Parque linear
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Parque linear
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Uma proposta de requalificação da Lagoa Curuay UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA UFV - CAMPUS VIÇOSA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 1 (TCC1)
Marcelo Felipe Silva
Orientadora: Josarlete Magalhães Soares Este trabalho é resultante do processo de pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso 1 realizado para a fundamentação das propostas do Trabalho de Conclusão de Curso 2 como parte do processo para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, 2021. Este estudo consiste na proposta de projeto urbano para a Cidade de Montes Claros, Minas Gerais, através da requalificação, readequação, revitalização e proposta de um Parque Linear Urbano na orla da Lagoa Curuay ou “Lagoa da Pampulha”, localizada no bairro Esplanada.
Figura 1 Orla da Lagoa (Foto: autor )
Agradecimentos É com muita felicidade que inicio o processo de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo. Foram muitos aprendizados ao longo desses cinco anos que contribuíram para o que sou hoje. Gostaria de agradecer a Universidade Federal de Viçosa por proporcionar através dos seus programas de assistência estudantil, que eu tivesse um local digno e que dispunha de toda infraestrutura necessária para que pudesse cursar o meu curso com qualidade. Aos meus pais, Dona Sônia e Seu José, pelo apoio, por acreditarem no meu potencial e por serem o motivo de todo o meu trabalho e dedicação. Às minhas irmãs, Anne e Priscila e aos meus cunhados, Ronerson e João, pelo apoio e por sempre estarem à disposição em todos os momentos que eu precisei deles. Agradeço a todos os meus amigos e amigas, Hugo, Talia, Gabriela, Letícia e Jessika que ajudaram diretamente no processo de elaboração deste caderno. Aos professores que fizeram parte do processo de formação do profissional que venho me tornando. A todos os amigos que fiz durante a graduação e que de alguma forma foram importantes para que eu pudesse chegar a este momento. Agradeço aos professores que estiveram diretamente ligados à elaboração desse projeto, Josélia Portugal, Carolina Margarido e Teresa Faria pelas contribuições e orientações realizadas. Por fim agradeço à minha orientadora Josarlete Soares, por toda dedicação, orientação, aprendizado e engajamento durante todo o processo.
Figura 2 Orla da Lagoa (Foto: autor )
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Uma proposta de requalificação da Lagoa Curuay
Todos devem ter o direito a espaços abertos, facilmente acessíveis, tanto quanto têm direito à água tratada. Todos devem ter a possibilidade de ver uma árvore da sua janela, ou de sentar-se em um banco de praça, perto da sua casa, com um espaço para crianças, ou de caminhar até um parque em dez minutos. Bairros bem planejados inspiram os moradores, ao passo que comunidades mal planejadas brutalizam seus cidadãos.” (RICHARD ROGERS, 2010)
Figura 3 Por do sol (Foto: autor )
Sumário 6
Introdução
41
8
Justificativa
44 Resultado da entrevista
10 Objetivos 12
Metodologia
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Contextualização 15 História da região 17 História de Montes Claros
Caracterização da área 23 de intervenção
ODS e Legislação
48 Estudos de caso 49 Parque da Gare 51 Parque Madureira 53 Hornsbergs Strandpark
55 Proposta 55 Referências bibliográficas
24 Análise social 29 Análise territorial 33 Diagnóstico físico e ambiental
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introdução
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7 As cidades brasileiras contemporâneas necessitam cada vez mais de novas áreas verdes e de novos parques. Estes geralmente tendem a ter dimensões reduzidas em relação ao que comumente entendemos como parques, devido à escassez e ao alto custo da terra (MACEDO, et. al., 2010).
Figura 5 Foto da lagoa (Fonte: Portal Montes Claros, 2021 )
Figura 4 Diagrama (Fonte: Catraca livre 2021 )
Portanto, é necessário que haja um controle no crescimento vertiginoso das cidades e dos centros urbanos, principalmente no que diz respeito à escala urbana do carro e de seu uso, uma vez que este processo resulta em cidades sem vida, inseguras e esvaziadas de pessoas. É possível destacar, ainda, a importância do planejamento urbano para o zelo de áreas de uso coletivo, uma vez que a ocupação dos mesmos pode contribuir para o afastamento de problemas indesejáveis como a violência e a poluição, citados anteriormente, contribuindo para o bem-estar de seus moradores e o resgate da dimensão humana para a “saúde” da cidade (JACOBS, 2000; GEHL, 2013).
Deste modo, faz-se necessário o planejamento urbano para este resgate, sobretudo em locais que já possuem áreas de uso coletivo, mas que não se encontram em um bom estado. Principalmente em um momento pós pandemia, onde houve um grande apelo ao distanciamento social, mas que, perto de chegar ao fim, faz da sociedade suscetível a frequentar parques e áreas de uso coletivo em busca de lazer e da retomada do contato social. Isso sugere um aumento desta demanda, tornando o momento ideal para propostas de requalificação de áreas verdes e parques.
Por este motivo, evidencia-se a grande relevância da orla da Lagoa Curuay ou “Lagoa da Pampulha”, na cidade de Montes Claros, Minas Gerais, por se tratar de cerca de 50ha de área adequada para a construção de um parque linear (COPASA, 1993, apud BORTOLO, et.al., 2017). Por fim, este trabalho visa a requalificação de uma área verde que foi engolida e esquecida pelo processo de urbanização sem planejamento, que invisibiliza este tipo de espaço por não representar uma forma de “progresso” e mercantilização da terra.
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JUSTIFICATIVA
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9 A orla da Pampulha abrigou durante todos esses anos, vários eventos socioculturais e socioeconômicos municipais, como barraquinhas, feiras de artesanato e comidas típicas, caminhadas ecológicas, blocos de Carnaval e o tradicional Réveillon da Pampulha.
Ela tem um importante papel para a celebração da cultura e do lazer montes-clarense, e mesmo assim não tem todo o seu potencial socioeconômico e sociocultural explorado.
