Enardas programa 11

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Lugares vividos, lugares experienciados. O Noroeste da Ibéria na Pré-­história Braga, 2-­3 maio 2014

Livro de Resumos/Abstracts book


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SYNOPSIS / SINOPSE This conference aims to increase knowledge of Prehistory of the Northwest of Iberia in the context of the Iberian Peninsula and other peripheral regions. The preferential topics of discussion are organized around three sessions: Engraved stones and places; Burial contexts and practices and Hoards and depositions. Will be preferred papers that address these issues holistically and thought in its relation to space. Also we will be preferred communications in which these themes are addressed from the perspective that the Northwest Iberia is a place of crossroads and meeting between Atlantic and Mediterranean traditions. Este colóquio tem como objetivo contribuir para aumentar os conhecimentos da Pré-­‐ história do Noroeste da Ibéria no contexto da Península Ibérica e de outras regiões periféricas. Os temas preferenciais de discussão organizam-­‐se em torno de três sessões: Pedras e lugares gravados; Contextos e práticas funerárias; Depósitos e lugares de deposição, sendo desejável comunicações que tratem estes temas pensados na sua relação com o espaço e de forma holística. Privilegiaremos, igualmente, as comunicações em que estes temas sejam abordados na perspetiva de que o Noroeste é um lugar de encruzilhada e de encontro entre tradições atlânticas e mediterrânicas.

SCIENTIFIC COMMITTEE / COMISSÃO CIENTÍFICA Raquel VILAÇA -­‐ University of Coimbra Ramon FÁBREGAS VALCARCE -­‐ University of Santiago de Compostela Miguel Angel de BLAS CORTINA -­‐ University of Oviedo Felipe CRIADO BOADO -­‐ Institut of Heritage Sciences (INCIPIT), Superior Council for Scientific Research (CSIC)

ORGANISING COMMITTEE / COMISSÃO ORGANIZADORA Ana M. S. BETTENCOURT -­‐ University of Minho Beatriz COMENDADOR REY -­‐ University of Vigo Manuel SANTOS ESTÉVEZ -­‐ University of Minho Hugo Aluai SAMPAIO -­‐ University of Minho Daniela CARDOSO -­‐ University of Trás-­‐os-­‐Montes

EXECUTIVECOMMITTEE / COMISSÃO EXECUTIVA Edite Martins de Sá; Vítor Manuel Fontes Silva

SECRETARIAT/SECRETARIADO Carla Xavier; Hugo Cardoso; Joana Pereira; Vítor Roque

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PROGRAMME/PROGRAMA 2nd May / 2 de maio 8h30 – Opening of the secretariat /Abertura do secretariado 9h00 -­ OPENING / SESSÃO DE ABERTURA CONFERENCE / CONFERÊNCIA 9h15 -­ Álvaro Campelo -­ O penedo e a água: uma geografia mágica a partir do interior do mundo SESSION/SESSÃO 1: ENGRAVED STONES AND PLACES / PEDRAS E LUGARES GRAVADOS Papers / Comunicações: 10h10 -­ Manuel Santos Estevez -­‐ Quadrupeds in Atlantic Rock Art: structure, iconography and landscape 10h30 -­ Ana M. S. Bettencourt -­‐ The Atlantic Rock Art of the NW Iberia: a mnemonic perspective. The case study of Nossa Senhora da Assunção, Monção 10h50 -­ Daniela Cardoso -­‐ The Atlantic Rock Art of Ave bassin (North of Portugal). Considerations about iconography, chronology and space 11h10 -­ Coffee break / Pausa para café 11h30 -­ Álvaro Arizaga Castro, María Varela, Natalia Cortón Noya, Carmen G. Feito, Fernando Carrera & F. J. Costas Goberna -­‐ A Cabeciña de Mougas, Oia, Pontevedra: gravuras rupestres e "pias megaliticas" nun habitat fortificado ainda por investigar 11h50 -­ Antón Malde -­ O santuario da Pena Furada, aspetos arqueoastronómicos e rituais (Coiros, A Corunha, Galiza) 12h10 -­ Emilio Abad Vidal, Ana M. S. Bettencourt & Alda Rodrigues -­ Rock Art Virtual Corpus of the North-­western Portugal (CVARN): new data to study the holocenic Rock Art Posters: 12h30 -­ Alia Vazquez -­ Patterns of distribution of Galician petroglyphs: A Coruña Province 12h35 -­ Luís Sousa -­‐ A arte atlântica do Monte Eiró, Marco de Canaveses. Novos dados para a sua contextualização 12h40 -­ Maria de Jesus Sanches & Joana Castro Teixeira -­ Abstract and subnaturalistic rock drawings in the context of the social practices of the Mirandês plateau prehistoric communities: the case study of Passadeiro rockshelter -­ Palaçoulo (Iberian transition region: Northwest-­Meseta)

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Joana Valdez-­Tullet -­ Challenges to the study of Atlantic Rock Art in Northwest Iberia 13h – Debate SESSION / SESSÃO 2: HOARDS AND DEPOSITIONS / DEPÓSITOS E FENÓMENOS DEPOSICIONAIS Papers / Comunicações: 15h -­ Eduardo Breogán Nieto, Beatriz Comendador Rey & Victor Rodríguez Muñiz -­ Contextualizing the metal hoards on the Sil basin (Galicia) 15h20 -­ Xulio Carballo Arceo & Josefa Rey Castiñeira -­ The palstaves hoard of Cabeiras, Arbo (Galicia) in the context of the lower course of the Minho basin 15h40 -­ Ana M. S. Bettencourt, Beatriz Comendador & Alexandre Manteiga Brea -­ Facing the river... the palstaves hoard of Faldejães (Arcozelo, Ponte de Lima) 16h -­ Alexandre Manteiga Brea -­ Categorias deposicionales e contextos de los depósitos metálicos del NW Ibérico durante la Edad del Bronce Final 16h20 -­ Aaron Lackinger, Beatriz Comendador Rey & Cristina I. Fernández -­‐ Metallic hoards, ethnoarchaeology and experimental archaeology workshops for the public 16h40 -­ Coffee break/ Pausa para café Posters: 17h -­ Hugo Sampaio -­ Objetos idênticos, conjuntos distintos: reflexões sobre o carácter coletivo dos depósitos de machados de talão da Idade do Bronze do Norte de Portugal 17h05-­ Carlo Bottaini, Raquel Vilaça A. Candeias J. Mirão & Ignácio Montero-­Ruiz -­ O depósito do Bronze Final / Ferro Inicial de Viatodos (Barcelos, Norte de Portugal). Uma abordagem arqueometalúrgica 17h10 -­ Beatriz Comendador, Ana M. S. Bettencourt, Pedro Pimenta Simões & Isabel Caetano Alves -­‐ O depósito de machados do Bronze Final de Cobidalto, Areosa (Viana do Castelo). Novos dados para a sua contextualização 17h15-­Debate

3rd May / 3 de maio 9h15 – Opening /Abertura SESSION / SESSÃO 3: BURIALS CONTEXTS AND PRACTICES / CONTEXTOS E PRÁTICAS FUNERÁRIAS Papers / Comunicações: 9h30 -­ Carlos Cruz, Ana M. S. Bettencourt & Pedro Callapez -­‐ Práticas funerárias na Pré-­história da serra da Boa Viagem (Centro-­Oeste de Portugal). O caso do monumento megalítico do Cabeço dos Moinhos (Brenha, Figueira da Foz) 9h50 -­ Fábio Soares -­‐ Neolithic Burial contexts and practices among the Âncora and Lima river estuaries (NW of Portugal). Some Considerations

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10h10 -­ Rita Gaspar, Ricardo Ribeiro, Paulo Rebelo, Nuno Neto & Maria Luís -­‐ Estruturas funerárias da Idade do Bronze no nordeste português. O caso do Terraço das Laranjeiras 10h30 -­ Edite Sá -­ Pedras como oferendas? Reflexões a partir do núcleo de tumuli da Idade do Bronze do sudoeste do planalto da Freita (Arouca/Vale de Cambra – Centro Norte de Portugal) 10h50 -­ Hugo Aluai Sampaio -­‐ A morte durante a Idade do Bronze Inicial e Médio na bacia do rio Ave (NW de Portugal): arquiteturas tumulares, tratamento dos defuntos, oferendas e contextos espaciais 11h10 -­ Coffee break/ Pausa para café Posters: 11h30 -­ César Oliveira, Fábio Soares, Ana M. S. Bettencourt, Luís Gonçalves & Alfredo Araújo -­‐ Painting the dead’s world. The organic chemistry on the analysis of colouring materials from Eireira’s barrow (Afife, Viana do Castelo) 11h35 -­ Rui Pedro Barbosa, João Nuno Marques & Luís Gonçalves -­‐ O monumento megalítico da Tojeira, Póvoa de Lanhosa, NW de Portugal. Caracteríticas construtivas e práticas deposicionais 11h40 -­ Olalla López-­Costas, Gundula Müldner & Antonio Martínez Cortizas -­ The Bronze Age collective burial of Cova do Santo, Ourense: diet, health and lifestyle approaches 11h45 -­ Luciano Vilas Boas & Maria Martín Seijo -­‐ Ritos de fogo em contextos funerários da Idade do Bronze do NW da Ibéria: o caso de estudo do monumento sob tumulus de Vale de Chão 1 (Braga) 11h50 – Debate 12h30-­ Closing session / Sessão de Encerramento 15h -­ Visit to the Iron Age bath structures of Santa Maria de Galegos and to the rock engravings of Laje dos Sinais /Monte do Olheiro, Barcelos

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PAPERS /POSTERS ABSTRACTS QUADRUPEDS IN ATLANTIC ROCK ART: STRUCTURE, ICONOGRAPHY AND LANDSCAPE CUADRÚPEDES NA ARTE ATLÁNTICA: ESTRUCTURA, ICONOGRAFIA E PAISAXE

Manuel Santos Estevez1 1-­‐ Archaeologist. Researcher of the ENARDAS Project. FCT felow-­‐ship. E-­‐mail: manuel.santos@mundo-­‐r.com

Keywords: Atlantic rock art, Iconography, Quadrupeds, Landscape, Structural. Abstract: The aim is to show how a structural analysis of iconography and the landscape permits an approach to the possible meaning of rock engravings. The distribution of complex scenes with quadrupeds in Atlantic rock art is analyzed, identifying some constant features in the distribution of certain designs. This distribution is observed in several sites and at different scales. The identification of similar structures in several sites that were occupied in Late Prehistory by communities that possibly belonged to the same ethnic group may be explained by the presence of the same ritual system that gives sense to the landscape. Palavras-­chave: Arte Atlântica, Iconografia, Cuadrúpedes, Paisaxe, Análise estructural. Resumen: O obxetivo é amostrar con unha análise estructural da iconografía e a paisaxe permite aproximarnos ó posible significado de algunhas gravuras rupestres. Analízase a distribución de scenas complexas con cuadrúpedes na arte rupestre Atlántica na paisaxe. Tamén se identifican algunhas constantes na distribución de algúns deseños nos paneis. Esta distribución é observada en diversos sitios a diferentes escalas. La identificación de estructuras similares en diversos sitios rupestres da prehistoria tardía pode estar relacionada coa presenza de comunidades que posiblemente pertenceron ó mismo grupo étnico cun mesmo sistema ritual que deu sentido á paisaxe que ocupaban.

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THE ATLANTIC ROCK ART OF THE NW IBERIA: A MNEMONIC PERSPECTIVE. THE CASE STUDY OF THE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO MOUNT, MONÇÃO ARTE ATLÂNTICA DO NOROESTE DA IBÉRIA: UMA PERSPETIVA MNEMÓNICA. O CASO DE ESTUDO DO MONTE DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO, MONÇÃO

Ana M. S. Bettencourt1 1-­‐Transdisciplinary Investigation Centre, Culture, Space and Memory – CITCEM/UM, Department of History of University of Minho, Campus Gualtar, 4710-­‐057 Braga, Portugal. E-­‐ mail: anabett@uaum.uminho.pt

Keywords: Atlantic Rock Art Art, Mnemonic perspective, Nossa Senhora da Assunção Mount North of Portugal. Abstract: In the Nossa Senhora da Assunção Mount (Northwestern Portugal), in Minho river basin a great concentration of places with Atlantic-­‐themed rock carvings are known. Assuming that these loci are microcosms that reflect social practices and cosmologies, we initiated studies towards its spatial contextualization, in order to interpreting beliefs of prehistoric people who lived, interacted and experienced this territory. Analyzing the results we found that this loci points to the importance of certain mountains, in the Minho basin, particularly those with conically shaped top. Based in the spatial analysis we also noted a great dialogue between the rock carvings and the morphology of the hill reason for witch their distribution in the space is not aleatory. The rock carvings are scarce on the top difficult to aces and common on the southest and south (between the 260 m and 270 m of high), where there is a platform easy to aces from the valley lands. From here the slopes of Mount become equally steep. We noticed also that the highest concentration of engravings occurs in the south plateau, on the exact site of easier access to the top. Thus the large number of engravings is in a liminal place between the valley and the top of the steep hill, but also in a place of springs of rivers that flow into both valleys surrounding the Mount of Nossa Senhora da Assunção. Taking into account other existing engravings in prolonging of southern plateau of the hill and all physical and iconographic features presented, we put the hypothesis that some engravings accompany paths taken by people toward certain places with the largest audience and collective importance, as would be the southern plateau of Mount of Nossa Senhora da Assunção.

