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Claudio Patanè Daniela Rodrigues Eduardo Salavisa Filipe Leal de Faria Jacek Krenz Joana Fialho João Catarino João Moreno José Louro Ketta Linhares Luís Ançã
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Manuela Rolão Mário Linhares Marta Teives Mónica Cid Patrícia Furtado Paula Xavier Pedro Cabral Pedro Loureiro Ricardo Cabral Rosário Félix Vicente Sardinha
INÊS DRUMMOND
EDUARDO SALAVISA
Presidente da Junta de Freguesia de Benfica Benfica e o Diário Gráfico Os Urban Sketchers são uma comunidade de artistas unidos pela paixão de desenhar e pintar cidades, bairros, gentes, edifícios e recantos esquecidos. Desenhar Benfica foi um bom pretexto para, através da arte, se poder partilhar um pouco da história, das gentes e das paisagens de um local onde Bem se Fica. No passado mês de Novembro, a Freguesia de Benfica foi “invadida” por duas dezenas de Urban Sketchers que aceitaram o desafio da Cooperativa Post e da Junta de Freguesia de Benfica, que desde logo se associou entusiasticamente a esta iniciativa. Em cada desenho temos agora a oportunidade de redescobrir Benfica através dos tempos. Nos seus Diários Gráficos estes desenhadores urbanos captaram a luz, as sombras, as formas, as cores e a essência de Benfica e assim transportam-nos para locais de todos os dias, onde na maior parte das vezes passamos indiferentes e absortos nos problemas do dia-a-dia. Com estes desenhos voltamos a perscrutar Benfica e, nas ruas e recantos, voltamos a descobrir uma memória perdida, uma janela nunca vista, um jardim magnífico ou um edifício cheio de histórias. Aqui fica uma outra perspectiva de Benfica.
Nós somos aqueles que desenham, senão todos os dias, pelo menos com muita frequência. Com qualquer material e nas mais variadas circunstâncias. Sendo, no entanto, o suporte que usamos comum: todos nós desenhamos num caderno. No chamado Diário Gráfico. Ou, se for em viagem, pode ser chamado de Diário de Viagem. E, é aqui que vale a pena insistir, podemos transformar o nosso quotidiano numa viagem. E o nosso quotidiano é no nosso bairro, que neste caso é Benfica. Benfica tornou-se o objecto da nossa observação e foi registado nos nossos cadernos. Cada observador traduziu o que viu de sua maneira. São memórias inesquecíveis (passe a redundância) para o próprio e é uma variedade de tipos de registo para os observadores desta exposição. Esta, a exposição, também pode ser um bom incentivo para as pessoas começarem a ser (ou continuarem a ser), mais observadoras das coisas que as rodeiam, das coisas vulgares do dia-a-dia, às quais, por vezes, não lhes damos o devido valor. E da observação ao registo é um pequeno passo que vale a pena dar. Ficamos a desenhar melhor e, porque não dizê-lo, mais felizes.
SANDRO D. ARAÚJO Post - Cooperativa de Ação e Intervenção Cultural
Numa cidade feita de comunidades, o encontro com as pessoas é momento privilegiado de fruição e construção de possibilidades, com dinâmica incessante e transformadora. O diário gráfico constitui um espaço de liberdade entre as morfologias do contexto e a perceção individual do autor, e onde o tempo se espraia em forma e cor. No âmbito da ação colaborativa que carateriza o trabalho da Post, a proposta de convidar os Urban Sketchers para um passeio por Benfica oferece uma oportunidade para (re)ver através de outros olhares a urbe na qual vivemos, prenhe de potencial para estabelecer ligações novas com o meio envolvente. O desafio é informal e descomprometido; os registos, concentrados numa geografia e tempo limitados, tão díspares quanto os intervenientes. E aí reside a riqueza de um projeto bom de fazer e observar. Que, esperamos, suscite a crítica e a intervenção positivas sobre o que está em volta. E cá dentro.
CLAUDIO PATANÈ Licenciado em Arquitectura, vive e trabalha em Lisboa desde 2009. Foi convidado como formador no II International Symposium USK em Lisboa. O desenho à mão é o seu instrumento na prática projectual, mas também o meio para registar as realidades que o rodeiam. claudiopatane.blogspot.com flickr.com/photos/claudio_patane/
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Ter um diário gráfico significa haver necessidade íntima de registrar diariamente tudo que nos rodeia. Tudo começa com uma página em branco, espaço vazio, silencioso, aterrorizante, que necessita ser cruzado com linhas, cores,
desenhos. Pode copiar sobre um diário, escrever, inventar, projectar. É também uma forma de “falar” consigo mesmo, em silêncio. Afastar-se do efémero bombardeio de imagens que produz a realidade contemporânea, para dialogar com
o objeto ou o espaço que está em frente, a verdadeira realidade. Eu acho que, nesta era em que tudo parece ser virtual, a necessidade de ter “materialmente” em um bolso objectos, arquitectura, paisagens, cidades, é uma coisa fascinante.
1. Aguarela e caneta uniball GRIP preta 0.5. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 120 gr. 14,5x8,5 cm. 2. Cemitério de Benfica: entre a cidade dos vivos e a cidade dos mortos. Aguarela e caneta uniball GRIP preta 0.5. Caderno moleskine de capa dura. Papel de 200 gr. 21x13 cm. 3. Cemitério de Benfica. Aguarela e caneta uniball GRIP preta 0.5. Caderno moleskine de capa dura. Papel de 200 gr. 21x13 cm. 4. Fábrica Simões. Aguarela e caneta uniball GRIP preta 0.5. Caderno moleskine de capa dura. Papel de 200 gr. 21x13 cm.
