” ou “Life without the compass” comprovam-no sem margem para dúvidas. Apesar do reconhecimento generalizado da obra, pouco tempo
após o lançamento de “Soft explosives”, Cassidy aposentou e hibernou o nome da banda, embora continuando a escrever e gravar canções. São precisos 14 anos de espera até uma nova edição, mais precisamente em 2012, para que Joe Cassidy, agora o único membro dos Butterfly Child, lançasse um single “No longer living in your shadow” e que surgiu na sequência de uma retrospectiva que Cassidy fazia da obra da banda. O patrão da editora Dell’orso, Guy Sirman, terá desafiado Cassidy a escrever novo material em vez de se preocupar com uma colectânea. Assim surgiu o single e o álbum novo “Futures”, editado dia 27 de Novembro passado. Gravado por Cassidy sozinho em Los Angeles, para onde entretanto se mudou, e usando uma caixa de ritmos da mesma marca com a qual gravou os seus primeiros trabalhos, o álbum é uma excelente actualização do curriculum vitae dos Butterfly Child. As qualidades e o talento de composição de Cassidy não se perderam ao longo do tempo. Aliás estarão mais refinadas em “Futures”. As frases celestiais de guitarras cristalinas, o ruído ambiente quanto baste e as vocalizações crescentes, como no fantástico "Our delays", ou no
suave balanço de "Still learning to crawl", que tem a capacidade de nos relaxar. O característico reverb do dream pop está lá, o equilíbrio entre as guitarras mais poderosas, que nunca se sobrepõem às melodias e à canção propriamente dita, na capacidade de criar um ambiente geral que torna menos densos aqueles que o são instrumentalmente, ou que enriquece os mais simples. É nos belos arranjos de cordas dos temas mais lentos, que se revelam os sinais de maturidade, com qualidade na
composição de Cassidy. “Blind me so i may see”, “Playfair steps”, “Lost in these machines” e “Holding on” serão os exemplos mais directos deste savoir faire dos Butterfly Child de Joe Cassidy, com potencial de single, agora como o teriam na década de 90. Depois de um trio de álbuns delicioso no século passado, é um regresso em grande e a merecer a nossa atenção e aplauso. “Futures” – Pop perfeita no presente e futuro garantido!
https://www.facebook.com/butterflychildmusic
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CULTURA
CANTICORUM
CANTICORUM - Associação de Amadores de Música é uma associação sem fins lucrativos formada a 18 de Março de 2015 com sede na Portela. Tendo como finalidade promover a prática e a divulgação da Música na comunidade e a Educação Musical dos seus associados, proporciona aos seus membros uma actividade culturalmente interessante e a oportunidade de um são convívio e de uma cidadania activa. Constituiu-se a partir do núcleo pré-existente de dois coros amadores, o Grupo Coral da Portela (GCP) e Coro de Pequenos Cantores da Portela (CPCP), para dar continuidade e maior alcance ao trabalho que vinha a ser desenvolvido há mais de 12 anos. De facto esses dois coros tinham sido formados por iniciativa da, então, Junta de Freguesia da Portela, que os sustentou financeiramente até Abril de 2015. Por eles passaram cerca de 100 adultos e 50 crianças, 50% dos quais residentes na Portela, conforme está assinalado no livro publicado em 2013: “GRUPO CORAL DA PORTELA – Os primeiros 12 anos de canções e a criação do Coro de Pequenos Cantores”. O Grupo Coral da Portela, constituído por amadores com idades compreendidas entre os 25 e os 75 anos, cantou em mais de 100 concertos em todo o País. Actuou em igrejas, colectividades, teatros, escolas, lares de seniores. Trouxe à Portela alguns dos melhores coros amadores portugueses, nomeadamente nos Encontros de Coros da Portela, que todos os anos promovia no mês de Maio. Em 2010, o GCP recebeu uma Menção Honrosa, por ocasião da celebração dos 25 anos da Junta de Freguesia da Portela e foi agraciado pela Câmara Municipal de Loures com a Medalha Municipal de Mérito Cultural e Educativo. O Coro de Pequenos Cantores da Portela foi criado em 2010. Sempre sob orientação do GCP, por ele passaram muitas crianças, de idades entre os 6 e os 12 anos, que aprofundaram os
seus conhecimentos musicais e participaram em vários concertos, nomeadamente nos sete Encontros de Coros Infantis da Portela, realizados entre 2008 e 2014. A retirada do apoio financeiro por parte da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, deixou os coros na situação de, a partir de Abril de 2015, não poder assegurar os custos de funcionamento, nomeadamente o pagamento aos profissionais responsáveis pela direcção artística. Perante a alternativa de terminar assim, um projecto de 12 anos, a maioria dos coralistas decidiu avançar para a criação da Associação, como único meio de obter apoios da sociedade civil e algum subsídio de entidades oficiais. De Maio a Agosto viveu-se um período de grande incerteza na obtenção de meios financeiros e até condições logísticas para funcionar. Tudo agravado pelo afastamento da maestrina, que se desinteressou do projecto na sua nova forma. Neste processo conturbado, ficou por agora em suspenso o Coro de Pequenos Cantores que, tendo sido uma iniciativa da Junta de Freguesia, que assumira na altura a responsabilidade de assegurar o seu funcionamento, não foi possível reactivar por falta de meios financeiros e humanos. Mas os coralistas do GCP cerraram fileiras, os muitos amigos fizeram-se sócios da CANTICORUM e as empresas da zona, nomeadamente do Centro Comercial
da Portela, têm generosamente dado a sua ajuda. Voltou a assegurar-se a logística do funcionamento nas instalações da Junta de Freguesia, encetaram-se relações com a Câmara Municipal e o Movimento Associativo do Concelho de Loures. E finalmente, em Setembro, o Grupo Coral da Portela retomou a sua actividade regular de ensaios e concertos, agora com a direcção do maestro José Balegas. Depois de uma actuação no Centro Comercial em 17 de Outubro e outra a 17 de Novembro, por convite do Rotary Club de Lisboa - Parque das Nações, o GCP tem planeadas até ao fim do ano algumas actuações de Natal em instituições de apoio social (Obra de Nª Srª da Purificação e Centro Social do Bairro da Flamenga), uma intervenção em Loures no âmbito da Feira de Natal (13/12), participação no concerto que o Coral de Mafra promove na respectiva Basílica (12/12) e, finalmente, o Concerto de Natal a realizar na Igreja de Cristo-Rei da Portela (20/12). Para o próximo ano, muitos são já os projectos em avaliação: um Concerto de Ano Novo em Moscavide; um Encontro de Coros; concertos em relação com o património edificado (Santo Antão do Tojal), participação com mais três coros e uma banda filarmónica num projecto de espectáculos musicais, que percorrerá os concelhos onde se situa cada um dos
