Jornal da Pesca Nº 016

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CHEGOU A INTERNET MÓVEL MAIS RÁPIDA DE SEMPRE!

16 ANO IV

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 2013 TRIMESTRAL GRATUITO DIRECTOR VIRGILIO MACHADO jornaldpesca@gmail.com

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MAXIM FEEDER Uma gama completa.

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LIGHT JIGGING Nos estuários dos rios.

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BARRA DE AVEIRO Pescar com isco vivo.

SAIBA COMO ISCAR JERKBAITS Conheça o seu poder.

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COM LINGUEIRÃO INTEIRO p. 16

AS REPORTAGENS MAIS INTERESSANTES DE CAÇA E PESCA DA PENÍNSULA IBÉRICA.

OS MELHORES CONTEÚDOS INTERNACIONAIS.

300 HORAS DE ESTREIAS ANUAIS 2013

4º TRIMESTRE

VERÃO | OUTONO

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EDITORIAL

Má Sorte do Associativismo e da Pesca "Dura inquietação d'alma e da vida, Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios: Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo dina de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana! Vem este soneto do canto IV da mais conhecida obra de Luis Vaz de Camões a propósito do pessimismo que vivemos nos dias que correm, muito por culpa dos duros e difíceis tempos que vivemos, mas também pela falta de acreditarmos que podemos contribuir para melhorar o pessimismo em que caímos, tão típico dos derrotados ou dos que temem a mudança e a descoberta de novos Caminhos. Na pesca em Portugal, que não é caso único na Europa que conheço, continuamos demasiado agarrados ao passado e com o receio de traçar novos caminhos. Isto apesar dos bons sinais que vamos colhendo por parte dos nossos pescadores, quando lá por fora enfrentam as tormentas provocadas por gigantes que com um tom de voz nos falam horrendo e grosso, que mais parecem sair do mar profundo, arrepiando as carnes e o cabelo. A verdade é que esses sinais encorajadores que os nossos nos trazem de fora de portas, não chegam para alterar o panorama nacional e assim contribuir para uma pesca mais forte, que é uma obrigação de todos. Pescadores, Desportistas da pesca, Empresas do Sector, Dirigentes Desportivos, entre outros que há muito se habituaram a viver na praia entre gente, mas com pouca vontade de aceitarem opinião diferente e caminhos longe da confrontação e do mal-estar.

Medalhas dos mais jovens e mais velhos na pesca, das senhoras e dos homens, do Mar e do Rio, deixam antever que precisamos de continuar a trabalhar para levar a pesca a bom porto. Algumas das recentes distinções que a pesca portuguesa recebeu revelam que se está num caminho certo que precisa de apoios e de opiniões construtivas para que seja possível levar o trabalho de muita gente a bom porto. Destruir por destruir o trabalho de quem o faz por vontade e dedicação é próprio dos fracos e em nada vai contribuir para fomentar e melhorar a pesca desportiva nacional. É em tempo de dificuldades que se torna necessário um trabalho de grande união para ultrapassar as dificuldades e assim levar a bom porto o trabalho que se tem vindo a realizar nos últimos anos. Resta esperar por isso que os Velhos do Restelo, da nossa Pesca, venham de uma vez por todas a passar para o lado do que trabalham e que umas vezes bem e outras mal assumem os erros e contribuem para a construção de resultados.

PROPRIEDADE Mundinautica, Lda.

Nº 16 ANO IV VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 2013

REDACÇÃO, PUBLICIDADE E MARKETING Lourel Park, Ed. 5

Virgílio Machado

2710-363 Sintra T. 219 617 455 F. 219 617 457

DIRECTOR

Impressão Dilazo, S.A. ZI Frielas - Rua Cidade de Aveiro, 7 - A Armazém C - 2660-081 FRIELAS T. 219 897 340 F. 219 886 058 DISTRIBUIÇÃO Chronopost

Virgílio Machado - virgilio.machado@mundinautica.com

TiRAGEM 7.500 Exemplares

EDITOR Jorge Mourinho

PERIODICIDADE Trimestral Redacção

preço Gratuíto

Paulo Soares - paulo.soares@mundinautica.com

erc Nº registo: 125807 depósito legal Nº 305112/10

DEPARTAMENTO GRÁFICO Fernando Pina Nota:

Bruno Carvalho, Fernando Encarnação, Jaime Sacadura, José Calado, Paulo Santos, Paulo Soares, Rui

As opiniões, notas e comentários são da exclusiva responsabilidade dos seus autores ou das entidades que fornecem os dados. Nos termos da lei está proibida a reprodução ou a utilização, por quaisquer meios, dos textos, fotografias e ilustrações constantes destas publicações, salvo autorização por escrito.

Carvalho, Tiago Pacheco, Virgilio Machado e Vega.

© Mundinautica Portugal, Lda.

COLABORAM NESTE NÚMERO


NOTICIAS

Paulo Barroso é Campeão Nacional pelo Segundo ano Consecutivo. O Campeonato Nacional de Pesca ao Achigã de Margem, terminou no passado mês de Outubro, com a vitória de Paulo Barroso. O pescador do Clube Desportivo de Paços de Arcos, repetiu assim a vitória alcançada em 2012 e relevando que é um dos melhores pescadores nacionais de pesca ao achigã. O Jornal da Pesca esteve à conversa com o Campeão Nacional de Margem, que nos confidenciou lamentar que a Federação Internacional de Pesca Desportiva não tenha ainda lançado um Mundial da Disciplina, como acontece na vertente embarcada. "Acho que esta modalidade tem bastante potencial para evoluir nesta disciplina. Se for criada uma prova internacional, acredito que terá muitos mais participantes e que passará a ser mais competitiva, é o desejo ainda de todos os que cá estamos, que no futuro se possa tornar uma realidade. No meu ponto de vista era importante a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva convencer a Federação Internacional e as suas congéneres mundiais para a necessidade de se criar um campeonato do Mundo. No caso de não ser possível para já, tentar realizar um campeonato da Europa, ou mesmo uma taça Ibérica ou uma prova que envolvesse Portugal, Espanha e Itália para começar. Se este tipo de prova avançar, será melhor para todos porque estou certo que vai trazer mais pescadores ao campeonato.!

2º OPEN SOLIDÁRIO DE PESCA SOLIDÁRIO. Porque a pesca também é amizade e solidariedade, realizou-se no passado dia 27 de Outubro na Praia do Carvalhal, o 2º Open de pesca solidária, com as receitas a reverterem para o Centro Social do Carvalhal. Este Open foi apoiado pelo CAP de Grândola, Vega, Sert e pela loja A Barbata-

Campeão Nacional

Pedro Marques.

O Pedro Marques, pescador do Team Vega, sagrou-se Campeão Nacional de Juvenis de água doce, no ano em que o jovem pescador conquistou o titulo de Vice-Campeão do Mundo de Pesca Desportiva U14 no Mundial que decorreu em França. Assim depois da brilhante prestação no Campeonato do Mundo, que consagrou a dedicação do Pedro e principalmente do seu Pai, António Marques, reconhecido pescador, chegou a conquista do Campeonato Nacional da sua categoria. Parabéns Pedro. 2013

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5º OPEN CAP SETÚBAL Realizou-se no dia 6 de Outubro de 2013, na Praia da Comporta, o 5º Open CAP Setúbal, com a participação de 39 atletas, exclusivamente patrocinado pela VEGA. Num dia de sol, com bom tempo e com o mar calmo, os atletas disfrutaram de uma boa jornada de pesca, que para os federados que participaram serviu de treino para os Campeonatos Nacionais de Clubes que se iniciaram a 11 de Outubro na praia do Carvalhal. O Regulamento do open era baseado nas regras da competição da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva. Era intenção do CAP Setúbal realizar o open na praia do Carvalhal, mas a Capitania do Porto de Setúbal não autorizou dado que havia exercícios militares nas imediações da Praia da Raposa (Pinheiro da Cruz), e nesses casos não podem acontecer eventos num raio de 10Km, para evitar acontecimentos como o que se verificou em 2012 no Campeonato Nacional de Clubes da 1ª divisão.

na e teve como vencedor individual o atleta do CAP de Grândola Arménio Sequeira com um total de 4420g, seguido por Fernando Encarnação e Vítor Messias com 1990g e 1850g respectivamente. Por equipas venceram “os Vilas”, secundados pelo CAP de Grândola e pela APD Grândola.

As espécies que apareceram foram muito variadas o que tornou as opções dos pescadores mais difíceis. Acabou por ganhar o Vítor Grilo á base de agulhas e palmetas, em 2º ficou o António Silva com tainhas, e em 3º, 4º e 5º ficaram respectivamente o João Ribeiro, o Luís Nascimento e o Miguel Ângelo, todos com uma pesca à base de cavalas. 1º Vítor Grilo - CAP Setúbal 2378g 2º António Silva - CAP Setúbal/ Sadopesca 2232g 3º João Ribeiro - Olhos de Água 2090g 4º Luís Nascimento - CAP Grândola 1422g 5º Miguel Ângelo - Sadopesca 1394g Por equipas: 1º CAP Grândola 28 pontos 2º Sadopesca 43 pontos 3º APD Grândola 56 pontos

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NOTICIAS

DIVULGAR A PESCA. A

Casa Guilhermino, espaço comercial dedicado á comercialização de artigos para a pesca na cidade do Entroncamento, realizou recentemente uma série de workshops com o apoio da marca Vega, com o intuito de promover e divulgar a pesca lúdica/desportiva em águas interiores. Todas estas iniciativas tiveram efeito no Açude do Bonito, no parque da cidade. O primeiro desses workshops, que contou com a presença de cerca de 30 pescadores, versou a pesca com feeder, contando com um pequeno concurso no seu início, seguido de uma sessão de esclarecimentos técnicos e divulgação de materiais orientada por José Calado, atleta bastante conhecido na pesca de competição nacional e que este ano vai uma vez mais representar a nossa seleção no Campeonato do Mundo de feeder a realizar na Africa do Sul. Patrocinado na pesca com feeder pela marca

TEXTO E IMAGENS Redação

francesa Garbolino, referência europeia nesta técnica de pesca, José calado divulgou técnicas e truques muito uteis a quem dá os primeiros passos nesta pesca e deu a conhecer alguns dos equipamentos da marca com exemplos da sua aplicação/utilização. No final do workshop a Casa Guilhermino ofereceu uma sardinhada aos participantes que aproveitaram para ir colocando mais algumas dúvidas a José Calado. O segundo workshop, realizado duas semanas depois, foi direccionado á pesca do achigã com amostras e o convidado para a formação foi Jaime Sacadura, atleta de competição com vários títulos e participações na seleção nacional da especialidade. Orador experiente e com profundos conhecimentos técnicos, Jaime Sacadura prendeu a atenção de todos os participantes com esclarecimentos técnicos sobre as opções que deveremos tomar

Jaime Sacadura demonstrando algumas animações de amostras.