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In an animistic perspective, this would be a place where, probably, the audience celebrated or evoke the waters that would be born there and the summit of the mount of great symbolic significance, among other physical matters, bodies and spirits unknown to us. The great symbolic importance of the peak would be inhibitory of its frequency by a wide audience, so possibly only be attended by a small number of officiants, which eventually translates into fewer engravings and motifs found therein. It is surprising that the engraving in higher location corresponds to a concentric circle around an existing prominence in the outcrop as if it were a mnemonic from the summit. Some of circular compositions found in the southern platform and its access path also may correspond to the top mnemonics "sacred", while others may metaphorically represent nascent or their meanings. Similarly, some riders may symbolize mythical or real trip to the summit of Mount, maybe at a later time. The symbolic importance of the mountaintop is evident even today in the building of the chapel of Our Lady of the Assumption, in its meaning and worship that is provided there. Palavras-­chave: Arte atlântica, Perspectiva mnemónica, Monte de Nossa Senhora da Assunção, Norte de Portugal. Resumo: No monte de Nossa Senhora da Assunção, na bacia do rio Minho (NW de Portugal), há uma grande concentração de afloramentos graníticos gravados com o que vulgarmente se designa por arte atlântica. Assumido que estes lugares são microcosmos que refletem cosmologias e práticas sociais, efetuámos alguns estudos iconográficos e de contextualização espacial com o objetivo de interpretar algumas crenças das comunidades pré-­‐ históricas que viveram, interagiram e experienciaram este espaço. Analisando os resultados considerámos que estes lugares materializam a importância de certos montes do rio Minho, principalmente os de forma mais cónica. Com base em análises espaciais também notámos um grande diálogo entre as gravuras rupestres e a morfologia do monte, razão pelo qual a sua distribuição não é aleatória. As gravuras rupestres são escassas no topo de difícil acesso e comuns a sul e sudeste (entre as cotas de 260 e os 270 m de altitude) onde existe uma plataforma de fácil acesso a partir das terras do vale. A partir daqui as vertentes do monte tornam-­‐se, igualmente, íngremes. Notámos, ainda, que a maior concentração de gravuras no patamar se verifica a sul, exatamente no local de mais fácil acesso ao topo. Deste modo o grande número de gravuras corresponde a um lugar liminar entre o vale e o topo íngreme do monte, mas também a um lugar de nascentes de

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cursos de água para ambos os vales que rodeiam o Monte de Nossa Senhora da Assunção. Tendo em conta outras gravuras existentes no prolongamento do patamar sul e o conjunto das características físicas e iconográficas apresentadas, colocamos a hipótese de que algumas gravuras acompanham os caminhos trilhados pelas populações em direção a determinados locais de maior audiência e de importância coletiva, como seria o patamar sul do monte de Nossa Senhora da Assunção, onde, provavelmente, celebrariam as águas que aí nasceriam e o cume do monte de grande significação simbólica. A grande importância simbólica do cume seria inibidora da sua frequência por uma vasta audiência, pelo que, possivelmete, só seria frequentada por um número pequeno de oficiantes, o que, eventualmente, se traduz no menor número de gravuras e de motivos aí encontrados. É curioso que a gravura mais elevada do monte corresponde a um círculo concêntrico em volta de uma protuberância do afloramento como se de uma mnemónica do cume se tratasse. Também algumas das composições circulares que encontramos na plataforma sul e no seu caminho poderão corresponder a mnemónicas do topo “sagrado”, enquanto outras poderão metaforicamente registar nascentes. Do mesmo modo, alguns ginetes poderão simbolizar a viagem mítica ou real ao cume do monte, talvez em época posterior. A importância simbólica do cume do monte está patente, ainda hoje, na edificação da capela de Nossa Senhora da Assunção, na seu significado e no culto prestado. THE ATLANTIC ROCK ART OF AVE BASSIN (NORTH OF PORTUGAL). CONSIDERATIONS ABOUT ICONOGRAPHY, CRONOLOGHY AND SPACE ARTE ATLÂNTICA DA BACIA DO AVE (NORTE DE PORTUGAL). CONSIDERAÇÕES ACERCA DA SUA ICONOGRAFIA, CRONOLOGIA E ESPAÇO

Daniela Cardoso1 1-­‐PhD student, University of Trás-­‐os-­‐Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal. E-­‐mail: danyrest@gmail.com

Palavras-­chave: Bacia do Ave, Arte Atlântica, Iconografia, Especificidades regionais; Sub-­‐estilos, Diferentes etapas, Dstribuição espacial dos motivos. Resumo: A presente comunicação pretende efetuar uma análise da arte atlântica existente na bacia do rio Ave, através da identificação das suas especificidades regionais no contexto da vasta área geográfica onde este tipo estilístico se distribui. Assumindo que a arte atlântica perdurou por uma vasta diacronia, foi nosso

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objetivo, igualmente, estabelecer as várias etapas regionais deste longo ciclo. Este trabalho foi efetuado com base numa sistematização dos diferentes motivos, de sobreposições e de paralelos existentes para alguns deles. Numa primeira abordagem verificámos que as populações da bacia do Ave gravaram essencialmente composições circulares, no que se designa por iconografia clássica, estando ausentes os cervídeos e os equídeos (com uma exceções atípica) pelo que se afastam do grupo estilístico relativamente comum até à bacia do Lima e se aproximam do das regiões mais interiores e mais meridionais. Por outro lado há motivos compósitos excecionais como é o caso de conjuntos de círculos concêntricos rodeados por semi-­‐círculos que ocorrem quer na Laje dos Sinais/Monte do Olheiro. Ocorrem ainda, de forma pouco expressiva, os reticulados e os antropomorfos Estamos, assim, perante uma população que, em termos mentais, assimila um estilo atlântico, adaptando-­‐o às suas especificidades regionais. Em termos diacrónicos, cremos que o ciclo mais antigo concentra os motivos circulares e os reticulados que poderão ter entrado nos finais do 4º milénio a.C., terminando com a adição de suásticas, em pleno 1º milenio a.C., ou seja, em plena Idade do Ferro, embora estes lugares tenham começado a deixar de ser significantes a partir deste milénio atendendo ao facto de muitos terem sido partidos durante a construção de povoados deste período. Tal é o caso do povoado da Idade do Ferro de Briteiros, em Guimarães. Em termos espaciais é verifica-­‐se que os lugares gravados se concentram a diferentes altitudes (desde as vertentes mais baixas até às mais altas) sendo de assinalar que o menor número de motivos se localiza nos lugares mais altos e de mais difícil acesso e que os lugares gravados de cariz mais monumental e com maior número de motivos se encontra nas vertentes de mais fácil acesso aos vales. Tais características podem levar-­‐nos a admitir que alguns destes lugares estariam articulados em rede, podendo ter existido uma hierarquia de significação entre eles, conforme tem defendido Bettencourt (2009). Bibliografia: BETTENCOURT, A.M.S. 2009. Entre os montes e as águas: ensaio sobre a percepção dos limites na pré-­‐história da faixa costeira entre o Minho e o Lima (NW português). In A.M.S. Bettencourt & L.B. Alves (eds.) Dos montes, das pedras e das águas. Formas de interacção com o espaço natural da pré-­história à actualidade. Braga: Centro de Investigação Transdisciplinar de Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM e Associação Portuguesa para o Estudo do Quaternário – APEQ, 131-­‐162.

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THE ARCHAEOLOGICAL SITE OF ‘A CABECIÑA’ IN MOUGÁS (OIA, PONTEVEDRA, SPAIN): ROCK ART ENGRAVINGS AND ‘MEGALITHIC PANHOLES’ IN A FORTIFIED SETTLEMENT YET TO BE STUDIED Álvaro Arizaga Castro1, María Varela Martínez 2; Natalia Cortón Noya2, Carmen Gómez Feito2; Fernando Carrera Ramírez1; F. Javier Costas Goberna; Esperanza Martín Hernández 1-­‐Escola superior de Conservación e Restauración de Bens Culturais de Galicia/SCRBCG; 2-­‐Rock Art Conservation S.L. E-­‐mail:ma.varela.martinez@gmail.com

Keywords: Rock art, Atlantic petroglyphs, ‘Pía of Mougás’, Conservation-­‐ restoration. Abstract: This presentation aims to provide the first interpretations arising from the cleaning and recording campaign carried out in the archaeological site of A Cabeciña (2013). ‘A Cabeciña’ is the place name used to designate an archaeological area containing two different and overlapped sites: a rock art site, with motifs linked to the Atlantic tradition, and a hill fort site. The results obtained during the last intervention have allowed us to add new data to the previously known information, with a series of new original elements that emphasize the unique features of an area where the natural environment, full of outcrops and rocks that have been both worked by men and nature, configure a meaningful scenario. A Cabeciña is a site that shows evidences of a long-­‐range settlement, and in which the symbolism of stones has always played an important role: the rock art ensemble differs from the most usual typologies, allowing us to establish parallels with the features that are present in the decoration of neolithic burial chambers or stelae. It should also be added the presence of panholes, some of them bounded by cup-­‐marks, that might have an anthropogenic origin and that appear both in the area of the rock art site and of the hillfort, in the surroundings of the place where the well-­‐known Galician-­‐roman ‘Pía of Mougás’ was found. There are also some engraved slabs that were moved from its original location, perhaps in order to create this particular scenography of the hill fort settlement. The description of this evocative panorama will be used as a starting point for its study and characterization.

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THE PENA FURADA SANCTUARY, ASTRONOMICAL AND RITUAL ARCHAEOLOGICAL ASPECTS (COIRÓS, A CORUNHA, GALIZA). O SANTUARIO DA PENA FURADA, ASPETOS ARQUEOASTRONÓMICOS E RITUAIS (COIRÓS, A CORUNHA, GALIZA)

Antón Malde1 1-­‐Archaeologist. Research Group of Castro das Travesas, Galicia, Spain. E-­‐mail: antonmalde@gmail.com

Keywords: Northwest of the Iberian Peninsula, Iron Age, Sanctuary, Sacred place, Celtics festivities, Astronomical relations. Abstract: The archaeological site of Pena Furada has been known since the 90s, by the presence of an anthropomorphic rock engraving with very prominent female sex, known as "A Moura". But it was not until the year 2011 during an intense vegetable cleaning that the surrounding context of “A Moura” could be documented. Then, it was possible to register the presence of an ordered set of architectural pieces without structural function. Therefore, the figure of “A Moura” was not casual. It was part of a ritual context either due to the iconography of “A Moura”, or to the distribution of the architectural pieces. This place, despite its uniqueness, shares the grammar of the construction of sacred places in Iron Age in the Northwest of the Iberian Peninsula, according to the scheme designed by Santos Estévez and others. Our conclusions are available on the website www.penafurada.net. During the archeological intervention, we had the opportunity to observed that the figure of “A Moura”, was not visible all day long, despite being a low relief (15 cm thick). A Moura only be seen at midday. Accidentally, during some topographic work carried out on February 2nd (the Candeloria Day), early in the morning, called our attention to the position of the sun above an important local geographical referent (Monte do Gato). At the same time, the sun rays were projected into the ritual openings. At first, we were not aware of the relevance of this fact, until Professor Marco García Quintela pointed out that Candeloria Day (is a Christian festival) coincided with the Celtic festival of Imbolc, and therefore, it may not be sheer coincidence. In a subsequent field visit, the archaeological astronomer César González (from CSIC) pointed other possible relationships, some of them of extraordinary importance. To prove these relations, we conducted a systematic programme of observations centered on the eight annual Celtic festivals during the sunrise,

