Revista Arquitetura e Aço - 27

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& ARQUITETURA AÇO

ARQUITETURA AÇO

9 7 7 1 6 7 8 1 1 2 0 9 8 27

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 27 setembro de 2011

Soluções rápidas


@grupodanica

Produção Contínua de Norte a Sul do Brasil

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ARQUITETURA&AÇO

PUR/PIR

Redução nos custos de seguros.


Em construções temporárias, e muitas vezes emergenciais, o menor tempo de execução da obra com a consequente antecipação da entrega para o usuário da edificação são fatores fundamentais. Neste sentido, os sistemas industrializados em aço têm se mostrado imbatíveis enquanto solução técnica. Como é característico de qualquer construção em aço, os elementos componentes da estrutura são executados em fábricas e apenas montados no canteiro de obras. Este aspecto é o principal aliado na rapidez da execução. Para esta edição de Arquitetura & Aço, selecionamos obras com características diversificadas, algumas de curta duração e outras sem prazo definido, e ainda soluções que são montadas diversas vezes em diferentes locais. Em comum, o curtíssimo prazo de execução. Mostramos o aproveitamento criativo dos contêineres de aço, no Brasil e na Container City, criada em Londres a partir de 2001. Trazemos, também de Londres, as propostas de grandes mestres da atualidade, com vigor e muita criatividade, para os pavilhões temporários de verão da Serpentine Gallery: arquitetura em aço por Oscar Niemeyer, Jean Nouvel e Zaha Hadid. Soluções diversas para as mais variadas necessidades, como as tensoestruturas presentes no Morro da Urca, no Rio de Janeiro, e nas tendas da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP); ou o inovador projeto de Postos Comunitários de Segurança (PCS), do arquiteto brasileiro Sérgio Parada para a capital federal, e, ainda, um elegante bar de linhas insólitas, estruturado em steel framing e revestido com aço inox, projetado pelo escritório BCMF Arquitetos para a Casa Cor Minas Gerais 2010, em Belo Horizonte. Para atender à crescente demanda nos aeroportos brasileiros, os denominados “módulos operacionais” permitem a ampliação rápida das alas de embarque e desembarque, além de oferecerem conforto e segurança aos passageiros em trânsito, enquanto as soluções definitivas estão em projeto ou em execução. O aço também foi um grande aliado durante a turnê mundial da banda irlandesa U2, quando os shows tiveram dia e hora para começar. A partir da criação do arquiteto Mark Fisher, os músicos contaram com um palco inédito, que possibilitou à plateia uma visão geral do show. Por fim, outro exemplo que ilustra as vantagens do sistema pré-fabricado em aço é o canteiro de obras da construtora Andrade Gutierrez na Argélia. Montado em

Container City

apenas dois meses, serve de abrigo e apoio aos funcionários envolvidos na obra. Boa leitura!

ARQUITETURA&AÇO

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Silvia Scalzo

Arquitetura & Aço nº 27 setembro 2011

Foto da capa: Bar da Casa Cor – Minas Gerais

sumário 04.

10.

14.

16.

20.

24.

28.

32.


ENDEREÇOS

34

04. Contêineres servem como soluções criativas para moradia e comércio, entre as quais a loja Decameron, em São Paulo, dos arquitetos Marcio Kogan e Mariana Simas. 10. Soluções arrojadas com o uso de estruturas tensionadas no Morro da Urca, Rio de Janeiro, e nas tendas utilizadas como cobertura da FLIP, em Paraty.14. Arquiteto Sérgio Parada cria Postos Comunitários de Segurança na capital federal, a partir de módulos pré-fabricados. 16. Bar da Casa Cor Minas Gerais 2010 exibe partido elegante, construído em steel framing. 20. Módulos operacionais em aço atendem à necessidade emergencial dos aeroportos brasileiros. 24. Turnê mundial da banda U2 apresenta palco executado com estrutura em aço que possibilitou visão 360º. 28. Em Londres, os pavilhões da Serpentine Gallery aliam aço e criatividade. 32. Módulos pré-fabricados compõem as instalações de canteiro de obras na Argélia.


Criatividade

Studio MK27

ecoeficiente

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ARQUITETURA&AÇO


Extrapolando o uso de transporte de produtos, contêineres deixam os portos para assumirem novas tipologias

Decameron Design, instalada em São Paulo. Loja colorida, alegre, arejada e eco-friendly

ARQUITETURA&AÇO

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Studio MK27

Acima, a proposta do Studio MK27 foi criar um pé-direto duplo numa das áreas da loja. Os contêineres no formato de túnel permitem um passeio pelos itens da loja e depois um descanso no jardim dos fundos. Ao lado, uma das lojas da franquia Container Ecology Store, que também segue a proposta ambiental de reutilização das grandes caixas metálicas. Abaixo, a American Oil, no Sul do país, investiu no seu próprio projeto ao utilizar o contêiner como escritório para rede de postos de gasolina

Casas confortáveis e cheias de estilo, prédios e escritórios

Kogan e Mariana Simas, do Studio MK27.

esbanjando charme são apenas alguns dos usos criativos dos contêineres. As grandes caixas que transportam produtos para o mundo

A obra foi implantada em um terreno de 540 m2, com área construída de 240 m2.

inteiro por via marítima são nobres e duráveis, fabricadas com cha-

Para a montagem do estabeleci-

pas de aço de maior resistência à corrosão para resistir à maresia.