intervenientes, etc. Além disso, assegurar condições para responder a convites para actuar em Alicante( Espanha) e no Festival Internacional de Música Coral, em Praga e fazer todos os esforços para recriar na Portela um coro infanto-juvenil. Tudo isto só será possível com o apoio dos moradores da Freguesia e do Concelho: o Grupo Coral da Portela precisa dos vossos aplausos e das vos-
sas vozes. A CANTICORUM precisa do vosso apoio financeiro, fazendo-se associados ou patrocinadores. O GCP ensaia às 2ªs e 4ªs, às 21.30h, nas instalações de Junta de Freguesia (ex-Escola Vasco da Gama). Os ensaios estão abertos a todos os que queiram assistir e ver como é. É só contactar : 916078951/915527741 facebook.com/canticorum.aam canticorum.aam@gmail.com
BREVES
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Somos um só verso
A poetisa brasileira Mariza Sorriso esteve na Portela, mais precisamente no Le Canard, no Centro Comercial da Portela e o MP falou com ela. Os encontros de poetas da Língua Portuguesa foi o mote para esta conversa. De onde surgiu a ideia de juntar poetas neste Projecto. Qual o nome do projecto, os seus objectivos e a função da Mariza neste intercâmbio? O sonho de realizar o Encontro de Poetas da Língua Portuguesa nasceu em 2013, quando eu estive em Lisboa para lançar meu livro "Das Raízes do Coração". Na ocasião confidenciei ao poeta José Manuel Martins Pedro a minha vontade de realizar um Encontro de Poetas da Língua Portuguesa, englobando não só Portugal e Brasil, mas todos os países da CPLP. José Manuel M. Pedro apresentou-me ao poeta Emanuel Lomelino e eles prometeram ajudar-me. Em Setembro de 2014, com a ajuda desses poetas e de todos os participantes, realizávamos em Lisboa o I Encontro de Poetas da Língua Portuguesa com poetas de três países: Angola, Brasil e Portugal. Sou a mentora do projecto e, para a organização dos encontros, conto com a colaboração de todos os poetas espalhados nos diversos países de língua portuguesa. O objectivo é reunir os sentires a fim de congregar parte do universo das rimas perdidas das tribos poéticas espalhadas
pelo planeta, fragmentadas pelos aspectos geográficos, sociais ou cronológicos. Integrar o maior número de poetas sejam renomados ou mesmo neófitos. Somos nações distintas, mas temos dois pontos fundamentais a unir-nos: escrevemos poesia e poesia de língua portuguesa. O principal mote dos nossos Encontros dos Poetas da Língua Portuguesa e das nossas antologias comemorativas será sempre dar voz, fazer conhecer o que vai no coração de cada um e integrar o maior número de poetas lusófonos espalhados pelo planeta. Há quantos anos o fazem e quais os passos futuros? Realizámos o I Encontro em Lisboa - Setembro de 2014 - com a participação de cerca de 60 poetas. Em Setembro de 2015 realizámos o II Encontro no Brasil em dois dias, nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro, com mais de 150 poetas. O próximo, o III Encontro, acontecerá em 24 de Setembro em Lisboa, novamente, a fim de ganharmos corpo para seguirmos, talvez em 2017, para Moçambique, ou mesmo repetirmos no Brasil. Tudo vai depender do sucesso de 2016 em Portugal.
Quais as expectativas das tertúlias que vão promovendo? As tertúlias são espaços onde podemos expandir um pouco da energia poética que acontece nos encontros e, também, para divulgar os encontros e as antologias comemorativas dos encontros. Este livro é o primeiro livro que resultou desta reunião de poetas? Como se chama? Pretendem editar outros? A antologia comemorativa do I Encontro chama-se "Entre o Fado e o Samba", cuja coordenação foi feita pelo poeta português Emanuel Lomelino. Este ano a coordenação foi minha e, já que estávamos na terra do samba, se chama "Entre o Samba, o Fado e a Poesia". Para o próximo ano, caso se confirme outra antologia, daremos um nome mais abrangente, pois já temos garantido a participação de cinco países de língua portuguesa e a nossa meta é contar com a participação de todos. Quais os nomes dos poetas mais sonantes associados a este projecto? Presente nestes encontros poetas de renome, grandes sonetistas contemporâneos, poetas
premiados e alguns neófitos que estão se apresentando pela primeira vez. Todos são muito bem-vindos! Somos um só verso. Ainda há espaço para a poesia nesta era da nova tecnologia e da linguagem simples? Estou certa que sim. Sempre haverá em todos os tempos. Ao menos uma alma será salva pela poesia, nem que seja a do próprio poeta. Será a poesia de hoje diferente da do século XX?
Acredito que não. O que difere a poesia é a maneira da construção de cada poeta. Alguns preferem as regras clássicas e outros são mais descontraídos com estas regras. Entretanto, penso que o valor da poesia está no conteúdo do sentir poético transportado para o papel e na irreverência e singularidade em se olhar as coisas de formas nunca antes vistas. O poeta é um vate, um profeta, um contemplador e um investigador. Filipe Esménio
Dia Nacional do Pijama na Portela No dia 20 de Novembro celebrou-se o "Dia Nacional do Pijama" no Centro Comercial da Portela. Uma iniciativa da “Mundos de Vida”, uma instituição que protege crianças e seniores e que contou com a organização das lojas "Kids by Kanz" e "Beauty Concept", do Centro Comercial da Portela. Um evento que teve a adesão de dezenas de crianças, que animaram as ruas deste espaço comercial. Uma iniciativa que, durante o mês de Novembro, através da colocação de mealheiros em 50 lojas aderentes, recolheu donativos para a "Mundos de Vida", o que significou uma
contribuição de 500 euros. Uma ajuda monetária que proporcionará melhores condições para as crianças acolhidas. Clélia Gouveia, uma das organizadoras do evento, confidenciou-nos que «só de ouvir os agradecimentos da associação “Mundos de Vida” já tinha valido a pena o empenho e dedicação».
para o «direito de uma criança crescer numa família».