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noon and sunset or evening. As a conclusion, these observations showed the sort order or disposition of the different parts setting sanctuary. In 2011 following the recommendations of Santos Estévez and others, we detected an "empty" space, without hill-­‐forts from the Iron Age, surrounding Pena Furada, the land there is rich for crops, livestock and forestry. Recently we have developed this line of investigation, proving the absence of hill-­‐forts is much higher, and that it is directly related to the sunrise. Pena Furada was not the product of improvisation. It is the work of individuals with great technical skill, who must have perform systematic observations and made predictions based on mathematical calculations. There is not a unique case, since we have detected other cases similar ability in construction and sculpture. It is not the skill of a craftsman, but sophisticated production of knowledge techniques. Palavras-­chave: Noroeste da Península Ibérica, Idade do Ferro, Santuário, espaço ritual, Festividades céticas, Relaçons astronómicas. Resumen: O lugar arqueológico de Pena Furada é conhecido desde os anos 90, pola presença dumha gravura rupestre antropomorfa com o sexo feminino muito proeminente, conhecida como “A Moura”. Mas, nom foi até o ano 2011 no que se efectou umha intensa limpeça vegetal que permitiu documentar o contexto que rodeava á Moura. Assim, foi possível registar a presença dum conjunto de peças arquitectónicas ordenadas e sem funçom estrutural. Por tanto, a figura da Moura nom era casual. Formava parte dum significativo contexto ritual originado quer pola iconografia da Moura, quer pola distribuiçom das peças arquitectónicas. Este lugar, apesar da sua singularidade, compartilha a gramática da construçom de espaços rituais no Noroeste Peninsular da Idade do Ferro, segundo o esquema de Santos Estévez e outros. Exprimimos as nossas conclusons no web site www.penafurada.net. No decurso da intervençom observamos que a figura da Moura, apesar de ser um baixo relevo (tem 15 cm. de espessura), nom era visível todo o dia. Únicamente se manifestava ao meio-­‐dia. Casualmente, durante uns trabalhos topográficos o 2 de fevereiro (dia da Candeloria), a primeira hora da manhá, chamou-­‐nos a atençom a posiçom do sol sobre um importante referente geográfico comarcal (Monte do Gato). Ao mesmo tempo os raios eram projectados numha das aberturas de carácter ritual. Inicialmente nom demos mais importância até nos alertar o professor Marco García Quintela. A festividade cristiá da Candeloria coincide com a celta do Imbolc (fenómeno de continuidade), e por tanto, a relaçom astronómica podería nom ser umha coincidência. Numha posterior visita de campo, o arqueoastrónomo do CSIC

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César González alertou-­‐nos de outras possíveis relaçons, algumhas delas de extraordinária importância. Para comprovar estas relaçons, realizamos um programa de observaçons sistemáticas centradas nas 8 festividades anuais célticas, durante o alborear, o meio-­‐dia e o solpór ou tardinha. Como conclusom, estas observaçons manifestaram o critério de ordenaçom ou disposiçom das distintas peças que configuran o santuário. Em 2011 seguindo a Santos Estévez e outros, detectamos um espaço “vazio”, sem fortificaçons da Idade do Ferro, arredor de Pena Furada, em terras de grande aptidom agrícola, pecuária e forestal. Recentemente temos afundado nesta linha de investigaçom, comprovando que a ausência de fortificaçons é muito maior, e que está directamente relacionada com a saida do sol Pena Furada nom foi produto da improvisaçom. Dá conta da concorrência de individuos com umha grande qualificaçom técnica, que precisarom realizar observaçons sistemáticas e projectar prediçons fundadas em cálculos matemáticos. Nom é um caso único, já que detectamos outros casos de qualificaçom na construçom e na escultura. Nom se trata da destreza dum artesao, senom da produçom sofisticada do conhecimento. ROCK ART VIRTUAL CORPUS OF THE NORTH-­WESTERN PORTUGAL (CVARN): NEW DATA TO STUDY THE HOLOCENIC ROCK ART CORPUS VIRTUAL DE ARTE RUPESTRE DO NOROESTE DE PORTUGAL (CVARN): NOVOS DADOS PARA ESTUDAR A ARTE RUPESTRE HOLOCÉNICA

Ana M. S. Bettencourt1, Emílio Abad-­Vidal2 & Alda Rodrigues3 1 -­‐ Transdisciplinary Investigation Centre, Culture, Space and Memory – CITCEM/UM, Department of History of University of Minho, Campus Gualtar, 4710-­‐057 Braga, Portugal. E-­‐mail: anabett@uaum.uminho.pt; 2 -­‐ Centre of Super Computer Graphic of Galicia. E-­‐mail: emilio.abad@gmail.com 3 -­‐ Transdisciplinary Investigation Centre, Culture, Space and Memory – CITCEM/UM. E-­‐mail: aldacrodrigues@gmail.com

Keywords: Northwest of Portugal, Rock Art Virtual Corpus, Disclosure tool, Knowledge tool. Abstract: The purpose of this paper is to show the evolution made in the context of the Rock Art Virtual Corpus of the Northwest of Portugal (CVARN), a database dedicated to the theme of open air rock art of this geographic area that will be available online through a website in September 2014. Apart from being a first compilation of different types of open air rock art, which occur between the western façade of Iberia, it is important both social and scientific functions. In this subject it will allow an updated literature review about rock art, to

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understand spatial or density trends of the different rock art styles and thematic. Examples from various researches will be done. Palavras-­chave: Noroeste de Portugal, Corpus Virtual, Arte Rupestre pos-­‐ Paleolítica, Divulgação, Conhecimento. Resumo: O objetivo desta comunicação é demonstrar as evoluções efetuadas no âmbito do Corpus Virtual de Arte Rupestre do Noroeste Português (CVARN), uma base de dados relativa à temática da arte rupestre de ar livre desta área geográfica a disponibilizar online, através de um website, em Setembro de 2014. Além de constituir uma primeira compilação dos diferentes tipos de arte rupestre de ar livre que ocorrem na fachada ocidental do Norte e Centro-­‐Norte de Portugal, importante em termos da gestão do planeamento territorial, terá, igualmente, uma função científica. Neste âmbito, será possível obter uma síntese bibliográfica atualizado sobre as manifestações rupestres e perceber tendências espaciais ou de densidade dos diferentes estilos e temáticas. Serão mostrados exemplos de diversas pesquisas. PATTERNS OF DISTRIBUTION OF GALICIAN PETROGLYPHS: A CORUÑA PROVINCE Alia Vazquez University of Santiago de Compostela, Galicia, Spain. E-­‐mail: alia249@gmail.com

Keywords: Petroglyphs, Dispersion, Statistic, Coruña. Abstract: The systematic collection of information from the List of Archaeological Sites at the Xunta de Galicia’s Department of Cultural Heritage has allowed us to gather the census of known petroglyphs in A Coruña and analyze the correlation between the different motifs on the carved panels. At the same time, the main clusters of the carvings were observed and we paid attention, also, to the lithology of their support. The available census indicates a considerable increase in the number of discovered carvings during the last three decades, mainly thanks to the work of both researchers and amateurs. Thus, we obtained a database consisting of 781 petroglyphs in total, which allowed us to make a quantitative approach to this archaeological phenomenon. As expected, the coastline is the main area where the carvings are concentrated,

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in contrast to a relative absence in A Coruña’s inland, mainly along a strip from a plain in the north (Carballo council), running NW-­‐SE across the province, ending in the Arzúa district. With regard to the iconography, the geometrical motifs show a greater dispersion than those more figurative, the latter, limited to the south-­‐western coast, basically. The statistical analysis allowed us to identify the correlation between the different motifs, observing which figures show a greater or a lower tendency to occur together. The geometric motifs tend to feature mostly among themselves, while zoomorphs usually share the panel with geometric; still a relevant number of animal appear alone. Meanwhile, the different metallic weapons tend to go on correlation with each other. Finally, the petroglyphs of clear historical chronology –such as cruciforms, alphabetic forms, etc. -­‐ are in clear dissociation with prehistoric carvings. THE ATLANTIC ROCK ART OF EIRÓ MOUNT, MARCO DE CANAVESES (NW PORTUGAL). NEW DATA FOR ITS SPACIAL CONTEXTUALISATION A ARTE ATLÂNTICA DO MONTE EIRÓ, MARCO DE CANAVESES. NOVOS DADOS PARA A SUA CONTEXTUALIZAÇÃO ESPACIAL

Luís Sousa1 1-­‐Arqueólogo do Município de Lousada; Mestrando de Arqueologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-­‐mail: luis.sousa2@sapo.pt

Palavras-­chave: Arte Atlântica; Monte Airó; Bacia do Douro, Análise espacial. Resumo: Com este poster o autor pretende dar a conhecer a investigação desenvolvida no Monte Eiró, lugar de Piares, freguesia de Penhalonga, Marco de Canaveses, no âmbito do Projeto Enardas, com o objetivo de relocalizar em termos físicos e espaciais o local de onde foi encontrada a conhecida gravura de arte atlântica, pela primeira vez publicada por Pedro Vitorino em 1924. No âmbito deste trabalho foi possível não só encontrar o afloramento partido, que ainda contem algumas gravuras, identificar outras até agora desconhecidas, bem como identificar um novo núcleo de arte atlântica no local. Todos estes núcleos foram descritos em termos geológicos e iconográficos e contextualizados em termos físicos e espaciais. Posteriormente foram realizadas análises espaciais através de um sistema de informação geográfica que permitiram algumas interpretações sobre os motivos pelo qual esta grande concentração de gravuras rupestres se localiza a meio da vertente sul da serra de Montedeiras, em plena bacia do Douro. Bibliografia: VITORINO, P. 1923/1924. Insculturas do Monte de Eiró. O Archeologo Português 26, Série 1: 20-­‐24.

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ABSTRACT AND SUBNATURALISTIC ROCK DRAWINGS IN THE CONTEXT OF THE SOCIAL PRACTICES OF THE MIRANDÊS PLATEAU PREHISTORIC COMMUNITIES: THE CASE STUDY OF PASSADEIRO ROCKSHELTER -­ PALAÇOULO (IBERIAN TRANSITION REGION: NORTHWEST-­MESETA) DESENHOS RUPESTRES ABSTRATOS E SUBNATURALISTAS NO CONTEXTO DAS PRÁTICAS SOCIAIS DAS COMUNIDADES PRÉ-­‐HISTÓRICAS DA REGIÃO DO PLANALTO MIRANDÊS: O CASO DO ABRIGO DO PASSADEIRO -­‐ PALAÇOULO (NOROESTE PENINSULAR E MESETA IBÉRICA)

Maria de Jesus Sanches1 & Joana Castro Teixeira1 1-­‐Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património; Faculdade de Letras da Universidade do Porto-­‐Portugal (CEAACP/FL-­‐UP). E-­‐mail: joanacastroteixeira@gmail.com

Keywords: Paleolithic, Epipaleolithic, Abstract and Subnaturalistic rock art, “Devil claw” depictions. Abstract: The rockshelter of Foz do Tua, with about half hundred engraved panels and one of them painted, led us to question the chronology that has been proposed for the engravings known as “ devil claw" or "fusiform" figures. Indeed we can find in that rockshelter a diachrony that goes from a moment before the Magdalenian period to the Neolithic/ Chalcolithic one. There, both thin incisions as devil claws engravings, are articulated with each other and seems to follow the Paleolithic and Epipaleolithic phases in this shelter. It appears, moreover, that this type of incisions, both the thin as the deeper, configure abstract compositions in dozens rockshelters that characterize the prehistoric communities of the eastern Trás-­‐os-­‐Montes (Portugal). In the Beiras region this phenomenon is apparently less striking. Such designs are, in our view, a stylistic and social tradition of the long lasting occupation of places that surely has its roots in the Upper Paleolithic. The Passadeiro rockshelter, already known from the literature, but only for this kind of abstract compositions, confirms the ideas proposed above. Indeed, one of its 5 panels displays a complex figurative stratigraphy where it becomes clear that a pecked segmented body of a red deer, clearly of Epipaleolithic subnaturalistic style (or Early Neolithic), overlaps a composition of thin incisions and devil claw motifs. Palavras-­chave: Paleolítico, Epipaleolítico, Arte abstrata e subnaturalista, “Unhadas do Diabo”. Resumo: O abrigo da Foz do Tua, com cerca de meia centena de painéis gravados e um deles pintado, conduziu-­‐nos a questionar a cronologia que tem vindo a ser proposta para as gravuras de tipo “unhada do Diabo” ou “fusiforme”. Com efeito, verifica-­‐se naquele abrigo uma diacronia que vai de um

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momento anterior ao Magdalenense até ao Neolítico/Calcolítico. Aí tanto as incisões finas como as de tipo unhada do Diabo, articulam-­‐se entre si e parecem acompanhar as fases paleolíticas e epipaleolíticas desse abrigo. Verifica-­‐se, por outro lado, que este tipo de incisões, tanto as finas como as mais profundas, configuram composições abstratas em dezenas de abrigos e caracterizam regionalmente as comunidades pré-­‐históricas do Leste de Trás-­‐os-­‐Montes. Nas Beiras, este fenómeno é aparentemente menos marcante. Tais desenhos constituem, a nosso ver, uma tradição estilística e de ocupação social de lugares tradicionais que por certo terá as suas raízes no Paleolítico superior. O abrigo do Passadeiro, já conhecido pela bibliografia através deste tipo de composições abstratas, vem confirmar as ideias propostas acima. Com efeito, um dos seus 5 painéis exibe uma estratigrafia figurativa complexa, onde se torna claro que um cervídeo de corpo segmentado e gravado com a técnica de picotagem fina, de estilo subnaturalista, claramente epipaleolítico ou do Neolítico antigo, se sobrepõe a uma composição de riscos finos e unhadas do Diabo. CHALLENGES TO THE STUDY OF ATLANTIC ROCK ART IN NORTHWEST IBERIA Joana Valdez-­Tullet1 1-­‐University of Southampton, Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP/FL-­‐UP). E-­‐mail: J.Valdez-­‐Tullett@soton.ac.uk

Keywords: NW Ibéria, Atlantic Rock Art, Historiography, Critical Review. Abstract: During Prehistory it is possible to identify similarities of various types across the Atlantic Europe. One of these is a style of open-­‐air rock art, mostly grounded upon a circular-­‐based iconography, with carved motifs such as rings, cupmarks, labyrinths. Atlantic Rock Art can be found broadly in Iberia, the British Isles and western France. In Iberia the study of Atlantic Rock Art began in the 19th Century and is still today a favourite subject object of researchers. Approaches to this evidence varied and often depended on political and social interests. The majority of the studies, however, are mostly descriptive and the aesthetic character of the manifestations has always been much appreciated, resulting in a lack of analytical depth and negligence of the socio-­‐cultural contexts of the carved sites. Nationalism and separatism have influenced the investigations failing to develop inter-­‐regional approaches, often ignoring the evidences of neighbouring countries.