Com sua revitalização, readequação e transformação em um Parque Linear Urbano seria possível torná-la um abrigo, ponto de encontro e convergência para diversos outros eventos e movimentos culturais da cidade, como as tradicionais festas de agosto, os Catopês, a festa do pequi e muitos outros eventos e atividades física e de lazer, além de proporcionar um impacto positivo na economia local. Porém, com todo esse potencial não utilizado, com o passar do tempo, devido a má gestão dos governantes da cidade e o afastamento da população, a orla da lagoa foi se degradando, caindo no esquecimento e perdendo o local de pertencimento no imaginário do montes-clarense. Sendo assim, faz-se necessária a retomada deste local de celebração e do sentimento de pertencimento por parte dos habitantes da região, da população da cidade e dos moradores locais, através da proposta de um Parque Linear Urbano que resgate a sensação de fazer parte novamente. Sendo possível atingir esses objetivos através da adequação deste espaço para receber eventos, atividades de lazer, atividades econômicas, grande fluxo de pessoas da região Norte de Minas, da cidade e dos bairros próximos, trazendo a população para atuar em conjunto no processo de projeto, levando em consideração suas necessidades, sobretudo as necessidades dos moradores locais e daqueles que a frequentam com bastante recorrência o local. Por fim, é de extrema importância a realização da recuperação da qualidade da água e das áreas verdes que envolvem a lagoa, a fim de devolver sua qualidade natural e o seu princípio de proporcionar um paisagismo hídrico, qualidade do ar e contribuir para o lazer ecológico da cidade, além dessas intervenções proporcionarem um grande potencial para a atração dos moradores novamente.
Figura 6 Caderno Cultural (Fonte: Anderson Pereira, 2015)
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OBJETIVOS
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GERAL Produzir a fundamentação teórica necessária para o desenvolvimento do projeto arquitetônico e urbanístico de um Parque Linear Urbano na orla da Lagoa da Pampulha em Montes Claros, Minas Gerais.
ESPECÍFICOS Estudar e analisar o tema parques urbanos; Estudar estrategias projetuais sobre o tema; Investigar os aspectos legais relacionados à intervenção na área da lagoa; Produzir um diagnóstico sócio-físico-territorial da área no entorno da lagoa; Entender o contexto social, histórico, econômico e cultural da região; Definir princípios, conceitos, partido arquitetônico, diagramas e setorização.
Figura 7 Foto da lagoa (Fonte: autor)
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METODOLOGIA
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13 Etapa
Metodologia
Fundamentação teórica
Pesquisas bibliográficas para embasamento teórico: Textos sobre arquitetura de par ques urbanos, paisagismo, requalificação de lagoas e drenagem urbana;
Estudar estrategias projetuais sobre o tema;
Estudos de caso
Estudo de caso: Apresentar estudos de casos que serão referências para a criação do projeto do parque urbano;
Investigar os aspectos legais relacionados à intervenção na área da lagoa;
Fundamentação legal
Estudo das Legislações: Pesquisa bibliográfica sobre a legislação incidente na área de estudo;
Objetivos Específicos
Estudar e analisar o tema parques urbanos;
Visitas técnicas para levantamento sócio-físico-territorial da área da lagoa; Produzir um diagnóstico sócio-físico-territorial da área no entorno da lagoa;
Diagnóstico
Entrevista: Desenvolver uma entrevista que sirva de base colaborativa da população para levantamento das necessidades do projeto;
Entender o contexto social, histórico, econômico e cultural da região;
Diagnóstico
Revisão de Literatura; Análise de dados oriundos de bases consolidadas: IBGE e órgãos municipais; Construção de mapas; Análise espacial qualitativa;
Definir princípios, conceitos, partido arquitetônico, diagramas e setorização.
Exercício de projeto
Estabelecer as diretrizes peojetuais e programa de necessidades.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
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Mapa do Brasil
15
Mapa de Minas Gerais
histórIa da região O estado de Minas Gerais possui área total de cerca de 586.513 km² e aproximadamente 21.411.923 habitantes, o estado ocupa a 4ª posição em extensão territorial do Brasil, correspondendo a cerca de 6,9% do território nacional e possui 10,2% da população brasileira (IBGE, 2021). Minas Gerais se divide em 12 mesorregiões e este trabalho focará na mesorregião do Norte de Minas, mais precisamente na microrregião e na cidade de Montes Claros. A mesorregião Norte de Minas tem uma população de cerca de 1.610.587 habitantes, correspondendo a 7,48% da população total de Minas Gerais, que se dividem entre os 89 municípios que compõem a mesorregião, em uma área total de cerca de 128.602 km² (IBGE, 2010)
Figura 10 Mapa de Minas Gerais com destaque para a Mesorregião do Norte de Minas (Fonte: autor)
Figura 9 Mapa do Brasil com destaque para o estado de Minas Gerais (Fonte: autor)
MApa das mesorregiões Norte de Minas e Vale do jequitinhonha e mUCURI 2
Áreas por estado em KM Amazônas
1.559.167
Pará
1.245.870
Mato Grosso
903.207
Minas Gerais
586.521
Figura 11 áreas por estado (Fonte: IBGE, 2010)
Número de habitantes São Paulo
46.649.132
Minas Gerais
21.411.923
Rio de Janeiro
17.463.349
Bahia
14.985.284
Figura 12 Número de habitantes (Fonte: IBGE,2010)
Norte de Minas Vale do Jequitinhonha e Mucuri Figura 13 Mesorregiões (Fonte: autor)
Figura 8 Pobreza rural (Fonte: Agência Minas Gerais, 2018 )
Percenrcentual da pobreza no Brasil
16
MApa das mesorregiões Norte de Minas e Vale do jequitinhonha e MUCURI 100
Norte de Minas 1,8 %
Outros estados 92,7 %
O Norte de Minas juntamente com o Vale do Jequitinhonha e do Mucuri, estão classificados entre as regiões que apresentam os piores índices sociais e econômicos do estado. Se a pobreza no Brasil é um grande problema a se resolver, a do Norte de Minas pode ser considerada maior ainda. No Brasil cerca de 16,5 milhões de pessoas viviam na extrema pobreza, destas 909 mil vivem em minas gerais e 300 mil se encontram localizadas no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha e Mucuri (IBGE, 2010)
75
Minas Gerais 5,5 %
50
Figura 14 Gráfico (Fonte:IBGE, 2010)
Percentual da pobreza em Minas Gerais 25 Norte de Minas 33 %
0
Brasil Demais Regiões 67 %
Minas Gerais
Montes Claros
Figura 16 Gráfico (Fonte:IBGE, 2010)
Figura 15 Gráfico (Fonte: IBGE, 2010)
A distribuição de renda é um outro problema da região, assim como na perspectiva brasileira, a participação dos municípios na riqueza da região acontece de forma desigual e mal distribuída. De todos os municípios da região, cinco deles concentram aproximadamente 54,7% do seu PIB. Que são eles: Montes Claros (33,65%), Pirapora (8,3%), Várzea da Palma (5,3%), Janaúba (4,5%) e Bocaiúva (3,1%). Por outro lado, dos dez municípios com menor renda per capita do estado, cinco deles estão na região do Norte de Minas (ADENOR, 2010). A economia da região pode ser dividida em Setor primário, secundário e terciário. A partir dos anos 1970 com a modernização do campo e com a agricultura irrigada o setor primário ganhou força, se tornando a principal atividade econômica da região. O setor secundário teve grande crescimento após os investimentos realizados pela Companhia Energética de Minas Gerais, a CEMIG e a expansão da malha viária, sobretudo na região de Montes Claros em 1960, promovendo grande expansão de diversas atividades nos três setores da economia (CARDOSO, 2000). Já o terceiro setor a partir do desenvolvimento dos demais setores se tornou promissor para novos investimentos e geração de novos empregos (REIS, 2000).
