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Travessia

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Dicas quentes

Dicas quentes

Não é novidade para ninguém que a palavra Amazônia denomina a floresta de maior biodiversidade e cuja maior área fica no Brasil, na região Norte. Mas o que pouca gente sabe é que ali também é lugar de aventuras, belezas sem artifício, terra de gente risonha que reparte o que sabe e tem apego pelo que é natural. E é aqui, nesse lugar, que acontece a Expedição RedRider Travessia Amazônica, um dos roteiros que faz parte do programa de experiências da Honda para quem gosta de emoções genuínas.

A aventura começa bem cedo, com um lindo voo de balão de ar quente na capital acreana, Rio Branco. Sobrevoar a floresta vendo o dia nascer é a primeira emoção dessa viagem.

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O sol nasce alaranjado, refletindo sobre a névoa e a vegetação. De um ângulo privilegiado é possível avistar árvores centenárias, como a castanheira, que se destacam no horizonte. A transformação dos aventureiros das selvas urbanas começa aqui.

“Voar de balão e viajar de Africa Twin representam duas das mais belas metáforas da vida em liberdade. Uma experiência única que compartilho com os riders a partir das viagens que se iniciam em Rio Branco”, diz Cassiano Marques, comandante de balão a ar quente e operador do programa da Honda.

Dia seguinte é o momento de partir rumo ao Amazonas, percorrendo parte do noroeste de Rondônia pela BR-364 e passando pela capital Porto Velho. De lá, segue-se pelas partes pavimentadas da BR-319 e do pequeno trecho da BR230, a famosa Transamazônica, até a cidadezinha de Humaitá, local de pernoite. Ao todo são 710 quilômetros no asfalto e se cruza por duas vezes o enorme rio Madeira. Alguns trechos com buracos, o volume de tráfego com carretas exige atenção, passa tudo e mais um pouco por essas vias.

A expectativa no dia seguinte é o trecho do meio da mítica BR-319, mais conhecida como Rodovia Fantasma, única rodovia que liga Manaus ao resto do Brasil e que foi aberta ainda na década de 1960, pavimentada nos anos 1970, mas que na década de 1980 foi literalmente dinamitada, impedindo o trânsito de veículos, e abandonada. Um dos maiores desafios para os amantes do off-road, a estrada serve às pessoas que vivem nos municípios e no entorno da área de influência da BR-319. São famílias que, dependendo do mês e do clima, ficam absolutamen- te isoladas nesse belíssimo, mas solitário rincão.

“Um dos pontos altos da viagem foi o trecho da BR-319, na Rodovia Fantasma. O trecho off-road é incrível e desafiador, a Amazônia selvagem, ainda bruta, que tive o prazer de conhecer. E tudo isso com uma moto de alta cilindrada, CRF 1100L Africa Twin, que te dá muito conforto e segurança na pilotagem”, diz Líbera Costabeber, embaixadora da Honda, que fez o trecho inverso, saindo de Boa Vista, em Roraima, e chegando em Rio Branco, no Acre.

Para Líbera, a Expedição RedRider Travessia

Amazônica, foi um “presente de vida”, porque além da adrenalina que é pilotar em estradas inóspitas e no meio da floresta, teve o aspecto cultural. “Era uma região do Brasil que eu não conhecia, então sentir a energia, conhecer as lendas e as reservas indígenas foi uma imersão cultural inesquecível. Uma experiência incrível que jamais vou esquecer”, conta ela.

Líbera tem razão. Definitivamente não é o cômodo que nos expande.

Mas calma aí que as emoções só estão começando!

Igapó-Açu

A próxima parada é Igapó-Açu, após um dia intenso de 430 km de pilotagem com muita poeira, umidade que transpira e cercado pela contínua floresta. À margem do rio de água preta, foi montado um acampamento em formato de glamping pela coordenação do programa.

À frente das barracas, uma fogueira e o cardápio de pescados preparados na hora: pirarucu e tucunaré, que expandem mais ainda o vocabulário dos riders.

A hora é de dormir, mas não sem antes sentir toda a grandiosidade da floresta. No escuro da noite, uma sequência de estrelas cadentes e um céu pontilhado de luzes.

Foi montado um acampamento em formato de glamping à margem do rio de água preta Igapó-Açu

Para Líbera Costabeber, Igapó-Açu foi indescritível. “Comer um peixe pescado na hora, o ritual do fogo, o acampamento, nadar junto com o boto, tudo isso jamais vai sair da minha memória. Foi emocionante. Para os brasileiros que buscam conhecer o país, podem começar pela Amazônia. E para quem curte off-road é maravilhoso, principalmente a Rodovia Fantasma”, destaca. Depois de uma experiência assim, é impossível não pensar que somos uma maioria de estrangeiros dentro do próprio país, vivendo longe da essência primária. Os confins não são aqui.

Manaus

Para chegar em Manaus, é preciso navegar pelo encontro das águas dos rios Solimões e Negro, que formam o majestoso rio Amazonas. Ali, observa-se índios e caboclos dedicados a preservar seus valores e costumes, e extraindo da água e da floresta tudo o que necessitam para comer, para se proteger e para se divertir. A Amazônia é um santuário que encanta, como disse um dos participantes da expedição, o consultor ambiental Ricardo Simonsen, o Noca, de 65 anos. “Atravessei o Alasca de moto, atravessei o Chile e já viajei muito. Subi o Aconcágua e diversas montanhas com mais de 6.000 metros. Mesmo com toda essa bagagem de viagens especiais, a Expedição RedRider está entre as Top 5 viagens que já fiz. Foi extenuante, muito calor, muita emoção e muito, muito especial”, diz ele.