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There is an absence of systematic and comparative studies that contribute to the subjects’ epistemological debate. This poster intends to develop a brief critical revision of the investigation and scientific procedures conducted over time, in an attempt to understand in which way historiography may have influenced and limited the main interpretations of the phenomenon. I suggest future lines of holistic and interdisciplinary research aiming to a wider understanding of Atlantic Rock Art style in Iberia, focusing on its socio-­‐cultural contextualization. CONTEXTUALIZING THE METAL HOARDS ON THE SIL BASIN (GALICIA) CONTEXTOS DE LOS DEPÓSITOS METÁLICOS DE LA CUENCA DEL RÍO SIL (GALICIA)

Eduardo Breogán Nieto1, Beatriz Comendador Rey2 & Victor Rodríguez Muñiz3 1-­‐Grupo de Estudos de Arqueoloxía, Antigüidade e Territorio (GEAAT); E-­‐mail: info@breoganarqueoloxia.com 2-­‐ Facultade de Historia, Universidade de Vigo. E-­‐mail: beacomendador@uvigo.es; 3-­‐ Grupo de Historia Medieval e CC TT Historiográficas. E-­‐mail: victor_muniz@hotmail.es “...Near San Vítor, in the channel of the electric factory, There is another [gallery] yet unexplored, in which was found the sword that is in the Museum of Orense, donated by Mr. Conde Balvís...”. Joaquín Arias Sanjurjo. 1914

Keywords: Metal hoards, Sil basin, Spacial contexts, Circumstances of recovery. Abstract: The finding of metal artifacts on selected points of the landscape derives from the coded actions of prehistoric societies that show the symbolic relationship between man and his environment. However, the findings of these assemblies -­‐casual findings in almost all the cases-­‐ does not allow their good contextualization, becoming barely a small mention on the bibliography relative to the finding. Within the framework of the investigation project and valorisation of San Vítor de Barxacova (Parada de Sil, Ourense), research was made to locate the place where the “espada de Forcas” (sword of Forcas) was found in the begining of the XXth century, and now placed in the Archaeological Museum of Ourense. Notwithstanding the fact that it is a well-­‐known object in the european bibliography on Bronze Age swords, little information was known about the actual place of the finding, which remained “fossilized” as “A Pena da Espada” (The Stone of the Sword) in the micro-­‐toponymy of the slope of Mount Tucela (Forcas, Parada de Sil, Ourense).

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This work presents data about the context and circumstances of recovery of the aforementioned sword; other metal deposits are revised, taking into account the environment in which they were found, be it aquatic (bowl of the river Sil) or terrestrial, such as the sword of Mouruás, on the river Navea valley, and the hoard of Santo Estebo de Ribas de Sil. The project highlights the necessity of revising these context in order to retrieve important information for the interpretation of these assemblies. “…Cerca de San Vítor, en el canal de la fábrica eléctrica, existe otra [galería] sin explorar, en la que se encontró la espada que hay en el Museo de Orense, donada por el señor Conde Balvís…”. Joaquín Arias Sanjurjo. 1914

Palavras-­clave: Depósitos metálicos, Cuenca del río Sil, Contextos espaciais, Circunstancias de recuperación. Resumen: El hallazgo de artefactos metálicos en puntos seleccionados del paisaje responde a acciones codificadas de las sociedades prehistóricas que muestran la relación simbólica del hombre con el medio. Sin embargo, el hallazgo casi siempre casual de estos conjuntos no permite una buena contextualización de los mismos, quedando apenas en la bibliografía una escueta mención a su hallazgo. En el marco del proyecto de investigación y puesta en valor de San Vítor de Barxacova (Parada de Sil, Ourense), se indagó y localizó el lugar donde fue localizada a principios del siglo XX la espada de Forcas, depositada no Museo Arqueolóxico de Ourense. A pesar de ser un ejemplar bien conocido en la bibliografía europea das espadas de la Edad del Bronce, apenas se conocía información sobre el lugar, que permaneció “fosilizado” como A Pena da Espada en la microtoponimia en la ladera del Monte Tucela (Forcas, Parada de Sil, Ourense). En este trabajo se aportan datos sobre su contexto y circunstancias de recuperación y se revisan otros depósitos metálicos relacionados con el entorno, y con la bacia del Sil, tanto acuáticos como terrestres, entre ellos la espada de Mouruás en el valle del río Navea, y el del deposito de Santo Estebo de Ribas de Sil. A tiempo, el resultado pone de relieve la necesidad de revisar estos contextos para recuperar información de importancia en la interpretación de estos conjunto. References ARIAS SANJURJO, J. 1914. Una excursión a la Ribera Sagrada. Boletín de la Comisión Provincial de Monumentos Históricos y Artísticos de Orense 5 (98): 56. BOUZA BREY, F. 1982. Los mitos del agua en el Noroeste Hispánico. Etnografía e Folklore de Galicia. Vol. 2: 219-­‐239.

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LÓPEZ CUEVILLAS, F. 1955. Armas de bronce ofrendadas al río Sil. Zephyrus 6: 234-­‐240. VÁZQUEZ, A. 1904. La Edad del Bronce en el Museo Provincial de Ourense. Boletín de la Comisión Provincial de Monumentos Histórico y Artísticos de Orense 2: 20.

THE PALSTAVES HOARD OF CABEIRAS, ARBO (GALICIA) IN THE CONTEXT OF THE LOWER COURSE OF THE MINHO BASIN O DEPÓSITO DE MACHADOS DE TALAO DE CABEIRAS (ARBO, GALIZA) NO CONTEXTO DA BACIA BAIXA DO RIO MINHO.

Xulio Carballo Arceo1 & Josefa Rey Castiñeira2 1-­‐ Arqueólogo da Xunta de Galicia. E-­‐mail: luis.xulio.carballo.arceo@xunta.es; .2-­‐ Universidade de Santiago de Compostela, Galicia. E-­‐mail: josefa.rey@usc.es

Keywords: Palstaves hoard; Minho River; Areas of natural passage; Occupation of the territory. Abstract: We present the palstaves hoard of Cabeiras (parish of the same name, Arbo municipality and province of Pontevedra), who casually appeared in 1991 in a farm field and that has not been given know in detail. In the same way, we study other metal axes that appeared on the north side of the lower basin of the river Minho (Galicia). Finally, we carried out a spatial analysis of the location of the deposit and others metallic findings, both in relationship to areas of natural passage, either with archaeological settlements of the Late Bronze to the Iron Age transition. Palavras-­clave: Depósito de machados de talão; Rio Minho; zonas de passagem natural; Ocupação do território. Resumen: Apresenta-­‐se o depósito de machados de talão de Cabeiras (freguesia do mesmo nome, câmara municipal de Arbo e província de Pontevedra), que apareceu casualmente no ano 1991 numa parcela dedicada a viñedo, e que ainda não foi dado a conhecer de maneira detalhada. Assim mesmo, trata-­‐se dos outros machados de talão que apareceram na bacia baixa do rio Minho (vertente galega). Realiza-­‐se uma breve análise espacial da sua situação dentro do território e em relação com as zonas de passagem natural. Por outra parte, faz-­‐se uma análise em relação com os xacementos arqueológicos próximos, e uma valoração dos depósitos de bronze em relação com a ocupação do território, no marco do contexto cronolóxico que convencionalmente se denomina transição do Bronze Final à Idade do Ferro.

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FACING THE RIVER... THE PALSTAVES HOARD FROM FALDEJÃES (ARCOZELO, PONTE DE LIMA, NW PORTUGAL) DE FRENTE PARA O RIO....O DEPÓSITO METÁLICO DE FALDEJÃES (ARCOZELO, PONTE DE LIMA, NW DE PORTUGAL)

Ana M. S. Bettencourt1, Beatriz Comendador Rey2, Alejandro Manteiga Brea3 1-­‐Transdisciplinary Investigation Centre, Culture, Space and Memory – CITCEM/UM, Department of History of University of Minho, Campus Gualtar, 4710-­‐057 Braga, Portugal. E-­‐mail: anabett@uaum.uminho.com; 2-­‐ Study Group of Archaeology, Antiquity and Territory -­‐ GEAAT; Faculty of History, University of Vigo, Galicia, Spain. E-­‐mail: beacomendador@uvigo.es; 3-­‐ Study Group of Archaeology, Antiquity and Territory -­‐ GEAAT. E-­‐mail: alex.manteiga@ gmail.com

…e apareceu aquela luz sobre o cobre, de cor amarelada… Testimonio de J.P.V.C.M.

Keywords: Late Bronze Age, hoard, double looped palstaves, Meeting point, Celebrative place, Mining. Abstract: The review of hoards and metal finds related to the study area of the ENARDAS project began in 2011. Several investigations were carried out involving direct examination of the materials, the review of literature and visits to collectors and informants. This work allowed the recontextualization of a palstave hoard found in Faldejães (Municipality of Arcozelo, Ponte de Lima). The discovery was made during the construction of a house and studied by Quintas Neves in 1987. Subsequently we had access to the testimony of the finders in order to reconstruct the discovery circumstances, and the following distribution and sale, together with the study of non-­‐recorded items from the deposit, consisting of at least thirteen artefacts. In this work we present some formal aspects on the whole assemblage, such as the special arrangement and context location. Also some interpretations concerning depositions of this kind located on river banks are provided. Palavras-­chave: Bronze Final, Depósito, Machados de talão, Lugar de passagem e de encontro, Lugar celebrativo, Mineração. Resumo: Em 2011 iniciaram-­‐se os trabalhos de estudo e revisão dos depósitos e achados metálicos relacionados com as áreas de intervenção do projecto ENARDAS. Levaram-­‐se a cabo distintos tipos de tarefas como a revisão bibliográfica, o estudo direto de alguns conjuntos depositados em instituições, a visita a colecionadores e a pessoas que tinham estado diretamente relacionadas com a descoberta de artefactos metálicos. Este trabalho permitiu,

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entre outros, recuperar as circunstâncias do achado de um conjunto de machados de talão localizados no lugar de Faldejães, freguesia de Arcozelo, concelho de Ponte de Lima. O achado, realizado durante o decurso da construção de uma moradia, foi dado a conhecer parcialmente por J. Quintas Neves em 1987. Posteriormente, tivemos oportunidade de aceder ao testemunho directo dos trabalhadores da obra através dos quais pudemos reconstruir as circunstâncias do achado e da sua posterior desarticulação e venda. Também foi possível estudar alguns dos exemplares inéditos do depósito, que totalizavam, um mínimo de treze exemplares. Neste trabaho damos a conhecer aspetos formais sobre o conjunto, as suas condições de deposição e contexto físico do local de achado. Tecem-­‐se, igualmente, algumas interpretações sobre este tipo de deposições nas margens dos rios. References: NEVES, J. 1987. Outro esconderijo morgeano en Terras do Alto Minho (Breve notícia do seu aparecimento). Arquivo do Alto Minho 28 (8), 3ª série: 171-­‐174.