Figura 16 Pobreza (Fonte: Brasil 247, 2012 )
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histórIa de Montes Claros
Mapa do Brasil
Mapa de Minas Gerais N
Montes Claros está localizada em uma posição geográfica mais central da região Norte de Minas e foi o ponto de partida da colonização local em 1707 com a construção da fazenda de Montes Claros, pelo bandeirante Antônio Gonçalves Figueira. Em 1831, o povoado de Montes Claros passou a vila e em 1857, a cidade. Montes Claros é o sexto maior município do Estado de Minas Gerais em número de habitantes, com uma população de aproximadamente 417.478 pessoas, uma extensão territorial de 3.589 km² e densidade demográfica de 101 hab/ km². (IBGE, 2021). O Produto Interno Bruto (PIB) per capita da cidade estimado em 2018, era de R$ 23.323,68. Adotando esse valor para a população estimada em 2021, é possível concluir que o PIB a preços correntes do município corresponde a mais de R$ 9 bilhões.
1
Figura 17 Mapa de Minas Gerais com destaque para Montes Claros na região Norte de Minas (Fonte: autor)
DAdos socioeconômicos de montes claros Número de habitantes
A cidade é palco de grandes manifestações culturais e desempenha um importante papel como centro urbano, comercial, industrial, educacional, de prestação de serviços e entre outros fatores que a torna capital norte-mineira. Montes Claros desempenha um papel importante na mesorregião por ocupar um local referência cultural sendo conhecida como “A cidade da arte e da cultura” (REIS, 2011). Com localização geográfica privilegiada, a cidade possui uma grande malha ferroviária e um dos maiores entroncamentos rodoviários nacionais, que viabiliza o escoamento de produção, através das rodovias BRs 135, 365, 251 e 122. Além disso, o aeroporto Mário Ribeiro suporta infraestrutura capaz de operar aeronaves de grande porte e atualmente conta com uma média de cinco voos diários.
2
4
Km
Figura 18 Mapa da malha urbana de Montes Claros (Fonte: autor)
rodovias
417.478 mil N
Extensão territorial
3.589 Km
Densidade demográfica
101 hab/Km
PIB per capita
R$ 23.323,68
PIB a preços corrente
R$ 9 bilhões
Figura 19 Dados socioeconômicos (Fonte: IBGE, 2010)
Rodovias BR - 250 BR - 135 MG - 308 Avenida Perímetro urbano 0
1
2
4
Km
Figura 20 Rodovias (Fonte: autor)
18
Figura 21 Centenário JK (Fonte: Instituto histórico e geográfico de Montes Claros 2006)
Figura 22 Capa do livro (Fonte: Montes Claros, Memórias do centenário)
Figura 23 Catopê (Fonte: Artista Marcio Leite)
19
ECONOMIA A cidade teve inicialmente a origem de suas atividades econômicas na agricultura e pecuária e a partir de incentivos fiscais e financeiros concedidos pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e implementação da CEMIG, a cidade sofreu transformações que tornaram viáveis a instalação de várias indústrias de relevância nacional e internacional como: Coteminas, Elster Medição de Água S.A, Lafarge, Nestlé, Novo Nordisk, Vallée S.A., Alpargatas e Petrobras. Hoje em dia a economia da cidade é dividida entre o setor primário, secundário e terciário, sendo a prestação de serviços a principal atividade econômica desenvolvida na cidade (PORTAL MONTES CLAROS, 2018). (Gráfico do print no início da página) EDUCAÇÃO Estão instalados na cidade importantes centros universitários como: o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), a sede da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e várias outras universidades da rede privada de ensino, o que torna Montes Claros um pólo educacional da região. Com todo esse aparato educacional, de ensino técnico e superior, a cidade pode contar com mão-de-obra especializada e de qualidade, o que afeta positivamente o desempenho do município nos indicadores relacionados à educação e trabalho (PORTAL MONTES CLAROS, 2018).
Figura 24 UFMG (Fonte: Portal Montes Claros, 2021 )
SAÚDE Figura 25 Santa Casa (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
A saúde em Montes Claros é um dos maiores atrativos da população flutuante da região, pois a cidade é referência e apresenta uma grande variedade de prestação de serviços de saúde, possuindo uma ampla gama de especialidades médicas, prontos-socorros, grandes e modernos Hospitais, como o Aroldo Tourinho, Clemente de Farias, Fundação Hospitalar Dilson de Quadros Godinho, Alpheu de Quadros e Santa Casa, além de consultórios, clínicas médicas e laboratórios que recebem os mais diversos tipos de análises. A Santa Casa de Monte Claros, denominação popular do hospital Irmandade Nossa Senhora das Mercês, é considerado o maior estabelecimento de saúde da região e é responsável pelo atendimento de especialidades médicas da população da cidade e do Norte de Minas (PORTAL MONTES CLAROS, 2018).
