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Na roda do santos de junho... (Padre Paulo Roberto Rodrigues)
Segundo uma antiga tradição, damos o nome de Júnior ao filho que tem o mesmo nome do pai. “Filho de peixe, peixinho é”! Assim deveria ser com a gente: filhos e filhas de Deus, deveríamos viver com e como Deus! Esta é a nossa vocação: sejam santos e santas como Deus é Santo, repete o ensino do Primeiro Testamento (Levítico 20,26). Jesus traduziu a santidade de Deus ao agir entre nós com misericórdia! Por isso, no evangelho segundo Lucas (6,36), Ele nos convida insistentemente: sejam misericordiosos como Deus... Junho tem a mesma origem da palavra júnior. São palavras latinas, uma antiga língua, onde significam juventude, força da vida, casamento, nascimento, gravidez... Para o povo da antiga Roma, junho era período de tempo que abarcava o final da primavera e princípio do verão, constituindo-se num momento de renovação: ocasião para festejar a juventude, o vigor, a alegria... Com certeza, nossas festas juninas (aqui, celebradas quando encerramos o outono, iniciando o inverno) são frutos destas antigas raízes! Com balões e fogueiras, rojões e quadrilhas, quentão e mastros, em meio às noites frias de junho, nossa gente encontrou seu jeito de celebrar a memória de Antônio, João e Pedro. Irmãos nossos que viveram a juventude da fé, o vigor da esperança, a alegria de viver plenamente a filiação divina. Um jovem, um velho e um recém-nascido, de tempos diferentes e lugares distintos mas unidos pela força do amor (aliança que tudo refaz, transforma e atrai) que, na religião cristã, se realiza inteiramente na pessoa de Jesus de Nazaré, nas suas palavras e gestos, suas atitudes e sonhos! Com o menino João, recém-nascido, queremos acender a fogueira da profecia, retomar as raízes de nossa adesão ao Cordeiro de Deus, presente divino entre nós! Com o velho Pedro, pedra que alicerça nossa caminhada, queremos abrir espaços de acolhida e alimentar a esperança no Reino que vem! Com o jovem Antônio, de inestimável valor, renovamos a aliança com a vida, na partilha do pão e no anúncio alegre do Evangelho. Profecia, diaconia (serviço) e poesia, unidas no mastro de nosso viver comunitário, a congregar e convidar homens e mulheres de boa vontade a olhar o céu estrelado - promessa de um novo tempo, e a aquecer nosso humano coração, apesar de nossas mazelas e desânimos... Entramos assim na roda dos santos e santas: tantos e tantas que encarnam a Misericórdia do Pai, a Fidelidade do Filho e a teimosa Esperança do Espírito. Amém... Boas festas juninas!