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mento, foram necessários seis volumes

Algumas das vantagens desta nova tendência de reutilização

que, soldados, formaram uma espé-

é o baixo custo, tempo de obra reduzido, além do grande benefício

cie de túnel com pé-direito duplo, que

ambiental, visto que toneladas de aço são reutilizadas sem neces-

dá acesso a um jardim, nos fundos. A

sidade do reprocessamento do material. Outra característica notá-

aplicação na parte interna de manta

vel é a facilidade de montagem e desmontagem, como se fossem

de lã de rocha, também revestida por

“peças de Lego gigantes”.

chapas de MDF, garante o isolamento

Utilizados como abrigos temporários por países que passaram

termoacústico. Recursos arquitetôni-

por guerras ou desastres naturais, a arte de reinventar essa estru-

cos naturais adotados, tais como o uso

tura fez adeptos no Brasil.

da ventilação cruzada, facilitam ainda

A Decameron Design, instalada em um dos maiores polos de

mais o controle térmico. A loja também

decoração de São Paulo, a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, tam-

chama a atenção pelas cores vibrantes

bém apostou no conceito a partir da proposta dos arquitetos Marcio

e iluminação natural na entrada.

ARQUITETURA&AÇO


Divulgação

Butique verde Outro empreendimento que também chama a atenção pelo uso das caixas de aço é a Container Ecology Store, criada pelo empresário André Krai, que dirige uma franquia de lojas desenvolvidas com o uso desses volumes. A ideia veio de uma viagem a Cingapura, onde viu uma ação de marketing realizada numa grande caixa metálica. Ao chegar ao Brasil, descobriu que poderia concretizar sua proposta a partir da reutilização de contêineres e decidiu investir nesta ideia para estruturar sua empresa. Assim como em qualquer obra, o uso do contêiner para moradia ou fins comerciais requer instalações complementares, como elétrica e hidráulica, bem como proteção térmica e acústica. No caso da proteção térmica, esta é feita por meio de mantas isotérmicas que bloqueiam a passagem do calor. O conceito de sustentabilidade é ainda estendido a outros materiais. Na área interna da Ecology Store, por exemplo, além do reaproveitamento de contêineres com mais de 20 anos de uso, também é possível encontrar araras montadas com corrimãos de ônibus. “A partir de 2012, todos os projetos contarão com captação e utilização de energia solar”, conclui o empresário.

Divulgação

Edificação de apoio A American Oil, fornecedora de combustíveis do Sul do país, contratou o arquiteto Bruno Faria para realizar a proposta de usar contêineres como edificação de apoio às bombas instaladas na pista. A unidade comprada no porto de Santa Catarina possui 2,8 m de altura, 2,4 m de largura e 12 m de comprimento. Segundo o arquiteto, após adaptado, abriga um escritório para duas pessoas, dois lavabos e um depósito de produtos comercializados no posto. Antes de chegar ao local, além de receber proteção termoacústica e acabamentos internos, e ainda instalações elétricas e hidráulicas, as caixas foram encaminhadas para uma empresa especializada em esquadrias. Patenteado, o projeto deve agora se estender a outras cidades daquela região. ARQUITETURA&AÇO

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Container City: cidade sustentável Em Londres, na Inglaterra, o contêiner é usado nos mais diversos tipos de projetos, desde salas de aula, empresas, prédios residenciais e aconchegantes chalés. A Container City, idealizada por Eric Reynolds, da Urban Space Management, é um exemplo. Iniciou em 2001, com apenas um prédio formado por 12 conjuntos, montados em apenas cinco meses. A ideia agradou e, em 2003, foi instalado outro andar com mais três apartamentos. Hoje, o local virou uma cidade multicolorida, ecológica e barata no Trinity Buoy Wharf, em Docklands, região portuária e industrializada de Londres, onde os contêineres são encontrados com facilidade. (A.M.) M

Fotos Container City

Container City em Londres: cidade completa com edificações projetadas a partir de contêineres. Ao lado, instituições de ensino. Abaixo, utilização em residências e em comércio

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ARQUITETURA&AÇO


RINO COM

Tudo em aço para construir a conexão do Brasil com o futuro.

Soluções em aço para construção civil. Do projeto ao acabamento. Como se constrói um novo país? O país da próxima Copa e das Olimpíadas de 2016. Do investimento em infraestrutura. Da responsabilidade social e ambiental. Esse novo Brasil se constrói com a realização dos projetos da sua vida e com aço produzido no Brasil. Por isso, a ArcelorMittal coloca à disposição toda a sua linha de produtos e serviços, que abrange aços longos, planos, inoxidáveis e coberturas. São mais de 100 itens próprios, incluindo soluções sob medida para obras de todos os portes. É mais produtividade e economia com menos desperdício. É aço seguro e sustentável.

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COBERTURA

LONGOS

PLANOS

0800 015 1221 ARQUITETURA&AÇO

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Divulgação

Além

de esteticamente arrojadas , revelam - se uma

boa solução para obras rápidas ou temporárias

Tensoestruturas Sua origem remonta às tradicionais tendas beduínas,

aço, ou malhas de cabos. Ao con-

mas seu desenvolvimento se deve principalmente aos estu-

trário de outras coberturas, devido

dos de Frei Otto, realizados no Instituto de Estruturas Leves da

à espessura delgada da membrana,

Universidade de Stuttgart, em 1964, e baseado na observação de

não suportam flexão ou compressão,

superfícies naturais mínimas. Este tipo de estrutura é adotada,

sendo que sua estabilidade formal

em geral, como cobertura e pode ser classificada em três tipos:

é obtida pelo tensionamento dos

estruturas tensionadas de membrana, estruturas tensionadas de

cabos, submetendo toda a superfície

malha e estruturas pneumáticas, sustentadas pela pressão de ar.

da membrana à tração. A resistência

As duas primeiras são compostas por três elementos: as

da superfície pode variar conforme

membranas de cobertura, as estruturas metálicas e cabos de 10 ARQUITETURA&AÇO

a sua forma.


Além disso, era necessária uma solução de caráter temporário e desMorro da Urca > Projeto

arquitetônico: Nelson Buiano Fiedler (Fiedler Design e Engenharia)

> Área > Aço

construída: 750 m²

empregado: ASTM A36

> Volume

do aço: 107 t.

