EMPREENDEDORISMO
Conhece os vencedores do ISCTE-IUL MIT – Portugal Venture Competition. P. 10
LINDA MARTINI
Desvendamos-te os pormenores do novo álbum ‘Casa Ocupada’. P. 12
PENSAR FORA DA CAIXA
Directora: Laura Alves | Segunda-feira, 8 de Novembro de 2010 | N.º 173 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt
A criatividade vai andar à solta em Coimbra. P. 14
Mais uma voltinha, mais uma viagem... Como é que te deslocas para as aulas? De carro? De mota? De transportes públicos? De bicicleta ou até mesmo de patins em linha? Em tempos de crise o MU foi saber se é a poupança ou a comodidade quem mais ordena. P. 08 e 09
www.mundouniversitario.pt
EDIÇÃO 173 de 8 a 21 de Novembro de 2010
Não percas a próxima edição
22 de novemb
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» Editorial Laura Alves • Directora lalves@mundouniversitario.pt
Cinto? Aperta mas é a banda gástrica! Diz-nos essa ‘simpática’ figura que é o Eurostat – que não é uma figura ‘per se’ e sim o Gabinete de Estatística da União Europeia, mas que eu gosto de imaginar como sendo um senhor gorducho, careca, com óculos e suspensórios – que a taxa de desemprego entre os jovens com menos de 25 anos anda agora na casa dos 20 por cento na Zona Euro. Em Portugal, o valor atinge os 19,8 por cento, ou seja, não anda muito longe. O que é que isto representa em termos absolutos? Nada mais nada menos que cerca de 84 mil jovens completamente à nora quanto ao seu futuro profissional. E numa altura em que o Orçamento do Estado para 2011 prevê uma grande redução dos fundos para apoiar os desempregados e a criação de emprego, não vale de muito irmos bater à porta do Senhor Eurostat a pedinchar números mais favoráveis. Já estou a vê-lo a ajeitar os óculos, à laia de avôzinho: «Tsc! Tsc! Ó menina, tenha juízo! Então já se está a queixar? Olhe que daqui em diante isto não vai ser melhor. Não me venha chorar sem razão...»
O problema é que há razões para chorar. Por isso, vamos admitir que te dás ao luxo de choramingar um bocadinho, talvez uns 15 minutos, vá, para depois te recompores de imediato. Os tempos estão difíceis, é certo, mas há sempre uma solução ao virar da esquina. Se os teus pais não te podem dar um carro no teu aniversário para ires impecavelmente para a faculdade, opta pelas soluções económicas: os transportes públicos, uma mota herdada do teu pai ou até mesmo uma bicicleta. Na reportagem desta edição falamos-te dos meios de transporte adoptados por alguns estudantes para chegar às aulas, sendo que ter um carro próprio é um sonho ainda muito distante para alguns. Tira o melhor partido das horas que, provavelmente, vais passar no metro, no autocarro ou no comboio: podes pôr a leitura em dia, limar as unhas, escrever poemas sobre a monotonia urbana ou até mesmo meter conversa com o borracho que se senta todos os dias no banco ao lado do teu. Tirar partido de situações difíceis é o truque! Se, por outro lado, optares por
um estilo de vida mais alternativo e resolveres pedalar até à faculdade, encara isso como uma forma de abateres os hambúrgueres que deglutiste à hora de almoço. Ficas sempre a ganhar. Nada como pensar positivo, apesar do cenário negro que se tem vindo a abater sobre o País. Nesta edição falamos-te de projectos inspiradores como o Pensar Fora da Caixa – um encontro que decorre em Coimbra para incentivar a criatividade no meio académico –, o Executive On Campus – conferências com CEO de empresas no âmbito do The Lisbon MBA da Universidade Católica –, e ainda os prémios conquistados por alunos da Universidade Autónoma – a propósito da Trienal de Arquitectura – e do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa – no âmbito do Concurso Internacional de Empreendedorismo e Inovação. Numa altura em que, mais do que apertar o cinto, o Governo nos pede para apertar a banda gástrica, aproveita para ler esta edição do MU de uma ponta à outra e ver que, afinal, há sempre quem consiga acender uma lanterna dentro do túnel.
» CONVERSA DE CORREDOR Será que a famosa esplanada está prevista na mudança?