DEPOSITIONAL CATEGORIES AND LATER BRONZE AGE HOARDS CONTEXTS IN THE IBERIAN NORTHWEST CATEGORÍAS DEPOSICIONALES Y CONTEXTOS DE LOS DEPÓSITOS METÁLICOS DEL NOROESTE DE LA PENÍNSULA IBÉRICA DURANTE LA EDAD DEL BRONCE FINAL

Alexandre Manteiga Brea1 1-­‐ Study Group of Archaeology, Antiquity and Territory – GEAAT. E-­‐mail: alex.manteiga@gmail.com

Keywords: Iberian northwest, Late Bronze Age, Axe hoards and weapon hoards, Contexts, Interpretations. Abstract: The repetition of contents, disposition and contexts of deposition is clear in the Atlantic façade so it seems possible to notice the existence of certain patterns with regard to the deposition of metal objects. The deposition of bronze and gold objects is governed by rules and traditions that conform to a certain code of social behavior. From the general analysis of hoards we should be able to notice the different characteristics behind the deposition of metal objects, distinguishing between the different categories of hoards and the various contexts of deposition, which leads us to the analysis of particular behaviors and the distinctive social roles of hoards. The aim of this study is to analyze, formally and contextually, the different hoarding categories in the Late Bronze Age of the Iberian Peninsula in order to find regularities and specificities that may contribute to their social

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interpretation. A more detailed analysis will be made for deposits containing axes and weapons. To complete this work in methodological terms we produced a catalogue of hoards to examine the different context locations using GIS on a macro-­‐scale level of analysis. As for the results, we noticed that the Iberian northwest accounts for 40% of the overall Bronze Age deposits; it seems possible to define different categorizations based on hoard contents; deposits containing double-­‐looped palstaves are the most numerous in the Bronze Age; even though there are different sub-­‐categories within palstave hoards their contexts of deposition are identical, with little variations; socketed axe hoards are very scarce and were deposited in the most varied contexts; hoards of flat axes with lateral projections of Mediterranean influence are also very limited; weapon hoards are also relatively rare and may occur in both aquatic and terrestrial environments (associated with bedrocks) or related to foundational contexts in settlements. We will attempt to offer some interpretations based on these results. Palabras clave: Noroeste de Iberia, Bronce Final, Depósitos de hachas y depósitos de armas, Contextos, Interpretaciones. Resumen: La repetición de contenidos, disposición y contextos de deposición es evidente en la fachada atlántica por lo que es posible advertir la existencia de determinados patrones a la hora de depositar objetos metálicos. La deposición de objetos de bronce y de oro está ordenada por normas y tradiciones que se ajustan a un determinado código de conducta social. Partiendo de un análisis de los depósitos en conjunto deberíamos de ser capaces de advertir las características que rigen la deposición de objetos metálicos, diferenciando distintas categorías de depósitos y diferentes contextos de deposición lo que nos lleva al análisis de diferentes comportamientos y distintos papeles sociales de los diferentes depósitos El objetivo de este trabajo es analizar formalmente y contextualmente las diferentes categorías de depósitos de la Edad del Bronce Final del Noroeste de la Península Ibérica con el fin de encontrar regularidades y especificidades que puedan contribuir a su interpretación social. Un análisis más detallado será efectuado para los depósitos compuestos por hachas y por armas. Para finalizar este trabajo en términos metodológicos elaboramos un catálogo de depósitos y procedemos al análisis de los diferentes aspectos del contexto de localización mediante el uso de Sistemas de Información Geográfica (ArcGIS) a una macro-­‐escala de análisis.

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En términos de resultados, notamos que en el noroeste de la península se concentra el 40% de Los depósitos Edad del Bronce de la Península Ibérica; que es posible definir diferentes categorizaciones en función de los contenidos; que los depósitos que contienen hachas de talón con dos anillas son los más numerosos en La Edad del Bronce; que dentro de éstes hay varias sub-­‐ categorías, aunque sus contextos son idénticos, con algunos matices; que los depósitos de hachas de cubo son poco numerosos, aunque diversos en sus contextos; que los depósitos de hachas planas con apéndices laterales de inspiración mediterránea son muy escasos; que los depósitos de armas también relativamente raros, pueden aparecer tanto en ambientes acuáticos como terrestres (asociados a rocas) o en contextos fundacionales dentro de los poblados. Intentaremos ofrecer algunas interpretaciones en función de estos resultados. METALLIC HOARDS, ETHNOARCHAEOLOGY AND EXPERIMENTAL ARCHAEOLOGY WORKSHOPS FOR THE PUBLIC DEPÓSITOS METÁLICOS, ETNOARQUEOLOGÍA E TALLERES DE ARQUEOLOGÍA EXPERIMENTAL PARA O PUBLICO

Aaron Lackinger, Beatriz Comendador Rey & Cristina I. Fernández1 1-­‐ Study Group of Archaeology, Antiquity and Territory -­‐ GEAAT; Faculty of History, University of Vigo, Galicia, Spain. E-­‐mails: beacomendador@uvigo.es; jodoklackinger@hotmail.com; kris_gudinha@hotmail.com

Keywords: Hoards, Tin, Bronze, Metallurgy, Ethnoarchaeology, Experimental archaeology. Abstract: There are abundant mineral resources in the southern border of the province of Ourense, especially tin ores, of which some little known –albeit interesting-­‐ metal deposits have been located; it is an inherent evil (with exceptions) to this type of findings for their eventual recovery circumstances. For some authors, the finding of the warrior stela of A Pedra Alta (Castrelo do Val, Ourense) and surrounding statuary especially in the valley of the river Támega, suggest the importance of these tin resources, both in the context of early peninsular bronze metallurgy, as in the circulation routes throughout the Bronze Age and the early Iron Age. Deposit contextualization, either by means of information retrieval about their find, or relating them to the sites, local resources (with special emphasis on metal), pathways and statues as fixed elements in the landscape, allows for a full understanding of the several dimensions of the phenomena. We can add experimental archeology and ethnoarchaeological information to the essential technological characterization from archaeometallurgy. This

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allows us to bring not only technical and technological questions but to enable the process through open experiences that contribute to the broadcasting and sharing of these resources. Palabras Clave: depósitos, estaño, bronce, metalurgia, etnoarqueología, arqeuoología experimental. Resumen: El área surfronteriza de la provincia de Ourense posee abundantes recursos minerales, especialmente de estaño, habiéndose localizado algunos interesantes depósitos metálicos mal conocidos; se trata de un mal inherente (salvo excepciones) a este tipo de conjuntos por sus eventuales circunstancias de recuperación. El hallazgo de la estela de A Pedra Alta (Castrelo do Val, Ourense) y la estatuaria circundante especialmente en el valle del río Támega, señala para algunos autores la importancia de estos recursos de estaño tanto en el contexto de los inicios de la metalurgia del bronce peninsular, como en el de las rutas de circulación a lo largo de la Edad de Bronce y los inicios de la Edad del Hierro. La contextualización de los depósitos, ya mediante la recuperación de información sobre su hallazgo, ya poniéndolos en relación con los yacimientos, recursos locales (con especial énfasis en los metálicos), vías de comunicación y estatuaria como elementos fijos en el paisaje, permite ahondar en la comprensión de diversos fenómenos. A su imprescindible caracterización tecnológica desde la arqueometalurgia, se puede añadir la información etnoarqueológica y la arqueología experimental, que nos permite no solo adecuar preguntas técnicas y tecnológicas, sino hacer posible el proceso a través de experiencias abiertas que contribuyen a la difusión y socialización de estos recursos. References FERNÁNDEZ, C.I. 2011. Una aproximación etnoarqueológica al trabajo del estaño en el valle del río Ribeira y la zona del Tameirón (A Gudiña, Ourense, NW Peninsular). In: C.M. Braz, A.M.S. Bettencourt, J.I.F.P. Martíns, J. Carvalho (coords.). Povoamento e Exploração dos recursos mineiros na Europa Atlântica Ocidental. CITCEM, APEQ, Braga: 261-­‐278. LACKINGER, A., COMENDADOR, B. 2011. The bronze disk of A Urdiñeira hoard (A Gudiña, Ourense). Conservação e técnicas de análise para o estudo e salvaguarda do património metálico. AuCORRE PTDC/HIS-­HIS/114698/2009 Metalurgia das Idades do Bronze e do Ferro 29 de Março de 2011 Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa. Diponible On-­‐line http://www.aucorre.org/project/pdf/291730.pdf LACKINGER, A., COMENDADOR, B., 2013. From Wax to Metal: An Experimental Approach to the Chaîne Opératoire of the Bronze Disk from Urdiñeira. EXARC Journal, 2013/3. Proceedings of the 7th UK Experimental Archaeology Conference Cardiff 2013 LACKINGER, A., COMENDADOR, B., FIGUEIREDO, E., ARAÚJO, M.F., SILVA, R., ROVIRA, S. 2013. Copper + Tin + People: Public Co-­‐Smelting Experimentation in Northwestern

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Iberia. EXARC Journal, 2013/3. Proceedings of the 7th UK Experimental Archaeology Conference Cardiff 2013 LACKINGER, A.; HERRERO MENOR, A.; FERNÁNDEZ FERNÁNDEZ, C. 2013. O Proxecto Urdiñeira" Balance de un acercamiento a los campos de la investigación y difusión arqueológica. Arqueología en el valle del Duero. Del Neolítico a la Antigüedad Tardía: nuevas perspectivas.

OBJETOS IDÊNTICOS, CONJUNTOS DISTINTOS: REFLEXÕES SOBRE O CARÁCTER COLETIVO DOS DEPÓSITOS DE MACHADOS DE TALÃO DA IDADE DO BRONZE DO NORTE DE PORTUGAL IDENTICAL OBJECTS, DISTINCT SETS: REFLEXIONS ABOUT THE COLECTIVE CHARACTER OF THE NORTHERN PORTUGUESE LATE BRONZE AGE PALSTAVES AXES’ DEPOSITS

Hugo Sampaio1 1-­‐ Doutorando em Arqueologia da Paisagem e do Povoamento da Universidade o Minho, Braga, Portugal. Bolseiro de PhD da F.C.T. com a referência SFRH/BD/41776/2007. Investigador do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória –CITCEM. E-­mail: hugoaluai@gmail.com

Palavras-­chave: Noroeste português, Bronze Final, Depósito de machados de talão, Diferentes produções, Celebração inter-­‐comunitária. Resumo: O presente trabalho tem como principal objetivo propor novas interpretações para um conjunto previamente selecionado de depósitos de machados de talão de duas argolas do Norte português, genericamente datáveis do Bronze Final. Tal terá como base o estudo morfológico e de composição química desses objetos mas, também, o seu contexto espacial de deposição. A amostragem testada considera os conjuntos que integraram dois ou mais machados de talão, a saber: os depósitos de Carpinteira (Melgaço), de Ganfei (Viana do Castelo), de Pinheiro/Senhora Aparecida (Felgueiras), de Viatodos/Fonte Velha (Barcelos) e de Abelheira (Trofa). As variações morfológicas e químicas observadas entre objetos de um mesmo depósito, conforme se pode observar em Bottaini (2012), permite-­‐nos considerar que nestes depósitos, formados pelo mesmo tipo de objeto, cada peça é única e individual, em termos de dimensões, de peso e de composição química, indiciando moldes e focos produtivos distintos (Sampaio no prelo). Paralelamente, a sua distribuição espacial, em grandes vias naturais, de fácil acesso a partir de vários pontos, parece contrariar o pressuposto “económico” que, amiúde, vem sendo atribuído a estes conjuntos.

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Resultantes de fenómenos socias mais complexos de difícil interpretação, estas amortizações de objetos metálicos poderão resultar, não de um ação realizada por uma determinada comunidade, mas de atos celebrativos, pactos ou acordos, perpetrados entre diferentes indivíduos de diversas comunidades (Sampaio no prelo). Além do caráter mágico e simbólico que envolveu a sua produção, as suas biografias ultrapassariam a funcionalidade enquanto simples “instrumentos” ou “ferramentas” e representariam diferentes histórias de diferentes comunidades que se reúnem em determinados momentos de grande significação social e simbólica. Bibliografia: BOTTAINI, C. 2012. Depósitos metálicos do Bronze Final (sécs. XIII‑VIII A. C.) do Centro e Norte de Portugal. Aspectos sociais e arqueometalúrgicos. Coimbra: Universidade de Coimbra. Tese de doutoramento (Policopiada).

SAMPAIO, H.A. 2014. Rede de lugares da Idade do Bronze na bacia do Ave. Braga: Universidade do Minho (Tese de doutoramento na área da Arqueologia da Paisagem e do Povoamento em fase de conclusão) . O DEPÓSITO DO BRONZE FINAL / FERRO INICIAL DE VIATODOS (BARCELOS, NORTE DE PORTUGAL). UMA ABORDAGEM ARQUEOMETALÚRGICA Carlo Bottaini1, Raquel Vilaça2, A. Candeias 1, J. Mirão1 & Ignácio Montero-­Ruiz3 1-­‐Laboratório HERCULES, Universidade de Évora, Portugal. E-­‐mail: carlo@uevora.pt; 2-­‐ Universidade de Coimbra, Portugal. CEAACP. E-­‐mail: rvilaca@fl.uc.pt; 3-­‐CCHS – CSIC, Madrid, Espanha.