Dia Nacional do Pijama
Mundos de Vida
O Dia Nacional do Pijama é um dia educativo e solidário feito pelas crianças de Creche, Jardim de infância e 1º Ciclo, com o objectivo de sensibilizar o País
A "Mundos de Vida" foi fundada em 29 de Julho de 1984 e é uma instituição de solidariedade social com 80 colaboradores, prestando apoio a mais de 500 crianças e pessoas idosas. A instituição começou por dedicar-se ao apoio à infância, através da criação de um ATL no Palacete da Quinta da Serra, seguindo-se depois a construção da Casa da Criança, onde funciona, além do ATL, a Escola Maternal (creche) e a Escola Infantil (jardim de infância). Posteriormente, alargou a sua acção à terceira idade criando, na Casa Mãe, um Lar de Idosos e um Centro de Dia, para além de um Serviço de Apoio Domiciliário, prestando, no conjunto, apoio a 120 clientes.
No dia 20 de Novembro de cada ano realiza-se o Dia Nacional do Pijama. Este ano, coincide com o encerramento das comemorações dos 25 anos do Dia da Convenção Internacional dos Direitos da Criança.
No âmbito da protecção à infância, a instituição construiu a Casa das Andorinhas (centro de acolhimento temporário para crianças em risco) e a Casa do Alto - um lar de crianças e jovens em risco - que acolhem 22 crianças. Há seis anos, a "Mundos de Vida" lançou o primeiro serviço especializado de acolhimento familiar
do País, designado “Procuram-se Abraços”, assumindo uma nova missão centrada no direito de cada criança crescer numa família, que actualmente acolhe mais de 50 crianças em 10 concelhos de Braga e do Porto.
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ENTREVISTA
Pai defronta os seus dois filhos Jorge Monteiro, treinador dos Sub-20 de futsal do Sporting, defrontou os seus dois filhos, Filipe e Diogo, jogadores da A.M. Portela. Um jogo de sensações diferentes, como os intervenientes aqui nos reproduzem.
Advogado
Desejo sempre que eles se divirtam com o jogo e sabia que isso ia acontecer
Caros leitores, Terminados os Jogos Mundiais de Verão onde, como vos informei na minha última crónica, o Special Olympics Portugal obteve um resultado brilhante, com 44 medalhas, iniciámos a preparação do quadriénio 2016/2020. Sim, não me enganei, temos que efectuar estimativas, projectos e planos a quatro anos e, em alguns pontos específicos, até a mais! Sujeitos que estamos às regras e aos normativos internacionais, a preparação do futuro é obrigatoriamente feita de acordo com as melhores práticas conhecidas ao nível da gestão, sem nunca nos esquecermos, claro está, que o nosso foco e a nossa dedicação é proporcionar a prática desportiva a pessoas com deficiência intelectual, ou seja, sem nunca esquecermos que somos uma Associação sem fins lucrativos e não uma empresa. Confesso que estou maravilhado com esta organização e com esta forma de trabalhar, pois sempre entendi, como alguns de vós sabem, que o planeamento é o único caminho para o sucesso. “Uma Instituição sem planeamento é como um barco à deriva, não define o seu caminho e fica vulnerável às mudanças e riscos ambientais. Sem planeamento, a Instituição não conhece o seu mercado, os seus pontos fortes e fracos e não consegue definir acções e metas a curto, médio e longo prazo”. No Special Olympics o Plano de Negócios tem que conter obrigatoriamente, para além dos pontos transversais a todos os Planos de Negócio, como sejam a missão e a visão, o Projecto de Liderança, o Plano Desportivo, o Plano de angariação de Fundos, o Plano de Comunicação e de Expansão da Marca, o Plano de Angariação de novos sócios e de novos atletas, o Plano de Relações com o Governo e Instituições Públicas e também com os parceiros privados, o Plano Financeiro, o
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Jorge Monteiro:
Rui Rego
Plano Digital e Tecnológico, entre outros. Tudo, feito com base em rigorosos critérios de qualidade, que se não forem cumpridos podem implicar a desacreditação do Special Olympics Portugal pelo Organismo Internacional. Pode parecer irreal e impraticável que se exija a voluntários (nenhum dos membros da Direcção é remunerado) que elaborem planos tão detalhados e que façam projecções a quatro anos, mas efectivamente não há outra forma séria de trabalhar. E talvez por isso, por ter este nível de exigência o Special Olympics é, sem qualquer dúvida, senão a maior, uma das maiores Associações Privadas do Mundo, envolvendo cerca de 2,5 milhões de atletas em aproximadamente 200 países. Talvez por isso, por ter este nível de exigência nas suas cúpulas, haja legitimidade para ter um elevado nível de exigência com seus colaboradores e parceiros. Talvez por isso o Special Olympics não flutue ao sabor do vento como tantas outras Associações privadas que conhecemos. Talvez por isso, mesmo em épocas de crise, tenhamos conseguido levar a cabo os jogos mundiais em Los Angeles neste Verão, nada mais nada menos que o maior evento desportivo mundial do ano! Por último, mas não menos importante, talvez seja por isso que em qualquer momento, do ano ou do projecto, qualquer sócio pode verificar se o Plano está a ser cumprido ou se falhou redondamente. Era bom que fosse sempre assim, porque o Associativismo/voluntariado deve ser levado com o mesmo sentido de responsabilidade que qualquer outro cargo ou tarefa. Sê exigente contigo próprio. Só assim poderás ser exigente com os outros. Também aqui o Special Olympics é um exemplo a seguir!
Defrontar os seus filhos que tipo de sentimento despertou? Foi um sentimento especial. Sabia do desejo deles em fazerem um jogo contra a equipa que lidero e fiquei satisfeito que o sorteio ditasse essa sorte. Sempre que posso e que os dias dos jogos não coincidem, acompanho o Diogo e o Filipe e vejo os jogos da equipa de Sub-20 da A.M. Portela. Foi juntar o útil ao agradável. Vê-los a jogar e estar a orientar a minha equipa num mesmo jogo. Um pai quer sempre o melhor para os filhos. O sempre, durante o jogo, manteve-se? Sem dúvida. Desejo sempre que eles se divirtam com o jogo e sabia que isso ia acontecer. Foi algo estranho, mas no próprio jogo quando eles estavam em campo, quis sempre que tivessem sucesso nas suas acções. Ficaria feliz se o Filipe tivesse marcado e esteve perto de o fazer e que o Diogo não tivesse sofrido golos, fez algumas boas defesas e até ganhou uma falta que deu golo, num livre de 10 metros.