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DANIELA RODRIGUES Tem 27 anos. Aos 18 abandona o curso de design de comunicação nas belas artes de Lisboa para estudar Antropologia, que exerce actualmente. Em 2010 cruza-se com o colectivo Urban Sketchers e volta a desenhar em cadernos aliando o interesse pelo registo do real via observação participante ao fascínio pelo diário de campo enquanto objecto. azuldezebra.blogspot.com
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Ter um diário gráfico é o resultado do interesse da observação do real e de uma tendência para a acumulação. Os diários de campo são uma ferramenta metodológica clássica na antropologia desde o início da etnografia. Fazer um rabisco ou outro, anotar frases e ideias, permite guardar num só objecto – o caderno – observações particulares sobre as
coisas. O seu carácter cronológico, folha a folha, permite acompanhar as aproximações, hesitações, reaproximações e construção de conhecimento sobre os objectos em estudo. Uma espécie de caixa negra dos caminhos e desvios que levam à formulação de ideias. Desenhar o real permite-me acrescentar-lhe um carácter mais gráfico e exaltar a sua
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potencialidade material enquanto objecto em si. Interessame o diário enquanto método mas sobretudo enquanto objecto, resultado final que revela a actividade sistemática de guardar, acumular, observar e descrever.
1. Bica, Lisboa. Ecoline e tinta da china. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr. 14x21,6 cm. 2. Objectos transnacionais. Caneta Pigma Micron 0.3 mm e aguarelas Winsor & Newton. Caderno Emílio Braga de capa dura. Papel de 120 gr. 16x22 cm. 3. Fábrica Simões. Caneta Pigma Micron 0.3 mm e aguarelas Winsor & Newton. Caderno encadernado à mão com a Oficina do Cego, de capa dura. Papel de 120 gr. 11x15 cm. 4. Palacete da Quinta da Granja. Caneta Pigma Micron 0.3 mm e aguarelas Winsor & Newton. Caderno encadernado à mão com a Oficina do Cego, de capa dura. Papel de 120 gr. 11x15 cm. 5. Café Boa Pinga, Bairro do Charquinho. Caneta Pigma Micron 0.3 mm e aguarelas Winsor & Newton. Caderno encadernado à mão com a Oficina do Cego, de capa dura. Papel de 120 gr. 11x15 cm.
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EDUARDO SALAVISA Nasce em Lisboa onde vive e trabalha. Licenciado em Design de Equipamento pela FBAUL. Desenha. Organiza e participa em exposições, conferências, workshops, encontros e escreve livros sob o tema do “Diário Gráfico”. diariografico.com diario-grafico.blogspot.com
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O caderno, o Diário Gráfico, é um objecto muito particular: é constituído por folhas protegidas por uma capa e com uma dimensão transportável, o que faz com que só o seu
dono, ou quem ele queira, possa ver o seu interior, além de poder ser usado em qualquer lugar e circunstância. Por este facto convida à confidência, ao registo descomprometido e
é usado como cada autor quiser. É por isso que o seu uso encoraja quem deseja começar, ou recomeçar, o desenho como actividade frequente.
1. Rua Arco de S. Mamede. Caneta Rotring e aguarela. Caderno de capa dura preta Winsor & Newton. 15,3x11 cm. 2 e 3. Caneta Rotring e aguarela. Caderno de capa dura preta Moleskine. 14,2x9 cm. 4 e 5. Caneta Rotring e aguarela. Caderno de capa dura preta “ Winsor & Newton. 15,3x11 cm.
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FILIPE LEAL DE FARIA Nasce em Lisboa em 1976. Licenciado em Arquitectura pela FAUTL. Participa em livros, exposições, workshops e encontros sob o tema do “Diário Gráfico”. desenhosemblocos.blogspot.com
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Todos os dias desenho. Ao princípio só registava o que me parecia nobre ou importante, com o passar dos anos comecei a ser menos exigente nos temas, hoje em dia dou por mim a desenhar a repartição de finanças onde aguardo
a minha vez ou a paisagem dum terminal ferroviário, a sala de espera de qualquer consultório; o olhar tornou-se perscrutar e o registo dos estímulos visuais um sistema.
1. Praia de Santa Cruz. Marcadores Faber-Castell Pitt Artist Pen. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr. 14x21,6 cm. 2. Praça de São Paulo. Marcadores Faber-Castell Pitt Artist Pen. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr. 14x21,6 cm. 3. Fábrica Simões. Marcadores Faber-Castell Pitt Artist Pen. Caderno Moleskine. Papel de 90 gr. 9x14 cm. 4. Pina Manique. Marcadores Faber-Castell Pitt Artist Pen. Caderno Moleskine. Papel de 90 gr. 9x14 cm. 5. Fábrica Simões. Marcadores Faber-Castell Pitt Artist Pen. Caderno Moleskine. Papel de 90 gr. 9x14 cm.