«É a única esplanada que tem uma faculdade.» A frase pode ser lida na página de fãs do Facebook com o nome ‘Se eu podia viver sem a esplanada da FCSH? Podia, mas não era a mesma coisa», e dá conta da importância que esta infra-estrutura tem para a vivência académica da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A esplanada é um eixo central da faculdade e, com a anunciada mudança da FCSH da Av. de Berna para Campolide (prevista para 2013), onde já funcionam outras unidades, quer-nos parecer que os estudantes vão fazer finca-pé para ter um espaço de convívio semelhante ou, quem sabe, ainda maior!
IMAGEM DO GOOGLE MAPS
Lá para 2013, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa muda-se da Av. de Berna para Campolide
vê as novidades que temos para ti na página de fãs do mu no FACEBOOK ficHa TécNicA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Redacção: Andreia Arenga | Online: Graziela Costa | Colaboradores: Emanuel Amorim, João Tomé, Luís Magalhães, Shampo Decapante, Renata Lobo, Ricardo Queirós | Cronistas: Luís Franco-Bastos | Projecto Gráfiico: Joana Túlio | Paginação: Vasco Albergaria | Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rêgo (Directora Comercial); Mariana Jesus (Senior Brand Activator) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.
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» INOVAÇÃO BES PREMEIA UNIVERSIDADE DE AVEIRO
» EUROPEAN RESEARCH COUNCIL distingue PROFESSOR DO IST
A Universidade de Aveiro foi premiada em duas das cinco categorias do Concurso Nacional de Inovação BES. ‘Fishcare’, desenvolvido por investigadores do CESAM e do Departamento de Biologia da UA, e ‘FotOrg’, da responsabilidade do Laboratório Associado I3N e do Departamento de Física da instituição em conjunto com outras entidades, foram os projectos seleccionados nas categorias ‘Economia Oceânica’ e ‘Clean Tech’, respectivamente, pelas fortes componentes de inovação e visão empreendedora.
Luís Oliveira e Silva, professor associado do Instituto Superior Técnico, vai receber uma bolsa no valor de 1.6 milhões de euros, destinada a financiar a sua investigação na área dos processos de aceleração de partículas. Esta bolsa deriva da distinção concedida pelo European Research Council, um prémio que até agora tinha sido entregue a apenas um investigador português. Luis Oliveira e Silva e a sua equipa irão dedicar-se ao estudo da formação de choques e a aceleração de partículas em choques relativistas.
UNIVERSIDADE CATÓLICA. CEO de empresas internacionais e nacionais dão aulas a alunos do The Lisbon MBA
Executivos em campo » OBJECTIVOS DO MILÉNIO DESAFIAM UNIVERSITÁRIOS O ODM Campus Challenge é um desafio que a Agência Objectivos do Milénio (OMD) – projecto da Associação PAR Respostas Sociais, uma organização não governamental para o desenvolvimento – dirige aos estudantes do ensino superior de todo o País que estejam motivados para agir criativamente pelos ODM e pelas questões globais. O ODM Campus Challenge desafia os estudantes a criarem uma campanha original. Há espaço para 30 projectos de equipas com três a cinco elementos que se proponham a dinamizar diversas actividades. As dez equipas mais pontuadas terão acesso directo a duas formações grátis para as preparar para a construção de campanhas de transformação social em torno dos ODM. Estas campanhas serão apresentadas online e submetidas ao voto do público e de um júri. A equipa vencedora ganha uma viagem com tudo incluído a um país em desenvolvimento dos PALOP onde, durante cerca de dez dias, vai acompanhar um projecto de cooperação e recolher a sua história com testemunhos, vídeos e fotografias. Inscrições e regulamento em www.odmcampuschallenge.org.pt.