Além de defrontar os seus descendentes, também encontrou um clube que diz muito. É uma experiência que gostaria de repetir, ou já foi suficiente uma vez? Gostei muito e evolui como treinador dos Juniores B, aquando da minha passagem pela A.M. Portela e antes de ingressar no Sporting. Resido na Portela há mais de uma década, morei na Encarnação e parte da minha juventude foi passada aqui na Portela. A paixão pela modalidade e a amizade pelas pessoas que gerem o Futsal da A.M. Portela, deixam-me o desejo de regressar, o que já esteve para suceder e por uma razão ou por outra não sucedeu. Teve vontade de dar indicações ao Filipe e ao Diogo? Não precisavam que o fizesse. O Kiko sabe orientá-los muito bem é um excelente formador. Conhecendo-os bem, ao Filipe e ao Diogo, nas virtudes e defeitos, deu alguma indicação aos
seus jogadores, no sentido de explorarem as lacunas deles e estarem preparados para as suas qualidades? Não o fiz e nem referi isso na preparação do jogo. Preparamo-nos para vencer equipas não jogadores. A preparação do jogo com a A.M. Portela não foi diferente. Voltar a treinar a Portela faz parte do seu imaginário? Sem dúvida alguma. Quem me conhece e me acompanha sabe que é um dos meus desejos, treinar novamente na A.M. Portela e ajudar no crescimento da modalidade, tornando a A.M. Portela como uma das referências do Futsal Nacional. Porém não vivo obcecado por isso. Acontecerá quando existir vontade de todos e que seja útil para a A.M. Portela. Neste momento está muito bem orientada e no caminho certo.
ENTREVISTA
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Filipe Monteiro:
Tenho um grande orgulho no meu pai pelo Homem que é
Como é que foi este reencontro com o pai, em situação de adversário? Foi um reencontro muito divertido, pois foi a primeira vez que tive oportunidade de defrontar a equipa do meu pai. Uma equipa onde para além do meu pai, conheço pessoalmente outros elementos da mesma, o que me deu um enorme gozo, pois é um jogo que desde há muito tempo anseio. Mas desde o início que disse que iria ser um jogo diferente por ser contra o meu pai, é claro, que o iria encarar como encaro todos os outros jogos, mas com uma motivação extra. Por norma, os filhos têm grande orgulho nos pais e, inclusive, muitas das vezes são os seus ídolos. Como é jogar com
o objectivo de vencer o pai? Primeiro quero desde já dizer que tenho um grande orgulho no meu pai pelo Homem que é. Quanto à pergunta o meu objectivo não era ganhar ao meu pai, mas sim ao Sporting. Mas, é claro, que se tivesse saído vitorioso daquele jogo teria tido um sabor especial por o meu pai ser o treinador do Sporting e eu poder dizer que venci a equipa do meu pai. Como foi a semana que antecedeu o jogo, houve provocações em casa? Na semana que antecedeu o jogo é claro que houve provocações, eu lembro-me de o meu pai brincar comigo e com o meu irmão dizendo coisas do género «no dia do jogo estás proibido de sair de casa» e eu e o meu irmão
também brincámos com o meu pai nessa semana. Mas no dia do jogo tivemos um comportamento normal e o meu pai desejou-nos um bom jogo a mim e ao meu irmão antes de sairmos de casa, disse para nos divertirmos acima de tudo e nós fizemos o mesmo. E nos dias seguintes, o pai aproveitou para brincar com o resultado? No próprio dia sim, mas depois já nem tanto. O jogo passou, nós comentamos o jogo em casa, como sempre, e como o jogo foi transmitido na televisão aproveitamos para falar sobre algumas situações de jogo mais direcionadas para mim e para o meu irmão, mas já sem brincadeiras, mais num sentido técnico de ver o que podia ter feito, onde falhámos, esse tipo de coisas.
Como se não bastasse, além de defrontar um dos progenitores, também defrontou o seu clube de coração. É uma experiência para repetir? Sim com certeza. Eu já tinha defrontado o Sporting em escalões inferiores, por isso defrontar o clube em si já não era uma novidade e é sempre bom defrontar um clube desta dimensão, pois é sinal de que a A.M.Portela e a minha equipa está ao mesmo nível dos melhores clubes de Portugal.
jogo, apenas conhecia algumas qualidades e características de jogadores do Sporting por os ver a jogar e até já ter tido a oportunidade de lá ir treinar com eles.
Conhecendo bem o seu pai e a sua forma de pensar o futsal, utilizou essa sabedoria em proveito da Portela? Não, até porque na altura de jogo estou mais concentrado em jogar e ajudar a minha equipa. Cada equipa tem o seu método de
Jogar no Sporting é um sonho? Sem dúvida, até porque para além de ser umas das melhores equipas de futsal em Portugal também é um clube de grande dimensão e é com certeza um sonho de qualquer atleta.
A.M.Portela.
chateado quando sofro golo. Não consegui cumprir esse objectivo mas, acima de tudo, gostei de jogar, diverti-me e identifiquei algumas áreas de melhoria. Senti que podia ter feito mais, principalmente no golo do Afonso, mas sei que só sofri aquele golo devido à extrema qualidade dos jogadores do Sporting e se é para sofrer um golo daqueles, que seja marcado por um dos melhores jogadores de sub-20 a nível nacional.
Como pivô que é, fazer golos é algo natural. Manteve sempre esse objectivo, de fazer golos? É claro que como pivô mantive o meu foco em fazer golos, como em todos os jogos, mas o objectivo principal passa por ajudar a equipa a ganhar os jogos. Marcar golos é um bónus.
