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UM SUPLEMENTO

DE O ALDEÃO

Supervisão: José Itamar de Freitas Coordenação: Henrique Olivier Editor: André Morta Lima Ilustrações: Roberto Simões

Atenção, atenção: nas páginas 6 e 7 um texto sem imagem para di.scutir as diferenças entre unagem e texto

;;

"No ramo do jornalismo escrito você tem uma alma que remonta a duzentos anos. Na TV, estamos ainda tentando achar a nossa alma " A declaração é de Gabe Pressmam, um jornalista americano que trabalha em televisão desde 1954. O que dizer do Brasil, onde o telejornalismo começa a começar? Lá, nos Estados Unidos, os profissionais de televisão procuram a alma do telejornalismo. Aqui, basicamente, são os jornalistas de jornal os que mais se preocupam com a linguagem, e a alma da TV. Os jornalistas de televisão quase sempre olham com ceticismo a critica dos jornalistas de jornal. Não sem razão, consideram que os jornalistas de jornal olham o telejornalismo com a visão de quem só faz texto e não lida com a imagem. Mas - e isso é que queremos ressaltar - os jornalis-

crever,

acham importante discutir, mas não comparecem com a freqüência que seria de se esperar neste

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nota do editor tas de televisão parecem que incorporaram a linguagem falada do seu veiculo. Bater nas pretinhas que é bom - para roubar um jargão de jornal eles não batem. É uma dedução lógica, tirada das inúmeras evasivas dos jornalistas de TV, que prometem es-

Já se disse muito que só evolui o homem que se questiona, que questiona o que faz. E não há como negar: as nossas vidas profissionais estão ligadas ao telejornalismo. No momento em que fazemos o telejorna/ismo, somos nós os responsáveis pelo seu futuro, seu destino, sua alma. Cabe a cada um de nós assumir a responsabilidade de definir o que deve e pode ser o jornalismo de televisão. Só escrevendo, discutindo e pensando sobre o que fazer poderemos chegar à dignidade de, ao menos, dizer que também somos profissionais interessados em achar a nossa alma. A alma de um telejornalismo que nosso. é

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SOMOS TODOS IRMAc mas falamos com sotaque diferente ANDERSON

CAMPOS

Chefe de Reportagem de O Globo

Eles são irmãos. Embora tenham nascido com uma diferença de centenas de anos, ambos têm interesses comuns, tarefas semelhantes, aspirações convergentes e um destino definido: saciar a sede de informações de uma humanidade cada vez mais exigente. Apesar dessas afinidades, o jornal e a televisão não são irmãos siameses; falam inclusive um dialeto diferente. Só nesse ponto eles diferem, pois o telejornalismo nasceu com a própria televisão brasileira. e nem poderia ser o contrário, pois foi um jornalista quem implantou a televisão no Brasil: Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Meio. Existirá uma linguagem especificamente de jornal e outra de televisão? Já se disse que escrever é uma tarefa que não comporta meios termos: ou é fácil ou impossível. Assim, quem escreve (bem) para jornal fará o mesmo na televisão. Mas é bom que se conheçam os estilos e até idiossincrasias de cada veículo.

o melhor conselho, segundo Hemingway: use frases curtas, parágrafos curtos e seja fluente.

Hemingway, quando jovem, foi repórter do jornal Kansas City Star, que tinha um despretensioso Sty/ebook. Anos depois, já escritor famoso, Hemingway disse que o melhor conselho que recebeu na vida sobre a arte de escrever estava no primeiro parágrafo do Manual de Estilo do jornal: "Use frases curtas. Use parágrafos curtos. Use um inglês vigoroso. Mas se esforce para ser fluente, uniforme." O conselho do Kansas City Star é válido tanto para redatores de jornais como de televisão, mas há muitas diferenças entre o estilo de um jornal e o de uma redação de TV. Basicamente, a notícia 6