Palavras-­chave: Depósito de machados de talão, Arqueometalurgia, Bronzes binários. Resumo: Encontrado no lugar da “Fonte Velha”, o depósito dito de Viatodos constitui um dos conjuntos metálicos mais interessantes do Bronze Final/Ferro Inicial do Noroeste Ibérico. Porém, as informações relativas às circunstâncias de achado, em inícios do século XX, e à composição interna do próprio depósito resultam incertas e discordantes. Relativamente a este últimos aspecto, ora se enumeram “quinze palstaves morgeanos com duplo anel e dupla canelura, de tres meniscos de metal em bruto e de fragmentos de outros” (Fortes 1905/1908: 110) numa primeira versão, ora “19 machados de bronze de talão e duplo anel, 4 pastas de metal, 1 panela (?) de barro (Villas-­‐Bôas 1948: 4), numa segunda. A esta discrepância acresce a própria dispersão das peças por várias mãos e

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distintos museus ao longo dos anos. Todavia, a parte mais consistente do depósito foi levada para o Porto onde, depois de vários périplos, acabou por ser incluída na colecção do Museu de Etnografia e História do Douro Litoral do Porto, ficando, após a extinção do mesmo, nas suas reservas. Recentemente, essas peças foram recuperadas e caracterizadas do seu ponto de vista arqueométrico (Bottaini 2012: 58). Para além das interessantes questões relacionais inerentes ao seu posicionamento nas proximidades de um habitat, que faz dele um “depósito periférico” (Vilaça 2007: 65), exploram-­‐se neste poster as problemáticas da sua composição e essência, seja a nível tipológico, seja em termos analíticos. Quanto ao primeiro aspecto, para além da presença de machados do mesmo tipo, alguns dos quais ainda preservam o cone de fundição, sublinha-­‐se a presença de lingotes plano-­‐convexos, elementos extremamente raros no Bronze Final/Ferro Inicial do Ocidente Ibérico, que fazem do próprio depósito um dos mais interessantes a nível peninsular. A presença destes objectos conduz, complementarmente, à discussão da circulação do cobre na sua condição de matéria-­‐prima, não em bruto mas formalizada, aspectos que o texto resultante deste poster não deixará de explorar. O estudo arqueométrico foi realizado recorrendo-­‐se à Espectrometria de Raios X (pXRF) para a determinação da composição química e à microscopia ótica (OM) e electrónica de varrimento (SEM-­‐EDS) para a caracterização microestrutural dos objectos. Os resultados revelaram como, no interior do depósito, coexistam artefactos enquadráveis, do ponto de vista químico, no âmbito de tradições metalúrgicas diferentes e manufacturados de acordo com sequências operatórias distintas. Bibliografia BOTTAINI C. 2012. Depósitos metálicos do Bronze Final (sécs. XIII‑VIII A. C.) do Centro e Norte de Portugal. Aspectos sociais e arqueometalúrgicos. Coimbra: Universidade de Coimbra. Tese de doutoramento (Policopiada). FORTES J. 1905-­‐1908. Thesouro de Viatodos. Da idade do Bronze. Portugália 2 (1-­‐4): 110-­‐111. VILAÇA R. 2006. Depósitos de Bronze do Território Português. Um debate em aberto. O Arqueólogo Português 24 (série III): 9-­‐150. VILLAS-­‐BÔAS J.S. 1948. Um machado de bronze. Boletim do Grupo de Alcaides de Faria,1: 13-­‐19.

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THE LATER BRONZE AGE PALSTAVES HOARD FROM COBIDALTO, AREOSA (VIANA DO CASTELO): NEW DATA O DEPÓSITO DE MACHADOS DO BRONZE FINAL DE COBIDALTO, AREOSA (VIANA DO CASTELO). NOVOS DADOS PARA A SUA CONTEXTUALIZAÇÃO

Beatriz Comendador1, Ana M. S. Bettencourt2, Pedro Pimenta Simões3 & Isabel C. Alves3 1-­‐Study Group of Archaeology, Antiquity and Territory -­‐ GEAAT; Faculty of History, University of Vigo, Galicia, Spain. E-­‐mail: beacomendador@uvigo.es; 2-­‐Transdisciplinary Investigation Centre, Culture, Space and Memory -­‐ CITCEM/UM, Department of History of University of Minho, Campus Gualtar, 4710-­‐057 Braga, Portugal. E-­‐mail: anabett@uaum.uminho.com; 3-­‐Centre of Geology of the University of Porto -­‐ CGUP/UM/CCT; Departament of Earth Sciences, University of Minho, Braga, Portugal. E-­‐ mail: pedro pimenta@dct.uminho.pt; icaetano@dct.uminho.pt

Keywords: Palstaves hoard, Physical and spatial context. Abstract: As part of Project Enardas we have worked on the formal study of hoards and metal findings as well as their physical and environmental context. After a year of research it was possible to determine the exact location of the deposit called the Areosa by Monteagudo (1977) and as having appeared in the place of Fincão, parish of Areosa, in the Archaeological Chart of Viana do Castelo. It should also be noted that this hoard was given as filed in “Casa dos Nichos” in Viana do Castelo . Having been able to find one of the hoard finders it was also raised the story of the finding conditions as well as their dispersal by different individuals. After that we identified some of their owners that we visited to reevaluate six of the eight axes found then. It was also possible to determine that there is no ax of this hoard in “Casa dos Nichos”. The deposit was found in a rocky crevice, in the place of Cobidalto, Areosa parish, county and district of Viana do Castelo, on the banks of a stream that flows directly into the ocean. Given that the coastline was further back during the Bronze Age, this context, although coastal, was mainly fluvial. As today, the shoreline would then profusely rocky for what it would certainly be a crossing path between the hinterland and the sea. Palavras-­chave: Depósito de machados de talão, Contexto físico e espacial. Resumo: No âmbito do Projeto Enardas iniciaram-­‐se trabalhos de revisão de depósitos e de achados metálicos assim como da sua contextualização física e

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ambiental. Após um ano de pesquisas foi possível determinar o local exato do depósito designado por Monteagudo (1977) como da Areosa e referido na Carta Arqueológica de Viana como tendo aparecido no lugar do Fincão, freguesia da Areosa. De notar, igualmente, que este depósito estava dado como depositado na Casa dos Nichos, em Viana do Castelo. Tendo sido possível encontrar um dos achadores foi também levantada a história das suas condições de achado bem como da sua dispersão por diferentes particulares. Identificaram-­‐se alguns dos seus proprietários que visitámos tendo sido possível reavaliar seis dos oito artefactos então encontrados. Foi também possível determinar que não existe qualquer machado em depósito na Casa dos Nichos. O depósito foi encontrado numa diaclase de xisto, no lugar do Cobidalto, freguesia da Areosa, concelho e distrito de Viana do Castelo, nas margens de um ribeiro que desagua diretamente no oceano. Tendo em conta que a linha da costa era mais recuada durante a Idade do Bronze, o seu contexto, se bem que litoral, era sobretudo fluvial. Tal como hoje, a linha da costa seria, então, profusamente rochosa sendo as imediações do local de grande impressividade, dado o conjunto de geoformas existentes. Seria certamente um local de passagem entre as terras mais interiores e o mar. References: Monteagudo, L. 1977. Die Beile auf der Iberischen Halbinsel. Prähistorische Bronzefunde. Mann Verlag. Munich.Refs:1034, 1057, 1061, 1089, 1111, 1121, 1481, 1489.

FUNERAL PRACTICES IN PRE-­HISTORY OF THE BOA VIAJEM MOUNTAIN (MIDWEST OF PORTUGAL) AND NEOLITHIC MODES OF LIFE. THE CASE OF THE MEGALITHIC MONUMENT OF CABEÇO DOS MOINHOS (BRENHA, FIGUEIRA DA FOZ) PRÁTICAS FUNERÁRIAS NA PRÉ-­‐HISTÓRIA DA SERRA DA BOA VIAGEM (CENTRO-­‐ OESTE DE PORTUGAL) E MODOS DE VIDA DO NEOLÍTICO. O CASO DO MONUMENTO MEGALÍTICO DO CABEÇO DOS MOINHOS (BRENHA, FIGUEIRA DA FOZ)

Carlos Cruz1, Ana M. S. Bettencourt2 & Pedro Callapez3 1-­‐ Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM. E-­‐mail: simoes.cruz@gmail.com; 2-­‐ Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM; Departamento de História da Universidade do Minho. Campus de Gualtar, 4710-­‐057 Braga, Portugal. E-­‐mail: anabett@uaum.uminho.pt; 3-­‐Centro de Geofísica da Universidade de Coimbra – CGUC; Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra. Largo Marquês de Pombal, 3001-­‐401 Coimbra. E-­‐mail: callapez@dct.uc.pt.

Palavras-­Chave: Neolítico; Práticas funerárias; Matérias construtiva; Matérias das oferendas; Modos de vida.

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Resumo: Este trabalho contribui para o conhecimento do Neolítico do Centro-­‐ Oeste português. O caso de estudo foi o monumento megalítico do Cabeço dos Moinhos, edificado a serra da Boa Viajem, no que é hoje a freguesia da Brenha, concelho da Figueira da Foz. Para além de ser óbvio que esta região se encontrava, durante o Neolítico, no limiar de diferentes mundos culturais, o meridional e o setentrional, a partir das matérias usadas na construção do monumento e das matérias usadas no fabrico de oferendas líticas e de objetos de adorno, teceram-­‐se algumas considerações relacionadas com as práticas funerárias, os modos de vida e de vivenciar o mundo por parte das comunidades neolíticas que aqui ergueram estes monumentos. Em relação às oferendas líticas notou-­‐se a ausência de traços de uso o que indicia que foram fabricadas apenas para ritos funerários. Além do simbolismo intrínseco às formas, as diferentes matérias em que foram construídos (locais, regionais e inter-­‐regionais) indiciam a importância da interligação física e simbólica das comunidades locais com lugares próximos e remotos, o que não será alheio a um modo de vida com grande abertura ao mundo exterior e, talvez, pouco sedentarizado . O mesmo se poderá interpretar em termos arquitetónicos pois, se a construção sobre um afloramento calcário e em local culminante poderá revelar assimilação das propriedades inerentes ao local e à matéria aí existente, a reunião de matérias de diferentes proveniências na câmara/corredor implicará uma interligação física e mental entre os diferentes lugares vivenciados pelos seus construtores, ou seja, entre lugares de habitat, de subsistência e de veneração dos espíritos dos antepassados. NEOLITHIC BURIAL CONTEXTS AND PRACTICES AMONG THE ÂNCORA AND LIMA RIVER ESTUARIES (NW OF PORTUGAL). SOME CONSIDERATIONS CONTEXTOS E PRÁTICAS FUNERÁRIAS NEOLÍTICAS ENTRE OS ESTUÁRIOS DO ÂNCORA E DO LIMA (NW DE PORTUGAL). ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Fábio Soares1 1-­‐ Archaeologist. Master student at University of Minho, Braga, Portugal. E-­‐mail: fabio_9b8@hotmail.com

Keywords: NW of Portugal, Neolithic, contexts and burial practices. Abstract: With this paper we intend to provide new data on the contexts and Neolithic burial practices of NW Portuguese existing between the estuaries of the rivers Âncora and Lima.

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The results presented here are the result of data gathered through, primarily, bibliography query, followed by the prospection and analysis of megalithic monuments ever excavated. Was it possible, in this first step, establish some considerations about the spatial distribution of megalithic monuments and on the diversity of the physical environment in which they were erected. Were also studied architectural features of the four monuments preserved, although the contribution of each one was unequal because only two were excavated. Finally, in terms of lower scale of analysis, we had the opportunity to review the matter with which they were erected the Eireira and Aspra Mounds, both in terms of their mounds and its burial chambers in its relationship with the surrounding space. Finally, we worked some funerary furnishings exhumed of these monuments, weaving some considerations about the Neolithic burial practices and the lifetime of use and reuse of these monuments. The intersection of these data allowed, finally, the formulation of new questions, which anchor in a basic premise: the study of funerary world nothing is arbitrary, all elements are the result of a careful choice, which keep a message or tell a story and must, inevitably, join the conceptions of death in the Neolithic. Palavras-­chave: NW de Portugal, Neolítico, Contextos e práticas funerárias. Resumo: Com o presente trabalho pretendemos dar a conhecer novos dados sobre os contextos e práticas funerárias neolíticas do NW português existentes entre os estuários dos rios Âncora e Lima. Os resultados que aqui se apresentam são fruto de dados recolhidos através, primariamente, da consulta de bibliografia, seguidos da prospecção e da análise de monumentos megalíticos já escavados. Foi assim possível, nesta primeira etapa, estabelecer algumas considerações sobre a distribuição espacial dos monumentos megalíticos e, sobre a diversidade do meio físico em que foram erguidos. Foram igualmente estudadas as características arquitectónicas dos quatro monumentos que se preservaram, embora o contributo de cada um fosse desigual pois só dois foram escavados. Finalmente, em termos da baixa escala de análise, tivemos oportunidade de analisar a matéria com que foram erguida as Mamoas da Ereira e da Aspra, quer em termos dos seus montículos quer das câmaras funerárias, na sua relação com o espaço envolvente. Finalmente, trabalhámos algum mobiliário funerário exumado destes monumentos, tecendo algumas considerações sobre as práticas funerárias neolíticas e o período de vida de utilização e reutilização destes monumentos.