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nas diferentes situações com que nos deparemos em acção de pesca. Particularmente interessantes foram as demonstrações práticas de algumas técnicas de lançamento com equipamentos de spinning e casting e a animação que devemos imprimir aos diferentes iscos artificiais que temos disponíveis no mercado. A divulgação de alguns materiais das marcas Vega e Sakura foram outro ponto forte do workshop. Como já se tornara um hábito, seguiu-se uma sardinhada em que todos confraternizaram e aproveitaram para mais esclarecimentos. O terceiro workshop dedicado á pesca de ciprinídeos á francesa e á inglesa, contou com a

participação de Augusto Sousa, pescador do TeamVega com vários títulos individuais e colectivos e com um pequeno concurso a que se seguiu a seção de esclarecimentos e o tradicional almoço. A Casa Guilhermino promoveu ainda e também no mesmo espaço, um workshop sobre Carpfishing que contou desta vez com o apoio da Synergy Fishing Plus na formação. Destacar o empenho e paixão pela pesca do promotor destas iniciativas, Sr. Guilhermino, que com o apoio e dinamismo da marca Vega, continuam a lutar pela divulgação e prestigio de um desporto que é de todos nós.

José Calado no seu ambiente natural.

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BANCO ENSÁIO

MAXIM(AS) EXPECTATIVAS TEXTO José Calado

IMAGEM Redação

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AXIM é sinónimo de qualidade e tradição na casa Garbolino. Esta gama compreende entre outros produtos, 15 modelos de canas dedicadas á pesca á inglesa e ao feeder, todos diferenciados e complementares entre si de forma a cobrir todas as situações de pesca que possamos encontrar. A gama de feeder, inteiramente produzida em carbono HR divide-se nas canas Picker e Feeder num total de 9 modelos. As Picker são constituídas por duas secções mais ponteiras amovíveis e estão disponíveis em dois comprimentos, 2,70m e 3,00m. Ambas incluem três ponteiras amovíveis em fibra maciça de diferentes potências (¼ OZ), ½ OZ e ¾OZ ) a utilizar em função dos peixes procurados e das condições particulares de cada pesqueiro em que as utilizemos. Estão montadas com passadores T-Ring monopata sobreelevados o que garante o afastamento do fio do carreto do blank, evitando colagens do mesmo e percas de ren-

dimento nos lançamentos. A capacidade de lançamento está compreendida entre as 10g e as 35g e os punhos, em cortiça e EVA, apresentam um diâmetro bastante cómodo assim como

Quinta da Boavista e na pista de Coruche. As Maxim Picker são bastante resistentes, apresentando uma acção parabólica

mais de potência e feeder mais pesados. É igualmente indicada para as pistas mencionadas anteriormente. Com a mes-

3,90m, também em três secções e com potência de lançamento 30/100g (acção M) e 75/150g (acção P). São indicadas para pesca a grandes distancias e/ou a peixes grandes. A sua acção é igualmente semi-parabólica como se exige nestas situações, sendo equipadas com ponteiras com acções de ¾OZ, 1OZ e 2OZ na acção M (Medium) e 2OZ, 3OZ e 4OZ na acção P (Power). Ainda com 3,90m temos uma cana de acção XP (Extra Power),com ponteiras de acção 4OZ, 5OZ e 6OZ e com capacidade para lançar feeders de grandes dimensões, até 200g. A acção neste caso já é de ponteira e apesar de pouco utilizada no nosso país, pode ser uma opção a ter em conta em situações específicas que por vezes encontramos na pista do Prado em que temos de pescar muito longe, com engodagens muito fortes e na presença de barbos de grande dimensão. A gama é completada por uma cana de 4,20m atingidos através de uma mini-extensão de 30 cm. É uma cana com características seme-

MAXIM FEEDER

ma capacidade de lançamento (Medium) mas com 3,60m, três secções e acção semi-parabólica, temos uma cana muito versátil, sendo talvez a mais popular no nosso mercado. As ponteiras são em carbono maciço (½OZ, ¾OZ e 1OZ), ofe-

lhantes á anterior e confirma-se muito útil nalgumas pistas internacionais. A gama Maxim é verdadeiramente versátil e completa, com todas as suas canas a apresentar diâmetros muito finos e blanks extremamente equilibrados. São todas montadas com os

recendo também uma enorme sensibilidade aos toques. Está especialmente indicada para pescas a média e longa distancia como se pratica na pista do Cabeção e em algumas circunstâncias, na pista do Prado. No seguimento, temos duas canas de

anteriormente referidos passadores T-Ring, monopata ou de dupla pata conforme a versão. É uma gama média alta que no entanto é comercializada a preços muito competitivos ao nível das gamas baixas das marcas concorrentes.

e elevada sensibilidade das ponteiras o que permite a utilização de fios muito finos, garantindo elevada facilidade de detecção até dos toques mais ligeiros. As Maxim Feeder incluem uma

MAXIM PICKER

um comprimento muito adequado que ajuda ao excelente equilíbrio das canas. Estas duas canas são especialmente indicadas para pescas curtas e rápidas como as que se praticam na 2013

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cana em duas secções mais ponteiras (½OZ, ¾OZ e 1OZ) com 3,30m e capacidade de lançamento até 75g. É uma cana intermédia para pescas curtas em que necessitemos um pouco

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PESCA EMBARCADA

CAMPEONATOS DO MUNDO DE PESCA EMBARCADA TEXTO E IMAGENS Redação

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ealizaram-se no passado mês de Setembro, em Setúbal, os 49º e 13º Campeonatos do Mundo de Pesca Embarcada de Seniores e Sub-21, respectivamente. Bastante participada, a prova de seniores contou com a presença das 16 seleções nacionais da Alemanha, Bélgica, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Itália, Luxemburgo, São Marino e Suíça. Já a prova de Sub-21, contou apenas com a participação de 7 seleções, no caso da Alemanha, Croácia, Eslovénia, França, Itália, Montenegro e Portugal. A organização a cargo da FPPDAM, por sinal muito elogiada, contratou a maioria das embarcações de marítimo-turística de Setúbal, tendo ainda de recorrer a algumas oriundas de Sesimbra. Foram definidas 4 zonas de pesca, uma delas de reserva. Deu-se início a estes Campeonatos do Mundo no dia 8 com a cerimónia de abertura, seguida da “Reunião de Capitães” e do sorteio dos pescadores de ambos os escalões pelos barcos. O dia 9 de Setembro foi dedicado aos treinos oficiais, tendo as equipas uma última oportunidade para afinar os seus materiais e estratégias. O primeiro dia de prova que viria a ser disputado na “zona 1”, por decisão da direção de prova, confirmaria a ideia de que Portugal poderia ter uma palavra a dizer nestes mundiais. A Seleção Nacional Sénior alcançou o 3º lugar da geral, enquanto a seleção Sub-21 alcançava igualmente a 3ª posição da classificação, superando assim as espectativas dos menos crentes. A nível indi-

SETÚBAL 2013 vidual, João Bernardo Farinha, pescador do Grupo Desportivo Os Amarelos, conseguia um excelente 2º lugar na classificação geral dos Sub-21. Para o 2ºdia de prova, a direção da mesma optou por manter a “Zona 1” o que não agradaria a todos, nomeadamente aos italianos que preferiam uma zona mais baixa, que beneficiaria os pescadores mais rápidos. Apesar da menor presença de peixe, o alto desempenho de ambas as equipas portuguesas, permitiu aos seniores fazer o 1º lugar por equipas, fruto de três primeiros lugares e dois segundos lugares, seguidos pela Itália e pela Croácia. Os Sub-21 alcançaram também o 1º lugar do dia, assumindo assim o lugar cimeiro da geral enquanto os seniores subiam uma posição, assumindo a vice-liderança. No 3º dia de prova, o das decisões, a opção foi mudar para a “Zona 3”, em que se perspectivava maior presença de peixe. Esta zona, menos profunda revelar-se-ia ideal para os italianos, nomeadamente Marco Volpi que se viria a sagrar Campeão do Mundo individual pela 6ª vez. Os portugueses Bruno Cabrita e Sílvio Santos ganharam os seus barcos, tendo os restantes elementos alcançado um 2º, um 3º e um 4º lugar, o que não era suficiente para vencer por equipas. No final, os portugueses sagraram-se Vice-Campeões Mundiais em ambas as categorias, atrás dos italianos em seniores e dos eslovenos nos Sub-21. Individualmente Bruno Cabrita atingiu um excelente 3º lugar final enquanto João Bernardo dos Sub-21, alcançava um meritório 4º lugar.

SENIORES - INDIVIDUAL 1º Lugar - Marco Volpi, Itália 2º Lugar - Mauro Salvatori, Itália 3º Lugar - Bruno Cabrita, Portugal

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SENIORES - EQUIPAS 1º Lugar - Itália 2º Lugar - Portugal 3º Lugar - Croácia

Fernando Fernandes no 3º dia de prova.