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JACEK KRENZ Arquitecto e pintor Polaco. Vive em Portugal e é professor na Universidade da Beira Interior, na Covilhã e na Gdansk University of Technology na Polónia. Tem dois livros publicados que tratam o tema do significado da arquitectura. As suas pinturas têm sido expostas nos Países Baixos, na Polónia, Irlanda, Dinamarca, Croácia, Inglaterra e Portugal. É membro da Sociedade Aguarela Polonesa. jkrenz.blogspot.com
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Eu gosto de desenhar como um hábito diário, trazendo sempre comigo um caderno na minha bolsa. Desenhar directamente num determinado local transmite um contacto íntimo com esse sítio que a fotografia não permite sentir. Começo com a escolha da cena que, de algum modo, me
apela. E o jogo começa: de interacções instantâneas entre o olho, a mente e a mão, entre o conceito geral de composição e detalhes, entre a luz e a sombra, entre as formas e as texturas. Parece um desafio extra, manter o desenho espontâneo e fresco. Finalmente, umas pinceladas de aguarela
tornam a imagem mais animada. Quando partilhamos o nosso tempo a desenhar com amigos, torna-se um prazer ainda maior e uma experiência inesquecível do lugar e do momento vivido.
1. Festa na Covilhã. Caderno Moleskine aguarela de capa dura. Papel de 200 gr. 13x21 cm. 2. Uma bica na Califa. Caderno Stillman & Birn, de capa dura. Papel de 120 gr. 13,5x21,5 cm. 3. Fábrica Simões. Caderno Stillman & Birn, de capa dura. Papel de 120 gr. 13,5x21,5 cm. 4. Fábrica Simões. Caderno Stillman & Birn, de capa dura. Papel de 120 gr. 13,5x21,5 cm.
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JOANA FIALHO Nasceu em Lisboa em 1979. Está a terminar o Mestrado em Comunicação e Artes na Universidade Nova de Lisboa. Frequenta o segundo ano de Desenho da Sociedade Nacional de Belas Artes. Desde há dois anos para cá desenha todos os dias. urbansketchers-portugal.blogspot.com/search/label/Joana%20Fialho
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Anos e anos de professores de Desenho não conseguiram fazer com que se instituísse em mim uma prática dedicada. Foram precisos quase dez anos afastada dos desenhos para incubar todos os vírus riscadores que me haviam sido inoculados.Comecei por determinar um número fixo de páginas a serem preenchidas todos os dias. Depois comecei a procurar aulas, workshops e a partilha com os urban sketchers para acelerar a recuperação.Os diários organizam-me a pas-
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sagem do tempo, guardam amigos que deixei de ver, guardam memórias tão triviais que seriam para mim impossíveis de reter de outra forma. A relação com o diário gráfico nem sempre é fácil e alegre, mas nunca arranco nenhuma página. Deixo conviver sucessos e falhanços, sucessivamente viro a página e começo de novo. Viro muitas páginas. Gosto da sensação de concentração que o desenho me dá quando corre bem. Os cadernos são um terreno de experimentação
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e de surpresas.Não consegui ainda decidir se ter um diário gráfico faz de mim uma pessoa mais sociável, ou um bicho do mato. Depende dos contextos, se por um lado pode desencadear interacções inesperadas e me transmite uma sensação de pertença ao sítio onde desenho, por outro ainda não consegui ultrapassar o meu receio de desiludir quando arrisco retratos.
1. Auto-retrato. Ecoline e caneta micron 04. Caderno português azul. Papel de 120 gr. 17x22 cm. 2. Olaias. Caneta pincel Pentel e esferográfica bic. Papel de 150 gr. 19x25 cm. 3. Estrada do Calhariz de Benfica. Caneta rollerball e aguarela. Caderno português azul. Papel de 120 gr. 17x22 cm. 4. Vista da Estação de CP. Grafite, esferográfica bic e aguarela. Caderno português azul. Papel de 120 gr. 17x22 cm. 5. Grupo Desportivo do Calhariz de Benfica. Caneta rollerball, aguarela e lápis de cor. Caderno português azul. Papel de 120 gr. 17x22 cm.
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JOÃO CATARINO Lisboa, 1965. Ingressa na Escola Superior de Belas Artes em Lisboa, onde completa a licenciatura em Design de Comunicação. É professor de Desenho e de Design Gráfico no Ar.co. Trabalha em design gráfico e ilustração, tem colaborado com diversos jornais, revistas e canais de televisão. desenhosdodia.blogspot.com
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Comecei a Licenciatura na Esbal, Escola Superior de Belas Artes (hoje FBAUL) no ano em que o Professor Lagoa Henriques se jubilou deixando aos meus amigos do ano anterior o hábito, que se tornou quase um vício, de se desenhar todos os dias onde quer que se estivesse em livros que pareciam miniaturas de livros de atas mas com folhas
lisas. Por influência, contágio e algum deslumbramento perante o que via, fui também eu começando a desenhar em diários gráficos ficando também saudavelmente viciado. No princípio as dimensões do caderno de bolso pareciam um entrave à liberdade expressiva do gesto para, pouco depois, o mundo inteiro parecer caber ali. Desde há cerca de 20
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anos que esse pequeno formato é o espaço onde cabem os momentos de grande intensidade que reservo para parar, olhar em volta, deixar a marca no papel que é também uma marca do tempo.
