Livro dos espiritos degustacao

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Os Espíritos anunciam que é chegado o tempo marcado pela Providência para uma manifestação universal e que, por serem eles os ministros de Deus e os agentes de Sua vontade, cabe-lhes a missão de instruir e esclarecer os homens, iniciando uma nova era para a regeneração da Humanidade. Allan Kardec O livro dos espíritos

ISBN 978-85-7353-279-1

9 788573 532791


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O LIVRO DOS

ESPÍRITOS


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Índice

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Sumário Introdução ao estudo da Doutrina Espírita.................................... 11 Prolegômenos................................................................................... 41 Livro Primeiro: As Causas Primárias................................................ 43 Capítulo I – Deus ............................................................................... 44 Deus e o infinito • Provas da existência de Deus • Atributos da Divindade • Panteísmo. Capítulo II – Elementos gerais do Universo ................................... 49 Conhecimento do princípio das coisas • Espírito e matéria • Propriedades da matéria • Espaço universal. Capítulo III – Criação.......................................................................... 54 Formação dos mundos • Formação dos seres vivos • Povoamento da Terra. Adão • Diversidade das raças humanas • Pluralidade dos mundos • Considerações e concordâncias bíblicas concernentes à Criação. Capítulo IV – Princípio vital............................................................... 61 Seres orgânicos e inorgânicos • A vida e a morte • Inteligência e instinto Livro Segundo: Mundo Espírita ou dos Espíritos............................ 65 Capítulo I – Sobre os Espíritos......................................................... 66 Origem e natureza dos Espíritos • Mundo normal primitivo • Forma e ubiquidade dos Espíritos • Perispírito • Diferentes ordens de Espíritos • Escala espírita • Progressão dos Espíritos • Anjos e demônios.


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Índice

Capítulo II – Encarnação dos Espíritos............................................ 81 Objetivo da encarnação • Sobre a alma • Materialismo. Capítulo III – Retorno da vida corporal à vida espiritual............... 87 A alma após a morte; sua individualidade • Vida eterna • Separação da alma e do corpo • Perturbação espiritual. Capítulo IV – Pluralidade de existências.......................................... 93 Sobre a reencarnação • Justiça da reencarnação • Encarnação nos diferentes mundos • Transmigração progressiva • Destino das crianças após a morte • Sexos dos Espíritos • Parentesco, filiação • Semelhanças físicas e morais • Ideias inatas. Capítulo V – Considerações sobre a pluralidade de existências.... 107 Capítulo VI – Vida Espírita................................................................ 114 Espíritos errantes • Mundos transitórios • Percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos • Ensaio teórico sobre a sensibilidade dos Espíritos • Escolha das provas • Relações de além-túmulo • Relações simpáticas e antipáticas dos Espíritos • Metades eternas • Lembrança da existência corporal • Comemoração dos mortos. Funerais. Capítulo VII – Retorno à vida corporal.......................................... 140 Prelúdios do retorno • União da alma e do corpo. Aborto • Capacidades morais e intelectuais do homem • Influência do organismo • Idiotismo, loucura • Sobre a infância • Simpatias e antipatias terrestres • Esquecimento do passado. Capítulo VIII – Emancipação da Alma................................................ 157 O sono e os sonhos • Visitas espíritas entre os vivos • Transmissão oculta do pensamento • Letargia, catalepsia. Mortes aparentes • Sonambulismo • Êxtase • Segunda vista • Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da segunda vista.


Índice

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Capítulo IX – Intervenção dos Espíritos no mundo corporal...... 173 Penetrabilidade dos Espíritos em nosso pensamento • Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e ações • Possessos • Convulsionários • Afeição dos Espíritos por certas pessoas • Anjos guardiães; Espíritos protetores, familiares ou simpáticos • Pressentimentos • Influência dos Espíritos sobre os acontecimentos da vida • Ação dos Espíritos sobre os fenômenos da Natureza • Espíritos durante os combates • Pactos • Poder oculto. Talismãs. Feiticeiros • Bênção e maldição. Capítulo X – Ocupações e missões dos Espíritos........................... 196 Capítulo XI – Os três reinos........................................................... 202 Os minerais e as plantas • Os animais e o homem • Metempsicose. Livro Terceiro: Leis Morais............................................................. 211 Capítulo I – Lei divina ou natural.................................................... 212 Características da lei natural • Conhecimento da lei natural • O bem e o mal • Divisão da lei natural. Capítulo II – I. Lei de adoração........................................................ 219 Objetivo da adoração • Adoração exterior • Vida contemplativa • Sobre a prece • Politeísmo • Sacrifícios. Capítulo III – II. Lei do trabalho....................................................... 227 Necessidade do trabalho • Limite do trabalho. Repouso. Capítulo IV – III. Lei da reprodução................................................. 230 População do Globo • Sucessão e aperfeiçoamento das raças • Obstáculos à reprodução • Casamento e celibato • Poligamia. Capítulo V – IV. Lei de conservação................................................. 234 Instinto de conservação • Meios de conservação • Usufruto dos bens terrenos • Necessário e supérfluo • Privações voluntárias. Mortificações.