de jornal é escrita para ser impressa e lida, enquanto a de TV é escrita para ir ao ar e ser ouvida. Embora não seja o ideal, uma reportagem de jornal pode começar com uma declaração, enquanto seu autor só aparece cinco linhas abaixo. Para isso existem os recursos gráficos (travessão, aspas), impossíveis de serem utilizados na televisão. A televisão não pode, igualmente, rechear seu noticiário com estatísticas, percentagens, números e detalhes técnicos, sob pena de deixar o telespectador atordoado. Em compensação, a eletrônica lhe permite recursos visuais movimentadíssimos e supersofisticados. A linguagem do jornalista - entenda-se aí como jornalismo impresso - se identifica mais pelo que despreza do que pelo que procura. Ele busca a simplicidade para fazer-se entendido pelo maior número possível de leitores, embora se permita textos mais elaborados e sofisticados do que os destinados à televisão. Nessa busca, é seu dever repudiar não somente a adjetivação opinativa como toda e qualquer expressão que possa tornar penosa a leitura do jornal ao homem comum. O bombástico, o grandiloqüente, o pejorativo, o intelectualismo, o cientificismo, o apoteótico, o falso pitoresco, o pseudofolclórico não se enquadram na tessitura da notícia.

Um ponto em comum: o que é ruim para o jornal também não serve para a TV

O que é ruim para o jornal também o é para a televisão. Mas esta tem outras preocupações. E uma delas é usar frases curtas, para o bem do apresentador e do telespectador. A frase na televisão não deve ter mais de três linhas, a ftm de dar à notícia um sentido de ação e urgência.

Outra diferença entre os estilo televisão: o tom apropriado na TV uma vez que o apresentador se colo telespectador para uma conversa f~ conversas, na vida real, às vezes res divagações. O tom na televisão é mas nunca de divagação. Ser simples - tanto na televi: jornal - é muito complicado. Um de regras é imprescindível à pad noticiário quanto à forma. Mas preciso ter sensibilidade e bom nível que as formas não se reduzam a detrimento do conteúdo. Ninguém mais duvida de que o 1 se impõe como o artigo de maio) televisão mundial. O primeiro telejoi foi ao ar no dia 20 de setembro de j inauguração do antigo Canal 3 de S PRF-3 TV. Daquela antiga obra ( para o sucesso atual do Jornal Nai GLOBO vai uma distância superio: técnica da imprensa do século pas dias atuais. A televisão anda com léguas, e o telejomalismo anteviu co de seu futuro na era da informação.

Na hora da eleição, Kennedye Nixon mostraram a força da informação na TV

Na campanha de 1960 para a PH Estados Unidos, a situação de John Richard Nixon sofreu uma espetacul: após os debates pela televisão. No dia 26 de setembro, a CBS ap Chicago o primeiro debate, ao qu. 60% dos norte-americanos adultos, c ponde a 70 milhões de telespectadore De acordo com estatísticas da CI nos 120 milhões de telespectadores a


?\os 1 ilobo

entre os estilos de jornal e iropriado na TV é o coloquial, 'esentador se coloca diante do uma conversa face a face. As real, às vezes resvalam para as I na televisão é de conversa, ;ação. tanto na televisão como no complicado. Um breve manual sscindível à padronização do à forma. Mas aí também é dade e bom nível cultural para io se reduzam a formas, em teúdo. luvida de que o telejornalismo artigo de maior gabarito na O primeiro telejornal brasileiro de setembro de 1950, data da tigo Canal 3 de São Paulo - a ela antiga obra de artesanato ial do Jornal Nacional da TV distância superior à evolução .sa do século passado para os evisão anda com bota de sete ialisrno anteviu com propriedara da informação.