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O cruzamento destes dados permitiu, por fim, a formulação de novas questões, as quais se ancoram numa premissa básica: no estudo do mundo funerário nada é arbitrário, todos os elementos são o resultado de uma escolha criteriosa, os quais guardam uma mensagem ou contam uma história e deverão, inevitavelmente, associar-­‐se às conceções da morte no Neolítico. ESTRUTURAS FUNERÁRIAS DA IDADE DO BRONZE NO NORDESTE PORTUGUÊS. O CASO DO TERRAÇO DAS LARANJEIRAS Rita Gaspar1, Ricardo Ribeiro2, Paulo Rebelo2, Nuno Neto2 & Maria Luís Carvalho2 1

Baixo Sabor-­‐ACE. E-­‐mail: ritantunesgaspar@gmail.com; 2Neoépica, Lda

Palavras-­Chave: Idade do Bronze, contexto funerário, vale do Sabor, nordeste de Portugal. ResUMO: As intervenções realizadas nos últimos três anos no vale do Sabor, no âmbito do Plano de Salvaguarda do Património (PSP) do Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor (AHBS), permitiram a descoberta de importantes contextos da Idade do Bronze. Este tipo de sítios, caracterizado pela densa presença de estruturas negativas tipo fossa em amplas plataformas fluviais, era inédito até ao momento na região. No entanto, a identificação de contextos funerários nestes locais está já bem documentada noutros locais da Península ibérica não sendo o vale do Sabor exceção. Neste caso apresenta-­‐se o resultado da intervenção no Terraço das Laranjeiras, onde se identificou um enterramento em cista de um sub-­‐adulto, datado da Idade do Bronze Inicial. PEDRAS COMO OFERENDAS? REFLEXÕES A PARTIR DO NÚCLEO DE TUMULI DO SUDOESTE DO PLANALTO DA SERRA FREITA (AROUCA/VALE DE CAMBRA – CENTRO-­NORTE DE PORTUGAL)

Edite Sá1 1-­‐Mestre em Arqueologia pelo Departamento de História da Universidade do Minho, Campus de Gualtar 4710-­‐057 Braga. Email: editesa@gmail.com.

Palavras-­chave: Serra da Freita; tumuli da Idade do Bronze; matéria construtiva; oferendas. Resumo: A presente comunicação pretende dar a conhecer a investigação levada a cabo no núcleo de 5 tumuli situado no extremo sudoeste do planalto da serra da Freita, nos concelhos de Vale de Cambra e Arouca.

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A metodologia de estudo centrou-­‐se essencialmente na análise da sua localização espacial, nas tipologias construtivas (montículos e câmaras sepulcrais) e nas matérias com que foram edificados. No que diz respeito às matérias construtivas -­‐ que no presente se pretende enfatizar -­‐ ressalta uma policromia aparentemente intencional, resultado dos diferentes tipos de elementos litológicos usados, os quais parecem ter sido criteriosamente selecionados de acordo com a sua disposição nas estruturas tumulares. Partindo do pressuposto teórico de que nas comunidades tradicionais a matéria não seria inerte mas uma entidade cheia de propriedades que lhes eram conferidas pelas comunidades, conforme defendem autores anglo-­‐saxónicos como Tim Ingold (2000) e Richard Bradley (2000), e de que construir seria reunir elementos com diferentes significados para criar novos cenários significantes (Ingold, 2000), consideramos que o uso de diferentes matérias como o granito, o quartzo, o micaxisto, a biotite e o quartzito resultou de uma ação propositada que visou relacionar o sentido das rochas e dos minerais com os ritos e as práticas associadas à morte. Também o aspeto da associação, visualmente contrastante, das referidas matérias deve ser interpretado, talvez denunciando o propósito de perpetuar a memória e os lugares dos mortos no âmbito dos espaços de circulação e de fruição dos vivos. Pretendemos com isto lançar a hipótese de que a matéria construtiva, além de detentora de outras mensagens, parece ter funcionado, igualmente, como agente de transmissão da memória dos antepassados a que estas estruturas funerárias se associam. Mas será que as matérias ditas construtivas serão apenas portadoras de significados e transmissoras de memória ou poderão ser também interpretadas como oferendas? Sabemos que, na maioria destes monumentos, a raridade do espólio é muito comum (Vilaça e Cruz, 1999; Cruz, 2001; Bettencourt, 2010) pelo que nos perguntamos se o ato de transportar as pedras e os minerais e depositá-­‐las no tumulus no momento da sua construção não teria uma conotação idêntica à dádiva? Do mesmo modo cabe perguntar como perduraram muitos destes túmulos com as couraças estruturadas, como é o caso dos anéis periféricos bem consolidados, por vezes em matérias tão frágeis como o micaxisto existentes em alguns monumentos da Freita? Em relação a esta questão, pensamos que se os mortos ou o seu espírito seriam para recordar seria plausível admitir a manutenção dos túmulos por longos períodos de tempo, ação que cremos enquadrar-­‐se, igualmente, no âmbito da dádivas ou da oferenda. Esta é obviamente uma proposta de trabalho e uma questão que deixamos em aberto como nova via de investigação.

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Bibliografia: BETTENCOURT, A.M.S. 2010. La Edad del Bronce en el Noroeste de la Península Ibérica: una análisis a partir de las prácticas funerarias, Trabajos de Prehistoria 67 (1): 139-­‐173. BRADLEY, R. 2000. An Archaeology of Natural Places. London and New York: Routledge. CRUZ, D. J. 2001. O Alto Paiva: Megalitismo, diversidade tumular e práticas rituais durante a Pré-­história Recente. Vol. 1, Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. (Tese de doutoramento-­‐policopiada). INGOLD, T. 2000. The perception of the Environment. Essays on livelihood, dwelling and skill. London and New York: Routledge. VILAÇA, R.; CRUZ, D. J. 1999. Práticas funerárias e cultuais dos finais da Idade do Bronze na Beira Alta. Arqueologia 24: 74-­‐99.

DEATH IN THE RIVER AVE’S BASIN (NW OF PORTUGAL) DURING THE EARLY AND MIDDLE BRONZE AGE: TUMULAR ARCHITECTURES, HUMAN REMAINS’ TREATMENT, OFFERINGS AND SPATIAL CONTEXTS A MORTE DURANTE A IDADE DO BRONZE INICIAL E MÉDIO NA BACIA DO RIO AVE (NW DE PORTUGAL): ARQUITETURAS TUMULARES, TRATAMENTO DOS DEFUNTOS, OFERENDAS E CONTEXTOS ESPACIAIS

Hugo Aluai Sampaio1

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Doutorando em Arqueologia da Paisagem e do Povoamento da Universidade o Minho, Braga, Portugal. Bolseiro de PhD da FCT com a referência SFRH/BD/41776/2007. Investigador do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória - CITCEM/Um. E-mail: hugoaluai@gmail.com

Palavras-­chave: Bacia do rio Ave, Bronze Inicial e Médio, Arquiteturas tumulares, Tratamento do defunto, Oferendas, Contextos espaciais, Conceções funerárias. Resumo: Resultado do projeto de doutoramento a desenvolver pelo signatário, este trabalho visa dar a conhecer as materialidades relacionadas com a morte datáveis do Bronze Inicial e Médio e conhecidas para a bacia do rio Ave, partindo do princípio de que estas são um reflexo de como as comunidades do Bronze percecionaram e lidaram com a morte. Após o levantamento e a sistematização dos dados disponíveis para a área em questão, foram analisadas as diferentes arquiteturas tumulares, os tratamentos dos defuntos e as oferendas que, muitas vezes, os acompanharam. Paralelamente, a observação da contextualização espacial dos contextos ganhou especial relevo, nomeadamente, a relação aparente com certas caraterísticas físicas e com determinados elementos naturais. Foi verificada a manutenção de diversos contextos funerários entre o Bronze Inicial e Médio apesar de, no Bronze Inicial, existirem monumentos denotando maior investimento construtivo do que outros. Observaram-­‐se, também, formas diferenciadas de tratamento dos defuntos (diferentes tipos de inumação e de

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cremação). A cremação está representada na bacia do rio Ave, pelo menos desde o Bronze Médio, a par com a inumação, quer em contextos secundários quer em contextos primários como parece sugerir o caso de Vale de Chão 1 (Vilas Boas 2014, Vilas Boas & Martín Seijo neste vol.). Os mortos foram, por vezes, acompanhados de materiais líticos, cerâmicos e metálicos. Apesar do reportório cerâmico ser relativamente restrito, existem formas que persistem de um período ao outro. Na ampla escala de análise, denota-­‐se a preferência de certos tipos de arquitetura por determinadas localizações. É o caso dos monumentos sob tumuli, construídos em áreas de altitude, versus os túmulos mais invisíveis, edificados nas cercanias de vales, indiciando diferentes modos de vida e, por conseguinte, distintas conceções da morte (cf. Bettencourt 2008, 2010). A uma escala de análise mais reduzida, a localização de muitos contextos funerários em vertentes suaves e em zonas de passagem, entre vales e cumeadas montanhosas, ou seja, em áreas liminares, parece refletir uma escolha criteriosa dos lugares dos mortos e materializar uma visão da morte como um fenómeno de passagem e ou de transição entre dois mundos (Sampaio 2014). Ao mesmo tempo, nota-­‐se uma relação destes contextos com cursos de água imediatos, no que se poderá interpretar, talvez, como a materialização da importância do movimento e do percurso na conceção da vida das populações. De notar que a morte também se associa aos ciclos solares, o que se observa quer através da orientação de determinadas estruturas quer da construção de necrópoles em áreas mais expostas à ação solar. Finalmente, entre os contextos funerários figuram, ainda, determinados lugares cuja ampla diacronia de ocupação e complexidade os tornam únicos. Bibliografia: BETTENCOURT, A.M.S. 2008. Life and death in the Bronze Age of the NW Iberian Peninsula. In Fredrik Fahlander & Terje Oestigaard (eds.) The Materiality of Death– Bodies, Burials, Beliefs. BAR International Series 1768. Ed. Archeopress. Oxford: 99-­‐104. BETTENCOURT, A.M.S. 2010. La Edad del Bronce en el Noroeste de la Península Ibérica: una análisis a partir de las prácticas funerarias, Trabajos de Prehistoria, nº 67 (1), Departamento de Prehistoria del CSIC: 139-­‐173. SAMPAIO, H.A. 2014. Rede de lugares da Idade do Bronze no bacia do Ave. Braga: Universidade do Minho (Tese de doutoramento na área da Arqueologia da Paisagem e do Povoamento, em fase de conclusão). SAMPAIO, H.A & BETTENCOURT, A.M.S. 2014. Between the valley and the hill top. Discoursing about the spatial importance of Pego’s Bronze Age necropolis, Braga (Northwest of Portugal). Estudos do Quaternário 10: 45-­‐57. VILAS BOAS, L. 2014. Vale de Chão 1, Braga. Um tumulus da Idade do Bronze no Noroeste português. Estudos do Quaternário 10: 15-­‐23. VILAS BOAS, L. & MARTÍN SEIJO, M. (neste vol.) Ritos de fogo em contextos funerários da Idade do Bronze do NW da Ibéria: o caso de estudo do monumento sob tumulus de Vale

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de Chão 1 (Braga). 3º ENARDAS Colloquium – Living places, experienced places. The Northwestern Iberia in Prehistory/Lugares vividos, lugares experienciados. A Pré-­história do Noroeste da Ibéria. Abstract Book. Braga.