> Projeto

estrutural: Ruy Marcelo Pauletti e Daniel M. Guirardi

> Fornecimento

da estrutura metálica: Fiedler Engenharia

> Execução

da obra: Fiedler Engenharia

> Local: > Data

Rio de Janeiro, RJ

do projeto: 2004

> Conclusão

da obra: 2007

montável. Do ponto de vista arquitetônico, as tensoestruturas foram as mais apropriadas”, afirma. Após diversos anteprojetos, a proposta desenvolvida e executada pela Fiedler Design e Engenharia conseguiu se integrar perfeitamente às formas orgânicas da paisagem. Do ponto de vista técnico, o desafio era projetar uma cobertura capaz de suportar as cargas de ventos de 240 km/h. “Para tanto, foi preciso perfurar 15 m na rocha e cravar barras de aço, com injeção de cimento, para suportar a força dos ventos”, complementa Scofano.

Montagem Segundo Nelson Fiedler, o canteiro de obras não era suficiente para comportar uma grande quantidade de insumos. A alternativa foi distribuir as peças conforme o local de instalação para facilitar a montagem dos módulos que compunham os arcos. Além dos arcos sinuosos principais, foram utilizados três arcos transversais de sustentação, também em estrutura metálica. “A estrutura foi dividida em 47 peças com peso aproximado de 2,5 t.

Morro da Urca, Rio de Janeiro

cada, e transportadas até o Morro da Urca por meio dos bondinhos, sempre no período noturno para não interferir nas atividades diá-

Muito utilizadas na Europa, Ásia e nos

rias”, afirma Fiedler.

Estados Unidos, as tensoestruturas vêm

A cobertura é composta por membrana de Policloreto de Vinilo

ganhando espaço no Brasil, em proje-

(PVC) com acabamento de superfície de Polivinilideno de Fluoreto

tos de grande porte e em diferentes

(PVDF), semelhante ao teflon, um material com maior durabilidade

localidades. O Morro da Urca, no Rio

e de fácil manutenção, pois dificulta a aderência de partículas.

de Janeiro, é um exemplo. Em 45 dias

A estrutura, inaugurada em setembro de 2007, já abrigou diver-

a cobertura tensionada foi instalada na

sos eventos da CCAPA. Sua manutenção é feita a cada seis meses,

área do restaurante do Complexo do Pão

com vistoria das peças, limpeza e eventual reparo, se necessário.

de Açúcar (Espaço Baía de Guanabara). Marluce Balbino

Segundo Diego Scofano, gerente técnico da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar (CCAPA), como se trata de área tombada foi necessária a aprovação pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Uma das exigências do Instituto era a diminuição da visibilidade da estrutura, localizada à beira da baía, e ainda que esta não poderia configurar uma construção permanente. “Foi preciso criar um recuo para não afetar a paisagem do morro.

As tensoestruturas conseguiram se integrar perfeitamente à paisagem orgânica do Rio de Janeiro. Nesta foto, vista noturna do Morro da Urca: a cobertura é capaz de suportar cargas de ventos de 240 km/h ARQUITETURA&AÇO

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Fotos Nelson Kon

Acima, tenda dos autores com estrutura em aço. Auditório para quase 1.000 pessoas, cabines de tradução, palco, acesso independente dos autores etc. Abaixo, tenda com foyer de acesso ao evento. À direita, tenda de cobertura dos telões, na margem do Rio Perequê-Açu

festa literáriA de paraty > Projeto

arquitetônico: Mauro Munhoz Arquitetura

> Área > Aço

construída: 4.920 m²

empregado: SAE 1020

> Volume

do aço: 35 t.

> Projeto

estrutural: Feeling Structures

> Fornecimento

da estrutura metálica: Feeling Structures

> Execução

da obra e gerenciamento: Feeling Structures e Extratech Engenharia

> Local: > Data

Paraty, RJ

do projeto: junho de 2011

> Conclusão

12 ARQUITETURA&AÇO

da obra: julho de 2011


Festa Literária de Paraty, Rio de Janeiro Criada pela Associação Casa Azul, da

dicional tenda de cobertura dos telões para a margem esquerda do

qual o arquiteto Mauro Munhoz faz

Rio Perequê-Açu, de frente para o centro histórico. “Na parte antiga

parte, a Festa Literária Internacional

de Paraty ficou apenas a Flipinha e a Flipzona”, diz.

de Paraty (FLIP) tem ajudado a trans-

Desenhadas pelo arquiteto e executadas pela Feeling Structu-

formar a cidade, sobretudo os locais

res, todas as tendas são compostas por estrutura metálica auto-

tombados pelo Instituto do Patrimônio

portante e fechamento em lona. Com 1.727 m2, a tenda dos autores,

Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

que unia arcos de três direções, recebeu cobertura em tecido de

A meta, desde o princípio, foi pro-

poliéster revestido com Policloreto de Vinilo (PVC) extinguível e

mover a Revitalização Urbana dos

antifungo. Menores, as tendas institucional, do telão e da Flipinha

Espaços Públicos da Borda d'Água de

foram projetadas com arquitetura em duas águas, a partir do uso

Paraty. Segundo Cristiana Rodrigues,

de perfis em aço e cobertura do mesmo tipo. A arquiteta destaca

coordenadora-geral de arquitetura e

que, ao todo, foram necessários apenas 20 dias para a montagem

urbanismo da Casa Azul, o objetivo foi

de todas as tendas, que conseguiram transformar as margens do

alcançado com a transferência da tra-

rio em um grande passeio público. (N. F.) M

ARQUITETURA&AÇO

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Como mobiliário urbano

Fotos Haruo Mikami / Rodrigo Biavati

Criados a partir de módulos pré-fabricados, Postos Comunitários de S egurança se tornam marcos visuais no D istrito F ederal

O projeto dos Postos Comunitários de Segurança (PCS) do

críticas, vindas da corporação, exi-

Distrito Federal foi concebido, em 2007, pela equipe do escritório

giam”, diz Parada. Ele explica que a soli-

Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados. Ao todo, 121 unida-

citação do Comando da Policia Militar

des foram distribuídas entre Brasília e as cidades-satélite. Para o

era a concepção de três elementos

autor do projeto, a intenção foi criar um mobiliário urbano leve

modulados: um básico, um segundo

e versátil, que pudesse ser entregue pronto e com possibilidade

para a torre de observação e o terceiro

de realocação.

de ligação.