SUB-21 - INDIVIDUAL 1º Lugar - Anthony Giacomini, Itália 2º Lugar - K ocjancic Nik, Eslovénia 3º Lugar - L uka Pejakovic, Croácia 4º Lugar - J oão Bernardo Farinha Portugal

SUB-21 - EQUIPAS 1º Lugar - Eslovénia 2º Lugar - Portugal 3º Lugar - Itália

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PESCA EMBARCADA

IMPRESSÕES

TEXTO E IMAGEM Redação

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Finalizados os Campeonatos do Mundo de Pesca Embarcada 2013 que se realizaram em Setúbal, quisemos saber junto dos atletas Bruno Cabrita e João Bernardo Farinha, quais as suas impressões sobre o mesmo e perspectivas para as respectivas carreiras na pesca de competição. Bruno Cabrita e João Farinha são atletas do Grupo desportivo “Os Amarelos”, apoiados pela marca Vega e pela Casa Pita, tendo obtido as melhores classificações individuais entre os atletas nacionais, com um 3º lugar na competição de seniores e um 4º lugar na competição de Sub-21 respectivamente. Jornal da Pesca – Bruno, a ida ao pódio com o 3º lugar é uma excelente classificação individual, tendo em conta as individualidades presentes neste campeonato, era esperada? Bruno Cabrita – Esperada não era mas qualquer dos atletas portugueses presentes tinha essa ilusão. Trabalhámos muito, atletas, capitães e federação para que isso fosse possível e conseguimos ser vice-campeões do mundo e a minha ida ao pódio. JP – João, o teu 4º lugar deixa um certo amargo de boca… João Bernardo – Após os dois primeiros dias pensei que poderia chegar ao pódio mas se me perguntassem antes, diria que só em sonhos. Fomos vice-campeões por nações com os mesmos pontos da Eslovénia que venceu e isso apesar de dignificante, deixa um amargo ainda maior. JP – A pressão de pescar em casa terá pesado… JB – Mais que pressão, senti alguma ansiedade inicial mas o que terá feito diferença foi o “jogo de equipa” feito no segundo dia pelos atletas da Croácia e Eslovénia com o “vizinho” 2013

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DO MUNDIAL italiano que disputava o 1º lugar do barco comigo. A determinada altura lançavam as montagens ostensivamente para cima da minha, embrulhando tudo. Perdi cerca de 12 montagens e tempo precioso. No final perdi para o italiano por 6 pontos que são 2 sarguetas. JP – Aconteceu-te alguma situação idêntica Bruno? BC – Não, acho que correu bem. Fui-me adaptando durante a pesca, apostando nos peixes de 3 pontos mas tendo de optar algumas vezes pelas andorinhas pela sua quantidade em determinados momentos. A maior dificuldade era passar pelas cavalas que não pontuam e eram imensas. As chumbadas muito pesadas ajudavam mas não resolviam. JP – Que acham da classificação final, podia ser ainda melhor? BC – Dificilmente, os italianos

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são realmente muito bons tecnicamente e têm um grande apoio federativo para preparar todas estas competições. Por cá, os apoios á nossa federação são escassos pelo que é impossível para esta apoiar-nos mais. JB - Acho que foi uma óptima participação Júnior, foi a nossa estreia em mundiais, logo com um 2º lugar colectivo e 3 atletas entre os nove primeiros dos quais o meu 4º lugar á beirinha do pódio. Penso que estamos de parabéns. JP – Vocês são apoiados pela Vega e pela Casa Pita, isso de alguma forma influencia estes momentos? BC – Obviamente, este é um apoio que já dura á alguns anos e penso que nos ajuda a evoluir a nós atletas e á marca. Por um lado vamos participando no desenvolvimento de alguns produtos e por outro

temos acesso mais facilitado a esses mesmos produtos que serão por consequência os mais adaptados às nossas pescas. JP – Esta classificação individual trouxe ainda um prémio adicional para ti Bruno… BC – É verdade, o Campeonato Nacional não me correu da melhor forma mas a ida ao pódio garante-me a ida ao próximo Campeonato do Mundo a realizar em Inglaterra no próximo ano. JP – Joao, quais as perspectivas para o futuro? JB – Este Mundial é mais um estimulo para continuar a trabalhar, quero continuar a evoluir para num futuro próximo poder voltar a representar o país em provas destas, voltar a ouvir o hino nacional e se possível melhorar a classificação colectiva, atingindo o titulo mundial.

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PESCA EMBARCADA

PARCERIA

TEXTO E IMAGENS Redação

MICAS - VEGA A

empresa Mundinautica, Lda. através da sua marca Vega, realizou recentemente um protocolo de parceria com a embarcação de marítimo-turística Micas, a operar em Cascais. Esta parceria, que se espera frutuosa para ambas as partes, visa dar mais visibilidade local á marca, ajudando a divulgar alguns dos seus produtos, assim como a actividade desenvolvida pelo Micas. Este projecto de marítimo-turística nasceu á cerca de 3 anos na loja de artigos para a pesca lúdica, X-Pesca, também localizada em Cascais e que conta já com dezoito anos de actividade. Após a fase inicial com um barco mais pequeno, a actividade sofreu um interregno, sendo reatada mais tarde devido às constantes solicitações que chegavam diariamente á X-Pesca. Ponderada a situação, decidiram-se os sócios, Luís Oliveira e António Santos,

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António Frade a fazer estragos com a NITROX.

pela aquisição de uma embarcação de maior dimensão, que permitisse o normal desenvolvimento das saídas de pesca em total segurança e conforto. Optaram por um casco em fibra com 8,20m da marca Silcar, que depois de adaptado oferece excelentes condições para a prática de diferentes pescas, desde a fundeada até ao jigging. O mais fácil estava feito, faltava agora o mais difícil que era encontrar o skiper que pudesse oferecer através dos seus conhecimentos da zona e experiencia na pesca desportiva e lúdica, um serviço diferenciador das demais ofertas não só em Cascais, como em toda a zona da grande Lisboa. Após uma primeira abordagem recusada por ter projectos próprios, conseguiram chegar a entendimento com um jovem e experimentado skiper local, conhecido por não se limitar a “transportar” os pescadores para as zonas de

O skiper André com a nova GOTHICA da Vega.

pesca. Efectivamente, André, revelou-se um trunfo decisivo para o Micas, alcançando muito rapidamente resultados que lhe permitiram em muito pouco tempo, alcançar o estatuto de referência da pesca embarcada da zona. O profundo conhecimento dos fenómenos climáticos e dos excelentes equipamentos electrónicos do Micas, permitiram a André juntamente com os seus conhecimentos da

zona, empenho e dinamismo, oferecer um nível de sucesso nas capturas que rapidamente transformou o Micas num exemplo a seguir por todos os seus concorrentes.

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PESCA EMBARCADA

PROJECTO MICAS

Falámos com Luís Oliveira da X-Pesca para melhor entender este projecto Jornal da Pesca - Luís, já sabemos como nasceu o projecto mas como o enquadram no negócio da loja? Luís Oliveira - Na realidade são projectos que se complementam. Éramos abordados constantemente por pescadores que nos solicitavam informação sobre as embarcações de Luis Oliveira da X-PESCA, o mentor do Projecto Micas. marítimo-turística a operar na zona e se podíamos organizar as saídas. Isso despertou-nos para a oportunidade de oferecer um serviço mais personalizado e que se diferenciasse dos já oferecidos, complementando também a oferta da loja que já não se limita a vender material a esses mesmos pescadores. Por outro lado, pensámos que o risco não seria muito elevado, uma vez que a divulgação da actividade do Micas seria natural e imediata na loja, sendo o inverso também importante junto dos pescadores que ainda não conhecessem a X-Pesca, apesar da sua já longa história. JP – O sucesso está á vista, como pretendem manter-se no topo da oferta sendo a concorrência tão forte. LO – Só o conseguiremos se mantivermos o padrão de qualidade que oferecemos actualmente. Temos uma embarcação muito confortável e segura, com uma grande estabilidade quer em navegação quer quando poitada. Por outro lado, não nos limitamos às saídas para a pesca do “pica-pica”, como agora lhe chamam, procurando ir sempre ao encontro das solicitações dos nossos clientes. O André é um profundo conhecedor da zona e das diferentes pescas que podemos oferecer, desde os pargos ao jigging ou á chumbadinha até às douradas ou inclusive a pesca aos robalos em Light jigging. Abordamos qualquer solicitação com muita seriedade, aconselhando sempre aos nossos clientes, as melhores opções de pesca do momento. De igual modo, quando solicitados para pescas muito específicas, normalmente não praticadas, se acharmos que as mesmas não são praticáveis por qualquer que seja a rasão, mantemos a postura de seriedade e desaconselhamo-las. JP – Como vê a parceria com a Vega? LO – A relação comercial com a marca vem de longe e esta parceria é mais um passo na estratégia de comunicação de ambas as empresas, numa fase de grandes exigências. Certamente que será positivo para todos incluindo o Jornal da Pesca, onde contamos ter uma colaboração estreita no sentido de divulgar não só a nossa actividades enquanto agentes comerciais como a pesca lúdica no geral.


JIGGING

LIGHT JIGGING.

TEXTO E IMAGENS Rui Carvalho

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agaiar nas nossas águas não é novidade, os pargos foram a primeira espécie alvo para as zagaias quando a técnica começou a ser desenvolvida em Portugal. O robalo e a corvina, entre outros predadores menos usuais, também começaram a cair nesta técnica ao longo da nossa costa. Ao olharmos para esta técnica, reparamos que o Jigging tem quase sempre a vertente de ser trabalhada longe da costa, e geralmente a profundidades consideráveis. Já tentou trabalhar com zagaias mais pequenas dentro dos estuários? Não temos pargos, mas temos, robalos, corvinas, bailas e não só. Certamente quase todos os pescadores mais informados já ouviram falar de colheres ondulantes, light jigs, casting jigs, etc. mas estes continuam a ser subvalorizados pela grande maioria de nós. O Light Jigging é uma técnica encantadora, utilizada maioritariamente a partir de uma embarcação, pois a maioria destas zagaias estão concebidas para trabalhar na vertical onde são mortais. Este Outono, tive o prazer de testar no rio Tejo algumas zagaias da SAKURA, as MIRROR JIG de 38g e os resultados foram fantásticos. Entre robalos, corvinas e bailas, também o polvo, o ruivo

As SAKURA MIRROR JIG de 38g.

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e o inevitável xarroco deram o ar da sua graça. As Mirror Jig são na realidade casting jigs, que é o mesmo que dizer que foram desenhadas para que trabalhem perfeitamente numa acção de lançar/recolher, por exemplo para pescar da praia quando necessitamos de atingir distâncias a que não conseguimos chegar com os clássicos jerkbaits rígidos ou mesmo quando embarcados, não podemos aproximarmo-nos do objectivo para apresentações mais verticais. A utilização que lhes dei no entanto, foi precisamente com apresentações verticais e aí revelou-se “mortífera”. Pouco espessa, tem as laterais largas com inserções holográficas com efeitos espelhados que reflectem qualquer raio de luz. Na recuperação

apresenta um rolling pronunciado e na queda um efeito de folha que diminui a velocidade da descida, facilitando o ataque dos predadores. Está disponível em 6 cores com pesos entre as 18g e as 38g.Trabalhar com estas pequenas zagais tem um potencial enorme, chegamos a pescar com apenas 3m de água com resultados muito positivos. O Light Jigging exige material muito mais… “Light”, as

canas devem rondar 1,80m, não ultrapassando nunca os 2,10m. A acção da cana pode variar, consoante a profundidade e corrente, pois o peso da zagaia também vai variar. A SAKURA tem algumas opções de muita qualidade para esta técnica, sendo a SHUKAN NEO SKS 601 M JIG, a mais adequada na minha opinião. Foi desenhada especificamente para estas técnicas e apresenta um blank extra-fast, extrema-

Nem só de robalos e corvinas se fazem as capturas.