Figura 27 Petrobras (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
Figura 26 Aroldo Tourinho (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
Figura 28 UNIMONTES (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
20 ESPORTE
Figura 29 e 30 Funorte (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
Em Montes Claros os esportes que se destacam são, o futebol e o voleibol. No cenário do futebol a cidade possui diversos clubes, destacando-se o Funorte Esporte Clube que no ano que 2011 subiu para a primeira divisão do campeonato mineiro, chegando a disputar uma partida contra o Atlético mineiro no estádio José Maria Melo em Montes Claros (PORTAL MONTES CLAROS, 2021). Já no cenário do voleibol a torcida montes-clarense é conhecida por ser a mais apaixonada torcida do Brasil quando o assunto é voleibol, nos anos de 2014 e 2015 o clube foi detentor do maior público já registrado em Superligas, com cerca de 9.045 torcedores (AMERICA VÔLEI, 2021). Sendo assim, a cidade desempenha um importante papel na região, sendo palco de grandes eventos esportivos que levam lazer e entretenimento para a população.
Figura 32 Ginásio (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
Figura 31 Ginásio (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
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CULTURA O povo montes-clarense carrega consigo muita cultura e tradições da cidade, Montes Claros é um lugar onde as manifestações culturais, culinárias e folclóricas estão muito presentes no cotidiano e nas celebrações ao longo do ano. Com origens portuguesas, africanas e indígenas, os reinados, reisados, congados, macumbas, candomblé, as cantigas de rodas, as lendas, bem como as comidas típicas fazem parte da cultura popular, e são transmitidas oralmente através dos anos e das gerações (PORTAL MONTES CLAROS, 2021). Os Catopês, os Reinados e as Marujadas que são celebrados durante a Semana do Folclore no mês de agosto, são consideradas as maiores celebrações culturais da cidade e estão presentes desde a fundação da Vila de Formigas, possuindo origem católica e com influência de diferentes etnias (PORTAL MONTES CLAROS, 2021).
Figura 33 Festa do Pequi (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
Figura 34 Arroz com Pequi (Fonte: Portal Montes Claros, 2021)
Já a festa do Pequi celebra um importante alimento da região, fruta que possui diversos nutrientes e é rica em proteínas, desempenhando um importante papel na alimentação das famílias mais carentes, podendo até substituir a carne da refeição (PORTAL MONTES CLAROS, 2021). O Psiu Poético é um evento cultural de arte contemporânea celebrado no mês de de outubro que tem na literatura e na poesia, além de outras expressões artísticas, como a música, o cinema e as artes plásticas, pilares centrais para democratização cultural da população montes-clarense (PSIU POÉTICO, 2021).
Figura 35 Psiu Poético (Fonte: Psiu poético, 2021)
Figura 36 Psiu Poético (Fonte: Psiu Poético, 2021)
A cidade conta ainda com diversas manifestações culturais como os blocos de carnaval de rua no mês de fevereiro, a festa de Réveillon no mês de dezembro, a exposição agropecuária, que conta com shows de música e exposições de animais no mês de junho, além de uma diversidade de outros eventos culturais e religiosos.
Figura 37 Caderno Cultural (Fonte: Anderson Pereira, 2015)
Figura 38 Caderno Cultural (Fonte: Anderson Pereira, 2015)
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Sequência de figuras de 39 a 42 Caderno Cultural (Fonte: Anderson Pereira, 2015)
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Caracterização da área de intervenção
CURUAY
Análise social
24
MAPA DAS regiÕES do desenvolvimento
Foi possível observar nas análises do entorno e dos bairros que fazem fronteira com a lagoa que a área de intervenção está localizada em uma região mais pobre da cidade, onde a renda per capita varia entre 245 e 705 reais, correspondendo a uma renda quase 5 vezes menor do que das regiões mais ricas da cidade. Isso sugere que intervenções que movimentam a economia local pode se tratar de uma boa estratégia para reverter este quadro. A região conta ainda com uma população que varia entre 4 e 32 mil habitantes por região do desenvolvimento o que aponta uma grande densidade populacional na região, por outro lado a região é uma das menos favorecidas por áreas verdes, parques e formas de lazer e esporte, em contrapartida a região mais rica da cidade tem uma menor densidade populacional que varia entre 4 e 15 mil habitantes, porém, conta com uma variedade maior de áreas verdes, parques e formas de lazer e esporte. Isso sugere uma desigualdade e má distribuição dos espaços públicos de lazer, o que torna essencial a proposta de um Parque Linear Urbano que atingiria toda uma região que encontra-se desfavorecida. Há também uma maior quantidade de mulheres em relação a quantidade de homens nos bairros e regiões do desenvolvimento adjacentes à orla da lagoa, porém, foi possível observar em visitas técnicas, que esse mesmo padrão não se repete nos números de mulheres que frequentam a lagoa, uma vez que foi observado uma quantidade menor de mulheres em relação a quantidade homens na área de intervenção. Isso pode sugerir um problema social relacionado a violência e a insegurança das mulheres para frequentar este tipo de espaço público, sendo assim intervenções que assegurem a segurança do local poderia fazer com que a orla da lagoa se tornasse mais frequentado por mulheres.
0
1
2
4
Km
N
Figura 43 Região do desenvolvimento (Fonte: IBGE, 2010)
25 Mapa de número de moradores por região do desenvolvimento
Mapa de renda per capita por região do desenvolvimento N
N
Planalto
Planalto Renascença
Renascença
Independência
Independência Carmelo
Carmelo
Número de moradores 4.434 - 8.044 8.045 - 15.071
Renda per capita por região (R$) 245 - 433 434 - 705
15.072 - 23.736
706 - 1.179
23.737 - 32.579
1.180 - 1.625
32.580 - 51.531
1.626 - 2.445
Limite entre as regiões do planejamento
Limite entre as regiões do planejamento
Lagoa da Pampulha 1
2
4
Lagoa da Pampulha Km
0 Figura 44 Região do desenvolvimento (Fonte: IBGE, 2010)
1
2
Figura 45 Região do desenvolvimento (Fonte: IBGE, 2010)
4
Km
26 Mapa de número de mulheres por região do desenvolvimento
Mapa de número de homens por região do desenvolvimento
N
N
Planalto Renascença
Planalto Independência
Renascença
Carmelo
Independência
Carmelo
Número de homens por região 1.852
0
1
Número de mulheres por região 4.062 - 7.322
1.853 - 5.306
7.323 - 13.633
5.306 - 8.182
13.634 - 21.383
8.183 - 12.126
21.384 - 29.700
12.127 - 20.025
29.701 - 43.607
Limite entre as regiões do planejamento
Limite entre as regiões do planejamento
Lagoa da Pampulha
Lagoa da Pampulha
2
4
Km
Figura 46 Região do desenvolvimento (Fonte: IBGE, 2010)
0
1
2
4
Km
Figura 47 Região do desenvolvimento (Fonte: IBGE, 2010)
O entorno da área de intervenção é composto por 6 bairros que são eles: Planalto, Guarujá, Interlagos, Santa Laura, Esplanada e Alcides Rabelo, estando localizados no seguinte contexto de zoneamento urbano:
Zoneamento
ZR I - Residência unifamiliar: uso residencial em edificações, destinadas a habitação permanente, correspondendo a uma habitação por lote ou conjunto de lotes; Zona Residencial 1
ZR II - Residência multifamiliar horizontal: uso residencial em edificações, destinadas a habitação permanente, correspondendo a mais de uma habitação por lote ou conjunto de lotes, agrupadas horizontalmente, até 02 (dois) pavimentos;
Zona Residencial 2 Setor Especial 3
Planalto
Zona Comercial 2 Setor Especial 1
ZC II - Comércio principal: atividades de comércio varejista sem limitação de área edificada, conforme detalhamento das categorias de uso constante no ANEXO 4. SE I - são espaços, estabelecimentos e instalações sujeitos a controle e destinados a grandes usos institucionais, tais como: hospitais, centro cívico, centro administrativo, universidades, estádios, terminais, usinas de lixo, aterro sanitário, cemitérios, áreas de lazer e escolas em geral.