1. Comboio. Caneta de pincel Pentel. Encadernação Emílio Braga. 17x20 cm. 2. Aivados. Aguarela líquida e caneta de pincel Pentel.Encadernação Emílio Braga. 17x20 cm. 3. Jardim do Mercado. Caneta de pincel Pentel.Encadernação Emílio Braga. 10,5x17 cm. 4. Jardim do Mercado. Aguarela líquida e caneta de pincel Pentel. Encadernação Emílio Braga. 10,5x17 cm. 5. Mercado de Benfica. Aguarela líquida e caneta de pincel Pentel.Encadernação Emílio Braga. 10,5x17 cm.
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JOÃO MORENO Nasceu no Porto em 1969. Curso de Ilustração da École St. Luc, Bruxelas. Licenciatura em Belas-Artes pela ENSAV La Cambre, Bruxelas. joaomoreno-sketchbookstories.blogspot.com
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Desenhar é recolher pedaços do mundo, catalogar, ordenar à minha maneira o que chega aos sentidos. É apurar receitas visuais, saborear paladares de formas e cores, luzes e sombras, mas também cheiros e sons. Desenhar num diário gráfico é ordenar sensações, colar memórias, marcar vestígios de tempos e de espaços. É ter um álbum de memórias portátil, um passatempo visual, um
quebra-cabeças de recordações, fragmentos de pessoas, coisas, pensamentos. Desenhar é registar o momento e testemunhar no papel o que vivemos aqui e agora. É a colheita pessoal do que o universo oferece. Desenhar num diário gráfico é transportar memórias e, sempre que tal fôr oportuno, partilhar recordações. É percorrer
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desafios pessoais, frustrações, momentos íntimos. Desenhar é gerir obsessões, fazer delas uma mais-valia. É desfazer-me de parte de mim, é criar apêndices paginados da imaginação, do pensamento, da visão. É pôr fora o que estava dentro. Desenhar é o silêncio feito forma.
1 e 2. Verão. Grafite e aguarela. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 10,5x 29,5 cm. 3. Antiga Fábrica Simões . Grafite e aguarela. Caderno Moleskine de capa dura. Papel de 180 gr. 13 x 21 cm. 4. Portas de Benfica. Grafite e aguarela. Caderno Moleskine de capa dura. Papel de 180 gr. 13x21 cm. 5. Mercado de Benfica . Grafite e aguarela. Caderno Moleskine de capa dura. Papel de 180 gr. 13x21 cm.
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JOSÉ LOURO Nasci em Lisboa em 1964. Formei-me na Escola Superior de Design (IADE) em Design Industrial. Concluí, em 2005, o mestrado em Desenho na Faculdade Nacional de Belas Artes. Desenvolvo, desde 1990, actividade como docente, formador e designer. E desenho todos os dias. ajaneladealberti.blogspot.com
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Os cadernos fazem parte da minha vida. Resumem – na. Desenho o que me aparece. Desenho muitas vezes nos mesmos sítios e as mesmas coisas. Gosto de desenhos feitos em situações banais – nas caixas de um hipermercado, ao volante,
no meio das aulas. Utilizo poucos materiais: a caneta ao invés da grafite, e a aguarela, que é um meio rápido e versátil. Recorro à memória para acabar algumas das minhas páginas, embora goste de acabar onde começo. Não consigo
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desenhar mais que três horas seguidas. Não consigo ter o caderno limpo do princípio ao fim. Não gosto de desenhar edifícios. Gosto de desenhar sozinho, mas tento desenhar em grupo. Tenho muita inveja de quem desenha muito bem.
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1. Escola. Caneta de feltro. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr. 14x21.6 cm. 2. Aloé. Caneta de feltro. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr. 14x21.6 cm. 3,4 e 5. Fábrica Simões. Caneta de feltro. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr. 14x21.6 cm.
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KETTA LINHARES Em 1982 nasce em Díli, capital de Timor Leste. Com 4 anos vem para Portugal, onde permanece até agora. Embora seja licenciada em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, actualmente constrói cadernos Laloran. Sempre que surgem oportunidades, colabora em projectos humanitários e artísticos. book-sketch.blogspot.com urbansketchers-portugal.blogspot.com/search/label/Ketta
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Desenhar em Diários Gráficos é ultrapassar o preconceito do “não tenho jeito” ou “desenhar é um dom que só alguns possuem”. O caderno transforma-se num laboratório de experiências onde o desenho resulta de uma mistura de histórias únicas
com sentimentos próprios. Existe uma intimidade entre o autor e o Diário Gráfico que não necessita ser descodificada ou compreendida. Basta apreciar o gozo como cada autor transporta para o papel a sua perspectiva sobre o mundo. As narrativas presentes em cada página de um Diário Gráfico
revelam o equilíbrio que existe entre o olhar e o pulso. Apenas isso. A partir daqui, tudo é possível. Nada é feio ou bonito. Nada é certo ou errado.
1. Chapéu de chuva. Tinta da china Sennelier e aguarela. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 10,5x29,5 cm. 2. Serra da Estrela. Caneta Pilot 0.4 mm e tinta Ecoline. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 10,5x29,5 cm. 3. Vista do Bairro de Santa Cruz. Caneta Pilot 0.4 mm e tinta da china Sennelier. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 10,5x29,5 cm. 4. Vista do Parque Silva Porto. Caneta Pilot 0.4 mm e tinta da china Sennelier. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 10,5x29,5 cm. 5. Parque Silva Porto. Caneta Pilot 0.4 mm, tinta da china Sennelier e aguarela. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 10,5x29,5 cm.