“Era necessário construir um abrigo para integrar as forças

Os módulos foram fabricados por

públicas com a comunidade, permitindo uma relação mais pró-

meio de processo industrial, com

xima, e não um bunker, uma estrutura fortificada, como algumas

estrutura em aço, enquanto para o

14 ARQUITETURA&AÇO


Acima, processo industrial garante a montagem dos módulos. Totalmente estruturadas em perfis de aço, as peças têm fechamento em fibra de vidro e EPS, e piso em chapa corrugada

chapas corrugadas, o modelo flutuante foi escolhido por facilitar a > Projeto

arquitetônico: Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados: Sérgio Roberto Parada; (autor), Rodrigo Biavati, Rodrigo Marar (coautores) e Rafael Moura (colaborador)

> Área

construída: 90 unidades de 28m²; 31 unidades de 57m²

> Aço

empregado: ASTM - A36

> Volume

do aço: 314 t.

> Projeto

estrutural: Lenildo Santos

> Fornecimento

da estrutura metálica: MVC – Marcopolo

> Local: > Data

sário”, destaca. As janelas também tiveram instalação diferenciada, fixadas diretamente na superfície externa, somente com vidro e sem esquadrias. Foram utilizadas portas pivotantes com uma bandeira basculante.

Prontos para uso Os módulos utilizados como Postos Comunitários de Segurança chegavam ao local de instalação acabados, equipados e com os pontos de içamento predeterminados, condição que tornou o tra-

da Silva

> Execução

manutenção elétrica e hidráulica e deslocamentos, quando neces-

da obra: MVC – Marcopolo

Brasília, DF

do projeto: 2007

> Conclusão

da obra: 121 unidades concluídas até 2011

balho de campo muito simples. A obra seca resumiu-se somente à montagem, ou seja, à medida que chegavam ao local, os módulos eram colocados sobre uma base previamente construída. Outra facilidade destacada pelo arquiteto Sérgio Parada é em relação ao prazo. “Devido à padronização das peças, foi cumprido à risca; além disso, conseguimos uma redução no custo geral da obra, resultado da produção em escala”, finaliza. (G.J.) M

fechamento adotou-se uma espécie de “sanduíche”: externamente, fibra de vidro na cor verde, no miolo, o Poliestireno Expandido (EPS), que garante proteção termoacústica, e na parte interna, chapa de aço corrugada. O arquiteto explica que devido às características de implantação itinerante do projeto, o piso também acompanhou este conceito. “Executado em ARQUITETURA&AÇO

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Construção Steel

framing garante agilidade e facilidade na montagem

Silvia Scalzo

e desmontagem do

16 ARQUITETURA&AÇO

Bar

da

Casa Cor MG 2010


inteligente NO BRASIL, O SISTEMA CONSTRUTIVO STEEL FRAMING, que utiliza como estrutura perfis leves formados a frio de aço zincado ganha cada vez mais adeptos por oferecer inúmeras vantagens, dentre as quais a possibilidade de construção seca e a precisão dos materiais industrializados. Em projetos de caráter temporário, apresenta-se como excelente alternativa, pois além dos inúmeros benefícios, permite o reaproveitamento da estrutura, entre outros elementos construtivos. Um exemplo foi o projeto do Bar da Casa Cor Minas Gerais 2010, criado pelos arquitetos Bruno Campos, Marcelo Fontes e Sílvio Todeschi, do escritório BCMF Arquitetos, e localizado na cobertura do prédio. De acordo com os profissionais, a opção pelo material foi devido à simplicidade construtiva, custo baixo e, sobretudo, leveza no transporte. “O projeto chegou praticamente pronto ao local de instalação, bastando a aplicação dos acabamentos, também industrializados”, destaca Campos. ARQUITETURA&AÇO

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> Projeto

arquitetônico: BCMF Arquitetos

> Área

construída: 69 m2

> Aço

empregado: aço galvanizado ZAR 230

> Volume

do aço: 1,8 t.

> Projeto

estrutural: Flasan

> Fornecimento

da estrutura metálica: Flasan de aço inox polidas e foscas: Perfilor

Silvia Scalzo

> Telhas

> Execução

da obra: Casa Cor Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

> Local: > Data

Belo Horizonte, MG

do projeto: julho de 2010

Flasan

> Conclusão

Com apenas uma entrada e três grandes aberturas, o espaço

de 69 m2 foi todo montado com o uso de steel framing. Enquanto

da obra: agosto de 2010

O espaço de 69 m2 foi todo montado com o uso de steel framing. Graças à flexibilidade do material, telhas em aço inox polido foram utilizadas como fechamento de toda a fachada

ao contrário de muitos outros projetos de caráter temporário, esta inusitada

no lado externo o revestimento com telhas de aço inox polidas

construção de forma irregular pode

e a superfície irregular refletem o entorno de forma fragmenta-

ser retirada do local posteriormente.

da, distorcendo ao mesmo tempo o volume. Na parte interna, o

Tanto que, após o término do evento,

mesmo material foi aplicado na versão fosca. O balcão e a mesa

as estruturas foram removidas, trans-

também foram revestidos com aço inox.

portadas com facilidade e guarda-

O arquiteto Bruno Campos lembra que, como se tratava de um

das. “Este mesmo projeto poderá ser

local informal de espera e encontros, a iluminação auxiliou como

implantado em momento oportuno

recurso cenográfico. As cadeiras foram eliminadas e no lugar, cria-

em um parque, uma praça, um jardim,

dos bancos que se erguiam do piso em arquibancadas de carpete,

ou até mesmo num terraço de prédio.

onde as pessoas chegavam simplesmente para relaxar.