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JIGGING

AKADA MT 40

mente sensível com 6’ (1,83m). Construída com napas de carbono Mitsubishi M36 do Japão, garante uma versatilidade pouco comum, permitindo trabalhar pequenas zagaias ou cabeçotes e ao mesmo tempo lidar com facilidade e segu-

CAMARO 5000

rança com peixes de grande porte como são as corvinas. É uma cana muito confortável devido á ergonomia e correcto comprimento do seu cabo, que permite um excelente apoio, e ao peso muito reduzido que não ultrapassa 165g. Está equipada com componentes Fuji, sendo os passadores em Alconite do modelo Low Rider, ideais para trabalhar com fios finos. Os carretos a utilizar nesta técnica devem ser de tamanhos reduzidos, entre o 4000 e o 5000 e apresentar boa resistência estrutural e mecânica, se possível com cárter e rotor em alumínio, e engrenagens precisas e bem apoiadas. É o caso do Akada MT40 e do Camaro 5000, ambos da Vega. Além das características anteriormente descritas, apresentam ambos uma recuperação bastante rápida com um rácio de 5,5 voltas de rotor por volta de manivela. O Akada tem as suas engrenagens móveis apoiadas em 12 rolamentos de esferas blindados e é fornecido com duas bobines de alumínio de diferentes capacidades. É um carreto muito versátil que também permite a sua utilização em técnicas de spinning e bóia, pelo que será sempre uma opção a considerar por quem também pratique estas modalidades.

O Camaro é um carreto mais encorpado, com um drag potente e progressivo, tem 10 rolamentos e é fornecido com duas bobines de alumínio com capacidade para 360m de monofilamento 0,35mm. É relativamente ligeiro pelo que permite a sua utilização no spinning pesado que se faz às corvinas, na pesca á chumbadinha, etc. Muito importante no Light Jigging é a utilização de um multifilar de qualidade que nos permita utilizar diâmetros reduzidos sem riscos de ruptura.

Pessoalmente utilizo o POTENZA BRAIDED LINE em diâmetros entre 0,22mm e 0,28mm pois além de muito resistente é macio e impermeável. Utilizo sempre uma ponta de fluorocarbono, geralmente entre 0,28mm e 0,35mm conforme as situações pois garante-me uma invisibilidade quase total com uma enorme resistência á abrasão. O light jigging é uma técnica muito eficaz não só nos estuários mas em todas as áreas que permitam a concentração de exemplares a profundidades controladas.

Mais uma captura com a MIRROR JIG.

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VERÃO | OUTONO

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ISCOS ENGODOS

TIAGEM

TEXTO E IMAGENS Bruno Carvalho

A RAINHA DAS MINHOCAS E

xistem muitos pescadores que por comodidade ou por falta de tempo livre, optam por comprar todas as suas iscas. Outros há, não por uma questão de economia ou excesso de tempo livre, que preferem apanhar o próprio isco sempre que isso seja possível. Eu sou dos que prefere apanhar os próprios iscos, mais ainda por o meu isco preferido ser a tiagem que não se encontra normalmente á venda nas lojas da especialidade. E como para mim não há ida á pesca sem tiagem… A tiagem é provavelmente o melhor anelídeo para a pesca de mar. Não há peixe que lhe resista desde sargos, douradas, robalos, etc. Mas como "nem todo o chão dá orégãos ", uma velha expressão usada pelos homens do mar, que serve neste caso para distinguir entre os sítios bons e os piores para a apanha da famosa tiagem, deixo aqui algumas dicas para apanha e conservação da tiagem. Este anelídeo apanha-se em ambientes de areia e pedra, preferencialmente onde esta apresente limos, sinonimo da presença de vida. Em Portugal, na maior parte das praias que

A tiagem é um isco bastante frágil.

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apresentam aflorações rochosas podemos encontrar a tiagem. Preferencialmente, devemos escolher marés de lua, pois pela sua grande amplitude possibilita-nos aceder a locais, como fendas, poças, buracos e pedras onde mais facilmente se encontram. A melhor maneira para o fazer é a mão. Removendo as pedras (aconselho o uso de um ferro), escavando por debaixo ou à volta de pedras grandes. Deverá escavar com os dedos abertos (nunca com luvas para ter mais sensibilidade) para as sentir e não as partir visto que são muito sensíveis. Depois de termos a quantidade ideal e necessária convém voltar a colocar as pedras no mesmo sítio para segurar a areia e a tiagem voltar a ocupar os mesmos lugares, assim o ecossistema não sofre grandes alterações. Enquanto vamos apanhando a tiagem, esta vai formando uma bola que não devemos tentar desfazer de qualquer forma, ou corremos o risco de as partir. O sangue libertado pelas minhocas partidas dificulta a conservação das inteiras que morrem mais facilmente. A melhor forma de separar estes novelos de

Já preparada e pronta a iscar.

tiagem, é mergulha-los num balde com água (obviamente do mar), e com muito jeitinho ir alargando o novelo e separando as minhocas. Quanto á conservação, se pretendermos conservar a tiagem bastante tempo, temos de utilizar um aquário ou recipiente semelhante, oxigenado e com areia da praia. A água deve ainda assim ser trocada com alguma frequência. Se vamos utilizar a tiagem no imediato ou no espaço de poucas horas, devemos prepara-la misturando-a com serradura de pinho. A serradura ajuda a separar a tiagem, engrossa-a e enrijece-a,

permitindo um melhor manuseamento e iscagem, no entanto retira-lhe também tempo de vida, pelo que o devemos ter em conta quando a utilizamos. Devemos ter também em conta que quanto mais fina for essa serradura, mais desidrata a tiagem e mais rapidamente morre. Pessoalmente, utilizo serradura mais fina no Inverno e um pouco mais grossa no Verão. Voltando um pouco ao princípio, a tiagem é o isco que mais utilizo e aquele que melhores resultados me dá, nomeadamente com as douradas, seja em técnicas de pesca á bóia ou ao fundo.

A tiagem garante excelentes resultados.

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SPINNING

SPINNING NOTURNO

VAMOS PESCAR À NOITE. TEXTO E IMAGENS Fernando Encarnação

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ma das questões que nos levanta maiores interrogações é sem dúvida o spinning noturno e a escolha da melhor cor de artificial para essa variante. A noção de melhor artificial é relativa, pois a melhor é sem dúvida aquela que faz capturas, e por sinal é complicado estarmos a utilizar a maioria dos artificiais que temos numa jornada de pesca, sendo que aqueles que não utilizamos, não têm hipótese de efetuar capturas. Que amostras são mais indicadas para pescar à noite, com resultados? Como não podemos dizer que existem amostras infalíveis em termos de capturas, podemos tentar identificar algumas regras básicas que pela experiência, têm comprovado que na ausência de luz as artificiais com tonalidades mais escuras funcionam na perfeição, pois a regra básica mantem-se, águas claras amostras claras e águas escuras e noite amostras escuras. Alguns artificiais que poderão dar excelentes resultados noturnos são:

ARTIFICIAIS VEGA MODELO

REF.

Akada Slash Minnow 130 F

HA17 NI-06

Akada Slim Minnow 145 F

SP04-4 G12-12 BA BM BS

Akada Original

CLB GP GR

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Existe contudo um outro fator onde podemos utilizar artificiais mais claras, aquando de fases da lua onde a claridade da mesma ilumina de forma gradual a noite, sendo que artificiais brilhantes, por exemplo a paleta de cores dos modelos da Akada Slash e Slim Minnow, onde estas tonalidades irão produzir um cintilar de flancos das suas próprias cores proporcionalmente às animações de ponteira que efectuamos. Para maximizarmos o efeito do artificial que escolhemos podemos aceder a outra característica dos artificiais disponíveis, ou seja, o sistema de “rattling” e os sons que o mesmo poderá produzir aquando da animação flanqueada, já que o som na água propaga-se a uma distância superior, o que vai efetuar um alerta aos predadores que se encontram a caçar na zona, aumentando consideravelmente a sua eficácia.

Algum equipamento que deve ser utilizado no Spinning noturno:

SEGURANÇA Lanterna de cabeça

Permite-nos com um simples acionamento on/off ter iluminação quando necessário, permitindo assim a liberdade de movimentos. Fato de neopreno 3,5 mm Alem de proporcionar conforto térmico, cria uma segurança a possíveis escoriações motivadas por pequenas quedas.

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SPINNING Artificiais Devemos dispor de várias opções, quer em tonalidade/cor, como em tipologia de técnica, por exemplo, devemos dispor de artificiais que trabalhem numa capa de água superficial (tipo Akada Moran Pencil 135 F), artificiais que trabalhem numa capa até 0,5 cm (tipo Akada Slim Minnow 145 F), artificiais que trabalhem numa capa entre 0,5 e 1,5 cm (tipo Akada Slash Minnow 130 F e Akada Original 140 F). Mochila dupla de Spinning

Colete flutuante refletor

Material Carreto

Alem de proporcionar uma segurança extra, permite a fácil identificação, dispõe ainda de vários compartimentos que permitem guardar material Grip

Um utensilio para proporcionar capturas em segurança, ou auxiliar na desferragem dos anzóis triplos Alicate multifunção

Auxilia na desferragem de anzóis triplos, permite o corte ou a abertura de componentes dos artificiais (triplos, argolas) 2013

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Indispensável no lançamento e recuperação dos artificiais, deve possuir um drag razoável, o seu corpo deve ser de componente rija (alumínio), convém ser robusto mas também leve. O Akada MT 40 em alumínio ou o BZ 400 são ambos excelentes opções para esta modalidade Cana Indispensável no lançamento, animação e recuperação, quer dos artificiais, quer dos exemplares ferrados. A sua ação deverá rondar os 15-35/40/50, poderá ter o comprimento de 2,7m (ideal para trabalhar amostras de superfície);

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3 (ideal para trabalho de qualquer tipo de artificial, sendo a mais utilizada) ou 3,3m (ideal para zonas rochosas compostas por obstáculos). Neste ultimo comprimento a Salt Jerk, construída em carbono de alto modulo C5 e montada com passadores Fuji K Alconite, é uma opção que recomendo vivamente. Tal como os carretos, as canas deverão ser robustas e leves, pois o binómio cana/carreto deverá ser equilibrado e ao mesmo tempo confortável para jornadas de 4 a 6 horas (ou mais), 4 horas no mínimo compreenderão a altura ideal do spinning, ou seja, as duas últimas horas do vazante e as primeiras duas horas do enchente. Clip

Permite uma rápida troca de amostras, não alterando, se de dimensão reduzida, a natação característica a cada modelo de artificial. Deverá ser resistente, por norma não deverá ser utilizado por muitas jornadas seguidas, mediante o número de vezes que o mesmo é aberto e fechado, é um utensilio de desgaste rápido.