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Índice

Capítulo VI – V. Lei de destruição.................................................... 240 Destruição necessária e destruição abusiva • Flagelos destruidores • Guerras • Homicídio • Crueldade • Duelo • Pena de morte. Capítulo VII – VI. Lei de sociedade.................................................... 248 Necessidade da vida social • Vida de isolamento • Voto de silêncio • Laços familiares. Capítulo VIII – VII. Lei do progresso................................................ 251 Estado natural • Marcha do progresso • Povos degenerados • Civilização • Progresso da legislação humana • Influência do Espiritismo no progresso. Capítulo IX – VIII. Lei de igualdade................................................... 260 Igualdade natural • Desigualdade de aptidões • Desigualdades sociais • Desigualdade de riquezas • Provas da riqueza e da miséria • Igualdade de direitos do homem e da mulher • Igualdade perante o túmulo. Capítulo X – IX. Lei de liberdade...................................................... 266 Liberdade natural • Escravidão • Liberdade de pensamento • Liberdade de consciência • Livre-arbítrio • Fatalidade • Conhecimento do futuro • Resumo teórico da força motriz das ações do homem. Capítulo XI – X. Lei de justiça, amor e caridade.............................. 279 Justiça e direitos naturais • Direito de propriedade. Roubo • Caridade e amor ao próximo • Amor maternal e filial. Capítulo XII – Perfeição moral........................................................ 285 As virtudes e os vícios • Paixões • Sobre o egoísmo • Características do homem de bem • Conhecimento de si mesmo. Livro Quarto: Esperanças e consolações..................................... 295 Capítulo I – Penas e gozos terrenos............................................. 296 Felicidade e infelicidade relativas • Perda de entes queridos • Decepção. Ingratidão. Afeições rompidas • Uniões antipáticas • Medo da morte • Desgosto pela vida. Suicídio.


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Livro Primeiro

As Causas Primรกrias


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Capítulo I

Deus

Deus e o infinito – Provas da existência de Deus – Atributos da Divindade – Panteísmo. Deus e o infinito 1. Que é Deus? — Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas1. 2. Que se deve entender por infinito? — Aquilo que não tem começo nem fim; o desconhecido. Tudo o que é desconhecido é infinito. 3. Pode-se dizer que Deus é o infinito? — Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana, insuficiente para definir o que está além de sua inteligência. Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo pela coisa propriamente dita e definir uma coisa ainda não conhecida por outra que também não é.

Provas da existência de Deus 4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? (1) O texto que se segue às perguntas, em itálico, é a própria resposta dada pelos Espíritos. Distinguiu-se com um outro tipo de letra as observações e o desenvolvimento acrescentados pelo autor, sempre que havia a possibilidade de confundi-los com o texto da resposta. Quando as notas e as explicações formam capítulos inteiros, de maneira que não haja a possibilidade de confusão, conservamos a letra normal.


Livro I – Capítulo I

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— Numa máxima que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e a razão vos responderá. Para crer em Deus, basta lançar os olhos às obras da Criação. O Universo existe; portanto, existe uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e pretender que o nada pôde dar origem a algo.

5. Que consequência se pode tirar do sentimento intuitivo que todos os homens têm em si da existência de Deus? — Que Deus existe; pois de onde lhes viria esse sentimento, se não se apoiasse em nada? É mais uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa. 6. O sentimento íntimo que temos em nós da existência de Deus não seria obra da educação e produto das ideias adquiridas? — Se assim fosse, por que os selvagens teriam esse sentimento? Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse apenas produto de um ensinamento, não seria universal, e só existiria, como as noções científicas, entre os que pudessem receber esse ensinamento.

7. Pode-se encontrar, nas propriedades íntimas da matéria, a causa primária da formação das coisas? — Mas então qual seria a causa dessas propriedades? Sempre é preciso haver uma causa primária. Atribuir a formação primeira das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, pois essas propriedades são, por si mesmas, um efeito que deve ter uma causa.

8. O que pensar da opinião que atribui a formação primeira a uma combinação fortuita da matéria, em outras palavras, ao acaso? — Outro absurdo! Que homem de bom senso pode ver o acaso como um ser inteligente? E depois, o que é o acaso? Nada. A harmonia que rege as forças do Universo patenteia combinações e desígnios determinados, e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso seria insensato, pois o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria o acaso.

9. Onde se vê, na causa primária, uma inteligência suprema, superior a todas as inteligências? — Tendes um provérbio que diz: “Pela obra se conhece o criador”. Pois bem: vede a obra e procurai o autor. É o orgulho que produz a incredulidade. O homem orgulhoso não admite nada além de si, e é por isso que se autodenomina um espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode derrubar! Julga-se o poder de uma inteligência por suas obras. Já que nenhum ser humano pode criar o que a Natureza produz, a causa primeira é, portanto, uma inteligência superior à humanidade.