E o melhor, sem perder o seu impacto

O mais importante de toda a criação, segundo o arquiteto, é que 18 ARQUITETURA&AÇO

visual”, conclui. (N.F.) M


ARQUITETURA&AÇO

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Fotos Infraero

Terminais provisórios

em aço Para atender à crescente demanda de passageiros nos aeroportos, Infraero opta por solução rápida, eficiente e de baixo custo

20 ARQUITETURA&AÇO


À esquerda, vista geral do Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília. À direita, módulo operacional usado como sala de embarque e desembarque. Na sequência, saguão do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, inaugurado em agosto de 2011. Abaixo, Aeroporto Internacional de Florianópolis, que recebeu área adicional de cerca de 1.000 m2

Devido ao grande crescimento do tráfego aéreo brasileiro, além dos aeroportos de Brasília (DF), Florianópolis (SC), Vitória (ES) e Viracopos (SP), que já contam com a solução, mais 12 aeroportos receberão módulos operacionais (MOPs) que deverão entrar em operação até o final de 2012: Goiânia (GO); Guarulhos (SP); Imperatriz (MA); Cuiabá (MT); Juazeiro do Norte (BA); Macapá (AP); Ilhéus (BA); Porto Alegre (RS); Teresina (PI); Brasília (contará com dois); Confins (MG) e São José dos Campos (SP). Segundo a Infraero, os investimentos totais previstos para a construção destes terminais provisórios totalizam cerca de R$ 164 milhões. O valor não inclui o módulo de Confins, ainda em fase de planejamento. Uma vez que não é possível esperar pela construção de terminais convencionais, os MOPs são uma solução de engenharia executada com estruturas pré-fabricadas em aço, de instalação rápida e racional, com custos eficientes, capazes de prover a infraestrutura ARQUITETURA&AÇO

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Módulos operacionais instalados - Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis (SC): em operação desde abril de 2009, recebeu um espaço adicional de cerca de 1.000 m², para abrigar novas salas de embarque e desembarque. - Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília (DF): em funcionamento desde novembro de 2010, tem a função de sala de embarque e desembarque. A área ocupada foi de 1,2 mil m². Segundo a Infraero, a obra orçada em R$ 2,98 milhões possui capacidade para atender 1,8 milhão de passageiros por ano. A instalação temporária contempla, ainda, isolamento termoacústico, climatização, sistemas informativos de voos e de som, além de lanchonete e revistaria. - Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP): de acordo com a Infraero, o espaço, inaugurado em agosto de 2011, amplia em mais de 1,2 mil m² o saguão de check-in do aeroporto, elevando a capacidade em mais de 2,5 milhões de passageiros ao ano. Além disso, oferece 22 novas posições de atendimento, sanitários e monitores com informações sobre voos. Entre os novos balcões, 11 são adaptados para facilitar o atendimento às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

A opção por estruturas em aço nos módulos operacionais se deve à eficiência e versatilidade do material, enquanto obras de ampliação definitiva são realizadas. Abaixo, detalhes da estrutura projetada pela equipe de engenharia da Infraero

Infraero

- Aeroporto Internacional Eurico de Aguiar Salles, em Vitória (ES): além do desembarque, que começou a operar em agosto deste ano, o Aeroporto de Vitória também está preparando um módulo operacional para embarque de passageiros. Somadas, as novas instalações terão uma área total de 2 mil m², quatro vezes maior que o espaço atualmente disponível. Para isso, o investimento da Infraero foi de R$ 4 milhões.

22 ARQUITETURA&AÇO


Corte transversal

necessária para o atendimento de

aeroportos, uma vez que os MOPs podem ser montados e desmon-

passageiros, como salas de embarque,

tados, quando necessário.

desembarque, saguões de check-in e

“Além disso, a solução evita riscos de investimentos desneces-

inspeção de passageiros, sem perda de

sários e desperdícios, principalmente quando a demanda futura é

conforto em comparação com um ter-

incerta, como é o caso de algumas cidades do Brasil após os eventos

minal de passageiros-padrão.

esportivos”, diz Anderson Correia, doutor em engenharia de trans-

Esse tipo de solução construtiva temporária já vem sendo utilizado

portes e professor de transporte aéreo e aeroportos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

em aeroportos fora do Brasil, em países como Portugal, Catar, Alemanha,

Outras instalações

Estados Unidos e França, sobretudo

Soma-se a essas vantagens o fato da implantação das estruturas

durante a realização de grandes even-

ser bastante rápida, cerca de 150 dias, segundo o departamento de

tos ou atendimento de demandas

engenharia da Infraero. Além da estrutura metálica, a edificação

específicas, com o aumento temporá-

temporária receberá cobertura com telhas termoacústicas, do tipo

rio do tráfego aéreo local. De acordo

sanduíche, enquanto o fechamento será feito com painéis isolantes

com a Infraero, a opção por estruturas

termoacusticos.

em aço se deve à eficiência e versatili-

Para garantir qualidade à obra, que deverá acolher passageiros

dade do material, enquanto obras de

de maneira tão confortável quanto a instalação permanente, no

ampliações definitivas são realizadas.

projeto também serão empregados acabamento de piso em carpete

Entre os materiais pré-fabricados, o aço é o que proporciona maior velo-

de madeira, acompanhado por forro em lona tensionada e forro mineral, além do uso de vidro temperado e laminado.

