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Eu sou a mãe
Quando duas almas estão destinadas a se encontrar, nada consegue impedir. A Elen passou seis anos tentando ser mãe. Foram muitos procedimentos diferentes, passando pela tentativa de adoção e nada. Até que o Arthur viajou o Brasil, ainda na barriga, para chegar até ela.
Escrito por Elen Carneiro
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Sou Elen. Ou Lelé, para alguns, o que remete a “Lelé da Cuca” pelas trapalhadas, esquecimentos e maluquices que faço, mas sempre no bom sentido, nada de extraordinário. Casei-me aos 27 anos com um homem que já tinha dois filhos e havia feito vasectomia, mas como nunca quis ter filhos por vários motivos, achei ótimo!
Não me achava capaz de criar uma criança plena, feliz, responsável e independente. Talvez pela minha falta de exemplos práticos, não achei que eu seria a pessoa que mudaria isso. Minha criação foi muito castradora, tentando me colocar dentro da caixa que a sociedade achava aceitável. Não conheci casais com afinidade e cumplicidade a ponto de seus filhos serem inspiração para mim. E sempre fui contra adoção, vai entender!
Aos 6/7 anos de casada, bateu uma vontade irreversível de ser mãe. Essa vontade surgiu com a convivência com os filhos do meu ex-marido, que se mostraram pessoas fortes e bem resolvidas com a vida. E minha idade de 33 anos, na época, me fez decidir que a hora era essa. Por fim, fui morar no sítio de nossa propriedade e pensar em criar um filho livre, na natureza, convivendo com bichos de estimação, plantando, nadando no rio, sem TV, lendo e com qualidade de vida me fez repensar e alterar minha percepção.
Resumidamente:
Tentamos reverter a vasectomia – não deu certo.
Fizemos quatro ICSIs, injeções intracitoplasmáticas de espermatozoides (as fertilizações não eram para o nosso caso) – não deram certo.
Tentamos com óvulos doados, com espermatozóides doados e finalmente com embriões gerados e doados – não deu certo.
No total foram oito tentativas em seis anos. Uma loucura em termos físicos, emocionais, psíquicos, financeiros etc, etc, etc.
Finalmente aceitei a adoção, porque mais do que engravidar, eu queria ser mãe. Tudo legalmente, no fórum. Com documentação, fotos, visita domiciliar, tudo certo e...nada!
Enfim, conheci meu filho na barriga da genitora (só a chamo assim) aos 7 meses e meio de gestação. Numa história de vida muito especial, ela viajou o Brasil para trazer o meu filho para mim.
Meu filho me escolheu para ser sua mãe e fez um caminho longo para chegar até mim. Ela, sua genitora, nasceu no norte do país, viajou até o centro-oeste e conheceu um rapaz pela internet que a aceitou e a convidou para morar com ele, mesmo aos 7 meses de gravidez. E ela veio para o interior de São Paulo, justamente para ser atendida no SUS, onde uma amiga minha atendia e sabia da minha vontade de adotar.
Era sua primeira consulta de pré-natal e ela disse que daria a criança para