Córrego
Guarujá
SE III - são os espaços destinados ao desenvolvimento de projetos especiais, sistema viário, eixos de transportes ferroviários ou de massa, áreas destinadas a programas habitacionais e áreas de favelas beneficiadas com infra-estrutura urbana.
Interlagos
Alcides Rabelo
Santa Laura
Planalto: O bairro está localizado na região do desenvolvimento Planalto, possui uma população de cerca de 2601 habitantes, com rendimento nominal mensal dos domicílios correspondente a 0,215 - 0,492% do rendimento nominal mensal dos domicílios da cidade. É predominantemente um bairro residencial, estando localizado na ZR2 e possuindo também atividade econômica de pequenos comércios locais (CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, 2010).
Esplanada
N Figura 48 Zoneamento (Fonte: Plano Diretor, 2002)
Santa Laura: O bairro está localizado na região do desenvolvimento Carmelo, possui uma população de cerca de 1685 habitantes, com rendimento nominal mensal dos domicílios correspondente a 0 - 0,215% do rendimento nominal mensal dos domicílios da cidade. É predominantemente um bairro residencial, estando localizado na ZR1 e possuindo também atividade econômica de pequenos comércios locais (CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, 2010).
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Guarujá: O bairro está localizado na região do desenvolvimento Independência, possui uma população de cerca de 1850 habitantes, com rendimento nominal mensal dos domicílios correspondente a 0,215 - 0,492% do rendimento nominal mensal dos domicílios da cidade. É predominantemente um bairro residencial, estando localizado na ZR1, possui também atividade econômica de pequenos comércios locais, abriga o Supermercado BH, alguns restaurantes, casas de eventos, uma cervejaria e uma floricultura, todos localizados na orla da lagoa da Pampulha (CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, 2010).
28 Mapa dos bairros do entorno
Legenda
Esplanada: O bairro está localizado na região do desenvolvimento Carmelo, possui uma população de 12.473 habitantes, com rendimento nominal mensal dos domicílios correspondente a 0 - 0,492% do rendimento nominal mensal dos domicílios da cidade. É predominantemente um bairro residencial e comercial, estando localizado nas ZR2 e ZC3, com algumas atividades econômicas locais sendo desenvolvidas na zona residencial do bairro, já as atividades desenvolvidas na sua zona comercial são concessionárias de carros, borracharias, mecânicos, ferro-velhos, supermercados como o Villefort e lojas de conveniência como a Tambasa e Havan. Abriga também alguns restaurantes, campos de futebol e o SAMU, todos localizados na orla da Lagoa da Pampulha (CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, 2010). Alcides Rabelo: O bairro está localizado na região do desenvolvimento Renascença, possui uma população de 2.830 habitantes, com rendimento nominal mensal dos domicílios correspondente a 0,215 - 0,492% do rendimento nominal mensal dos domicílios da cidade. É predominantemente um bairro residencial e comercial, estando localizado nas ZR1 e ZC3, com algumas atividades econômicas locais sendo desenvolvidas na zona residencial do bairro, já as atividades desenvolvidas na sua zona comercial são lojas de peças para carros, distribuidores de açaí e empresa de sistema de irrigação (CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, 2010). Interlagos: O bairro está localizado na região do desenvolvimento Carmelo, possui uma população de cerca de 980 habitantes, com rendimento nominal mensal dos domicílios correspondente a 0 - 0,215% do rendimento nominal mensal dos domicílios da cidade. É predominantemente um bairro residencial, estando localizado na ZR1 e possuindo também atividade econômica de pequenos comércios locais (CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, 2010).
Planalto
Bairros Área de influência Área de intervenção BR - 251 Córrego
Guarujá
Interlagos
Alcides Rabelo
Santa Laura Esplanada
N
Figura 49 Bairros (Fonte: autor)
Análise territorial
Vias e acessos Figura 50 Vias e acessos (Fonte: autor)
N
6 1
5
Foi possível perceber um padrão de ocupação comercial no entorno imediato da lagoa, apresentando restaurantes, pizzaria, churrascaria, supermercado, cervejaria, floricultura, casa de festa, borracharias e academia. Conforme se afasta da orla da lagoa os uso começa a se tornar mais residencial e com pequenos comércios conforme mostrado no mapa de zoneamento. Os gabaritos apresentam um padrão em que a grande maioria dos lotes não passam de dois pavimentos, o que é possível de se perceber também no mapa de zoneamento.