cidade na execução dos módulos, leve-

Quanto ao tempo médio de utilização dos módulos, a Infraero

za nas peças, facilidade na montagem

lembra que é superior a dez anos, e às vezes chega a ultrapassar

e aspecto arrojado para a execução de

20 anos. Vale destacar que o tempo de uso será determinado pelo

vãos livres. Outra grande vantagem

contexto e necessidades de cada aeroporto. A previsão é de que

destacada é o reaproveitamento do

operem nos aeroportos até a conclusão das obras de ampliação

material para a instalação em outros

permanente. (N.F.) M ARQUITETURA&AÇO

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Visão

MRossi

360º

24 ARQUITETURA&AÇO

Executada em aço inoxidável , a estrutura do palco do show da banda

U2

deu nome à turnê


As apresentações da banda U2, em São Paulo, no Estádio do Morumbi, em abril de 2011, contaram com uma estrutura de palco inovadora, cuja concepção arquitetônica foi baseada na visão 360º, nome adotado pela turnê. Não foi por acaso, aliás, que se buscou este conceito. De acordo com o arquiteto Mark Fisher, responsável pela criação, a solicitação dos músicos era conseguir que a plateia tivesse plena visão do show. Até então, na maior parte das apresentações, o palco possuía frente única e estrutura abaixo da banda, impossibilitando a ocupação de lugares atrás do palco, tanto na arquibancada quanto no gramado. Com o palco localizado no centro do estádio, todas estas áreas puderam ser ocupadas.

Estrutura em aço inox, com 50 m de altura, no show realizado no Morumbi, em São Paulo. Visão 360º ARQUITETURA&AÇO

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Para tanto, o arquiteto propôs a execução de uma estrutura em aço inoxidável “com quatro pernas”, denominada The Claw (a garra, em português), a partir da conjunção de três elementos: base, garras

> Projeto

arquitetônico: Mark Fisher; Neil Thomas, Atelier One (membrana estrutural)

e suporte. De acordo com a direção artística do show, a nova confi-

> Aço

guração teve inspiração na arquitetura do LAX Theme Building, um

> Volume

restaurante de Los Angeles (EUA), da década de 1960. Mas ao contrá-

> Projeto

rio do estabelecimento, as pernas gigantes foram executadas em aço inoxidável, material facilmente desmontável e transportável, já que o mesmo palco foi utilizado na turnê que percorreu o mundo. Com 50 m de altura, a criação do arquiteto Fisher lembrava uma espécie de nave espacial, um dos maiores palcos já projetados para este tipo de espetáculo. A execução da base teve de ser realizada com a ajuda de guindastes, enquanto as garras foram instaladas com o auxílio de torres laterais, posicionadas ao lado de cada perna.

26 ARQUITETURA&AÇO

empregado: aço inox do aço: 220 t.

estrutural: Ziggy Drozdowski (Hoberman Associates)

> Fornecimento

da estrutura metálica: Stageco

> Execução > Local: > Data

da obra: Stageco

São Paulo, SP

do projeto: setembro de 2008

> Conclusão

da obra: junho de 2009


Detalhe da estrutura proposta por Mark Fisher: com quatro pernas, foi denominada The Claw. Abaixo, imagem da montagem do palco no Estádio

Megaestrutura deixa legado Experimentada e testada em mais de 110 concertos, em 78 cidades

do Morumbi. A execução da base teve de ser reali-

de 30 países, a estrutura in-the-round (com a plateia em volta do

zada com a ajuda de guindastes, enquanto as gar-

palco) foi projetada para suportar grandes cargas de ventos. O

ras foram instaladas com o auxílio de torres laterais, posicionadas ao lado de cada perna ou garra

projeto, ainda sem similar, deixará seu legado, pois as estruturas serão vendidas. O objetivo é transformar as “garras” em grandes pavilhões ou anfiteatros. Em entrevista à revista Billboard, o diretor de turnês do U2, Craig Evans, disse que a intenção da produção é realmente ver projetos como este reciclados e reaproveitados em

Fotos MRossi

forma de empreendimentos permanentes e utilizáveis. (G.J.) M

ARQUITETURA&AÇO

27


Fotos 0lll Photographs of Architecture

Arquitetura efêmera De acordo com os organizadores, o

Verão da Serpentine Gallery. O pavilhão já faz parte do programa

programa, com aproximadamente 300 m2 de área útil, se dá por meio da mon-

de arquitetura da cidade. Em vez de exposições arquitetônicas

tagem de uma estrutura temporária

convencionais, compostas por fotos e maquetes, desde o início

para uso somente no verão. Durante o

a organização do evento optou por construções temporárias,

dia, a construção é utilizada como espa-

capazes de proporcionar ao público uma vivência mais intensa

ço de convivência, enquanto à noite, por

do trabalho produzido por arquitetos de renome internacional,

meio de recursos audiovisuais, transfor-

convidados especialmente para o projeto.

ma-se em belo cenário para palestras

Serpentine Gallery

Temporário, desmontável e, geralmente, produzido com estrutura em aço. Assim é o projeto arquitetônico do Pavilhão de

28 ARQUITETURA&AÇO


Todos os anos em Londres, os pavilhões da Serpentine Gallery mostram novas soluções em arquitetura, sempre com obras rápidas e desmontáveis

Etapas construtivas do projeto em 2003. A proposta de Niemeyer foi a criação de quatro colunas centrais para sustentar uma plataforma de 250 m2, suspensa 1,50 m acima do nível do solo por vigas-tirantes

Oscar Niemeyer de arquitetura, com projeções de filmes

Apesar de toda a experiência de Oscar Niemeyer com o concreto,

e outras atividades.

ao ser convidado para realizar o projeto da Serpentine Gallery em 2003, o arquiteto se rendeu ao aço devido ao perfil da obra.

ram nomes como Zaha Hadid, Daniel

Sem deixar de lado as curvas, característica marcante dos projetos

Libeskind, Toyo Ito, Jean Nouvel, Frank

de Niemeyer, a edificação foi criada a partir de uma rampa com

Gehry, Rem Koolhas, Alvaro Siza, Eduardo

suave inclinação, recurso que facilitou o acesso a todos os tipos de

Souto de Moura e Oscar Niemeyer, dentre

visitantes à galeria. Além da estrutura em aço, o edifício também

outros. Dos diversos projetos realizados

dispunha de uma escada metálica com 2 m de largura para acesso

selecionamos três para esta reportagem.

ao pavimento de exposição.