Diogo Monteiro: Como é que foi este reencontro com o pai, em situação de adversário? Foi um jogo diferente pois, normalmente, quando olho para o banco da equipa adversária vejo uma equipa técnica e alguns jogadores, mas nesse jogo vi mais do que isso, vi do outro lado família. Sempre que olhava para o banco sentia-me mais motivado, pois queria superar não só a melhor equipa de sub-20 a nível nacional, mas também o meu pai que para além de ser uma grande referência para mim a nível do futsal, é também um ídolo para mim como pessoa, tal como a minha mãe. Por norma, os filhos têm grande orgulho nos pais e, inclusive, muitas das vezes são os seus ídolos. Como é jogar com o objectivo de vencer o pai? Seria mais do que vencer o melhor treinador da formação, seria também vencer um ídolo. Trabalhei em conjunto com a minha equipa para isso, mas infelizmente não conseguimos
vencer, mas mostrámos, não só eu e o meu irmão mas toda a equipa desde os técnicos até aos jogadores que não foram convocados, que a A.M.Portela tem muita qualidade e que com trabalho podemos chegar onde quisermos. Fiquei feliz com aquilo que fizemos dentro de campo e sei que o meu pai também ficou muito feliz comigo e com o meu irmão. Como foi a semana que antecedeu o jogo, houve provocações em casa? Claro que sim, há sempre brincadeiras e picardias, mas saudáveis. Lembro de na semana antes do jogo, eu dizer ao meu pai e ao treinador de guarda-redes Rui Capela, que se marcasse um golo ia ao banco deles e abraçava-os, ao que o meu pai na brincadeira disse que já tinha dito aos jogadores para quando eu levasse a bola eles se desviarem. Tivemos várias conversas assim em tom de brincadeira, mas ninguém ficou chateado.
E nos dias seguintes, o pai aproveitou para brincar com o resultado? Nem por isso. Nos primeiros dois dias brincou connosco, mas pouco. Focou-se no jogo em si e deu-nos os parabéns a mim, ao meu irmão e à nossa equipa pelo bom jogo que fizemos e pela luta que demos até ao fim. Como se não bastasse, além de defrontar um dos progenitores, também defrontou o seu clube de coração. É uma experiência para repetir? Já tinha defrontado o Sporting em anos anteriores e é sempre um jogo diferente. Há mais motivação para jogar e para mostrar aquilo de que somos capazes. Nunca ganhei contra o Sporting, mas espero que um dia consiga alcançar esse objectivo. O Sporting tem sem dúvida a melhor formação do País e tem todas as condições para continuar a ser durante muitos anos, mas o facto de eu já ter jogado contra o Sporting várias vezes só mostra o quão grande é a
Conhecendo bem o seu pai e a sua forma de pensar o futsal, utilizou essa sabedoria em proveito da Portela? Conhecendo bem o meu pai sabia que ele não ia mudar nada na equipa dele só por causa de um jogo e o mais importante naquele jogo não era a vitória, mas sim divertirmo-nos tentando pôr em prática aquilo que o mister nos ensina nos treinos. Falo várias vezes em casa com o meu pai sobre futsal de um ponto de vista mais táctico e o que eu sabia sobre eles também ele sabia sobre nós mas, como já disse, esta competição não era o foco de nenhuma das equipas, sendo que o jogo serviu apenas para nos divertirmos e para corrigir alguns erros. Como guarda-redes que é, evitar golos é algo natural. Manteve sempre esse objectivo, de os evitar? Esse é o meu objectivo em todos os jogos e fico extremamente
Jogar no Sporting é um sonho? Não diria que é um sonho, mas sim um objectivo que eu estou a trabalhar para alcançar. Sei que é bastante difícil, mas com esforço e dedicação tudo se alcança e por isso tenho de continuar a trabalhar, não só individualmente mas também colectivamente, para mostrar aquilo de que sou capaz. Ainda sou sub-20 e tenho muito que evoluir, mas quem sabe se algum dia mais tarde não estarei a jogar pelo Sporting.
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SAÚDE
Portelense lidera Liga Portuguesa contra a SIDA A Liga Portuguesa contra a SIDA é chefiada por Maria Eugénia Saraiva, desde 2006, uma residente da Portela há 16 anos. A celebrar 25 anos da sua fundação, deixamos aqui os projectos, desta Associação, na Prevenção e Apoio Social.
Centro de Atendimento e Apoio Integrado “Espaço liga-te” – Lisboa O Centro de Atendimento e Apoio Integrado (CAAI) “Espaço Ligate”, em Lisboa é o mais antigo projecto da LPCS em funcionamento, tendo surgido em 2003 no âmbito do Programa ADIS/SIDA, com o objectivo de dar continuidade e potenciar os apoios já existentes na Sede da LPCS e introduzir outros, decorrentes das dificuldades e do sofrimento inerentes à infecção associadas a situações de estigma e discriminação. O CAAI “Espaço Liga-te” disponibiliza aos utentes/doentes, de forma totalmente gratuita e estritamente confidencial, os seguintes Apoios Técnicos Especializados: Psicológico; Social; Jurídico;
Nutricional e Grupos de Interajuda. Estes apoios destinam-se a pessoas infectadas, afectadas directamente (familiares, amigos, companheiros, …) e à população em geral preocupada com a problemática do VIH/SIDA.
tes apoios técnicos especializados: psicológico, social e jurídico, de forma imediata, gratuita, confidencial e personalizada.
Centro de Apoio Psicossocial “Nós Cuidamos” – Odivelas
O Projecto “ConViver com Segurança e Prazer” surgiu em 2008 como um Projecto de Prevenção inovador caracterizado por uma intervenção integrada junto da população de meia-idade e idosa que frequenta os Bailes da Ribeira, no Cais do Sodré. Este Projecto tem como objectivo prevenir a transmissão da infecção VIH através da realização de acções de sensibilização/informação adaptadas às necessidades/conhecimentos da população que frequenta os Bailes da Ribeira, promovendo: - “Educação pelos Pares”, como estratégia privilegiada de mudança comportamental/atitudinal; - Utilização do preservativo masculino e feminino (de forma correcta e consistente); - Aumento de conhecimentos sobre a infecção, o estado serológico e os procedimentos preventivos (comportamentos de risco/comportamentos protectores) adequando a informação às necessidades específicas de cada indivíduo.