2 4 3
Rodovias BR - 250 Vias coletoras Vias arteriais Vias locais Córrego
1
Avenida Francisco Péres
3
R. Jorge Corrêa Brito
5
R. Piracicaba
2
R. Lagoa do Jatobá
4
R. Lago do Tucuruí
6
Avenida Francisco Péres
Há uma grande quantidade de vazios urbanos que serão aproveitados nas propostas para o Parque Linear Urbano. Há também uma diversidade interessante de equipamentos urbanos como, pronto socorro, escola, quadra de futsal, supermercado, hotel e o aeroporto da cidade. A área também é bem servida de vias, tendo a BR - 250 passando pela orla, vias arteriais, coletoras e locais que facilitam e diversificam o acesso a Lagoa estando entre essas vias as: Avenida Francisco Péres, Rua lagoa do Jatobá, Rua Jorge Corrêa Brito, Rua Lago do Tucuruí e Rua Piracicaba
29
30 Equipamentos urbanos Figura 51 Equipamento urbano (Fonte: autor)
N
Saúde
Esporte
Escola
Supermercado
Hotel
Aeroporto
31
Uso e ocupação do solo
Uso e ocupação do solo Residencial
Estacionamento
Comercial
Borracharias
Lazer
Vazios urbanos
Escolar
Área verde
Saúde
Córrego
N Figura 52 Uso e ocupação do solo (Fonte: autor)
32
MApa de gabarito
Mapa de gabarito 1 Pavimento 2 Pavimentos 3 Pavimentos Estacionamento e quadra Córrego
N Figura 53 Gabarito (Fonte: autor)
33
Diagnóstico físico e ambiental A Lagoa da Pampulha se trata de uma lagoa antrópica, formada pelo barramento do córrego Melancias e que flui para o córrego do Cintra, ambos encontram-se degradados e necessitando de infraestrutura adequada. O projeto teve seu represamento e conclusão em 1970 e tinha como objetivo criar um ambiente paisagístico hídrico que contribuísse para a melhoria da qualidade do ar e para a criação de espaços de lazer, tornando-se um ponto de referência postal para a cidade de Montes Claros, nutrindo assim, na população, um sentimento de pertencimento (BORTOLO, et. al., 2017). Entretanto, atualmente a lagoa encontra-se em um estado de abandono, com muito mato, lixo e algas em sua água, além do assoreamento e mau cheiro, que possivelmente são provocados por chuvas intensas que carregaram elementos sólidos para o leito da lagoa e pela destinação inadequada dos efluentes. Além disso, ela possui um sistema de vazão, que dependendo do volume da chuva, não é suficiente para escoar todo o volume de água e consequentemente alaga parte da avenida que tem em seu entorno.
Figura 54 Piranha e traíra (Fonte: autor)
Figura 55 Pato (Fonte: autor)
A sua orla apresenta diversos problemas estruturais e de projeto, como por exemplo, a má iluminação, a falta de mobiliário urbano, as calçadas que não possuem dimensão suficiente para abrigar a faixa serviço, os canteiros e a passagem de pedestres, que além de estarem em mau estado de conservação e ausentes em alguns pontos, estão fora dos padrões de acessibilidade e têm obstáculos, como postes e árvores. Sua vida aquática é composta por uma variedade de peixes como: traíra, piau, curimba, tambaqui, bague africano e piranha, além de patos que também vivem na lagoa. A vegetação da orla é predominantemente composta com 6 espécies de árvores, que são elas: ficus, aroeira-salsa, palmeira, leucenas, ipês e oiti, além da taboa que é uma planta aquática.
Figura 56 Lixo (Fonte: autor)
Figura 57 Lixo e algas (Fonte: autor)
34
diagnóstico físico e ambiental N
Legenda Árvore Área assoreada e com taboa Presença de algas Calçadas Calçadas com largura maior que 70cm Calçadas com largura menor que 70cm Calçadas danificadas Falta calçada Ponte Córregos Figura 58 Diagnóstico ambiental (Fonte: autor)
35
Mapeamento das árvores N 6
5 1
2
3
Legenda
4
Árvore Córregos Figura 59 Mapeamento das árvores (Fonte: autor)
36 1
2
Figura 60 Ipê (Fonte: autor)
4
3
Figura 61 Aroeira-salsa (Fonte: autor)
6
5
Figura 63 Leucena (Fonte: autor)
Figura 62 Palmeira (Fonte: autor)
Figura 64 Oiti (Fonte: autor)
Figura 65 Ficus (Fonte: autor)
diagnóstico físico N
37
7 8 6
1
5
2 4
Legenda Calçadas Calçadas com largura maior que 70cm Calçadas com largura menor que 70cm Calçadas danificadas Falta calçada Ponte Córregos
3 Figura 66 Diagnóstico Físico (Fonte: autor)
38 1
2
3
4
5
6
7
8
Sequência de figuras da 67 a 74 evidenciando as condições das calçadas da orla da lagoa (Fonte: autor)
39
Pontos de assoreamento e taboa N
10
11
9
12
8
7 1 6 2
5 Legenda Área assoreada e com taboa Presença de algas
3 4
Córregos Figura 75 Assoreamento e taboa (Fonte: autor)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
40
Sequência de figuras da 76 a 87 evidenciando pontos de assoreamento e invisibilidade causada pela taboa (Fonte: autor)
41
ODS e Legislação
CURUAY
42 Foram estudados os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para os anos de 2015 a 2030 e as legislações municipais do plano diretor relacionadas a área de intervenção, abordando os tópicos: Políticas do Lago Norte, Política de Saneamento, Políticas do Meio Ambiente e Políticas de Esporte e Lazer. Com base nas legislações e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, foi possível propor diretrizes projetuais que abordassem a maior quantidade de pontos de ambos, a fim da realização de um projeto que possibilitasse a inclusão social, as práticas de lazer e esporte, as devidas revitalizações ambientais necessárias para a área e o desenvolvimento socioeconômico do local.
Figura 88 ODS (Fonte: OAB, 2021) Figura 89 ODS modificado pelo autor (Fonte: ONU, 2021)
43
44
Resultado da entrevista
CURUAY
45 Qual seu gênero?
Foram entrevistadas 30 pessoas que estavam na orla da lagoa nos dias 5 e 7 de Setembro, para levantamento demográfico, de necessidades e para interação com as necessidades de quem vivencia o espaço, priorizando a coleta de amostras de grupos etários e com características variadas. Este processo resultou nos seguintes dados: Foi possível observar uma predominância de pessoas na faixa etária entre 20 e 39 anos e na maioria das vezes estavam acompanhados por crianças. Houve também uma baixa frequência de adultos de 40 a 59 anos e idosos entre 60 e 70 anos ou mais. Dessa forma, serão propostas diretrizes para suprir a falta de diversidade de faixa etária a fim de expandir essa gama de idades da população. Foi possível observar também que há uma menor quantidade de mulheres frequentando a orla da lagoa e a maioria das entrevistadas estavam acompanhadas de outras mulheres, crianças ou homens, não foi observada nenhuma mulher desacompanhada nos dois dias de entrevistas. Isto pode sugerir que o espaço urbano em questão não é um local seguro dada a essa menor quantidade de mulheres. Sendo assim, serão propostas diretrizes que foquem em deixar o espaço da orla da lagoa mais frequentado favorecendo uma diminuição da insegurança por parte das pessoas em geral, pois um espaço urbano bem frequentado costuma ser também mais seguro (JACOBS, 2010). Para concluir, foi observado uma maior quantidade de pessoas frequentando a orla da lagoa entre diariamente, semanalmente e mensalmente, o que sugere que há uma recorrência do público entrevistado frequentando o espaço. Por fim foram pensadas diretrizes que visam o lazer e as necessidades das pessoas que frequentam com maior recorrência a orla da lagoa e dos moradores locais.