Noca, que mora em São Paulo, soube da expedição pelas redes sociais e decidiu participar. “O roteiro atravessando a Amazônia, do Acre à Roraima, chamou a minha atenção. Como nunca tinha ouvido falar do programa, pesquisei o mais que pude. Falei por telefone com o Cassiano e fiquei bem empolgado com a viagem. Tenho 65 anos e estou me recuperando de alguns problemas de saúde. A decisão de participar da expedição não foi muito racional, mas decidi e pronto. E não me arrependo! Ao contrário, já estou ansioso pela próxima oportunidade, que espero que não demore”, comenta.

O Rio Negro é imperdível. E foi no passeio de barco que os expedicionários conheceram o impressionante encontro do Negro com o Solimões, que não se misturam por vários quilômetros, mantendo cada rio a sua cor, a sua temperatura, a sua densidade. Navegar pelos igarapés e interagir com comunidades indígenas faz parte da experiência.

Em Manaus, uma outra aventura é a gastronômica. A culinária amazonense é recheada de sabores e cheiros bem peculiares como o jambu, uma planta que é servida como iguaria, tem propriedades anestésicas e adicionado a comida fica delicioso. Peixes como o tambaqui, pirarucu ou surubim que são servidos com banana da terra e acompanhados de sucos de cupuaçu ou graviola. Com essas delícias à disposição, o bife é apenas uma vaga lembrança. De sobremesa, um delicio- so açaí ou um picolé de taperabá. Depois disso, a única preocupação é o sobrepeso.

Presidente Figueiredo, a 126 km de Manaus, é parte obrigatória do roteiro da Expedição RedRider Travessia Amazônica. O percurso de moto é incrível. Dos dois lados há mata alta, densa, virgem, que faz a imaginação viajar. Com poucas curvas, a estrada convida você a aumentar a amplitude e observar os arredores e permite uma viagem mais relaxada, um passeio mesmo! A Africa Twin foi perfeita.

“Quando me acostumei com a Africa Twin, entendi toda a capacidade da moto. Considero que é a moto ideal para a viagem que fizemos. Sou grato por ter tido a oportunidade de fazer esta viagem repleta de desafios e coleguismo”, destaca Noca.

No local, a surpresa fica por conta das incríveis cachoeiras. Presidente Figueiredo impres- siona pela quantidade de quedas d’água. É uma região brasileira que merece ser conhecida!

Roraima e Serra do Tepequém

A única capital brasileira localizada acima da Linha do Equador, Boa Vista, no estado de Roraima, é a próxima parada. A reserva indígena Waimiri-Atroari se estende pelos estados do Amazonas e Roraima. O estado mais ao Norte do Brasil tem o maior percentual de indígenas do país, incluindo os Yanomâmi, quase 10% de toda população. Apesar de pouco populoso, são pouco mais de 650 mil habitantes, sendo que a maioria deles (436 mil) vive na capital. Quanto prazer em chegar de moto na metade do mundo!

A estrada vai ficando mais plana, com muitas retas, e nesse trajeto se vê poucas cidades, entre elas Rorainópolis e Caracaraí, para só então chegar a Boa Vista, uma cidade limpa e organizada e das mais planejadas do país.

A 210 km da capital Boa Vista, está o município de Amajari, ponto de partida para chegar ao topo da Serra do Tepequém, que segundo a lenda, abriga um vulcão adormecido. Daí o nome Tepequém, que significa “Deus do Fogo” ou o “Fogo de Deus”. Uma estrada pavimentada leva até Vila do Tepequém de onde tem início a grande aventura de explorar até o platô, com 1.022 metros de altitude, as belezas que a serra oferece.

Ali, devido à intensa e descontrolada exploração de diamantes na década de 1950, encostas, cachoeiras e rios foram dinamitados, mas a natureza voltou a dominar desde a proibição e aplicação de leis ambientais mais rigorosas.

É a hora de deixar a moto e caminhar pelas trilhas com gratas surpresas. Orquídeas e bromélias de grande diversidade brotam do meio da vegetação. Em um trajeto repleto de paradas obriga- tórias, as diversas espécies de pássaros criam a trilha sonora e ajudam a chegar ao objetivo.

A Serra do Tepequém tem muitas cachoeiras e, claro, não foi possível visitar todas. Mas é obrigatório conhecer a Cachoeira do Paiva, a queda d´água que dança entre pedras é emoldurada pela mata nativa e convida para contemplar uma natureza realmente perfeita.

O gran finale, parte 1, foi chegar à “mão de Deus”, formação rochosa que parece flutuar sobre a imensidão amazônica. É nesse lugar, cercado de lendas amazônicas e belezas naturais, que somos convidados a refletir sobre a nossa pequenez.

E foi de lá que teve início a Expedição Honda RedRider Travessia Amazônica, parte 2, rumo ao Acre. Mas isso já é outra história...

O empresário Damião Moura definiu bem a viagem: “A Travessia Amazônica ficará na minha memória para sempre, pois com a viagem conheci a Amazônia de maneira segura e com apoio irrestrito da equipe que a organiza. Passei por várias cidades, conheci lugares incríveis e fiz muitos amigos. Gostei tanto que pretendo fazer novamente. Pilotei uma Africa Twin Adventure Sports e me apaixonei! Ao retornar para São Paulo, não perdi tempo e no dia seguinte já comprei uma moto igualzinha à que me acompanhou nessa grande aventura!”, concluiu.

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