Ideal para o transporte e armazenamento dos artificiais e componentes na jornada de spinning, para além do sistema prático da sua composição (dupla) de compartimentos frente/trás, permite a entrada na água até à cintura sem perigo de submersão. Multifilamento

É de extrema sensibilidade e resistência linear devido à ausência de elasticidade. Deve ser impermeável já que se absorver água, esta retira-lhe a capacidade de saída do carreto, aumentando-lhe o peso e a tração nos passadores e diminuindo a capacidade de lançamento. Deve ainda possuir grande resistência á abrasão e ao nó. Fluorocarbono Serve para efetuar a baixada que liga o multifilamento ao artificial devendo o mesmo ter resistência á abrasão e ao nó, como se trata de um fio de baixa elasticidade possui uma elevada sensibilidade e durabilidade.

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SURF CASTING

LINGUEIRÃO COM CASCA

PARA SARGOS E DOURADAS GRANDES TEXTO E IMAGENS Paulo Santos

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oje vamos falar da pesca com lingueirões inteiros com casca para apanhar sargos e douradas, principalmente em zonas de estuário. À semelhança da iscada com batata os lingueirões com casca são excelentes para capturar sargos e douradas de bom porte, pois quando se utiliza esta isca o peixe pequeno raramente pega na mesma, ou seja quando há um toque a hipótese de ser peixe grande é quase certa. Esta é uma pesca de espera, dai o pescador poder utilizar 2 ou 3 canas equidistantes entre si. Nas imagens mostro a forma de iscar com 1 anzol, no entanto, há quem utilize esta técnica com 2 ou 3 anzóis empatados na mesma linha, distanciados em função do tamanho dos lingueirões utilizados. De salientar que o fio do empate passa por dentro da casca e o elástico deve ser enrolado na parte final com as voltas a passarem por dentro das anteriores, dado que a casca do lingueirão é muito lisa e com voltas simples tem tendência a desenrolar.

re um bom exemplar este não parta o fio, pois os exemplares de maior porte tendem a refugiar-se nestas zonas quando se sentem presos. Lembro também que quando se pesca em muralha ou pontão deve-se ter sempre á mão um enxalavar ou pucheiro isto para a eventualidade de capturar peixes com mais de 1Kg, e não cometer o erro de os içar com a cana for-

é pouco porque às vezes estamos uma manhã ou uma tarde à espera de ter um toque e esse toque é que vai ditar o sucesso ou o fracasso da pescaria, dai termos de fazer para que tudo funcione de forma perfeita e sintonizada. Quando se pesca em estuários ou pontões acontece frequentemente, que os barcos para evitarem a corrente, passam junto

Os materiais que utilizo nesta pesca são: · Canas POTENZA HIBRID de 4,20m e POTENZA SUPERCORE de 4,50m com ponteira tubular. A primeira tem a potência suficiente para fazer um excelente lançamento e ao mesmo tempo a flexibilidade de ponteira para trabalhar um peixe de bom porte e sentir os toques. A

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Eu, pessoalmente, gosto de zonas onde haja alguma corrente e onde não haja muitas prisões no fundo nomeadamente redes velhas, pedras ou cabos por forma a quando fer-

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çando muitas vezes o fio a partir. Aconselho também a ter sempre a embraiagem do carreto calibrada para que quando o peixe arranca o fio não parta. Nesta pesca todo o cuidado

à muralha ou pontão, o que faz com que o pescador tenha uma preocupação acrescida com as canas, mantendo sempre os suportes bem presos, para evitar perdas de material.

segunda, igualmente potente é no entanto um pouco mais parabólica permitindo utilizar fios mais finos e se necessário iscadas mais frágeis. Esta cana é comercializada com pon-

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SURF CASTING

INSIGNIA 60

teira hibrida mas tem opcionalmente disponível ponteira tubular pelo que podemos optar por qualquer delas na compra ou adquirir ambas,

muito elevadas no que respeita ao lançamento e ao funcionamento do drag. Vem equipado com 6 rolamentos, rodizio sobredimensionado e duas bobines de capacidades diferentes, sendo uma delas perfeita para a utilização de fios finos. Já o BRAVA que é uma novidade no mercado, oferece duas bobines suplentes permitindo-nos três opções de fios de diferentes diâmetros e características. Está

· Fio VEGA POTENZA SURF-TECH 0,25 no carreto, que é um fio de excelente resistência, e elasticidade quase nula, excelente durabilidade à abrasão e excelen-

pedras 0,35, este é um fio 100% fluorocarbono, macio e de memória muito reduzida, excelente resistência à abrasão e com uma boa protecção contra a salinidade · Chumbadas entre as 100 e as 160 gr, no formato bala ou piramidal consoante a distância de pesca, correntes, vento e estado do mar. · Anzóis VEGA refª1132 BN nº 2 ou nº1 também da gama POTENZA. Apesar de muito finos

2337 - Potenza Supercore

o que recomendo vivamente pois permite-nos diferentes opções conforme as condições em que vamos pescar. · Ao nível do carreto aconselho duas opções, o INSIGNIA 60 e o BRAVA 5500. O INSIGNIA é sobejamente conhecido no mercado e gaArtes_Toros_PH_200x140_C.pdf 1 rante prestações

equipado com 13 rolamentos blindados e drag micrométrico, tem um rácio de recuperação de 4.6 voltas de rotor por volta de manivela e dupla oscilação o que permite uma bobinagem perfeita com resultados na distância 2/12/13 BRAVA 5500 5:12 PM de lançamento.

te relação preço /qualidade, do melhor que há no mercado. Utilizo também as pontas de shock cónicas POTENZA SHOCK LEADER, maioritariamente no diâmetro 0,26-0,50mm embora estejam também disponíveis desde o 0,18-0,47mm. Nos empates o POTENZA FLUOROCARBON ST é uma óptima opção do 0,28mm ao 0,35mm, conforme a zona onde pesco, ou seja se o fundo for arenoso 0,28, se tiver

são muito resistentes e garantem uma elevadíssima capacidade de penetração mesmo nas cartilagens mais densas.


SURF CASTING

TEXTO E IMAGENS Redação

PESCAR À NOITE

COM GRILO M

uitos pescadores se questionam das razões que levam a que alguns sintam imensas dificuldades em conseguir algumas capturas enquanto outros, nas mesmas circunstâncias e pesqueiros, apresentem grande consistência e regularidade na obtenção das mesmas. Certamente que os materiais utilizados têm influência, mas também os iscos e a capacidade individual de cada um, podem influenciar o resultado final de uma pescaria. Decidimos realizar algumas experiências com iscos e para isso convidámos alguns pescadores do CAP de Grândola, clube apoiado pela Vega e pela loja A Barbatana, também de Grândola, para uma sessão nocturna. Combinado o encontro para a loja, até pela facilidade de aquisição e preparação dos iscos, lá se encontravam os amigos Edgar Costa, Arménio Sequeira, recém-chegado á primeira divisão nacional, e Luís Anastácio, atleta do CAP e sócio gerente da “A Barbatana”. Decidimos então rumar á Praia do Car-

valhal embora as perspectivas não fossem as melhores pois na véspera lá se tinha realizado uma prova do campeonato nacional com resultados deveras desanimadores.

Arménio Sequeira, Luís Anastácio e Edgar Costa

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Chegados á praia, escolhidos os pesqueiros e montado todo o material, lançou-se a estratégia. Pescariam com duas canas cada um, utilizando montagens diferentes, e pescando a distâncias diferentes, iscando alternadamente com os iscos disponíveis que eram o ganso coreano, grilo, lingueirão e casulo. Todas as montagens foram feitas com o novo Sunset Silanium, fluorocarbono híbrido de última geração, sendo os empates feitos com o Potenza ST fluorocarbon, no caso 0,23mm e os anzóis os 1132 da Potenza, nº 2 e nº 4. A experiência que teve a duração de 3 horas, iniciou-se com o cair da noite.

Logo no primeiro lançamento o Edgar Costa logrou capturar um linguado a que se seguiu uma baila capturada pelo Luís Anastácio, ambos com grilo. As capturas foram-se sucedendo a bom ritmo com o Arménio Sequeira a não deixar os créditos por mãos alheias. Após a captura de sete ou oito peixes que incluíam mais alguns linguados, uma ferreira, um carapau e um robalo, verificou-se que apenas dois dos peixes não tinham sido capturados com o grilo. O peixe mesmo sendo relativamente pequeno, estava presente e espalhado entre os 30/40m

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SURF CASTING

O grilo mostra-se determinante nos dias difíceis.

e os 100m da praia. A pesca continuou e no final das 3 horas planeadas doze das quinze

peças tinham sido capturadas com o grilo que se revelou determinante para o sucesso desta jornada. Sendo especulativo, até por termos pescado á noite, podemos no entanto supor que o peixe já se encontraria presente na referida competição da véspera, tendo a diferença sido feita, nesse caso pela negativa, pela ausência deste isco. Durante esta experiencia em que foram utilizadas as canas Potenza Hybrid e Potenza Su-

A agulha revela-se fundamental na iscagem destes iscos frágeis.

percore, houve ainda oportunidade para testar uma nova cana da Sunset, a Impact Zone de 4,50m e o carreto Sunlab da mesma marca. A cana inteiramente produzida em carbono “Technifibre” reforçado e equipada com passadores tipo Low Rider, tem capacidade de lançamento de 200g e revela-se muito equilibrada o que facilita o lançamento. Muito fina, com somente 21mm na secção do cabo, e com acção semi-parabólica progressiva é uma cana muito sensível e “marcadora”, oferecendo também uma elevada capacidade de lançamento sem danificar as iscadas mais frágeis. Já o Sunlab 8000 FD, é construído em alumínio e está equipado com duas bobines “Long Cast”, ideais para pescar com fios finos. Está equipado com 7 rolamentos e tecnologia de enrolamento “Double Oscillation” lento que permite uma melhor bobinagem com benefícios no lançamento e na força de recuperação.