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LUÍS ANÇÃ Lisboa, 1955. Licenciatura em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Artista plástico e professor. Exposições regulares desde 1975. Colabora com os Urban Sketchers Portugal desde 2009. luis-anca-desenhos.blogspot.com luisanca.net
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Desenhar é um gosto que vem da minha infância. E o fascínio dos cadernos, também. Tenho sempre por companhia um sketchbook onde vou registando graficamente o quotidiano. Os sítios, as pessoas, as coisas, a paisagem. Em cadernos, os desenhos ficam guardados com algum
sentido cronológico, porque são registos do dia-a-dia, são memórias gráficas, pegadas. Nos cadernos também realizo as mais diversas experiências, tanto do ponto de vista técnico, como plástico. Sem a preocupação de encontrar solução para o que quer que seja.
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O objectivo é apenas desenhar. Por vezes são registos muito rápidos, outras vezes trabalhos mais saturados com sobreposição de materiais ou camadas. Mas acima de tudo é o prazer de desenhar que me move.
1. Solar da Sempre Noiva, Arraiolos. Waterproof drawing pen e aguarela. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 120 gr. 14x14 cm. 2. Fonte Nova. Tinta da china e aguarela. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 120 gr. 16x15 cm. 3. Califa. Tinta da china e aguarela. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 120 gr. 16x15 cm 4. Califa. Tinta da china e aguarela. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 120 gr. 16x15 cm.
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MANUELA ROLÃO Nasceu em Lisboa em 1965 e vive no Seixal desde 1988.Estudou Pintura na FBAUL entre 1983 e 1987 e entre 1999 e 2002, ano em que concluiu a licenciatura. É professora de Educação Visual e Tecnológica desde 1986. Participou no II Simpósio Internacional de Urban Sketching em 2011 e em vários workshops sobre diários gráficos desde 2009. Participa regularmente em encontros de Urban Sketchers em Portugal. urbansketchers-portugal.blogspot.com/search/label/Manuela%20Rolão
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Em 2009, participei em workshops sobre diários gráficos. Num deles, ouvi falar de um encontro para desenhar a Rua Augusta e isso já não me saiu da cabeça. Depois dessa experiência invulgar com os urban sketchers de Portugal, comecei a levar o meu caderno a concertos a que assistia
para acompanhar uma das minhas filhas, estudante de mús i ca. E m nov os encont r os de ur ba n sket cher s e, recentemente, no segundo simpósio internacional, senti o espírito colectivo que preside ao acto de desenhar. Acaba por ser um exercício de cidadania (e não um acto solitário)
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que nos aproxima como artistas, é certo, mas também como elementos de uma comunidade. Hoje, trago sempre o meu caderno e nele faço experiências gráficas, em viagem ou nas rotinas diárias. Umas correm bem, outras não!
1. Varanda. Caneta e aguarela. Caderno Hand Book de capa dura. Papel de 180 gr.13,8x21 cm. 2. 758. Caneta e aguarela. Caderno Winsor & Newton de capa dura. Papel de 110 gr. 10,5x14,8 cm. 3. Fábrica Simões. Caneta e aguarela. Caderno Winsor & Newton de capa dura. Papel de 110 gr. 10,5x14,8 cm. 4. Mercado. Caneta, aguarela, lápis de grafite, caneta de feltro. Caderno Winsor & Newton de capa dura. Papel de 110 gr. 10,5x4,8 cm.
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MÁRIO LINHARES 1980. Nasceu em Oeiras, vive em Sintra e trabalha em Lisboa. Estudou na António Arroio. Bacharel em Design Paisagístico, licenciado em Design de Equipamento pela FBAUL e mestre em Ensino das Artes Visuais. Desenha, projecta e idealiza projectos artísticos e humanitários. Coordena o blog colectivo Urban Sketchers Portugal. hakunamatatayeto.blogspot.com urbansketchers-portugal.blogspot.com/search/label/Mário%20Linhares
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Chegar a um local, observar com atenção tudo o que é novidade, selecionar a informação a desenhar e colocá-la na dupla página do caderno. Se isto acontecer durante as férias, o tempo eterniza-se pela página em branco e as horas e os dias passam de forma intensa e preenchida. Se acontecer
fora das férias, o tempo eterniza-se pela página em branco e as horas e os dias passam de forma intensa e preenchida. Há forma melhor de viver o dia-a-dia? Bem sentado e confortável, seja na esplanada ou no comboio, pegar na caneta e preencher aquele pedaço de tempo com umas linhas
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desenhadas. Tão simples e descomprometido. Tão eficaz e produtivo. Tão rico e inútil. É o que significa, para mim, ter um diário gráfico.
1. Brompton. Caneta Pilot Parallel Pen 1.5 mm e aguarelas Sakura. Caderno Hand Book de capa dura. 13,5x21 cm. 2. Catedral de Clermont Ferrand. Caneta Pilot Parallel Pen 1.5 mm e aguarelas Sakura. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x20,5 cm. 3. Rua da Quinta do Charquinho. Caneta Pilot G-Tec-C4 e aguarelas Sakura. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x20,5 cm. 4. Cemitério de Benfica. Caneta Pilot G-Tec-C4 e aguarelas Sakura. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 15x21 cm. 5. Benfica. Caneta Pilot G-Tec-C4 e aguarelas Sakura. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x20,5 cm. 6. Rua Ernesto da Silva. Caneta Pilot Parallel Pen 1.5 mm e aguarelas Sakura. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x20,5 cm.