iora da eleição, medv e N ixon

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quatro debates. Na história da televisão dos Estados Unidos, a maior audiência fora registrada durante o campeonato de beisebol de 1959, quando cerca de 90 milhões de norte-americanos assistiram a disputa entre os White Sox e os Dodgers. Segundo a opinião da maioria - endossada por Kennedy -, os debates televisionados decidiram a eleição. O primeiro encontro entre os dois candidatos resultou inteiramente favorável ao que seria, finalmente, o vencedor do pleito. Isto apesar de o Instituto Gallup haver indicado, pouco antes do primeiro debate na TV, que Nixon estava na frente de John Kennedy na proporção de 53 para 47. O êxito alcançado pelo candidato democrata em suas apresentações na TV pode ser explicado, basicamente, pelo fato de que ele soube compreender toda a importância daquele meio de comunicação. Procurou aproveitar ao máximo a oportunidade de estar em contato com uma grande audiência. Não menosprezou em nenhum momento qualquer detalhe que o auxiliasse a alcançar seus objetivos. O mesmo não se pode dizer com relação ao candidato republicano. Na segunda-feira seguinte à eleição, Kennedy - vitorioso por apenas 112 mil votos - fez justiça ao seu eleitor eletrônico: - Foi a TV, mais do que qualquer outra coisa, que fez virar a maré. O ex-Presidente norte-americano concorda com a tese segundo a qual telejornalismo não é a única coisa séria na televisão, mas é a mais séria. E perene, pois caso o mundo acabasse a última notícia sobre o caso seria dada pelos profissionais do telejornalismo. Não viria nem o galã envolvente, nem o humorista talentoso nem o cantor magistral, e sim o telerepórter. . Mas na televisão a notícia certamente seria elaborada de maneira diferente da de jornal. Uma das críticas mais comuns que se fazem ao telejornalismo é exatamente quando ele não dosa bem palavra e imagem, perigo sempre presente porque por sua natureza a TV favorece a simultaneidade das imagens visuais e auditivas. O bom texto jornalístico é aquele que nos ajuda a ouvir o que vemos, e não a ver o que ouvimos, porque a imagem visual é sempre a mais poderosa.

o

lead na TV

prepara o clima para o fato que vai ser divulgado

Segundo o Stylebook de TV da United Press, o lead da notícia na televisão serve para duas funções: atrair a atenção e demorar o tempo suficiente para que o telespectador prepare seu espírito para o fato. Isto não acontece em jornal, onde o título da matéria definirá o interesse do leitor pela notícia. Outra diferença entre o estilo de TV e o de jornal: ao escrever cada notícia, em televisão, é uma boa prática usar no lead uma frase curta, de transição, com fatos de menos importância. Os fatos básicos deverão ser deixados para a segunda frase, prática que no jornal é chamada de nariz de cera. Os jornais impressos podem responder, logo na primeira frase, às indagações fundamentais de uma notícia: "O que? Quem? Onde? Como? Quando? e Por que". Se o leitor do jornal não entender imediatamente algum pormenor, pode parar, voltar atrás e reler o começo. Mas o telespectador desatento não tem condições de fazer o mesmo.

Como sabemos que o telespectador não pode reler uma notícia para procurar os detalhes que perdeu, várias práticas do jornalismo escrito são inúteis na televisão. Ao se escrever para a televisão, sempre se diz "quem" antes de informar "o que" alguém falou qualquer coisa. Por exemplo: "Fontes bem informadas de Berlim Ocidental dizem que os comunistas estão preparando um novo bloqueio". Os jornais impressos certamente escreveriam de maneira mais direta: "Os comunistas alemães estão preparando novo bloqueio, segundo disseram ontem fontes bem informadas de Berlim Ocidental". Outras diferenças: na televisão a notícia nunca começa com o nome de uma pessoa sem precedê-lo de um título ou uma frase que explique de quem se trata. E muito fácil ao ouvido do espectador esquecer o nome do personagem, a menos que se diga antes de quem se trata. O leitor de jornal pode, evidentemente, voltar linhas acima e identificar o personagem da história. Quando os nomes estrangeiros não são importantes a televisão os evita, a não ser que se tornem indispensáveis à notícia, pois poucas pessoas os conhecem ou se lembrariam deles depois. Em televisão, é melhor usar o título ou o cargo, em vez do nome, o que não ocorre em jornal, que explica tudo com riqueza de detalhes. A mesma regra é utilizada pela televisão em relação aos nomes de obscuras cidades do exterior; preferem localizá-Ias em relação a alguma cidade mais conhecida. Existe também o perigo de confusão no uso indiscriminado dos pronomes pessoais na televisão. Só se escreve "ele", "ela" ou "eles" quando o telespectador tem absoluta certeza de quem se trata. O ouvido do telespectador não pode retroceder, como se faz lendo uma notícia.