O Projecto “Nós Cuidamos” surgiu em 2006 tendo sido implementado no concelho de Odivelas, através da criação do Centro de Atendimento e Apoio Integrado (CAAI) “Cuidar de Nós” – Odivelas, como resultado de uma parceria entre a Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS) e a Câmara Municipal de Odivelas (CMO). Este Projecto tem como objectivos apoiar as pessoas infectadas e afectadas pelo VIH/SIDA, ir ao encontro das necessidades da população concelhia no que respeita à problemática do VIH/SIDA e contribuir para a Promoção e Educação da Saúde e para a Prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis. Após o início em Pedernais, o CAPS “Nós Cuidamos” está, actualmente, a funcionar na Póvoa de Santo Adrião, disponibilizando aos seus utentes/doen-
“Conviver com segurança e prazer”
Com esta nova valência pretende-se o encaminhamento deste grupo-alvo para os vários serviços disponíveis pela LPCS/CAAI “Espaço Liga-te” e CAPS “Nós Cuidamos” e para os serviços de saúde competentes, contribuindo para uma maior e mais adequada referenciação. “Vamos ganhar defesas” O Projecto “Vamos Ganhar Defesas” surgiu em 2010 com o intuito de promover a saúde das populações, em particular de grupos específicos e dos grupos mais vulneráveis, pelo que se destina a ser desenvolvido junto dos imigrantes oriundos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e residentes na Área Metropolitana de Lisboa. Este projecto tem como principal objectivo promover um conjunto de comportamentos saudáveis que reforcem o sistema imunitário das comunidades imigrantes, através da prática de uma alimentação saudável, de cuidados de higiene (oral e corporal) e da implementação de melhorias na qualidade do acesso e da informação sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), numa perspectiva de intervenção integrada. Com esta nova valência também se pretende o encaminhamento deste grupo-alvo para os vários serviços disponíveis pela LPCS/ CAAI “Espaço Liga-te” e CAPS “Nós Cuidamos” e para os serviços de saúde competentes, contribuindo para uma maior e mais adequada referenciação. “Encontros (In)Seguros” O “Encontros (In)Seguros” é um Projecto de Prevenção e Investigação Social e que tem como população alvo os trabalhadores sexuais masculinos na cidade de Lisboa. Este projecto teve início em Janeiro 2011 e está a ser desenvolvido nas zonas de Lisboa conhecidas como pontos de paragem dos trabalhadores sexuais masculinos, tendo como suporte as instalações e valências da LPCS para o desenvolvimento das actividades propostas. O objectivo principal deste projecto é desenvolver um estudo realista e actual sobre os
trabalhadores sexuais masculinos, de modo a adaptar novos programas de prevenção do VIH/ SIDA e outras IST. Pretendese também aumentar o número de conhecimentos sustentados relativamente ao VIH/SIDA, contribuir para a quantificação do número de infectados pelo VIH/ SIDA e outras IST e prevenir a transmissão da infecção VIH/ SIDA nos trabalhadores sexuais masculinos, promovendo actividades que aumentem a integração de novos conhecimentos e competências, e desenvolvam nos indivíduos atitudes e comportamentos protectores face ao VIH/SIDA. Com esta nova valência pretende-se ainda o encaminhamento deste grupo-alvo para os vários serviços disponíveis pela LPCS/ CAAI “Espaço Liga-te” e CAPS “Nós Cuidamos” e para os serviços de saúde competentes, contribuindo para uma maior e mais adequada referenciação. Unidade Móvel de Rastreios “Saúde + Perto” A Unidade Móvel de Rastreios (UMR) teve início em 2012 e tem como objectivo principal contribuir para a promoção da saúde pública, facilitando o acesso a aconselhamento, diagnóstico e tratamento do VIH, outras IST e hepatites víricas, junto do público -alvo. A decisão pela conceptualização de um projecto de intervenção numa Unidade Móvel relaciona-se com a acessibilidade dos cidadãos, com a possibilidade de proporcionar aconselhamento em novas oportunidades de contacto e de intervir em contextos sociais e culturais específicos, facilitando o acesso das populações mais vulneráveis e com um risco mais elevado de exposição às IST. A UMR “Saúde + Perto” desenvolve uma intervenção de âmbito regional (Grande Lisboa) em articulação com centros de saúde, hospitais, autarquias, IPSS e ONG locais, promovendo a prevenção primária e secundária do VIH, outras IST e hepatites víricas, através do processo integrado de aconselhamento em saúde, redução de riscos, rastreio, detecção precoce e referenciação a outros serviços de saúde.
SAÚDE
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Diabetes A diabetes é uma doença provocada pelo aumento da glicose (“açúcar”) no sangue, devido a problemas com a produção de uma hormona do pâncreas, a insulina, ou mau funcionamento do receptor desta hormona nas células. Após a ingestão e digestão dos hidratos de carbono (“açúcares”) estes são absorvidos no intestino e entram na circulação. A elevação dos nutrientes no sangue faz com que o pâncreas liberte insulina que, ao ligar-se ao seu receptor nas células, abre canais para a glicose entrar e poder ser utilizada. Precisamos da glicose para produzir energia, que usamos no nosso metabolismo. Quando não conseguimos produzir insulina (por doença pancreática), ou quando o receptor é resistente à acção desta hormona, o açúcar permanece alto no sangue e como que “carameliza” as proteínas dos vasos e dos nervos, provocando complicações graves.
Rita Manuela Santos Médica
A obesidade é uma das causas da referida resistência a insulina e em muitos casos é uma pré-diabetes. Ajudamos o nosso pâncreas com uma alimentação equilibrada e fraccionada. Devemos favorecer os hidratos de carbono de absorção lenta, como o pão com fibra, massas semi-integrais, batata e o arroz e deixar os doces para as ocasiões festivas. Quando já existe um diagnóstico de diabetes é muito importante, para além do plano alimentar, cumprir a medicação que, geralmente, actua aumentando a produção de insulina ou melhora o funcionamento do receptor. Nalguns casos é preciso administrar insulina. As complicações da diabetes como a doença cardiovascular, a doença renal, dos nervos e ocular ocorrem devido à elevação prolongada da glicémia, ao longo de anos e devem ser prevenidas activamente com um bom controlo metabó-
lico, em que a alimentação e o exercício são indispensáveis mesmo quando o doente está medicado. A hipoglicémia (“açúcar baixo”), por outro lado, é uma complicação do tratamento que pode ser igualmente grave; a glicémia baixa provoca alterações cardíacas e neurológicas, particularmente graves, nos doentes idosos ou fragilizados por outras doenças. Para avaliar o grau de controlo usa-se a glicémia em jejum, a glicémia pós-prandial (um tempo estipulado após refeição principal) e a hemoglobina glicada (HbA1C), que mede o grau de glicosilação de uma proteína, cujo valor está relacionado com a média da glicémia nas últimas 12 semanas. Esta análise clínica é pedida pelo médico de 3/3 meses, ou mais espaçadamente (por exemplo de 6/6 meses) nos doentes com valores aceitáveis. A recomendação de “picar o
dedo”, ou seja, a autovigilância do “açúcar no sangue” é clínica do âmbito da consulta de diabetes, que nos centros de saúde é realizada por uma equipa de enfermeiro e médico e nem sempre está indicada. É indispensável nos doentes a fazer insulina, de forma a adequar as doses e evitar quer as hipoglicemias quer as hiperglicemias. Nos doentes com antidiabéticos orais (comprimidos) o risco maior é o de hipoglicémias, mas nem todos os medicamentos têm este risco e, por isso, apenas se recomenda a autovigilância nalguns casos. E se há dúvidas sobre o controlo da diabetes, podemos pedir algumas “picadas do dedo” duas horas após uma refeição principal, durante a madrugada e em jejum até se conseguir um bom controlo e depois suspender este procedimento. Relembro que o doente diabético tem indicação para vacinação antigripal e antipneumocócica (se estiver medicado).