PAINTING THE DEAD’S WORLD. THE ORGANIC CHEMISTRY ON THE ANALYSIS OF COLOURING MATERIALS FROM EIREIRA’S BARROW (AFIFE, VIANA DO CASTELO) PINTANDO O MUNDO DOS MORTOS. MATÉRIAS COLORANTES DA MAMOA DA EREIRA (AFIFE, VIANA DO CASTELO) A PARTIR DA QUÍMICA ORGÂNICA

César Oliveira1, Fábio Soares2, Ana M. S. Bettencourt3, Luís Gonçalves4 & Alfredo Araújo5 1-­‐Centre of Chemistry, Chemistry Department of the University of Minho, Braga, Portugal. E-­‐mail: cesar@quimica.uminho.pt; 2-­‐Master student of Archaeology, History Department of the University of Minho, Braga, Portugal. E-­‐mail: fabio_9b8@hotmail.com; 3-­‐Transdisciplinary Investigation Centre, Culture, Space and Memory -­‐ CITCEM/UM, History Department of University of Minho, Campus Gualtar, 4710-­‐057 Braga, Portugal. E-­‐mail: anabett@uaum.uminho.pt; 4-­‐Centre of Geology of University of Porto -­‐ CGUP/UM/CCT, Earth Sciences Department of University of Minho, Braga, Portugal. E-­‐mail: luisgoncalves@dct.uminho.pt; 5-­‐Centre of Chemistry, Chemistry Department of the University of Minho. E-­‐mail: fffilipe@live.com.pt

Keywords: Barrow, Red pigments, Colouring materials, Chromatography, Chemical analysis. Absract: The Eireira’s barrow is located in Afife, Viana do Castelo, in a small platform from Santa Luzia’s mountain, 400m distant from the sea coast and near a well irrigated valley. The monument has an oval shape tumulus with about 24.50m to the E-­‐W and 19.9m to the N-­‐S, and an undifferentiated chamber and corridor. Near the head mainstay a granitic pillar was found, with four sinuous lines and small dots painted red. This pillar can be observed in the Museum of Decorative Arts of Viana do Castelo. To determine the chemical composition of the red pigments small aliquots of the sinuous lines and dots pigments were collected. The X-­‐Ray analysis of the lines pigment revealed the presence of the iron oxides hematite and goethite. The composition of the organic additives used on both patterns was studied by gas chromatography with mass detection. The results revealed both traces of algae and/or aquatic plants, and markers of vegetal biomass burning. Thus the conclusion was that it consisted of algae and/or aquatic plants that had been cooked or heated using wood or leaves. The red dots, whose colour was clearly darker than the exhibited by the sinuous lines, besides vegetal biomass burning and algae and/or aquatic plants revealed also the presence of chemical compounds that suggest the use of eggs in the preparation of the pigments. The conclusion is that it was a preparation

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of algae and/or aquatic plants, heated or cooked and to which had been added egg. Palavras-­chave: Monumento megalítico, Pigmentos vermelhos, Matérias colorantes, Cromatografia, Análises químicas. Resumo: A Mamoa de Eireira localiza-­‐se na freguesia de Afife, Viana do Castelo, estando implantada numa pequena plataforma da vertente NW da Serra de Santa Luzia, a cerca de 400 m para nascente da linha de costa e nas imediações de um vale bem irrigado que lhe fica a sul. O monumento apresenta um tumulus de contorno ovalar, com cerca de 24,50 m no sentido este-­‐oeste e 19,90 m no sentido norte-­‐sul, e câmara e corredor indiferenciado em planta e alçado. Junto ao esteio de cabeceira foi encontrado, derrubado, um pilar granítico contendo quatro linhas meandriformes horizontais e pequenos pontos pintados a vermelho. Encontra-­‐se depositado no Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo. De forma a se determinar a composição química do(s) pigmento(s) retiraram-­‐ se para análise química pequenas alíquotas dos motivos meandriformes e pontilhados vermelhos. A análise de Raios-­‐X ao pigmento encontrado nos motivos meandriformes revelou a presença dos óxidos de ferro hematite e goethite. A composição dos aglutinantes orgânicos presentes nos motivos meandriformes e pontilhados vermelhos foi estudada por cromatografia gasosa com deteção por massa. Verificou-­‐se que os motivos meandriformes apresentavam vestígios da presença de algas e/ou plantas aquáticas, assim como de marcadores de queima de biomassa vegetal, tendo-­‐se concluido tratar-­‐se de um preparado de algas e/ou plantas aquáticas que terá sido aquecido ou cozinhado. Os pontilhados vermelhos, de cor visivelmente mais escura relativamente à exibida nas linhas meandriformes, para além dos marcadores de queima de biomassa vegetal e de vestígios de algas e/ou plantas aquáticas, revelaram também a presença de compostos químicos que indiciam a utilização de ovo na preparação deste pigmento. Concluiu-­‐se tratar de um preparado de algas e/ou plantas aquáticas, que terá sido aquecido ou cozinhado e ao qual foi também adicionado ovo. Todas as matérias usadas neste preparado serão de origem local.

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THE TOJEIRA BARROW (PÓVOA DE LANHOSO, NW PORTUGAL). CONSTRUCTIVE CHARACTERISTICS AND DEPOSITIONAL PRACTICES O MONUMENTO MEGALÍTICO DA TOJEIRA, PÓVOA DE LANHOSA, NW DE PORTUGAL. CARACTERÍTICAS CONSTRUTIVAS E PRÁTICAS DEPOSICIONAIS

Rui Pedro Barbosa1, João Nuno Marques1 & Luís Gonçalves2 1-­‐Arqueólogos, Palimpseto Lda. E-­‐mail: halbarbosa@hotmail.com; 2-­‐Centre of Geology of University of Porto -­‐ CGUP/UM/CCT, Earth Sciences Department of University of Minho, Braga, Portugal. E-­‐mail: luisgoncalves@dct.uminho.pt

Palavras-­chave: Monumento Megalítico, Caraterística construtivas; Aspetos deposicionais. Resumo: O monumento sub tumulus da Tojeira constitui um importante indício do fenómeno sepulcral pré-­‐histórico do noroeste português, facto que motivou a elaboração de um projecto visando, não só, a componente de investigação, mas igualmente a questão social e pedagógica do património. Neste enquadramento decorreram, entre Abril e Outubro de 2008, os trabalhos cujos resultados apresentamos. Os objectivos particulares que orientaram a nossa intervenção, prenderam-­‐se, essencialmente, nesta primeira fase, com a avaliação e caracterização dos seus aspectos construtivos e deposicionais, tendo sido efectuadas sondagens arqueológicas e trabalhos de prospeção geofísica com georadar no local. As ações desenvolvidas permitiram-­‐nos definir que nos limites do monumento teria existido um anel lítico periférico, inexistente na zona nascente, possível área de acesso ao centro do monumento. De igual modo identificou-­‐se o preenchimento da mamoa em terra, observando-­‐se que o substrato geológico de base, na face nascente do monumento, se encontrava cortado/afeiçoado antropicamente, potencialmente numa aparente tentativa de dotar a entrada do monumento de uma rampa. Verificou-­‐se ainda que a zona central do monumento se encontra perturbada tendo a prospeção geofísica delimitado com precisão a sua extensão. O espólio diretamente relacionado com o monumento pré-­‐histórico foi identificado quase única e exclusivamente na zona de acesso à camara do monumento, pelo lado nascente, certamente correspondente a deposições intencionais. Era composto por fragmentos que constituem um vaso globular, uma enxó de pedra polida em xisto e uma ponta de seta em ardósia, artefactos tipologicamente integráveis no neolítico.

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THE BRONZE AGE COLLECTIVE BURIAL OF COVA DO SANTO, OURENSE: DIET, HEALTH AND LIFESTYLE APPROACHES Olalla López-­Costas 1,2*, Gundula Müldner3 & Antonio Martínez Cortizas1 Department of Edaphology and Agricultural Chemistry, Fac. of Biology, University of Santiago de Compostela, Campus Sur, 15782 Santiago de Compostela, Spain; 2 -­‐ Laboratory of Anthropology, Department of Legal Medicine, Toxicology and Physical Anthropology, Medicine Faculty, University of Granada, Granada 18012, Spain; 3-­‐ Department of Archaeology, University of Reading, Whiteknights, PO Box 227, Reading, RG6 6AB, UK. * Corresponding author: Tel. +34 647452760. E-­‐mail address: olallalc@gmail.com. Address: Avda. Lope Gómez de Marzoa s/n cp.15782. Santiago de Compostela. A Coruña, Spain. 1 -­‐

Keywords: Collective burial of Cova do Santo, Lifestyle, Bronze Age, Northwest Ibéria, Anthropological analyses. Abstract: The study of the collective burial of Cova do Santo is presented as an alternative approach to comprehend the lifestyle during the Bronze Age in Northwest Iberia. The research is focused on three main aspects: i) burial typology and taphonomy; ii) paleopathology and demographical profile to draft life and health conditions and iii) stable isotope analysis as an indicator of paleodiet and the possible introduction of millet or other C4 plants. The anthropological analyses were performed in 64 bones (61 human and 3 animal); additionally, a total 15 of samples were extracted collagen for isotope analysis (13C and 15N). The ages of the dated human bones are consistent with the Middle Bronze Age (from the 1890 to the 1600 cal BC). The sample belonged to a minimum number of 14 individuals whose estimated ages at death was not over forty years old. This is in contrast with a high prevalence of degenerative lesions such as osteoarthritis. The isotopic results suggest a very homogeneous diet among individuals, based on C3plant-­‐based protein. The obtained results suggest that the studied population belonged to a phase prior to the introduction of the spring-­‐grown crops such as millets and the consequent changes in lifestyle.

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RITOS DE FOGO EM CONTEXTOS FUNERÁRIOS DA IDADE DO BRONZE DO NW DA IBÉRIA: O CASO DE ESTUDO DO MONUMENTO SOB TUMULUS DE VALE DE CHÃO 1 (BRAGA) Luciano Vilas Boas1 & Maria Martín Seijo2 1-­‐Mestrando em Arqueologia na Universidade do Minho, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de História, Campus de Gualtar, 4710-­‐057, Braga, Portugal. E-­‐mail: lucianomvb@gmail.com; 2-­‐ Bolseira Posdoctoral, Grupo de Estudos para a Prehistoria do Noroeste Ibérico-­‐GEPN. Universidade de Santiago de Compostela. Praza da Universidade s/n. 15782 Santiago de Compostela, Espanha. E-­‐mail: maria.martin.seijo@gmail.com.

Palavras-­chave: Idade do Bronze, Contextos funerários, Ritos do fogo, Antracologia. Resumo: O monumento funerário sob tumulus de Vale do Chão 1, freguesia de Pedralva, concelho de Braga, é uma estrutura tumular construída no Bronze Inicial, entre 1976-­‐1749 a. C. (2 sigma) (Vilas Boas 2014). Durante a escavação do quadrante noroeste do tumulus registou-­‐se uma estrutura aberta posteriormente à sua construção, que foi cortada no substrato rochoso e tapada com sedimentos alterados do tumulus. Foi designada por estrutura 1. É de contormo sensivelmente subretangular com 1.80 m de comprimento, por 0.40 m de largura média e 0.52 m de profundidade máxima. Na camada inferior do seu enchimento, que considerámos correspondente ao seu uso original, existiam abundantes carvões por toda a superfície. Foram recolhidos mediante a crivagem dos sedimentos para análises de antracologia e de radiocarbono. Em termos da antracologia, a análise destas amostras revelou, sobretudo, a queima in situ de madeira de carvalho (Quercus sp. caducifólio) e, pontualmente, de maloideas (Rosaceae/Maloideae) e de fabáceas (Fabaceae). A forma, dimensões e contexto desta estrutura fazem-­‐nos colocar a hipótese de que seria uma sepultura plana, à semelhança de muitas outras detetadas no noroeste de Portugal, pelo que a profusão de troncos de carvalho, algumas maloideas e fabáceas queimadas, em contexto primário, fazem-­‐nos considerar que aqui se praticou um rito que implicou o uso do fogo, talvez uma cremação in situ. Tal não seria inédito visto que no noroeste português se conhece um sarcófago em tronco que foi introduzido no interior de uma sepultura plana e posteriormente queimado (Almeida & Fernandes 2008). Trata-­‐se de uma das sepulturas da necrópole de Cimalha, em Felgueiras, que tinha como oferenda um recipiente cerâmico datável do Bronze Inicial ou Médio (Bettencourt 2010). A data radiométrica obtida para os carvões da estrutura em estudo foi a de 1516-­‐1373 a. C. (2 sigma), ou seja, do Bronze Médio, embora o tempo de vida

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do carvalho possa ter envelhecido o resultado (old wood effect), podendo esta estrutura ser um pouco mais recente. Os dados antracológicos e dendrológicos relativos a estes contextos são escassos daí a importância deste caso de estudo ao permitir-­‐nos refletir sobre os ritos de fogo em contexto funerário e identificar os recursos lenhosos aí envolvidos. Bibliografia: ALMEIDA, P.B. & FERNANDES, F. 2008. O Povoado da Idade do Bronze da Cimalha. Oppidum, número especial: 29-­‐44 BETTENCOURT, A.M.S. 2010. La Edad del Bronce en el Noroeste de la Península Ibérica: un análisis a partir de las prácticas funerarias. Trabajos de Prehistoria 67 (1): 139-­‐173 VILAS BOAS, L. 2014. Vale de Chão 1, Braga. Um tumulus da Idade do Bronze no Noroeste português. Estudos do Quaternário 10: 15-­‐23.

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