MANUTENÇÃO
INÍCIO DE TEMPORADA
TEXTO E IMAGENS Gomes Torres (www.guias-naturpesca.com)
PREPARAÇÃO DE CANAS E CARRETOS Agora que o bom tempo se aproxima e há umas boas jornadas à vista, siga este guia útil para confirmar que, na hora H, o seu material está em condições óptimas.
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ara quem pesca no mar, chegou ao fim um rigoroso Inverno, que poucas oportunidades nos deixou para tentar a sorte, mantendo peixes e pescadores afastados das costas. Os pescadores de águas interiores, além do Inverno difícil, tiveram também de se debater com a inactividade dos peixes que, devido ao frio, pouco se alimentaram. Pescar em qualquer dos dois casos foi mais uma questão de teimosia e de alguma necessidade urgente de sentir o ar na cara, do que uma decisão lógica e racional. De qualquer forma, o bom tempo aproxima-se e há que preparar e sobretudo manter funcionais os equipamentos para que não surjam surpresas ou pescarias deixadas a meio, devido a falha do material. Aqui fica um conjunto de pequenas dicas para prolongar a vida e a fiabilidade do nosso material de pesca. Cuidar dos nossos equipamentos não é uma perda de tempo, mas pode ser encarado como um investimento e uma salutar ocupação para os dias meteorologicamente ainda instáveis…
Canas
Trata-se de um dos componentes mais importantes da pesca, a par do carreto com que faz conjunto. Esperamos delas várias coisas, de que muitas vezes nem temos percepção. Assim, uma cana tem de ter capacidade para catapultar a montagem ou o artificial à distância que pretendemos e também permitir o deslizar da linha nos dois sentidos, sem lhe causar
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Nesta foto é possível ver a diferença antes e depois da limpeza com diluente.
danos. Tem obrigatoriamente de servir de amortecedor às investidas do peixe, não permitindo que a linha ceda; e deve também oferecer uma irrepreensível fixação do carreto, para que que não abane quando em esforço. Só para cumprir estes pontos, temos de verificar vários componentes. A primeira acção a realizar é uma profunda lavagem da vara e limpeza com água morna e detergente tipo loiça, para remover toda a sujidade. Nas zonas dos passadores, uma escova de dentes fora de serviço permite-nos chegar a todos os pontos e limpar restos de algas, salitre e lixos. Depois de seca, toda a fibra (de vidro ou carbono) deve ser inspeccionada com cuidado para detecção de eventuais fissuras. Se algo for encontrado, deve ser reparado
com uma gota de cola de dois componentes, tipo Araldite. Desta forma, consolida-se a estrutura fragilizada e impede-se que alastre e rasgue a fibra, destruindo-se de forma gratuita e definitiva a cana. Os passadores, pela missão que têm, devem estar limpos também, alinhados uns com os outros e intactos no seu interior, justamente onde se dá o contacto com a nossa linha. O passador que mais se danifica é o da ponteira, porque
suporta ângulos agudos da linha, está mais exposto às acções exteriores e, por isso, bate inadvertidamente em muitos sítios. É o primeiro a receber a linha molhada e com todos os detritos que se encontram na água, trazidos pelo fio. Poucas coisas nos incomodam mais que um carreto mal fixo na cana, que se move quando estamos a lutar com um peixe… Por isso, o porta-carretos não deve ser esquecido nesta nossa tarefa. Independentemente
Cuidar dos nossos equipamentos não é uma perda de tempo, mas pode ser encarado como um investimento e uma salutar ocupação para os dias meteorologicamente ainda instáveis… ABRIL/MAIO 2014