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OPINIÃO
É para a Criança José Luis Nunes Martins Investigador
A Morte não separa Ninguém pode viver a minha vida por mim. Ninguém pode dar os meus passos, ver o que vejo, sentir as mesmas emoções ou pensar ideias iguais às minhas... ser é fazer a diferença. A minha existência pode servir de modelo a outros, assim como posso tomar alguém como exemplo a seguir, mas não devemos deixar que o eu se perca, porque quando me confundir com outros perderei o meu maior valor: ser único. Amar não é anular ninguém, antes protegê-lo e promovê-lo, tal qual quer ser. O bem que é. Não sou o que tenho, não sou o que faço. Sou apenas a marca que deixo... o que decido querer, a cada passo. Quando nos morre alguém, perde-se a sua referência palpável. É o fim de todas as possibilidades da relação, nos termos em que a conhecemos. Mas, mais do que os seus sapatos – que outro qualquer pode usar – ficam os seus passos, ao lado de quem precisava da sua força, todos os que deu por amor... porque só o que é nobre fica. Tudo o mais é nada. Porque o amor é a negação da morte, eis que se levanta a mais importante de todas as guerras, o visível contra o invisível, a dúvida contra a fé, o tempo contra a eternidade... cabe a cada um de nós escolher o que quer. Quando alguém que me ama morre, fica. Contudo, depende de mim aceitar a sua presença no meu íntimo. Assumir a missão de ser um, pelos dois... mais livre do que nunca... mas é isso mesmo que quer quem nos ama de verdade: que sejamos independentes, autónomos e felizes! Amar é estar sempre a sós com a pessoa que se ama, mesmo quando há uma enorme distância... no espaço e no tempo. A morte não separa os que se amam, apenas aproxima e une, ainda mais, os que decidem continuar a amar-se.
Rita Paulos
Directora da Casa Qui - Associação de Solidariedade Social
Quando vou às compras à procura de uma peça de roupa para a minha filha, invariavelmente escuto: “É para menino ou menina?”. Seguem-se algumas reacções espantadas quando digo que é indiferente. Realmente, para casacos, meias, calças, camisolas, t-shirts, pijamas é irrelevante os bonecos ou as cores. Quando ela começar a falar, aí deixaremos ao seu critério a escolha, conforme os seus gostos e preferências – já começámos em pequenas coisas como o babete, em que ela nos aponta o que quer usar naquela refeição. Vestidos e saias já será um desafio no futuro se vier a ter um filho, mas mesmo aí não há na realidade diferença, quando os corpos das crianças são indistintos em termos de ancas ou de ombros nestas idades. Um dia talvez venhamos a ter saias e vestidos à medida de um corpo tipicamente masculino para juniores e seniores, mas se tal não ocorre ainda é só para essas idades. Os papéis de género são uma construção social que começa logo nesse clássico que é o rosa para as meninas e o azul para os meninos. Quando no início do século vinte começaram estas diferenciações foi inclusive pelo oposto: o vermelho era considerado uma cor agressiva, portanto o rosa era para meninos e o azul para meninas. Este tipo de regras, com aparentes propósitos de género, não são mais que uma forma astuta de forçar, por necessidade de conformidade social, a mudar-se o guarda-roupa se tivermos outra criança, mas de sexo diferente, e aumentar as vendas dos fabricantes de roupa. A grande questão é que quando se promove a igualdade de género, promove-se não só a justiça, mas também a liberdade, a autonomia, a realização e a expressão pessoais. A desigualdade entre homens
e mulheres começa muito cedo e, desde logo, nesta obsessão de distinção entre rapazes e raparigas, quando na realidade estamos perante pequenos seres humanos, em que a distinção entre si é somente relevante para a atracção e a reprodução… uns bons anos mais tarde. No dia-a-dia, enquanto pessoas adultas, não precisamos sequer de saber que o colega ou a pessoa com quem nos cruzamos é homem ou mulher. Essa característica é irrelevante para as nossas interacções, a não ser que tenhamos por essa pessoa algum interesse do foro amoroso ou físico. Quando damos o salto para os brinquedos infelizmente torna-se mais grave. Estes indicam e promovem determinadas competências e papéis, que correspondem a uma ideologia de divisão social de género: as mulheres com o foro do privado, do doméstico e do delicado e os homens com o foro do público, da força e da liderança. Não é possível conferir uma verdadeira igualdade de oportunidades e de realização pessoal se dizemos às crianças, de formas subtis ou mais explícitas, como devem comportar-se ou o que podem fazer com base no corpo com que nasceram. É um anacronismo de ideias que digamos “sim, queremos mais mulheres engenheiras, polícias, políticas ou condutoras de autocarros”, mas desde o início é-lhes dado
a subentender, de várias formas, que à partida não são tão aptas, ou não lhes oferecemos brinquedos ou brincadeiras que estimulem essas aptidões ou dons que existam à partida. Estudos sobre diferenças entre os sexos confirmaram que rapazes e raparigas seguem tendencialmente determinados percursos académicos, porque assim são estimulados em todos aqueles que são os ambientes e instrumentos de aprendizagem, incluindo os legos ou as bonecas, ocorrendo então uma “profecia autorrealizada”. Restam as crianças mais resistentes, que não obstante as regras sociais e algum risco de exclusão afirmam-se, ficando-se pelo caminho mui-
tas outras crianças para agradarem os pares e os adultos. Nesta época do Natal verificamos estas condicionantes em toda a sua força. Algumas marcas de brinquedos já as contrariam, seja pelo tipo de brinquedos que oferecem ou a forma como os embalam, publicitam ou catalogam, recusando distinções de género, mas são uma minoria ainda. Todavia se queremos as nossas crianças verdadeiramente realizadas e felizes, agora e durante o resto das suas vidas, é importante deitarmos no lixo estas imposições e deixarmo-las serem quem são, começando por dizer: não há uma forma única de ser rapaz, não há uma forma única de ser rapariga.