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MARTA TEIVES Nasceu em Lisboa em 1977. Frequentou a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Trabalhou durante vários anos em animação para cinema e televisão mas desde 2005 até ao presente que trabalha principalmente como ilustradora freelancer. teives.com
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Acima de tudo, os diários gráficos proporcionam-me um momento de pausa, são um escape ao frenesim quotidiano. Posso parar, olhar e desenhar. As esperas intermináveis e
entediantes -- pelo autocarro, pelo médico, pelo funcionário das finanças -- tornam-se toleráveis e fico frustrada quando a minha vez chega antes de poder terminar o desenho.
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Gosto de desenhar pessoas; quando começo a desenhar edifícios farto-me se, ao fim de duas ou três janelas, nenhuma delas é indiscreta.
1. Amtrak NYC -Washington D.C. Canetas uni-ball eye micro. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x20,5 cm. 2. Elephant Nature Park, Chiang Mai. Caneta Pentel Brush. Caderno Moleskine de capa vermelha dura. Papel de 160 gr. 13x21 cm. 3. Avenida Gomes Pereira. Canetas uni-ball eye micro, caneta Prismacolor Premier 0.5 e aguarelas Van Gogh. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x20,5 cm. 4. Bairro da Boavista. Canetas uni-ball eye micro e aguarelas Winsor & Newton. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x20,5 cm. 5. Pastelaria Nilo. Caneta uni-ball eye micro e aguarelas Van Gogh. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x20,5 cm. 6. Estrada de Benfica (Igreja). Caneta uni-ball eye micro, caneta Pelikan Signal e aguarelas Van Gogh. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 14,5x 20,5 cm.
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MÓNICA CID (Lisboa, 1973), licenciada em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, Portugal e mestre em Belas Artes pela University of Newcastle Upon Tyne, Inglaterra. monicacidcadernos.blogspot.com
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O caderno, bem como várias canetas, pincéis, caixa de aguarelas e outros passeiam comigo diariamente numa malinha que funciona como um atelier portátil. Assim, onde
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quer que esteja, vou fazendo registos gráficos diários do que me interessa, podem ser observações directas ou estudos para projectos que estou a desenvolver.
1. Caneta preta e aguarela. Caderno Derwent de capa dura. Papel de 170 gr. 16x21,8 cm. 2. Cemitério de Benfica. Caneta preta e aguarela. Caderno Derwent de capa dura. Papel de 170 gr. 16x21,8 cm. 3. Caneta preta e aguarela. Caderno Derwent de capa dura. Papel de 170 gr. 16x21,8 cm. 4. Rua das Pedralvas. Caneta preta e aguarela. Caderno Derwent de capa dura. Papel de 170 gr. 16x21,8 cm. 5. Fábrica Simões. Caneta preta e aguarela. Caderno Derwent de capa dura. Papel de 170 gr. 16x21,8 cm.
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PATRÍCIA FURTADO Nascida em Lisboa em 1977, licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, trabalha em regime de freelance nas áreas nas áreas de webdesign e design gráfico. De há dois anos para cá, dedica-se de modo quase exclusivo à ilustração editorial e infantil. patriciafurtado.net
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Se, desde muito pequena, a minha necessidade de rabiscar foi uma constante, a minha relação com os diários gráficos a o lo n g o d a vi d a f oi a n t e s um po uco i ntermi tente: Quantos bonecos não ficaram perdidos em envelopes usados e toalhas de restaurantes? Mas muitas alturas houve
em que trazia sempre um caderno comigo e ainda os tenho todos guardados. Nunca os vi como algo a partilhar - são antes um armazém caótico de notas escritas, esboços, bonecos descomprometidos que aterram nas páginas
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vindos da observação ou da imaginação. Reflectem a minha personalidade desorganizada e pouco rotineira, mas são precisamente o sítio onde deixo de lado uma característica que me persegue: o perfeccionismo.
1. Odeceixe. Caneta Pentel Brush Pen, cores digitais. Caderno Aguarela Moleskine. Papel de 200 gr. 20x13 cm. 2. Centro Comercial Fonte Nova. Caneta Pentel Brush Pen, cores digitais. Caderno Aguarela Moleskine. Papel de 200 gr. 20x13 cm. 3. Antiga Fábrica Simões. Caneta Pentel Brush Pen, cores digitais. Caderno Aguarela Moleskine. Papel de 200 gr. 20x13 cm. 4. Califa. Caneta Pentel Brush Pen em caderno, cores digitais. Caderno Aguarela Moleskine. Papel de 200 gr. 20x13 cm.
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PAULA XAVIER Nasceu em Viseu em 1966. Estudou na Escola artística António Arroio (Equipamento e Interiores. Cerâmica). Licenciatura em Design de Equipamento pela FBAUL. Professora do Ensino Secundário e 3º Ciclo no C.A.D. (Cascais). Ilustradora. Membro da Associação AdGentes (ONGD). urbansketchers.blogspot.com/search/label/Ana%20Paula%20Xavier
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Nos pequenos cadernos transportáveis acontecem coisas todos os dias ... pequenos sobressaltos, escolhas sucessivas, descobertas, fragmentos, interrogações, invenções, destruições,
tudo o que afinal está implícito na criatividade artística... encontros permanentes de grande simplicidade na relação com os outros...