Com qual frequência você frequenta a lagoa?
Mulheres 43.3%
Moradia 3.3% Diariamente 20% Raramente 30%
Semanalmente 23.3%
Homens 56.7% Mensalmente 23.3% Figura 90 Gráfico de gênero (Fonte: autor)
Figura 91 Gráfico de frequência (Fonte: autor)
Qual a sua idade? 10
7,5
5
2,5
0-9
10-19
20-29
30-39
40-49
Figura 92 Gráfico de faixa etária (Fonte: autor)
50-59
60-69
70+
46 N
Em qual bairro você mora?
Quantidade de pessoas por bairro:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Esplanada Monte Carmelo Independência Interlagos Centro Morrinhos São Jos~é Santa Laura Universitário Jaraguá Área de intervenção
Figura 93 Mapa dos bairros que mais frequentam a lagoa (Fonte: autor)
47 Foram realizadas perguntas subjetivas sobre as necessidades que cada entrevistado tem, e perguntas relacionadas também, com as condições físicas, de infraestrutura e ambientais da orla da lagoa. Foi possível observar que a grande maioria das respostas estavam relacionadas a infraestrutura básica para a realização de práticas de lazer, esportes e de descanso, além de um grande apelo às más condições de limpeza que a orla apresenta. Foi possível absorver algumas das necessidades, sobretudo as básicas, para a proposta de um programa de necessidade para a realização da setorização.
O que não gosta ou se incomoda?
Por qual motivo você frequenta a lagoa?
Qual a importância da lagoa na sua vida?
Cite coisas que você sente falta na lagoa.
O que você gostaria que tivesse na lagoa?
48
ESTUDOS DE CASO
CURUAY
Parque da gare
49
Local: Passo Fundo, RS Arquitetos: IDOM Área: 1823m²² Ano do parque: 1980 Ano do projeto: 2013-2016
Referências
Ficha Técnica
estudo de caso Programa; Paisagismo e revitalização; Relação com os esportes; Valorização do programa original.
O projeto do Parque da Gare de 2013 - 2016 se trata da revitalização de um antigo parque criado em 1980 que fica localizado na zona central da cidade de Passo Fundo, o parque esteve abandonado por um longo período até que o grupo de Arquitetos IDOM ficaram responsáveis pelo projeto de revitalização paisagística, urbanística e de algumas infraestruturas. Para as intervenções urbanísticas e de infraestruturas os Arquitetos responsáveis apostaram em propostas como: uma feira do produtor substituindo a que funcionava no prédio da Antiga Gare; uma nova lanchonete com ponto de informação substituindo o pequeno bar exterior existente; uma nova zona de banheiros e manutenção; e uma zona polivalente coberta e com apoio na parte mais baixa do parque. Já todos os outros ambientes que eram tombados, foram reforçados na sua importância com a integração espacial e a completa requalificação, mantendo os traçados originais. Para as intervenções paisagísticas e ambientais foram realizadas a limpeza, requalificação e caracterização da lagoa para receber as águas existentes no parque. Em relação ao paisagismo, o projeto foi realizado com a colocação de espécies nativas que seguiam os parâmetros de cores, tamanho, características de cada árvore para as necessidades de cada espaço, controle de sombra e composição espacial. O parque conta ainda com um programa para os esportes que abriga, pista de skate, quadra poliesportiva e uma pista de bicicross, tornando o ambiente urbano, desenhado para ser um espaço de usufruto com elementos de convívio, contemplação e lazer. Sequência de figuras da 94 a 96 evidenciando pontos do projeto (Fonte: Archdaily)
50
Sequência de figuras da 97 a 100 evidenciando pontos do projeto (Fonte: Archdaily)
Parque Madureira
51 Por fim o parque possui mobiliários feitos de concreto com formas ergonômicas e que possibilitam uma maior versatilidade de uso, além de serem bem resistentes para aguentar o grande uso. Todos esses conceitos não são somente para promover um espaço público verde, mas uma mudança na qualidade de vida das pessoas.
Local: Madureira, RJ Arquitetos: Ruy Rezende Arquitetos Área: 25.5 hA² Ano: 2016
Referências
Ficha Técnica
estudo de caso Relação com a água; Sustentabilidade; Programa; Mobiliário.
O projeto do Parque Madureira de 2016 fica localizado na zona Norte da cidade do Rio de Janeiro e trata-se da criação de um equipamento público sustentável, baseado num programa de educação socioambiental proposto pela prefeitura. O escritório de Arquitetura Ruy Rezende Arquitetos foram os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto de arquitetura, urbanismo e paisagismo do parque. Um dos grandes desafios da elaboração do projeto foi utilizar o programa de educação socioambiental para a criação de um equipamento público que aliasse sustentabilidade, requalificação urbana, valorização da comunidade, recuperação ambiental e gestão de recursos, tudo isso em conjunto com a participação da sociedade. O parque é uma grande área verde que abriga quadras polivalentes, de futebol, playgrounds, academias da terceira idade, academias ao ar livre, áreas para prática de bocha, tênis de mesa, ciclovias e estações de bicicletas. Tem como grande atração a Praia de Madureira, que trata-se de uma grande praça aquática, possuindo cascatas, desníveis no piso que formam piscinas rasas e uma área com areia de praia. O parque conquistou o certificado de qualidade ambiental AQUA por meio das intervenções sustentáveis que foram propostas como, sistema de irrigação controlado por sensores meteorológicos, edificações com paredes e tetos verdes, recuperação da fauna e flora da região, uso de energia solar, controle de resíduos sólidos, sistema de reuso de água, pisos permeáveis e utilização de lâmpadas LED para iluminação.