Serpentine Gallery

Pela Serpentine Gallery já passa-

ARQUITETURA&AÇO

29


Fotos Serpentine Gallery

Jean Nouvel Vencedor do Prêmio Pritzker 2008, o francês Jean Nouvel não

em aço também recebeu alguns mate-

poderia ficar de fora da lista da Serpentine Gallery. Em 2010, seu

riais leves em sua composição, como

pavilhão chamou a atenção pela cor, o vermelho vibrante, que,

policarbonato, vidro e tecido. Outros

segundo o arquiteto, fez referência a alguns elementos tradicio-

destaques foram os toldos retráteis e

nais da paisagem urbana londrina, entre os quais as cabines tele-

uma parede inclinada e autoportante,

fônicas, as caixas de correio e os ônibus. O pavilhão estruturado

de 12 m de altura.

Em 2010, o francês Jean Nouvel inovou com a versão do pavilhão com estrutura metálica e fechamento na cor vermelha, uma referência aos elementos da paisagem urbana de Londres

30 ARQUITETURA&AÇO


Serpentine Gallery

Acima, Pavilhão da Serpentine Gallery, projetado por Zaha Hadid, em 2007. Estruturas em aço foram revestidas com membrana à base de PVC, com geometria inspirada em pétalas de flores. Abaixo, corte revela detalhes da estrutura

Zaha Hadid Em 2007, convidada pela segunda vez, a primeira foi em 2000, a arquiteta projeta um pavilhão a partir do uso de estruturas metálicas tensionadas (tensoestruturas). Segundo ela, a obra foi inspirada na geometria natural de pétalas de flores, com a vantagem de ser uma instalação com estrutura aberta para todos os lados, livre para o público, e ainda facilitando a passagem de ar, luz e som. (N.F.) M

ARQUITETURA&AÇO

31


Fotos Divulgação

Agilidade e exatidão

Módulos pré-fabricados compõem as instalações de canteiro de obras na Argélia

Uma estrutura prática, precisa e capaz de resistir às intem-

posta de perfis de aço conformados a

péries, como ventos fortes e neve, fizeram a construtora brasileira

frio, e na cobertura foram utilizadas

Andrade Gutierrez, responsável pela construção de um grande

telhas nervuradas de aço galvanizad0.

viaduto em Constantin, na Argélia (África do Norte), buscar nos

Também as paredes e divisórias rece-

módulos em aço pré-fabricados a solução para suas instalações

beram aço galvanizado pintado, e com

temporárias no canteiro de obras. São 1.843 m2 de módulos pré-fabricados, planejados especial-

isolamento térmico realizado com a

mente para o terreno e suas condicionantes. O canteiro foi montado

No piso foi adotada a laje seca,

em apenas dois meses para abrigar todos os trabalhadores envolvi-

com 19 mm de espessura. Ocultas, as

dos na execução da obra, entre os quais, engenheiros, operários, cozi-

esquadrias metálicas deram origem às

nheiros e equipe médica. Para tanto, comporta instalações de apoio,

janelas estanques, fechadas por vidros

como escritórios, refeitórios, sanitários, enfermarias e portarias.

transparentes de 4 mm, exceto os

injeção de espuma de poliuretano.

João Garcez Palha, diretor comercial e de marketing da Movex,

banheiros, que receberam vidros trans-

empresa portuguesa fabricante de módulos pré-fabricados, con-

lúcidos. Segundo o diretor da Movex,

tratada para a execução das peças, explica que a estrutura é com-

para esta obra não foi necessária a

32 ARQUITETURA&AÇO


aplicação de materiais especiais ou

(as instalações podem ser deslocadas), facilidade de transporte,

fora de padrão. “O único tratamento

ampliação por acoplamento lateral e de topo, pé-direito de até 3 m,

especial foi em relação à pintura das

além da possibilidade de cobertura em duas águas. “A construção

peças, em azul e branco, cores adota-

por meio de módulos é segura, cumpre todas as normas de resis-

das pela Andrade Gutierrez”, esclarece.

tência ao fogo, além de ser antissísmica”, acrescenta. Outro grande benefício é que, conforme a situação, após o

Flexibilidade

término da obra, as peças utilizadas no projeto permitem reapro-

Os módulos também receberam insta-

veitamento. A configuração atual também pode ser repetida, por

lações complementares, como ar-con-

exemplo, sendo substituídos apenas os módulos que estiverem

dicionado, rede de dados e voz, além de

danificados, ou dependendo das necessidades, realizada nova con-

aquecedores, devido ao rigoroso inver-

figuração. Ainda, de acordo com Palha, a reutilização é quase sem-

no na Argélia. Para Garcez Palha, den-

pre vantajosa. “É evidente que, quando o transporte dos módulos

tre as vantagens, este formato de edi-

for para locais muito distantes, o reaproveitamento deve ser ava-

ficação oferece conforto, flexibilidade

liado”, conclui. (A.M.) M

Ao todo, são 1.843 m2 de módulos pré-fabricados, planejados especialmente para o terreno e suas condicionantes. A cobertura usou telhas nervuradas e a estrutura perfis conformados a frio, ambos em aço galvanizado, e pintados de azul. As paredes e divisórias também utilizaram o aço galvanizado pintado, e com 0,50mm de espessura

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Endereços

> Escritórios de Arquitetura Associação Casa Azul Escritório São Paulo Rua Capitão Antônio Rosa, 376 cj. 91 São Paulo (SP) Tel.: (11) 3081-6331 E-mail:casaazul@casaazul.org.br Ateliers Jean Nouvel End.: 10 Cité d’Angoulême, 75011 Paris, França Tel.: (+33) 1 49 23 83 83 E-mail: info@jeannouvel.fr www.jeannouvel.com BCMF Arquitetos End.: Rua Raul Pompéia, nº 225, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3281-2707 E-mail: bcmf@ bcmfarquitetos.com www.bcmfarquitetos.com Bruno Faria Projetos e Consultoria End.: Rua Laélio Córdova, nº 9, Otacílio Costa (SC) Tel.: (49) 3275-2823 E-mail: bruno@brunofaria. com.br www.brunofaria.com.br