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Levar gestores de grandes empresas a falar das suas experiências profissionais é o objectivo do ‘Executive On Campus’, uma iniciativa que tem vindo a decorrer na Universidade Católica para os alunos do The Lisbon MBA. O MU esteve numa das últimas sessões e falou com alguns alunos para perceber qual a mais-valia deste contacto com a realidade empresarial. Laura Alves lalves@mundouniversitario.pt
O The Lisbon MBA – www. thelisbonmba.com – resulta de uma parceria entre a Universidade Católica e a Universidade Nova de Lisboa. Como parte fundamental da formação, as instituições têm vindo a proporcionar que os estudantes cruzem caminho com gestores de empresas, de modo a aprofundar temas como a inovação, a venda de produtos complexos e o desenvolvimento de negócios internacionais. A teoria é importante, mas a prática é uma preciosa ferramenta. Desta forma, a Universidade Católica tem acolhido os encontros entre CEO (directores executivos) de empresas reconhecidas no mercado nacional e internacional, nesta que já é a 2.ª edição do Executive On Campus. Apesar de estarem divididos em duas modalidades, em full-time e em part-time, os alunos do The Lisbon MBA acabam por se encontrar nas palestras organizadas com os gestores de empresas. Na última sessão, em que o MU esteve presente, os estudantes tiveram oportunidade de ouvir e trocar impressões com Paulo Rosado (CEO da Outsytems), Ricardo Vargas (Managing Director PLAN B), Diogo da Silveira (CEO da Açoreana Seguros), Pedro Ferreira Hipólito (Managing Director da SIBS Internacional) e Maria da Glória Ribeiro (Managing Partner da AMROP). «Perceber como é que eles encararam situações reais» «Tem corrido muito bem. Este género de iniciativas
é importante para termos contacto com o mundo empresarial e até para fazer a ligação com o mundo real», declara Pedro Azevedo à saída da sessão com o CEO da SIBS International. Pedro, 34 anos, frequenta o MBA em full-time e tem acompanhado todas as palestras. «Algumas estão mais relacionadas com a minha área de trabalho e que eu pretendo seguir, que é gestão e marketing. Serão mais relevantes para mim, mas todas têm sido importantes. Os oradores, normalmente, vêm aqui partilhar experiências que depois são muito úteis na nossa vida futura.» A vertente ‘business’ Também Madalena Patrício, de 28 anos, considera que este contacto tem muita utilidade para a vida profissional. Formada em Informática, o curso está a dar-lhe uma vertente de ‘business’ que lhe faltava. E as palestras com gestores são, na sua opinião, muito relevantes. «Por muito que tenhamos a teoria, é sempre importante ter contacto com esta vertente prática. Nas aulas estudamos muitos exemplos, mas outra coisa é ouvir pessoas que estão neste momento no mundo real e que vêm aqui partilhar os ensinamentos.» Por sua vez, Pedro Pissarra, 37 anos e aluno do curso em part-time, crê que esta vertente mais prática ajuda a assimilar conhecimentos. «Para mim o MBA é uma experiência de aprendizagem na área da Gestão, e esta iniciativa dá-nos uma luzinha daquilo que é a experiência nesta área.» Formado em Engenharia Civil, Pedro
Os alunos do The Lisbon MBA partilham informação em http://thelisbonmbadiaries.blogspot.com
acredita que o Executive On Campus é «uma oportunidade para ter contacto com convidados que são pessoas de grande valor e com provas dadas. Podemos perceber como é que eles encararam determinadas situações reais.» Alunos ligados em redes Os estudantes que frequentam o The Lisbon MBA foram recentemente integrados na rede global de Antigos Alunos do MIT Sloan. Com este estatuto, os estudantes passam a usufruir de uma série de benefícios, nomeadamente, o acesso à rede de contactos do MIT – que inclui parceiros como Fudan University, Lingnan University, Tsinghua University e SKK Sungkyunkwan University – e a possibilidade de participar em eventos sociais e grupos de discussão em vários países,
entre outras vantagens. Além desta rede global de contacto além-fronteiras, os próprios alunos do The Lisboa MB fazem questão de partilhar os momentos altos do
curso e os novos conhecimentos adquiridos nas aulas e experiências como o Executive On Campus. Podes espreitar o blogue em http://thelisbonmbadiaries.blogspot.com.
palavra de gestor PEDRO FERREIRA HIPÓLITO Managing director da sibs International Como é que correu a sua intervenção neste Executive On Campus? Eu gostei, mas tem de perguntar aos alunos (risos). De que forma vê este tipo de iniciativas? Acho muito positivo. Eu próprio fui aluno da Universidade Católica e da Universidade Nova, pelo que tenho muito prazer em ter vindo aqui falar aos alunos do The Lisbon MBA. No fundo, também é a minha casa. Sendo CEO de uma empresa de renome internacional, quais são as características que valoriza numa pessoa recém-formada? Inteligência. Ambição. E resistência para aguentar a pressão.