Anastácio com um doble de linguados.

As Potenzas em acção.

A Impact Zone com o Sunlab.

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ARTIGO ISCOS ENGODOS LEITOR

VEGA EVIDENZA

E KINETIC O

Sendo um adepto da pesca de Surfcasting e um apreciador da marca portuguesa Vega, propus-me testar na óptica desassombrada do utilizador, duas das propostas da marca para o segmento médio desta técnica, a Evidenza e a Kinetic surf. Numa primeira análise visual às duas canas, devido á sua semelhança, nomeadamente ao nível da decoração e preços, poderíamos pensar estar na presença de duas versões de uma mesma “família” ou por assim dizer, duas canas de características muito semelhantes. Não poderíamos estar mais enganados. Na realidade, em vez de canas que se igualam são canas que de certa forma se complementam. A Evidenza, disponível somente no tamanho 4.50m, está equipada com passadores SIC do tipo “Mn”, tem uma acção de 100-300g, e um peso de 688g. O Carbono é de alto módulo C5 reforçado. A Kinetic está actualmente disponível nos tamanhos de 4.50m e 5,00m, estando a marca a considerar a inclusão da versão de 4,20 proximamente. Vem equipada com passadores SIC do tipo “Kw”, cujo objectivo é permitir uma saída óptima do fio, prevenindo ao mesmo tempo os enleios com consequente ruptura do fio durante os lançamentos. A capacidade de lançamento é de 80-250g e o peso de 555g. O carbono é exactamente o mesmo da Evidenza.

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TEXTO E IMAGENS Tiago Pacheco

EVIDENZA

A primeira coisa que salta à vista neste modelo é a qualidade dos acabamentos. Da bonita pintura e dos passadores, que quanto a mim têm um claro salto de qualidade em relação a outros modelos de semelhante preço, ao sistema de marcação para um alinhamento perfeito das secções (Joint Alignment System), tudo foi pensado e cuidado no processo de construção e montagem. Meca-

nicamente, apercebemo-nos imediatamente de que esta é uma cana com elevado poder, e que parece ser equilibrada. Sendo assim era grande a espectativa para levar a Evidenza até à praia. Chegado à praia e colocando uma chumbada de 150g, pude constatar o que tinha imaginado, a Evidenza “gosta” destes pesos e até quer mais, muito mais. É incrível a potência e equilíbrio desta

cana, que nos permite fazer grandes lançamentos com facilidade. É uma cana como podem perceber, incrível para aquele mar maior, para pescar no inverno com iscadas fortes, e com chumbadas de 165g e até mais. Apesar desta potência, mostra-se muito sensível e marcadora. No primeiro dia que pesquei com ela, consegui tirar fanecas de tamanho bastante diminuto, e no entanto

as suas picadas eram bem perceptíveis na ponteira da Evidenza. Quanto à ferragem é bastante rápida como seria de esperar numa cana com estas características. A Evidenza é pois uma cana ideal para quem procure uma cana de qualidade, tendo um orçamento mais controlado, e com esse facto em mente, penso que será das melhores senão a melhor opção no mercado.

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ISCOS ARTIGO ENGODOS LEITOR

KINETIC SURF

Se por ventura a Evidenza é uma cana bastante forte, tinha curiosidade em ver como se comportava a Kinetic Surf. Na mão ficamos imediatamente com uma sensação de leveza, pelas suas 555g, a Kinetic é

das canas tubulares mais leves do mercado em 4.50m, e também com a sensação de que estamos na presença de uma cana macia. A lançar, a cana é bastante cómoda e também diferente da Evidenza, que começa a trabalhar bem a par-

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tir das 150g, a Kinetic fá-lo a partir das 100g. As nossas costas agradecem e permite pescar longe mas leve o que se mostra muito difícil quando as canas são muito potentes. Os lançamentos saem fluidos, sem esforço, e consegui as melhores distâncias com chumbadas na ordem das 135g, posso mesmo referir que consegui lançar mais 10/15m do que com uma cana hibrida de segmento alto de outra marca que tenho á uns anos. Em condições de lançamento mais pesado, apesar de perder algum rendimento consegui distâncias interessantes com chumbadas de 170g, que foi o peso máximo ao qual sujeitei a Kinetic. Como é macia, é uma cana que detecta picadas com facilidade, e não “parte” as iscadas no lançamento.

CONCLUSÃO

Parece-me evidente que a Kinetic é uma cana para quem prefere leveza e suavidade a poder, uma cana para pescar em mar pequeno, com algumas incursões a um mar maior pois suporta com fiabilidade pesos maiores. A Evidenza está noutro plano, uma cana mais bruta, para ser carregada com chumbadas maiores, acima das 150g, e capaz de atingir boas distâncias. Como referi ao início, são duas canas que se complementam, e que apelam a dois tipos de pesca diferentes. Para o preço, ambas são uma boa aposta que servem diferentes necessidades.

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PESCA EMBARCADA

TEXTO E IMAGENS Redação

ROBALOS

NA BARRA DE AVEIRO

H

á muito ouvimos falar da barra de Aveiro como um spot mágico, quase mítico para a pesca aos robalos com iscas vivas. Com vontade de comprovar todas as histórias que vamos escutando aqui e ali, entrámos em contacto com o Pedro Barrento, proprietário da loja Barrento na Praia da Barra, para que nos proporcionasse essa oportunidade. Com encontro marcado na loja, podemos comprovar o porquê desta ser uma referência não só na Praia da Barra como em toda a zona de Aveiro. A oferta é enorme e muito diversificada e o atendimento é bastante personalizado e conhecedor, aconselhando a aquisição dos produtos com propósito e “oferecendo” umas dicas em relação aos pesqueiros e técnicas a utilizar a cada dia. Outra mais-valia da Barrento é a oferta diversificada de iscos vivos, desde os clássicos anelídeos como o grilo ou minhoca de balão para o surf casting, ao caranguejo pilado ou camarão. Efectivamente estes são dos iscos mais procurados na zona, tanto para a pesca á bóia como para a pesca de barco aos robalos que nos propúnhamos fazer nesse fim de tarde.

Saídos para o mar por volta das 17:00h, logo nos apercebemos pela agitação e concentração de embarcações que a presença de peixe se deveria fazer notar. Iniciada a pesca, imediatamente notei que ao

contrário de muitos que faziam as derivas um pouco á toa sem grandes resultados, os que obtinham boas capturas faziam derivas relativamente curtas e muito localizadas em spots específicos. A iscar com pilado e carapau pequeno, começámos a obter algumas capturas em ambos os iscos

embora os peixes grandes saíssem com pilado enquanto os pequenos, robalos kileiros, pareciam ter uma especial predilecção pelos carapaus. Esta é uma pesca que sem ser demasiado técnica é exigente com os materiais e condições a bordo. É quase imperativo dispor de um viveiro com um bom sistema de oxigenação para manter em perfeitas condições os iscos durante as várias horas que pode durar a jornada de pesca, sendo que em condições de temperatura alta a dificuldade em manter essas mesmas condições, aumenta exponencialmente.

Nuno Pandeirada e Pedro Barrento da Loja Barrento.

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PESCA ISCOS EMBARCADA ENGODOS

VEGA 1294 - TWISTER

SAKURA SINJIN

Quim com dois belos exemplares.

Quanto aos materiais, as canas mais utilizadas são canas de spinning com comprimentos habitualmente entre 2,40m e 2,70m. As acções devem ser relativamente fortes para lidarem com chumbadas que podem ir desde 30g quando a corrente é praticamente nula, por a maré ser pequena, nos encontrarmos no seu reponto e não termos deriva provocada pelo vento, até às 180g quando as condições são precisamente as inversas, marés grandes e vento moderado a forte ainda mais se for no mesmo sentido da corrente. Note-se que esta é uma pesca que deve ser fei2013

4º TRIMESTRE

ta praticamente na vertical e em fundos que vão normalmente dos 10m aos 30m, pelo que não temos necessidade de lançar, de outra forma teríamos de utilizar canas muito mais potentes com a respectiva diminuição de sensibilidade e aumento de peso. Boas opções são por exemplo a TWISTER da Vega, disponível nestas duas medidas e construída em carbono de alto modulo C4 e a SHINJIN SIS 822 XH+ da Sakura, cana com 2,50m, fabricada com recurso a carbono MITSUBISHI IM30T e montada com passadores FUJI KW de ALCONITE. Esta é uma cana muito versátil com capacidade de lançamento entre as 14 e as 100g, acção Regular Fast e com um peso de somente 194g. O carreto deve ser robusto, ter um bom drag e tamanho 5000 ou aproximado como é o caso do Camaro 5000. No carreto devemos utilizar um entrançado de preferência de 8 fios de alta qualidade como

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é o caso do Sakura Sensibraid. Produzido com fibras 100% by NIPPON DYNEEMA CO., LTD, com o processo MICRO PITCH que consiste no cruzamento ultra cerrado de 32 cruzamentos de fios por polegada (2,54cm), tem um revestimento único “VELVET GLOVE” que lhe confere uma suavidade difícil de igualar. A montagem, simples, consiste numa baixada em fluorocarbono 0,40mm com cerca de 4,0m a terminar num destorcedor rolling triangle Joint rolling de onde saem o empate também em fluorocarbono entre 0,3mm e 0,37mm para a lateral e um fio mais fino, para que sirva de fusível, com cerca de 70cm onde vamos fixar a nossa chumbada. O anzol mais utilizado na zona é um modelo Wide Gape como o POTENZA 7592 BN nos

tamanhos 3/0 e 4/0. Além de muito resistente, o seu formato e abertura facilitam bastante a ferragem dos robalos quando pescamos com estes iscos vivos. Para uma próxima oportunidade ficou já o desafio de fazer uma “competição” entre os iscos vivos e os soft baits da Sakura, tão em moda nos últimos dois anos.

