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SETEMBRO AMARELO
MÊS DE PREVENÇÃO AO SUICÍDIO E CUIDADO COM A VIDA!
O Setembro amarelo foi criado em 2003 nos EUA e em 2015 o Brasil começou a seguir. Surgiu pela iniciativa de amigos no funeral de Mike Emme, um jovem de 17 anos que cometeu suicídio. Por ter sido impactante, já que Mike era um rapaz alegre e nunca apresentou sinais de tristeza ou insatisfação, acendeu-se uma luz: pessoas podem precisar mas não pedem ajuda.
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Eles criaram um laço de fita amarela (que era a cor do carro que Mike tinha reformado para ele e que tanto gostava) e começaram a usar a fita para dizer que se disponibilizavam a oferecer ajuda a quem quisesse conversar. A partir de então, o movimento ganhou força e reconhecimento.
Conseguem ver que o sofrimento em silêncio e o não buscar ajuda vem de muito tempo e ultrapassa fronteiras? É real, acontece muito e não podemos fechar os olhos, mas muitas pessoas não dão o devido valor ao sofrimento... ainda mais alheio!
Queridos e queridas: todos nós temos sofrimentos. Todos temos dores, medos, tristezas, frustrações, angústias, ansiedade, dificuldades, preocupações, traumas, vazios, decepções, desânimo... emoções e sentimentos considerados ruins. Mas eu digo desconfortáveis e desafiadores afinal ninguém gosta de ficar muito tempo assim não é mesmo?
TODOS nós, humanos, do Planeta Terra, estamos sujeitos a vivenciar isso. O problema, em si, não são os traumas, dores e vazios. Mas sim passar por isso sozinho. Sabiam disso? Não ter com quem contar ou ser ridicularizado quando nos expomos a alguém é violência em dobro. Sabe aquele: “Ah, para com isso! Veja o lado bom! Logo passa! Ele/Ela não te merecia mesmo! Bola pra frente! Vai dar tudo certo! Tenha fé! Tudo passa! Que bobagem!”... e tantas outras frases que usamos achando que estamos encorajando e empurrando pra frente? Pois é: não são nada saudáveis! Pelo contrário: podem ajudar a pessoa a se afundar mais.
Se já estou me sentindo mal e alguém diz que não é nada demais(tentem se lembrar se já aconteceu com você) eu me sinto mais incapaz, mais fraco e mais impotente ainda. Se eu já não acreditava em mim, o outro vem assinar embaixo do meu atestado de fraqueza? Percebem?
Estamos muito acostumados a logo querer sair do problema e ajudar. Isso é da natureza humana. Mas a partir de agora quero que experimentem dar colo e um aconchego a quem vocês ouvirem uma reclamação ou perceberem um estado de tristeza. Só uma vez! Dizer algo como: “Não sei o que está sentindo, mas posso imaginar. Talvez não tenha a solução para você, mas podemos juntos unir forças e tentar algo diferente, pedir ajuda. O que você sente me toca e meu coração está com você. Saiba que pode contar comigo mesmo que seja o pior momento da sua vida.” Posso te garantir que você corre o risco de salvar uma vida!
Experimente acolher e ouvir mais do que apresentar solução. Empatia não é somente se colocar no lugar do outro: é verdadeiramente respeitá-lo(a). Vamos juntos cuidar mais de si mesmo e de quem está a nossa volta!
Rejane Villas Boas
@rejanevb_psico