A diferença básica: o jornal fica com o vernáculo e a TV consagra o idioma que o povo fala

Mas a diferença básica na linguagem de jornal e de televisão prende-se ao fato de que o primeiro vive mais amarrado ao vernáculo, fiel aos dicionários, enquanto a segunda inova um estilo, cria expressões, consagra o idioma falado nas ruas. Se os locutores utilizam uma linguagem correta na leitura das notícias, nem sempre as pessoas focalizadas são fiéis ao purismo vernacular. O telejornalismo tem de acompanhar o enriquecimento da língua, a renovação, tudo com o equilíbrio indispensável. E como a televisão reflete com absoluta fidelidade a criação popular, a verdade está com Manoel Bandeira em seu poema Evocação do Recife, de 1925: "A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo, na língua errada do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil ao passo que nós o que fazemos é macaquear a sintaxe lusíada." Apesar das diferenças de estilos, jornal e televisão se completam e se nivelam em sua tarefa de tornar o mundo menor e mais unido. Somos todos irmãos.


ENTRE O CORTE E A FUSÃO O PROBLEMA É SABER USAR ·Imagem continua a publicação adaptada do livro "Produção em Televisão - Noções Básicas", de Desmond Davis, editado pela Livraria Agir. Neste número, as regras para o corte e a fusão. Cada um tem o seu lugar. Cada um o seu significado.

1. Nunca utilize o corte entre câmaras em movimento, em particular quando se trata de câmaras fazendo panorâmica. Também deve ser evitado o corte entre uma câmara em movimento e outra parada. Um corte entre câmaras em movimento tem efeito desagradabilíssimo à vista. Desagrada, perturba e torna o corte visível demais. Há uma exceção permitida a esta regra, no caso de duas câmaras fazendo panorâmica na mesma direção e na mesma velocidade. Seria possível, por exemplo, cortar de' uma tomada panorâmica de um carro percorrendo uma estrada para uma tomada similar de outro carro na mesma velocidade, na mesma direção, ou cortar da tomada geral de um carro em movimento para um close do mesmo earro. Ou tra exceção possível é a de cortar para uma câmara fazendo panorâmica em ação muito rápida. Isso tcndc a acelerar o tempo e aumentar a excitação. Portanto, só se deve fazer nestas circunstâncias especiais. Nunca, em momento algum, é aconselhável cortar a partir de uma câmara fazendo panorâmica. Isto é intolerável. 2. Sempre que possível, faça o corte durante o movimento no vídeo: quando a pessoa focalizada estiver se sentando, levantando, voltando-se, em vez de fazer o corte quando a pessoa estiver parada. Mesmo em close-up prerua cortar quando houver movimento da cabeça. O movimento do sujeito faz com que o corte seja menos notado. Os cortes entre pessoas paradas tendem sempre a ser mais perturbadores do que os cfctuados com elas em movimento. A sincronização é importantíssima. ~ frequente ver cortes efetuados ou muito cedo, antes de se iniciar o movimento, ou tarde demais, logo que o movimento terminou. Parte do movimento deve ser aproveitado em ambas as tomadas. Tendo-se, por exemplo, uma tomada geral de um homem que se dirige a uma cadeira para sentar-se, na qual se deseja cortar para dose, deve-se cortar assim que ele começa a sentar e emendar com o close dele terminando dc sentar. Outra motivação para o corte, que é também movimento em extensão limitada, é o olhar. Um homem está sentado numa mesa. Ouvimos um estalido. Ele levanta os olhos. Cortamos para o que ele vê - alguém que chega à porta. Embora neste caso o movimento seja muito pequeno, possivelmente a direção do olhar apenas, o corte é tão sensivelmente motivado e satisfaz tanto o nosso instinto que passará desapercebido. 3. Procure evitar o corte ao passar da tomada geral de alguém para um dose up dele. O efeito do corte é desagradável e o dose parece dar um salto. Faça um plano médio nessa passagem ou traga o sujeito ao primeiro plano da tomada geral antes de cortar para o dose, a não ser que se deseje um impacto proposital. Nunca faça corte para um dose de alguém a não ser quando reconhecível e facilmente identificável na tomada geral anterior. 4. Ao cortar durante uma conversa telefônica, por exemplo, proceda de modo que um artista pareça olhar para a direita do vídeo e o outro para a esquerda. Embora, na vida real, possam os interlocutores estar olhando na mesma direção, se isto for permitido em filme ou televisão o efeito parecerá muito estranho aos telespectadores. Os interlocutores não pareceriam conversar um com o outro, mas sim com uma terceira pessoa invisível. Subconscientemente, esperamos que pessoas em conversa estejam olhando uma para a outra. Não satisfazendo essa necessidade subconsciente, perturbamos os telespectadores e provocamos dispersão.