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Porque “com a visão o infinito é-nos dado de uma só vez; a riqueza é a sua descrição.”(Gattegno)
1. Biscaia Cascais. Caneta preta Pilot 0.4mm, canetas Pentel Color Brush, caneta pincel Pentel tinta da china. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 28,5x20,5 cm. 2. FNAC Cascais. Caneta preta Pilot 0.4mm, caneta Tombo. Caderno Moleskine de capa dura. Papel de 120 gr. 28,5x20,5 cm. 3. Jardim – Escola Superior de Educação. Caneta branca Pilot Choose 0.7mm, tinta Sennelier dourada, tinta Vallejo vermelha. Caderno Laloran de capa dura. Papel preto de 180 gr. 25,5x9,5 cm. 4. Escola Superior de Educação. Ecolines, canetas Tombo, caneta pincel Pentel tinta-da-china, caneta preta Pilot 0.4mm, caneta branca Pilot Choose 0.7mm. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 120 gr. 31x14,5 cm. 5. Junta de Freguesia de Benfica. Ecolines, caneta branca Pilot Choose 0.7mm, marcador preto uni Posca. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 19,5x14 cm. 6. Rua Mestre Lima de Freitas. Ecolines, caneta pincel Pentel, tinta da china, caneta preta Pilot 0.4mm. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 19,5x14,5 cm. 7. Fábrica Simões. Ecolines, caneta pincel Pentel, tinta da china, pedaço de renda. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 19,5x14 cm.
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PEDRO CABRAL Nasci (1954), vivo e trabalho em Lisboa. Licenciei-me em Arquitectura (1978) na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, ESBAL. Sou casado e tenho dois filhos. Desenho, faço vela e viagens a pé. bonecosdebolso1.blogspot.com
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Fazer um boneco obriga-me a escolher um motivo, optar por um ponto de vista e destinar um tempo para o assunto. Quase todos os meus “bonecos de bolso” são, de facto, de bolso. Quer isto dizer que são feitos em pequenos cadernos – diários gráficos – e com materiais bastante
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portáteis. Especialmente quando usado em viagem o diário gráfico aproxima-me de tantos artistas maiores ou menores que, em pequenos apontamentos foram, ao longo dos séculos, registando memórias e sensibilidades. Os diários gráficos vão-se acumulando. É uma colecção
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que me apaixona. Tanto ou mais do que “desenhar” entusiasma-me o “ter desenhado”. Poder abrir os cadernos mais ou menos antigos e regressar ao momento e ao local do desenho. Por vezes a locais que já não existem…
1. Estrada de Benfica - Igreja. Esferográfica Parker. Caderno Winsor & Newton de capa em pele. Papel de 120 gr. 10,5x15 cm. 2. Loja Fernando Gonçalves - R. Cláudio Nunes. Caneta Pilot e aguarelas Winsor & Newton. Caderno Clairefontaine com argolas. Papel de 125 gr. 21x29,7 cm. 3. R. dos Arneiros. Esferográfica Parker e aguarelas Winsor & Newton. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 13,5x13,5 cm. 4. Villas Ana e Ventura, Estrada de Benfica. Esferográfica Parker e aguarelas Winsor & Newton. Caderno Laloran de capa dura. Papel de 180 gr. 13,5x13,5 cm. 5. Trav. Cruz da Era. Esferográfica Parker e aguarelas Winsor & Newton. Caderno Hand Book. Papel de 125 gr. 21x13 cm.
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PEDRO LOUREIRO Nasce em Lagos em 1980 e reside em Lisboa desde 1998. Licenciado em arquitectura pelo ISCTE, onde aprende a levar o caderno de folhas brancas para todo o lado. Trabalha em arquitectura, onde raramente se desenha à mão. Para além de desenhar, gosta de viajar, cozinhar e observar. urbansketchers-portugal.blogspot.com/search/label/Pedro%20Loureiro
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Até começar a trazer comigo o diário gráfico, os desenhos compulsivos eram quase sempre remetidos para as margens dos cadernos das disciplinas mais aborrecidas da escola. Mais tarde, no curso, a professora de desenho desafiou-nos a andar sempre acompanhados de um caderno de folhas
brancas e desenhar todos os dias, porque seríamos avaliados por ele. Desde essa altura, passaram mais dias que desenhos. Contento-me em desenhar quando apetece, que não é sempre. Criei algumas zonas de conforto nas quais tenho mais à vontade. O convívio com outros desenhadores
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coloca-me fora dessas zonas, e é quando mais aprendo e mais evoluo. Nunca cheguei a ser avaliado pelo caderno.
1. Baixa. Caneta de feltro e aguarela. Caderno Laloran. Papel de 180 gr. 10x10 cm. 2. Lagos. Grafite e aguarela. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr. 14x21,6 cm. 3. Fábrica Simões. Caneta Lamy Safari com tinta Noodler’s Bulletproof black, e aguarela. Caderno Laloran. Papel de 180 gr. 15x21 cm. 4. Quinta da Granja. Caneta Lamy Safari com tinta Noodler’s Bulletproof black, e aguarela. Caderno Laloran. Papel de 180 gr. 15x21 cm. 5. Quinta da Granja. Caneta Lamy Safari e pincel chinês com tinta Noodler’s Bulletproof black. Caderno Laloran. Papel de 180 gr. 15x21 cm. 6. Bairro do Charquinho. Caneta Lamy Safari com tinta Noodler’s Bulletproof black e aguarela. Caderno Laloran. Papel de 180 gr. 15x21 cm.