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TENTO

A PESCA DIRETA

NO MAR

A

pesca do tento no mar é uma adaptação da pesca à francesa que normalmente se pratica em águas interiores, a mesma é caracterizada pela utilização de canas telescópicas sem passadores e sem carreto, fixando o fio de pesca na extremidade da cana, a linha (baixada) que é presa na ponteira e calibrada com pouco peso apenas para permitir que a

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isca afunde com mais facilidade. A montagem da baixada não deve ser do comprimento da cana, uma vez que ao ferrar um exemplar o peso do mesmo vai trabalhar pela ação parabólica da cana, como tal, teremos alguma dificuldade em levantar o peixe. O ideal é utilizar uma baixada com menos cerca de meio metro que o tamanho da cana para facilitar a retirada do peixe da água. Este tipo de pesca pode ser efetuado normalmente com canas de tamanhos entre os seis e os nove metros (máximo), sendo que uma cana de sete ou oito metros dispõe dos tamanhos mais indicados e versáteis, que proporcionarão sem dúvida boas sensações. A pesca do tento é habitualmen-

TEXTO E IMAGENS Fernando Encarnação

te apelidada de pesca fina, pelo elevado grau de sensibilidade ao toque do peixe promovida pela ação direta desta técnica de pesca e proporciona-nos a capacidade de conseguir grandes performances na ferragem de exemplares e na exata colocação da isca diretamente no local pretendido (oxigenação, caneiros, fendas, lavadiços e rebolos). Nesta técnica de pesca é necessário uma cana com uma boa resistência, dada a necessidade de “medir forças” com os exemplares a capturar. Teremos de ter em conta a qualidade razoável da cana, para que possamos aliar uma ação relativamente rápida, resistência, leveza e diâmetro reduzido. A vega tem algumas canas com estas características das quais gostaria

de destacar a 1442 BLIZZARD, construída em carbono de alta resistência C3 e a 2446 GENESIS, construída em carbono de alto modulo C4. Ambas apresentam as características necessárias às exigências desta técnica. Também a 1432 EUPHORIA com que tenho pescado ultimamente, se revela bastante interessante, com acção e potência bastante apreciáveis. Quanto ao fio utilizado neste tipo de pesca teremos de ter em atenção a qualidade e o diâmetro a utilizar na laçada direta, que anda pelos 0,28 a 0,33 mm de monofilamento de preferência revestido a fluorocarbono ou fluorocarbono 100%. Embora estes diâmetros pareçam um pouco elevados efetivamente não o são, uma

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ISCOS ENGODOS TENTO

vez que os pesqueiros escolhidos deverão ter bastante oxigenação de água. Além disso, o fluorocarbono, como sabemos, dá-nos a invisibilidade necessária assim como uma resistência

dos nas jornadas de pesca. Outro dos fatores essenciais neste tipo de pesca é a “camuflagem” do pescador, pois devido à proximidade da linha de água e do pesqueiro propriamente dito, as

este tipo de pesca obriga devemos ter em conta também o estado do mar e as condições mínimas de segurança por forma a evitarmos acidentes desagradáveis. Este tipo de pesca é executado

acrescida á abrasão. Com qualidade mais que comprovada e comercializados a preços muito competitivos, o AKADA FC e o POTENZA ST, confirmam-se óptimas opções. O tipo de pesqueiro, espécie de peixe a capturar, cor da água e a experiência do pescador ditarão a escolha do fio, são estas as condicionantes que permitem bons resulta-

roupas muito claras são como que um sinal luminoso para os peixes. Não nos aproximarmos demasiado da água e mantermos uma silhueta com o mínimo de destaque, ditará a fronteira entre uma boa e uma razoável jornada, já que o peixe supostamente entrou no pesqueiro e anda a comer o engodo ou a mariscar no local. Pela proximidade da água a que

com o mar manso ou de pequena vaga, muito mar prejudica o trabalhar do engodo e as correntes levam o mesmo para fora o que origina a que o peixe muitas das vezes o acompanhe se a cadência do engodo não for continua. É de salientar que a gramagem dos chumbos utilizados nesta técnica deve ser a mínima pos-

Artes Pesca.pdf

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sível e deve ter a função de colocar a isca a afundar ligeiramente na água. Com a experiência adquirida poderemos controlar a profundidade levantando a cana na posição vertical. Os resultados deste tipo de pesca melhoram significativamente com a utilização de engodo, sendo a sardinha o supra sumo da sua confeção. As capturas mais vulgares nesta vertente de pesca são os, sargos, douradas, robalos, safias, etc. Para finalizar pode-se dizer em suma que todas as iscas poderão ser utilizadas neste tipo de pesca, desde a sardinha, camarão, amêijoa, mexilhão, caranguejo, ralos, percebe e ouriço a todo o tipo de anelídeos, lula, lingueirão, lapa,etc.

zon.pt

Canal 142


ACHIGÃ

JERKBAITS

TEXTO E IMAGENS Jaime Sacadura

IRRESISTÍVEIS PARA O ACHIGÃ

U

ma das amostras que se tem mantido no leque das preferidas dos pescadores de achigã são os jerkbaits. Estas imitações de peixe rígidas são artificiais que continuam, ao longo do tempo, a assegurar captura após captura. Quais são as razões para a enorme eficácia deste grupo de amostras? O que as torna tão letais e sedutoras para os achigãs? As respostas a estas perguntas encontram-se num conjunto de características únicas que os jerkbaits possuem e que as tornam tão apelativas para os predadores. Vamos então analisá-las em pormenor.

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O perfil

A silhueta dos jerkbaits assemelha-se na perfeição à de um conjunto de peixes que são presas habituais dos achigãs. A forma esguia tradicional que permite incluir muitas destas amostras num grupo que se costuma designar por pencil baits e que parece ser tão do agrado dos achigãs, é a mesma de muitos alevins de peixes que são presas habituais destes predadores. A moderna tendência dos fabricantes é desenvolver modelos que se afastam, por vezes bastante, deste tipo de silhueta, com jerkbaits mais “gordinhos” e curtos a criarem uma zona de

fronteira mais difusa com os crankbaits. Estes modelos são também muito úteis e podem ser muito interessantes quando as presas reais também são um pouco mais encorpadas. A oscilação que produzem continua a ser mais apertada do que nos crankbaits “normais”, pelo que são amostras de “transição” entre estre dois grupos e que podem ser utilizadas, com vantagens, nalgumas situações. No entanto, os puristas continuam a apostar no perfil tradicional, uma forma alongada que consegue seduzir os achigãs como poucas outras amostras são capazes de fazer.

O tamanho e a forma da paleta

Dois aspetos que condicionam a profundidade a que estas amostras conseguem chegar além de influenciarem o tipo de oscilação que produzem são o tamanho e a forma da paleta. Os jerkbaits não são amostras conhecidas por atingirem grandes profundidades. A maioria não ultrapassa o metro e alguns não afundam mais que poucas dezenas de centímetros de profundidade. O tamanho e a orientação da paleta condicionam a profundidade que estas amostras atingem e a maioria possui paletas curtas e com ângulos de inserção pronuncia-

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ACHIGÃ A subtileza da queda

Muitos modelos são extremamente leves o que é uma vantagem adicional quando é necessário colocar amostras perto de achigãs que se conseguem localizar visualmente, por exemplo, na primavera ou no verão, em zonas mais baixas. As rapalas originais eram em balsa o que lhes proporcionava uma extrema leveza e tiveram e continuam a ter um enorme sucesso, mas existem modelos mais recentes que conseguem obter quase os mesmos resultados sem recorrer a este material e que permitem lançamentos mais longos, mesmo contra o vento. A queda na água destas amostras é suave e não assusta os achigãs como acontece com a queda de outros artificiais de maior peso. Por outro lado, ao conseguir colocar uma amostra tão perto do peixe podem-se despertar imediatamente ataques, como reação do peixe à surpresa e à extrema proximidade da amostra. Com amostras mais pesadas o resultado seria o oposto.

A coloração e o flash

dos, em relação ao corpo. Afundam, assim, muito pouco, e a resistência provocada pela paleta obriga a amostra a oscilar, de forma mais ou menos violenta. Além disso, essa oscilação pode ser potenciada pela utilização de paletas mais largas e menos arredondadas. Alguns modelos mais recentes entram na categoria dos jerkbaits deep diving, pois possuem paletas mais longas e largas que permitem levar estas amostras afiladas a profundidades mais elevadas.

Comportamento durante a recuperação

A animação destes pencils baits é relativamente simples. Pode-se sempre optar pelo 2013

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simples lançar e recuperar que produz um tipo de oscilação característica dos jerkbaits oscilação que é extremamente sedutora e irresistível para os achigãs. Outro tipo de recuperação bastante popular e eficaz passa por efetuar sucessivos toques de ponteira, mais ou menos pronunciados, violentos e quase contínuos. Este tipo de movimento, conhecido por jerk dá, inclusivamente, o nome a este grupo de amostras. Com estes tipos de recuperação ou as suas variantes, como a opção por toques de ponteira mais ligeiros seguidos de pausas mais ou menos prolongadas, os jerkbaits conse-

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guem simular uma presa descontrolada e fácil de capturar. Qualquer destes movimentos envia vibrações semelhantes às de uma presa viva quando se desloca em fuga dos predadores - vibrações essas que conseguem despertar achigãs de letargias profundas. Aliás, este grupo de amostras rígidas é das poucas que se pode utilizar em pleno inverno. Nesta época do ano, os jerkbaits conseguem surpreender pelos resultados que podem proporcionar quando as baixas temperaturas e os achigãs menos ativos recomendariam amostras de vinil e recuperações muito lentas ou extremamente pausadas.

A utilização de padrões de coloração idênticos aos das presas vivas é um fator extremamente importante na maioria das amostras. No caso dos jerkbaits pode ser decisivo. Quando se pesca em águas extremamente transparentes, o peixe tem mais capacidade para visualizar perfeitamente a amostra e aperceber-se dos mais pequenos pormenores que podem denunciar artificialidade. Neste tipo de condições os achigãs são, habitualmente, muito mais desconfiados e tudo aquilo que contribuir para reduzir a sua desconfiança é uma mais-valia. Uma amostra com um padrão de cor bem concebido e que imita perfeitamente uma presa viva tem menos hipótese de ser reconhecida como imitação. Deve-se, por isso, optar por jerkbaits que reproduzam padrões de cor tradicionais, em cada massa de água, e que os achigãs reconhecem como alimento habitual.

