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dá para evitar?

Aulas recomeçando e alguns medos e inseguranças surgem para os pais:

- Quem serão os amigos?

- Vai cair na classe de fulano ou ciclano?

- Será que ele vai ter amigos?

- Tomara que não fique na sala de beltrano.

...como se pudéssemos decidir ou proibir que algumas pessoas estivessem próximas de quem amamos e zelamos.

Como evitar então amizades tóxicas? Como evitar que nossos filhos não sejam influenciados por pessoas que não são saudáveis no nosso ponto de vista?

Vamos começar questionando: por que será que eles ficam com pessoas que são má influências? Vamos começar de lá de trás e de dentro de casa mesmo?

Nascemos a imagem e semelhança de Deus. Amorosos, bondosos, generosos, compassivos, autênticos, empáticos, cheios de fé, esperança em si mesmo e no outro.Perfeitos em sua essência. Porém vamos perdendo nossa autenticidade com o decorrer dos fatos e dos anos. De acordo também com as pessoas que convivemos.

Quantas vezes que nossos filhos, em sua autenticidade, nos solicitam para atendermos suas necessidades básicas de sobrevivência? Tudo bem que as vezes não sabemos o que eles estão querendo dizer com um choro, por exemplo, que podemos achar “desnecessário”. Mas sim, era necessário porque essa era a única forma de eles se comunicarem conosco. Mas negamos, ignoramos, esperamos... algumas vezes depois, a criança passa a acreditar que o que ela sente não deve ser tão importante assim já que não foi atendida quando necessitou.

Soa estranho para você? Lógico que isso não acontece da noite para o dia. E a parentalidade não é algo fácil e tranquilo mesmo. Muitas vezes não sabemos o que fazer e as vezes não respeitamos nossos filhos por falta de informação ou cansaço. Mas eles querem pertencer, querem ser amados, aceitos, queridos, importantes pelos pais. Então, vão perdendo sua autenticidade para serem aceitos e se desconectam do que realmente são para terem amor.

Profundo e verdadeiro. Preocupante também. Pensar que pode ter começado dentro de casa essa busca incessante por aceitação e por isso eles fazem qualquer coisa para pertencer a grupos e tribos? Importante refletirmos. O quanto demonstramos que suas necessidades e autencidade não devem ser expressadas? Quantas vezes queremos que eles sejam “assim” ou “assado”? E quando cumprem algo que queremos, demonstramos que estamos mais felizes e satisfeitos?

Quando eles precisam se moldar e mudar comportamentos para serem aceitos pelas suas figuras de amor primário(pai e mãe), certamente eles também vão entender que para receber amor lá de fora também precisarão ser diferente, se adaptar, se adequar para pertencer. Difícil imaginar que pode sim ter começado dentro de casa a necessidade de eles quererem receber amor a qualquer custo porque não tiveram dos pais o que necessitavam.

A conversa é longa e aqui eu quero somente colocar uma sementinha de reflexão: eu respeito e celebro meu filho como ele é? Eu o aceito em seus aspectos saudáveis e não saudáveis? Que tal começarmos a trazê-los mais perto de nós, acolher e aceitar esse presente que, mesmo sendo em uma missão desafiadora, nos foi concedido? Se eles se sentirem amados e aceitos pelos próprios pais, poderão ser eles mesmos e não precisarão de máscaras e nem aceitarão qualquer coisa por amor!

Rejane Villas Boas @rejanevb_psico

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