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RICARDO CABRAL Lisboa, 1979. Licenciado em Pintura pela faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, em 2005. Publicou o livro de bd “Evereste” em 2007, em 2009 publica”Israel Sketchbook” e em 2010 o livro “NewBorn- 10 dias no Kosovo”. Em 2011 ilustra o livro infantil “Portugal para miúdos” com texto de José Jorge Letria para a editora Texto, vê uma das suas ilustrações ser escolhida para capa de um caderno Moleskine e publica “Pontas Soltas”. Trabalha como ilustrador freelancer. ricardopereiracabral.blogspot.com
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Sempre foi nos cadernos (diários gráficos) que os meus desenhos, as experiências com tintas ou colagens têm sido mais interessantes.
1. Mini, Praça Santos Andrea. Grafite. Caderno Moleskine. 9x14 cm. 2. Café, Praça Santos Andrea. Grafite. Caderno Moleskine. 9x14 cm. 3. Fábrica Simões. Grafite. Caderno Moleskine. 9x14 cm. 4. Fábrica Simões. Grafite e cor digital. Caderno Moleskine. 9x14 cm. 5. Rua Mestre Lima de Freitas. Grafite e cor digital. Caderno Moleskine. 9x14 cm.
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ROSÁRIO FÉLIX Nasci em 1950. Vivo em Lisboa. Tenho a licenciatura em Artes Plásticas pela FBAUL. Fui Professora de Artes no Ensino Secundário. dequemeservemosolhos.blogspot.com
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Houve uma altura da minha vida em que, por vários motivos, desenhava muito. Quando ainda estudante, saíamos em grupo para desenhar fora da escola, de preferência para locais onde encontrávamos pessoas no seu trabalho! Foi com o diário gráfico que comecei de novo a desenhar!
O diário gráfico e o blog assumiram um importante papel para conferir regularidade ao meu trabalho, de interpretar a realidade que me rodeia. Gosto de fazer os meus registos calmamente e até um pouco recatada. Desenho aquilo que gosto. Utilizo quase sempre
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caneta e aguarela. E, acima de tudo, para além de me entusiasmar em ver outros cadernos e outras experiências, tenho um grande prazer em desenhar e mostrar o que faço!
1. Um jantar chinês. Caneta e aguarela. Caderno Canson. Papel de 150 gr. 10x16 cm. 2. Buraca. Caneta e aguarela. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr . 14x21,6 cm. 3. Estrada da Buraca. Caneta e aguarela. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr . 14x21,6 cm. 4. Rua da Buraca. Caneta e aguarela. Caderno Stillman & Birn. Papel de 150 gr. 14x21,6 cm.
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VICENTE SARDINHA Vicente Sardinha, 48 anos, casado, dois filhos. Professor de Geometria Descritiva na Escola Secundária Públia Hortênsia de Castro em Vila Viçosa, onde vive. Colaborador regular do Urban Sketchers Portugal. urbansketchers-portugal.blogspot.com/search/label/Vicente
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Desenho desde que me lembro. O meu interesse pelo desenho começou na Banda Desenhada. Os meus primeiros Diários Gráficos eram blocos de apontamentos das histórias que um dia iria desenhar, pesquisas para aplicações futuras. As pessoas que desenhava
nos cafés, na rua, eram personagens; estudos para sagas galácticas, épicos históricos. O tempo foi passando mas os cadernos de desenho foram ficando, acompanhando a vida, o emprego, o nascimento dos filhos. Durante uns anos andaram assim, mais ou menos
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adormecidos. A Internet e o Urban Sketchers acordaram o bicho, que se instalou definitivamente no meu dia a dia, invadindo tudo. Hoje sou um escravo dos meus diários gráficos, trabalhando para eles sem férias nem feriados.
1. Vila Viçosa. Caneta uni-ball micro 1.5 e aguarela. Caderno de argolas Canson XL recycled. Papel de 160 gr. 21x29,7 cm. 2. Estrada da Buraca. Caneta uni-ball micro 1.5 e aguarela. Caderno de argolas Canson XL recycled. Papel de 160 gr. 21x29,7 cm. 3. Chafariz da Buraca. Caneta uni-ball micro 1.5 e aguarela. Caderno de argolas Canson XL recycled. Papel de 160 gr. 21x29,7 cm. 4. Caneta uni-ball micro 1.5 e aguarela. Caderno de argolas Canson XL recycled. Papel de 160 gr. 21x29,7 cm.
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CRÉDITOS Coordenação: Marta Teives, Mário Linhares Produção Executiva: Sandro D. Araújo Retratos: Marta Teives Desenho de Capa: Claudio Patanè Design gráfico: Nuno Henriques Tiragem: 300 exemplares ISBN: xxxxxx Depósito Legal: xxxxxx Impressão e acabamento: Pimenta - Indústria Gráfica, Ldª
Exposição temporária: Dezembro de 2011 - Janeiro de 2012 Espaço POST (antiga Fábrica Simões) Direitos de imagem para esta edição gentilmente cedidos pelos autores. urbansketchers-portugal.blogspot.com
POST - Cooperativa de Ação e Intervenção Cultural CRL Av. Gomes Pereira, 11 A10 1500-328 Lisboa info@postcoop.org postcoop.org