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ACHIGÃ As esferas internas - som e atitude

A presença de esferas metálicas internas nos modelos mais modernos é a norma. Em muitos modelos estas esferas podem movimentar-se e permitem uma transferência de peso que modifica o centro de gravidade da amostra durante o lançamento e a recuperação. Estes modelos apresentam várias vantagens em relação aos que não as possuem. A primeira diz respeito à maior facilidade de lançamento, pois a transferência de peso para a parte terminal da amostra ajuda a atingir maiores distâncias - principalmente quando se lança contra o vento - e mantêm a amostra na posição ideal, de forma a minimizar a possibilidade do fio se enredar num dos anzóis. A segunda vantagem diz respeito à alteração da atitude da amostra durante a recuperação. Consoante a posição das esferas, as amostras flutuantes, em repouso, podem apresentar-se in-

clinadas para a frente, para trás ou na horizontal. Esta diferença de atitudes - que se pode provocar com pequenos movimentos de ponteira que deslocam as esferas internas - ajuda a criar a ilusão de uma presa viva. Por último, mas não menos importante, o som produzido pelas esferas internas constitui um fator atrativo adicional que desperta a atenção do achigã e contribui para este se concentrar na nossa amostra.

Modelos flutuantes ou suspending

Os modelos flutuantes continuam a ser os mais utilizados dentro dos jerkbaits. São modelos mais leves e que têm as vantagens já apontadas, no capítulo da subtileza. No entanto, existe a possibilidade de optar por modelos suspending em certas situações. Neste caso, o peso das esferas internas é calculado de forma a proporcionar à amostra uma flutuabilidade neutra. Isto leva a que a amos-

tra permaneça na mesma posição, na coluna de água, quando se interrompe a recuperação. Esta pausa, a meia-água, contrasta com aquilo que acontece com os modelos flutuantes que, quando pararmos de recuperar, iniciam imediatamente o regresso à superfície. Conseguir manter a amostra à profundidade a que se encontra, durante períodos de tempo mais ou menos longos, pode revelar-se fundamental quando se tentam seduzir achigãs que se encontram num estado de atividade muito baixo.

Os modelos afundantes

Por último, os fabricantes propõem ainda modelos afundantes que, embora não sejam muito utilizados na pesca de achigã, podem ter as suas aplicações. Por exemplo, quando se pretendem explorar camadas de água mais profundas, onde a maioria dos jerkbaits não pode ir, pois, em média, rara-

AKADA KILLER MINNOW

mente conseguem ir para além dos 2 metros de profundidade, estes modelos afundantes são a solução. Podemos, desta forma, enviar, à profundidade de vários metros, amostras que os achigãs raramente têm oportunidade de ver nesses locais.

Conclusão

Este grupo de amostras revela uma enorme versatilidade e continua a ser um dos favoritos dos pescadores de achigã. Os jerkbaits podem ser utilizados em todas as épocas do ano e de acordo com a capacidade do pescador de lhes imprimir uma animação adequada, podem despertar ataques de achigãs em quase todas as situações de pesca. Os jerkbaits são ferramentas extremamente precisas e cada tipo de modelo, quando bem utilizado, pode revelar-se de uma eficácia impressionante, pelo que devem sempre fazer parte do arsenal de pesca de qualquer pescador.

CISCUS MINNOW

95SU 95mm, 14g, 0 - 0,4m Suspending

65 SP 65mm, 5,6g, até 1,2m 75 SP 75mm, 7,8g, até 1,5m Suspending

DACE MINNOW

80F 80mm, 7,8g, 0 - 0,8m Slow floating

RUSH DIVER

RUTY DIVER

60 SP 60mm, 5,0g, até 1,5m 90 SP 90mm, 6,9g, até 2,5m Suspending

70 SP 70mm, 8,2g, 0 - 1,4m Suspending

AKARU MINNOW

60 SP 60mm, 3,4g, 0 - 0,6m 80 SP 80mm,5,6g, 0 - 0,8m Suspending

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ACHIGÃ

GUALDINO E ANGELINO

CAMPEÕES DE 2013. TEXTO Virgílio Machado IMAGENS Manuel Gonçalves

O

campeonato nacional de pesca embarcada ao Achigã, chegou finalmente ao fim, depois de seis intensas provas. Será difícil encontrar na história da pesca embarcada ao Achigã em Portugal, campeonatos mais disputados, como os realizados nos dois últimos anos. Fruto de um trabalho de calendarização correcta por parte da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, a pesca embarcada ao Achigã está a viver nos últimos anos interessantes lutas até à última prova pelos lugares do pódio. Se não vejamos. O campeonato iniciou-se em Santa Clara, debaixo de um mau tempo que não havia memoria. João Pedro Queiroga e Paulo Vales, eram os primeiros líderes do campeonato, fruto de dois segundos lugares nas duas primeiras provas da temporada. Gualdino Angelino e António

Campeões.

Casimiro, da Marietel Competição, terminavam na segunda posição com 8 pontos, resultantes de dois quartos lugares. Na terceira posição Nuno Bizarro e Pedro Sêncio, campeões Nacionais em 2012, somavam 14 pontos depois de terem registado um 13º lugar no primeiro dia e um primei-

Gualdino e Casimiro a caminho do título.

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ro lugar no segundo dia de Santa Clara. À saída de Santa Clara João Pedro Queiroga não escondia que a liderança da sua equipa era fruto “dos treinos que realizamos e que permitiu perceber como o peixe estava a reagir. Contudo a entrada de muita água na barragem devido à chuva obrigou a trabalhar mais para podermos localizar o peixe”. A segunda ronda do campeonato aconteceu no Alqueva. O maior lago artificial da Europa continua a ser uma caixa de surpresas para todos os pescadores desta modalidade. Assim este ano apresentou-se com um nível de água inédito. Joaquim Moio, vice-campeão do Mundo com o seu companheiro João Grosso, explicou que “o elevado nível da água com que nos deparamos no Alqueva fez com que pesqueiros que estavam a 3 metros de

profundidade passassem a estar a 30 ou a 40 metros, o que alterou por completo os dados que tínhamos”. No primeiro dia de prova, Nuno Mateus e Vítor Nunes, conseguiram chegar a vitória com a captura de cinco peixes com um total de 5,146Kg, fruto de uma pesca “cujo objectivo foi bater margem constantemente e que nos permitiu perceber como o peixe reagia”, explicou Vítor Nunes. Já Rui Matos e André Guerreiro alcançaram o segundo lugar no Alqueva com o peso total de 4,011 Kg. Na segunda prova do Alqueva, foi a vez de Pedro Félix e Paulo Ramos brilharem. A equipa Sulpesca venceu o segundo dia de prova com cinco peixes capturados que totalizaram 3,578 Kg. Entre os homens da frente da classificação, Joaquim Moio e João Grosso eram quintos, en-

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ISCOS ACHIGÃ ENGODOS

Moio e Grosso na luta.

quanto Silvestre Pinto e Sérgio Sequeira ocupavam o quarto lugar, Ramon Meneses e André Fidalgo 10º, Gualdino Angelino e António Casimiro 12º. Com esta classificação, as equipas Gualdino Angelino e António Casimiro, Silvestre Pinto e Sérgio Sequeira e Joaquim Moio e João Grosso saiam do Alqueva empatados na Classificação geral com 35 pontos, menos um que João Pedro Queiroga e Paulo Vales. Assim, no primeiro fim-de-semana de Setembro, o Cabril em Pedrogão Grande, recebeu a derradeira jornada de um

Queiroga-Vale.

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campeonato de grande competitividade. Com três equipas empatadas na liderança Joaquim Moio não escondia que “ vamos voltar a lutar um ano depois nesta barragem pela conquista do campeonato, o que é bem o exemplo do bom trabalho que a Federação tem vindo a fazer em matéria de calendarização das provas”. Já Silvestre Pinto lembrava ao Jornal da Pesca que “ quem conseguir capturar um peixe de maior porte, que faça a diferença será o vencedor deste campeonato”.

Assim logo no primeiro dia de prova se percebeu que as equipas não iriam ter uma tarefa fácil. Após as oito primeiras horas de prova, a formação Nuno Melo e Pedro Campos vencia o primeiro dia, tendo apresentado à pesagem cinco peixes que totalizaram 4,072Kg, enquanto entre os que lutavam pelo campeonato, Gualdino Angelino e António Casimiro alcançavam o 12º lugar, Silvestre Pinto e Sérgio Sequeira o 13º lugar e Joaquim Moio e João Grosso um 14º lugar, o que deixava tudo em aberto para o último

dia de prova. Contudo neste primeiro dia de Cabril, foi a formação Ramon Menezes e André Fidalgo que encetavam uma recuperação notável ao alcançar um sexto lugar com cinco peixes que totalizaram 2,116kg e lhes valia um 6º lugar, enquanto Pedro Félix e Paulo Ramos com 2,728kg eram 4ºs nesta primeira ronda do cabril. No segundo dia e com os três primeiros presos por um ponto, todos reconheciam que seria o peixe grande a fazer a diferença. E a verdade é que a equipa Gualdino Angelino e

Silvestre Pinto e Sérgio Sequeira.

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ISCOS ENGODOS ACHIGÃ

José Moreira e David Ala fecharam a classificação das equipas Marietel.

António Casimiro conseguiram capturar um peixe com mais de dois quilos nos 20 minutos finais de prova. “ Foi um golpe de sorte, estávamos com dificuldade em fazer os cinco peixes e insistimos com amostras para peixes de maior porte e conseguimos capturar um belo peixe na parte final da prova”, reconheceu António Casimiro. Assim com três peixes capturados que totalizaram 3,563kg, esta equipa da Marietel sagrava-se campeã nacional pela primeira vez, relegando para a segunda posição, Silvestre Pinto e Sérgio Sequeira que na última prova da época não foram além de um quinto lugar com 2,068kg, enquanto Joaquim

Moio e João Grosso, terminaram no terceiro lugar do campeonato depois de na derradeira prova da temporada terem alcançado um sexto lugar. Destaque para o segundo lugar no último dia de Cabril para a formação Ramon Meneses e André Fidalgo que capturaram cinco peixes que totalizaram 3,424kg e que lhes valeu um quarto lugar na classificação final do campeonato. Uma excelente prestação assim para as equipas da Marietel neste campeonato nacional de pesca embarcada ao Achigã que conseguiram a primeira, terceira, quarta e vigésimo terceiro lugar no campeonato, este último alcançado por José Moreira e David Ala.

A dupla Ramon Menezes/André Fidalgo alcançou o 4º posto final.



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