PSICOLOGIA
Filipa Monteiro Fernandes Psicóloga Organizacional
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Caros leitores, Hoje, no Advento - tempo de preparação para o Natal, reina em mim um sentimento bipolar: ora quero cumprir as minhas funções enquanto cristã, ora procuro “agradar” ao consumismo. Por vezes levanto questões que poderão não ser unânimes, contudo espero que este artigo seja do seu agrado. A vida é mesmo assim… Não se pode residir permanentemente na zona cinzenta, como não se pode agradar a gregos e a troianos. Há que defender o lado branco ou o lado preto da vida. Há que ter inteligência emocional para progredir na vida. Há que crescer permanentemente na fé, na esperança e no amor. Há, simultaneamente, que respeitar o lado oposto e ter a coragem necessária para se permanecer firme nos valores que se defende. Talvez possa levantar algumas questões controversas… mas, acredite, são questões que me preocupam e certamente que o preocuparão também a si, hoje e no nosso futuro! Começo por levantar a seguinte questão: O que significa o respeito pelo outro? Respeitar não significa estar de acordo. Significa que dentro da minha liberdade (que termina quando começa a do outro, pelo
menos foi assim que sempre me ensinaram!) e nada fazendo para prejudicar o outro, tenho o dever de expor a minha ideia, com respeito. Da mesma maneira que eu respeito o outro, ele tem que respeitar os meus princípios, os meus valores, bem como os princípios e valores da cultura a que pertenço. Senão, vejamos: para que existe o conceito de Cultura? O que é Cultura? De uma forma rápida e clara, se não existisse cultura éramos todos iguais. E isto é mentira! Apresento-vos uma definição possível de CULTURA, que espero que seja suficientemente esclarecedora para este assunto: “… um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração através da vida em sociedade…” ou ainda “… todo um complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano, não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro”. Penso que é unânime dizermos que a cultura, do todo e da parte, é importante para o saber-ser e saber-estar de cada indivíduo. Escusado será
dizer que Portugal é desde a sua existência um país Cristão. Há menos cristãos e claro que este é também um assunto que me preocupa… Mas preocupa-me muito mais as atitudes de apostasia (anti-cristãs, de negação e rejeição) que se verificam por este mundo fora. Eu respeito o outro: respeito as suas origens; respeito os seus defeitos; respeito as suas características provenientes de outra cultura. Faço questão, de igual modo, que me respeitem a mim e à minha cultura! Explique-me, por favor, porque é que em França querem, neste advento, PROIBIR A CONSTRUÇÃO DE PRESÉPIOS? Claro que é um símbolo religioso. Para além da cruz, o presépio é, no meu entender, o símbolo mais religioso: uma representação da família de Nazaré. Também tirou fotografias com o seu filho/neto/sobrinho, com o seu bebé, quando nasceu? Qual é o problema do presépio? Ofende-os?! Tenho para mim, que tudo o que seja proveniente do caminho do bem, do caminho de Deus, do caminho da paz, do amor e da sabedoria superior, irrita-os! Caríssimos leitores, não querendo ser extremista, leiam duas vezes, abram os olhos
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e fiquem atentos a todas as letras: O diabo existe! A prova está à vista e só quem não quer, não vê. Portanto, quem tem olhos que veja e que leia. Quem tem ouvidos, que oiça. O próximo objectivo que está praticamente a ser cumprido é o da destruição das famílias. Daí o sentido que estes querem dar ao anular e aniquilar os presépios. Veja para além de si… Olhe à sua volta… Tire as suas conclusões. E OS CRUCIFIXOS RETIRADOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS? Somos um estado laico? Podemos ser, mas antes de ser laico, é católico, é cristão! Devemos respeito à nossa história. Para estas pessoas quero perguntar-vos: Porque festejam o 25 de Dezembro? Porque celebram o nascimento do menino Jesus? Porque não chamam de reunião de família? Porque é que fazem deste dia um feriado? Porque não vão trabalhar? Porque trocam presentes, se os presentes são um simbolismo do que os Reis Magos ofertaram ao Menino Jesus? Mas afinal… Onde está o respeito pela minha cultura? Mais uma vez, penso que para bom entendedor meia palavra basta!
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sob consulta
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PORTELA T3 de 110 m2 com excelente exposição solar. Vista para o rio Tejo. A/c. Cozinha equipada. Box dupla e aproveitamento de mezzanine para arrecadação. Classe energética: processo em curso.
PORTELA T3 remodelado com 105 m2. Ótimo estado de conservação. Boa exposição solar. Vista desafogada. Parqueamento. Boa localização. Classe energética: processo em curso.
PORTELA T3 de 120 totalmente remodelado e equipado. Excelente exposição solar. Varandas. Ar condicionado em todas as divisões. Parqueamento e arrecadação. Ótima localização.
MOSCAVIDE Apartamento de 2 assoalhadas remodelado e com boas áreas. Aproveitamento de sótão. Ótima exposição solar. Varanda. Cozinha equipada. Classe energética: processo em curso.
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185.000€
129.999€
sob consulta
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MOSCAVIDE Apartamento remodelado de 3 assoalhadas com boas áreas. Ótima exposição solar. Vista desafogada. Boa localização. Classe energética: processo em curso.
OLIVAIS NORTE Apartamento T2 convertido em T1, com vista desafogada. Ótima luminosidade. Próximo a comércio, serviços e transportes.
OLIVAIS SUL Moradia V5 com 156 m2, totalmente remodelada. Logradouro de 100 m2. Box com 20 m2. Próximo a comércio, serviços e transportes.
MADREDEUS Duas moradias V2 para reconstruir, inseridas em lote de terreno isolado com 226 m2. Excelente exposição solar. Ideal para projeto Casa Pro ERA. Classe energética: processo em curso.
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114.900€
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295.000€
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73.000 €
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47.500 €
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105.000€
449.000€