SÃO CAMILO PASTORAL DA SAÚDE INFORMATIVO DO INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE ANO XXX N.327 MARÇO 2014
DOENÇA PSICOSSOMÁTICA: DESEQUILÍBRIO CORPO E MENTE Doença psicossomática ocorre quando problemas psicológicos se tornam físicos. É um processo pelo qual a pessoa “transfere” para o organismo a carga emocional decorrente de algum problema que está vivendo. A explicação seria que a pessoa, por não saber expressar suas emoções e internalizar seus conflitos de forma adequada, acaba por armazenar suas tensões em seu corpo. Os problemas mais relatados por essas pessoas são dor no peito, fadiga, tontura, dor de cabeça, inchaço, dor nas costas, falta de ar, insônia e dor abdominal. A forma mental de enfrentar a situação seria, por exemplo: - Fantasiar, racionalizar, negar ou rezar. A maneira emocional de enfrentamento seria: deprimir-se, agredir, culpar os outros ou culpar-se, chorar e gritar. Outras atitudes de enfrentamento seriam: isolar-se, exibir-se, brincar, arriscar-se, comer, beber, transar, fumar, trabalhar excessivamente. A hipótese de que uma pessoa tenha uma doença psicossomática não significa que a dor e a enfermidade não existem. Pelo contrário, o corpo realmente está em sofrimento, com dores, feridas, descontroles e descompensações orgânicas, que inclusive são até dificilmente controladas com as terapias medicamentosas e os recursos da medicina tradicional. As doenças psicossomáticas podem se manifestar nos diversos sistemas que constituem nosso corpo, como por exemplo: gastrointestinal (úlcera, gastrite, reto colite); respiratório (asma, bronquite); cardiovascular (hipertensão, taquicardia, angina); dermatológico (vitiligo, psoríase, dermatite, herpes, urticária, eczema); endócrino e metabólico (diabetes); nervoso (enxaqueca, vertigens); das articulações (artrite, artrose, tendinite, reumatismos). Não é raro, nos casos de doenças psicossomáticas, que as pessoas enfrentem dificuldades no diagnóstico e insucesso dos tratamentos propostos, gerando uma perambulação por vários médicos especialistas em busca de cura ou alívio. O diferencial mais importante para se considerar uma doença como psicossomática é entender que a causa principal desta descompensação física, que aparece no corpo, está na esfera emocional da pessoa, ligada, portanto à sua mente, aos seus sentimentos, à sua afetividade. E esta variável emocional se torna importante tanto no desencadeamento de um episódio, de uma crise, quanto na intensidade e/ou manutenção do sintoma, conforme cada pessoa. As relações entre o corpo e a mente são mais próximas do que costumamos imaginar e os mecanismos inconscientes são muito presentes nesta ligação. Por isso é comum a sensação inicial de que os sintomas “vieram de repente”, “não teve nenhum motivo para que eu ficasse assim”, “não consigo entender o que aconteceu”. Por exemplo, é difícil para um paciente com gastrite identificar quais podem ter sido as causas emocionais do desencadeamento de uma nova crise. A ansiedade e a irritabilidade são sentimentos comuns
nos quadros psicossomáticos, e há uma tendência a identificar e culpabilizar eventos externos pelo problema, aumentando a sensação de impotência diante das dificuldades. É importante deixar claro que o corpo também deve ser cuidado com as terapêuticas adequadas (no nosso exemplo, a pessoa com gastrite deve procurar o médico e realizar exames solicitados, tomar os remédios prescritos, fazer uma dieta alimentar caso seja indicada). Geralmente, o aconselhável é um atendimento psicológico associado, que possibilite auxiliar o sujeito a nomear os sofrimentos que vivencia, para além do real do seu corpo. Existem estudos que comprovam que pessoas mais fechadas, mais tensas e chegadas ao isolamento, tendem mais a desenvolverem quadros de tristezas, depressões e pessimismos. Seus corpos “sabem” o que as emoções lhes pedem e respondem com “obediência”, dando como resposta, quem sabe, uma cefaléia (dor de cabeça), uma gastrite (dor no estômago produzido por inflamação) ou quem sabe, uma doença do coração. A doença não mente! Traz a polaridade que está sendo negada, negligenciada. Põe o sujeito para lidar e resolver o que o impede de ser o que ele deseja ser. A emoção e o sintoma são íntegros! Eles querem que o sujeito mude o caminho da vida. É preciso aceitar a doença, para poder curá-la. Mesmo que isto traga tristeza e sofrimento é a maneira honesta de ouvir o que seu corpo fala sobre você. Precisamos ter coragem de sentir este sentimento para poder curar. É como assumir a guerra e assim lutar! Conhecer o que a doença quer dizer, que coisas devo matar, retirar, mudar para sarar. O que devo cuidar? Dos sentimentos, é claro. É importante dizer que o corpo deve ser cuidado com medidas terapêuticas adequadas a cada tipo de manifestação da doença, além de ser aconselhável um atendimento psicológico associado ao tratamento. Juntas, essas iniciativas possibilitam auxiliar o indivíduo a reconhecer os sofrimentos que está vivenciando para além do seu corpo. A importância deste tratamento se dá ao fator do rompimento de uma possível evolução crônica da doença, o que pode limitar progressivamente a vida social e emocional do indivíduo. Portanto, se você se identifica com alguns desses sintomas, procure ajuda médica ou converse com um psicólogo. Esses profissionais ajudam a superar as dificuldades, especialmente na fase de diagnóstico. Mas lembre-se, depende muito de você mesmo querer se ajudar! Somos muito mais competentes do que imaginamos para nos proteger e nos realizar. O que precisamos é acreditar nisso.
Texto extraído da Weblog Espiritualidade, Amor e Psicologia
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