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Você pode ver que, se cortarmos entre estas duas tomadas,

as duas pessoas não parecerão falar uma com a outra, ao passo que, se invertermos impressão será melhor.

5. Evite uma fusão rápida e inexpressiva. Aceite como padrão três segundos e o mínimo de dois segundos. Exceto, talvez, ao passar de um cartaz para outro, a fusão rápida é pouco significativa. Não indica um lapso de tempo única razão de sua existência - e parece simplesmente um corte mal feito. 6. Não praticar a fusão entre câmaras em movimento. particularmente entre câmaras fazendo panoramica, ou de uma câmara parada para outra em movimento ou vice-versa. A fusão entre câmaras em movimento tem efeito muito desagradável, pois tende a fazer com que o espectador se sinta levemente enjoado. Esta é uma regra muitas vezes infringida na produção de filmes de longa metragem. A tela mais ampla parece tornar menos desagradável o efeito. Mas para muitos é ainda, artisticamente, uma manobra duvidosa. Embora seja muito comum afirmar que só se deveria efetuar a fusão entre câmaras paradas, seria preferível fazer a fusão com animação. Isto é, ter movimento na fusão. Seja como for, é melhor fazer a fusão movimentando a pessoa que o vídeo. 7. Nunca mude a imagem por corte, fusão, panorâmica ou afastamento e aproximação sem motivação adeq uada proveniente da ação ou do som que a acompanha. Qualquer troca de imagem tende a desviar a atenção, do espectador do assunto apresentado para a técnica. Assim, nunca se deve trocá-Ia, a não ser que a próxima imagem diga algo diferente, que deva ser dito, algo que enfatize um ponto

uma delas, a

ou aumente a compreensão da audiência. Nunca se deve mudar uma imagem só por mudar. mera dispersão. 8. Não imagine que uma fusão iJegítima possa dissimular um corte ilegítimo. E errado pensar que a fusão esconda um corte mal feito. Isso simplesmente acumula erro sobre erro. Se um corte for mal feito, a fusão será pior. Tratando-se de uma ação contínua no tempo, deveria haver um corte. Havendo uma mudança de cena em que se deva ind icar um lapso de tempo ou em que poderia ter ocorrido um lapso de tempo, poderia haver fusão. Caso contrário, as regras são rígidas. Lembrese que uma fusão é muito mais notada que um corte. O corte é instantâneo c, se efetuado no momento correto, passa completamente desapercebido. Há, aparentemente, uma estranha escola de pensamento que parece afirmar que, de certo modo, o corte é irreverente e a fusão respeitosa e que, assim que as câmaras são levadas a um local de culto religioso, se deverá eliminar o corte e usar a fusão como único meio de passar duma câmara para outra, com o resultado de embaraçar grande proporção da cerimônia. Os iniciantcs na profissão podem estar certos de que o corte e fusão não têm superioridade alguma um sobre o outro. O mau emprego da fusão confunde o espectador, destruindo o significado e a utilidade da mesma. ~ sinal de trabalho mal feito e não profissional. Portanto, corte e fusão têm o seu lugar. Cada um tem o seu significado, inteiramente diverso. É


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