Sequência de figuras da 100 a 103 evidenciando pontos do projeto (Fonte: Archdaily)
52
Sequência de figuras da 103 a 106 evidenciando pontos do projeto (Fonte: Archdaily)
Hornsbergs Strandpark
53
Local: Stockholm, Suécia Arquitetos: Nyréns Arquitetos Comprimento: 700m Ano: 2008-2012
Referências
Ficha Técnica
estudo de caso Interação com o mar; Forma; Materiais.
O projeto do Hornsbergs Strandpark de 2008 - 2012 fica localizado em Stockholm na Suécia e trata-se de um parque onde a água e a terra se encontram em uma orla curva, com formas circulares, orgânicas, limpas e suaves. O escritório Nyréns Arkitektkontor foi o responsável pelo desenvolvimento do projeto de arquitetura, urbanismo e paisagístico do parque. O parque possui três longos decks feitos de madeira e ferro que avançam dentro do mar, dando aos visitantes a sensação de flutuar na água. A sua forma sinuosa juntamente com os dois níveis de calçada, sendo que uma delas fica mais perto do nível da água, possibilita avanços e recuos na orla do mar, passando a sensação de proximidade e conexão com a água. Por fim a materialização do do parque é composta por elementos rústicos e robustos, como pedras naturais, concreto, ferro e madeira, que passam a sensação de solidez e ao mesmo tempo de sobriedade para o projeto.
Sequência de figuras da 106 a 109 evidenciando pontos do projeto (Fonte: Archdaily)
54
Sequência de figuras da 109 a 113 evidenciando pontos do projeto (Fonte: Archdaily)
55
Proposta
CURUAY
56
Conceito Ponto de convergência cultural. Cada pessoa carrega consigo a sua cultura, e está em processo de formação incessante. O projeto do Parque Linear Urbano na orla da Lagoa Curuay tem a proposição de ser um lugar acolhedor e atrativo, tonando-se um ponto de convergência entre o meio ambiente e pessoas de diferentes lugares, com diferentes bagagens e diferentes culturas. Convergência harmônica da região, da cidade, do local, do espaço que integra, acolhe, soma, acrescenta, recebe e coverge.
Figura 114 Conceito (Fonte: autor)
57 Através das análises realizadas da condição social, econômica, urbana e ambiental da orla da lagoa, do município e da região, associada às análises de legislação municipal e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, foram propostas diretrizes projetuais e um programa de necessidades para atender as demandas socioculturais, socioeconômicas e socioambientais a fim de propor um Parque Linear Urbano na orla da Lagoa Curuay.
58
Setorização Setor de eventos
Via de automóveis
Apoio ao setor de eventos
Ciclovia
Praça molhada
Faixa de caminhada e corrida
Setor esportivo
faixa de refIorestamento
Setor contemplativo
Baia de ônibus
Área de refIorestamento
Córrego e extravasor
Estacionamentos e bicicletários
N Figura 115 Setorização (Fonte: autor)
Setor de Eventos Espaço amplo para eventos Espaço versátil para feiras, exposições e reuniões de bairro Área de pesca Decks Pontos para coleta de lixo e logística reversa Ponto de informação Banheiros Bebedouros Mobiliário urbano Canteiros infiltrantes e filtrantes
Apoio Apoio ao setor de eventos Mobiliário urbano Canteiros infiltrantes e filtrantes
Setor Esportivo Praça de lazer lúdico Praças Pista de skate e bicicleta Quadra Academia ao ar livre Playground Ponto de informação Banheiros Bebedouros Mobiliário urbano Canteiros infiltrantes e filtrantes
Setor contenplativo Decks Praças Praças verdes contemplativas (bosques) Praça que adentra a lagoa Praça de lazer lúdico Pontos para coleta de lixo e logística reversa Área de pesca Banheiros Bebedouros Mobiliário urbano Canteiros infiltrantes e filtrantes Ponto de ônibus municipal e intermunicipal
Praça Molhada Praça molhada/alagável Banheiros Bebedouros Mobiliário urbano Canteiros infiltrantes e filtrantes
Área de refLorestamento Área de refIorestamento
Estacionamentos Estacionamento Bicicletário
59
60
Referências Bibliográficas ARCHDAILY. Hornsbergs Strandpark / Nyréns Arkitektkontor. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-177988/hornsbergs-strandpark-slash-nyrens-arkitektkontor?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Acesso em: 15 set. 2021. ARCHDAILY. Parque Madureira / Ruy Rezende Arquitetos. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/789177/parque-madureira-ruy-rezende-arquitetos?ad_medium=widget&ad_name=recommendation. Acesso em: 15 set. 2021. ARCHDAILY. Parque da Gare / IDOM. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/875069/parque-da-gare-acxt. Acesso em: 15 set. 2021. ARAÚJO, G. H. S.; ALMEIDA, J. R.; GUERRA, J. T. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. 2° ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2007. BORTOLO, C.A.; SILVA, R.C. de M.; FURTADO, M.S.V. Gestão hídrica de canais abertos do lago norte “interlagos”: um estudo dirigido à área verde do córrego melancias. Revista GeoUECE (Online), p. 37-56, v. 6, n. 11, jan./jun. 2017. Disponível em: <https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/issue/view/52> Acessado em 10 de ago de 2021. GEHL, J. Cidade para pessoas. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. MACEDO, S. S.; SAKATA, F. G. Parques urbanos no Brasil: Brazilian urban parks. 3. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2010. PORTAL MONTES CLAROS. Aspectos gerais. Disponível em: https://portal.montesclaros.mg.gov.br/cidade/aspectos-gerais. Acesso em: 6 out. 2021. PORTAL MONTES CLAROS. Plano diretor. Disponível em: https://infraestrutura.montesclaros.mg.gov.br/plano-diretor. Acesso em: 15 set. 2021. RIBEIRO, B. A. Noções de Planejamento Urbano. 1. ed. São Paulo: O Semeador, 1988. RIO BRANCO, W. L. C. Política e gestão ambiental em áreas protegidas em São Luís – Maranhão: o parque ecológico da Lagoa da Jansen. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Programa de Pós-Graduação, 2012. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/105040> Acessado em 10 de ago 2021.