Studio MK27 End.: Alameda Tietê, nº 505, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3081-3522 E-mail: info@marciokogan. com.br www.marciokogan.com.br Urban Space Management Ltd End.: The Riverside Building, Trinity Buoy Wharf, 64 Orchard Place, London E14 0JW Tel.: + 44 (20) 7515 7153 www.containercity.com Zaha Hadid End.: 10 Bowling Green Lane, Londres EC1R 0BQ Tel.: +44 20 7253 5147 www.zaha-hadid.com > Projeto Estrutural Daniel M. Guirardi E-mail: dmg@ipt.br Hoberman Associates, Inc. End.: 40 Worth Street, Suite 1680, New York, NY 10013 Tel.: (212) 349 7919 E-mail: associates@ hoberman.com www.hoberman.com

Mark Fisher Tel.: +44 (0) 20 7383 8833 E-mail: studio@stufish.co.uk www.stufish.com

Lenildo Santos da Silva E-mail: lenildo.ss@ gmail.com

Mauro Munhoz Arquitetura End.: Rua Capitão Antonio Rosa, nº 376, conj. 42, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3085-6100 www.mauromunhoz.arq.br

> Estrutura METÁLICA Feeling Structures End.: Rua Diepe, nº 120, Santo André (SP) Tel.: (11) 4976-7600 www.feeling.com.br Flasan End.: Av. Barão Homem de Melo, nº 2.400, Estoril, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3078-2400 www.flasan.com.br

Oscar Niemeyer E-mail: fundacao@ niemeyer.org.br www.niemeyer.org.br Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados S/S Ltda. End.: CLN 111, bloco D, salas 102/103, Brasília (DF) Tel.: (61) 3349-4644 E-mail: contato@ sergioparada.com www.sergioparada.com.br

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Fiedler Design e Engenharia Tel.: (11) 3341-8055/ (21) 7817-1368 E-mail: fiedler@fiedler.eng.br www.fiedlertensoestruturas. com.br

Movex End.: E.N. 248, 2630-263, Arruda dos Vinhos, Portugal Tel.: +351 263 979 240 E-mail: geral@movex.pt MVC – Marcopolo End.: Maria Isabel Zagonel, n° 205, São José dos Pinhais (PR) Tel.: (41) 2141-3200 www.mvcplasticos.com.br Stageco U.S. Inc End.: 8755 Vollmer Road, Colorado Springs CO 80908 Tel: +1 719 495 9497 E-mail: info.us@stageco.com www.stageco.com > sistemas de fechamento lateral Perfilor End.: Rua dos Pinheiros, nº 498, cj 151 São Paulo (SP) Tel.: (11) 3065-3400 E-mail.: perfilor@perfilor.com.br > Construtoras Andrade Gutierrez S.A. End.: Av. do Contorno, nº 8.123, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3290-6699 www.andradegutierrez. com.br Extratech Engenharia Ltda. End.: Rua Bárbara Heliodora, nº 388, sala 1, Santo André (SP) Tel.: (11) 2379-4001 www.extratech.eng.br


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expediente

Números ante­rio­res: Os núme­ros ante­rio­res da revista Arquitetura & Aço estão dis­po­ní­veis para down­load na área de biblio­te­ca do site: www.cbca-acobrasil.org.br PRÓXIMA EDIÇÃO: Edifícios Corporativos

Material para publi­ca­ção: Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. Entretanto, não nos comprometemos com a sua publicação. Todo o material recebido será arquivado e não será devolvido. Caso seja possível publicá-lo, o autor será comunicado. É necessário o envio das seguintes informações em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, projetista estrutural e construtor) e dados do arquiteto (endereço, telefone de contato e e-mail).

Todas as edições de Arquitetura&Aço estão disponíveis no site: www.cbca-iabr.org.br A&A nº 01 - Edifícios Educacionais A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 03 - Terminais de Passageiros A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais A&A nº 05 - Pontes e Passarelas A&A nº 06 - Residências A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas A&A nº 08 - Indústrias A&A nº 09 - Edificações para o Esporte A&A nº 10 - Instalações Comerciais A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções A&A nº 12 - Lazer e Cultura A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos A&A nº 15 - Marquises e Escadas A&A nº 16 - Coberturas A&A nº 17 - Instituições de Ensino II A&A nº 18 - Envelope A&A nº 19 - Residências II A&A nº 20 - Indústrias II A&A nº 21 - Aeroportos A&A nº 22 - Copa 2010 A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social A&A nº 24 - Metrô A&A nº 25 - Instituições de Ensino III A&A nº 26 - Mobilidade Urbana

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Revista Arquitetura & Aço Uma publi­ca­ção tri­mes­tral da Roma Editora para o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-acobrasil.org.br Conselho Editorial Catia Mac Cord Simões Coelho – CBCA/Acobrasil Roberto Inaba – Usiminas Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Açominas Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão Supervisão Técnica Sidnei Palatnik Publicidade Ricardo Werneck tel: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 2808-6000 cbca@arcdesign.com.br Direção Cristiano S. Barata Coordenação Editorial Nádia Fischer Redação Alessandra Morgado, Guilherme Jerônimo e Nádia Fischer Revisão Deborah Peleias Editoração Cibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques (estagiário) Pré-impres­são e Impres­são www.graficamundo.com.br Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ cbca@quadried.com.br

É per­mi­ti­da a repro­du­ção total dos tex­tos, desde que men­cio­na­da a fonte. É proi­bi­da a repro­du­ção das fotos e dese­nhos, exce­to median­te auto­ri­za­ ção ex­pres­­sa do autor.


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