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Deus

Sejam quais forem os prodígios realizados pela inteligência humana, essa inteligência tem uma causa, e quanto maior for o que ela realizar, maior deve ser a causa primeira. É essa inteligência a causa primeira de todas as coisas, qualquer que seja o nome pelo qual o homem a tenha designado.

Atributos da Divindade 10. Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus? — Não. Falta-lhe um sentido para isso. 11. Será permitido ao homem, algum dia, compreender o mistério da Divindade? — Quando o espírito do homem não estiver mais obscurecido pela matéria e, por sua perfeição, se houver aproximado do mistério da Divindade, ele então O verá e compreenderá. A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Nos primórdios da humanidade, o homem O confunde frequentemente com a criatura, cujas imperfeições ele lhe atribui. Porém, à medida que o seu senso moral se desenvolve e que o seu pensamento penetra na essência das coisas, o homem passa a ter uma ideia mais justa e de acordo com a sã consciência, embora sempre incompleta.

12. Se não podemos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma ideia de algumas de suas perfeições? — Sim, de algumas. O homem as compreende melhor à medida que se eleva em relação à matéria; ele as entrevê pelo pensamento. 13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, temos uma ideia completa de seus atributos? — De acordo com vosso ponto de vista, sim, porque acreditais tudo abranger; mas sabei que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais a vossa linguagem, limitada às vossas ideias e sensações, não tem como expressar. A razão vos diz, de fato, que Deus deve ter essas perfeições no grau mais supremo, pois, se lhe faltasse uma, ou se não fosse em grau infinito, Ele não seria superior a tudo, e, consequentemente, não seria Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus não deve estar sujeito a qualquer vicissitude e nem ter qualquer das imperfeições concebíveis pela imaginação. Deus é eterno. Se tivesse tido um início, teria saído do nada, ou então teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade. Deus é imutável. Se fosse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.


Livro I – Capítulo I

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Deus é imaterial. Isso quer dizer que sua natureza difere de tudo o que chamamos de matéria. Caso contrário, Ele não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria. Deus é único. Se existissem diversos deuses, não haveria nem unidade de propósitos, nem unidade de poder na ordem do Universo. Deus é todo-poderoso, porque é único. Se Ele não tivesse o poder soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto Ele; não teria feito todas as coisas, e as que não tivessem sido feitas por Ele seriam obra de um outro deus. Ele é soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela tanto nas menores coisas como nas maiores, e essa sabedoria não nos permite duvidar nem de sua justiça nem de sua bondade.

Panteísmo 14. Deus é um ser distinto, ou seria, segundo a opinião de alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas? — Se assim fosse, Deus não existiria, pois seria o efeito e não a causa; Ele não pode ser ao mesmo tempo um e outro. Deus existe, não podeis duvidar, e isso é o essencial. Crede em mim, e não vades além. Não vos percais num labirinto de onde não podereis sair. Isso não vos tornaria melhores, mas um pouco mais orgulhosos, talvez, já que julgaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Então, deixai de lado todos esses sistemas; vós já tendes muitas coisas que vos tocam mais diretamente, a começar por vós mesmos. Estudai vossas próprias imperfeições para vos livrardes delas; isto será mais útil do que querer penetrar no que é impenetrável. 15. O que pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres e todos os planetas do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, em seu conjunto, a própria Divindade; ou seja, da doutrina panteísta? — Uma vez que o homem não pode fazer-se Deus, quer ao menos ser uma parte de Deus. 16. Aqueles que professam essa doutrina pretendem encontrar nela a demonstração de alguns dos atributos de Deus. Já que os mundos são infinitos, Deus é, por essa mesma razão, infinito; por não haver em parte alguma o vazio e o nada, Deus está em toda parte; já que Deus está em todo lugar, pois é parte integrante de tudo, Ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. O que se pode opor a esse raciocínio? — A razão. Refleti atentamente e não vos será difícil reconhecer o absurdo disso. Essa doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de uma inteligência suprema, seria em grandes proporções aquilo que nós somos em


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Deus

pequenas proporções. Ora, já que a matéria se transforma sem cessar, Deus, nesse caso, não teria nenhuma estabilidade. Estaria sujeito a todas as vicissitudes e mesmo a todas as necessidades da humanidade. Faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade. As propriedades da matéria não podem se aliar à ideia de Deus sem rebaixá-Lo, em nosso pensamento, e todas as sutilezas do sofisma não conseguirão resolver o problema de sua natureza íntima. Não sabemos tudo o que Deus é, mas sabemos o que Ele não pode deixar de ser. O sistema panteísta está em contradição com suas propriedades mais essenciais, por confundir o criador com a criatura, precisamente como se quiséssemos que uma máquina engenhosa fosse parte integrante do mecânico que a concebeu. A inteligência de Deus se revela em Suas obras como a de um pintor em seu quadro; mas as obras de Deus não são o próprio Deus, assim como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.


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