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» Investigador da UMinho vence BES Inovação
» ISCTE vence prémio na área da Gestão
Um modo inovador de processar partículas esféricas, para virem a ser aplicadas na área biomédica, foi o grande vencedor da sexta edição do Concurso Nacional BES Inovação. A tecnologia foi desenvolvida pela equipa liderada por João Mano, professor da Universidade do Minho, e um dos principais investigadores do grupo de investigação 3B’s - Biomateriais, Materiais Biodegradáveis e Biomiméticos.
Um grupo de finalistas da licenciatura de Gestão de Marketing da ISCTE Business School venceu o Angelini University Awards. O projecto consiste na criação de uma empresa para prestar cuidados de saúde (reabilitação e prevenção) de doentes de Alzheimer. Este concurso destinava-se à criação de projectos com especial incidência na doença de Alzheimer e o prémio é de 6 mil euros.
PRÉMIO. Universidade Autónoma vence o concurso ‘Falemos de Casas – Projecto Cova da Moura’ promovido pela Trienal de Arquitectura de Lisboa
Falar de casas no bairro A Trienal de Arquitectura lançou um desafio aos estudantes: como é que a arquitectura pode melhorar as condições de vida das pessoas do bairro da Cova da Moura? A partir do poema de Herberto Hélder ‘Falemos de casas como quem fala da sua alma’, Tiago da Silva Pereira e os colegas do mestrado em Arquitectura fizeram uma viagem às origens dos habitantes do bairro e criaram um projecto de espaço público que respeita o estilo de vida daquela comunidade. E esta abertura da Cova da Moura ao resto da população que propomos, sem nunca lhes tirar a cultura, pode matar aquele estigma que toda a gente tem de que é um bairro perigoso. Nesse sentido, acho que seria bom para todos nós. Tanto para as pessoas que lá vivem, porque poderiam receber mais apoios, como para que quem lá passe não tenha aquela sensação de insegurança.
Andreia Arenga aarenga@mundouniversitario.pt
‘Falemos de Casas – Projecto Cova Da Moura’: o concurso
Como é possível a arquitectura contribuir para melhorar as condições de vida das pessoas do bairro da Cova da Moura? Este foi o desafio lançado em Outubro de 2009 pela Trienal de Arquitectura de Lisboa às faculdades de arquitectura de todo o País. A Trienal recebeu 77 propostas de faculdades e os trabalhos vencedores – entre os quais o 1.º prémio, dos alunos da Universidade Autónoma – estão em exposição no Museu da Electricidade até ao dia 16 de Janeiro de 2011.
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De que conceito é que partiram para a criação do Projecto Cova da Moura? Tiago da Silva Pereira: O poema do Herberto Hélder que dá o mote à trienal e ao concurso ‘Falemos de casas’ incentivou-nos a estabelecer uma relação entre o que existe na Cova da Moura e o que nós podíamos potencializar. De todas as vezes que visitámos o bairro reparámos que não existe nenhuma barreira entre as casas e o espaço exterior. Muitas vezes, os habitantes trazem as actividades de casa para o exterior, as actividades deles são todas muito semelhantes ao estilo de vida que existe em Cabo Verde. As pessoas que lá vivem já são donas daquele terreno e seria difícil fazer-lhes entender que iríamos demolir as suas casas para voltar a construir novas. Este trabalho foi desenvolvido na cadeira de Urbanismo e, ao criarmos uma intervenção mais pública que sirva a todos, chegámos a esta conclusão. Assim, utilizámos o espaço público para criar uma linha que marcasse limites, mas que ao mesmo tempo não constituísse uma barreira física e lhes desse a entender que aquelas intervenções exteriores podiam melhorar a vida deles sem lhes tirar as raízes. Ou seja, optaram por adaptar a arquitectura às vivências daquela comunidade e não criar algo de raiz que pudesse ser hostil.
Durante a criação do projecto a população do bairro teve contacto com as vossas ideias? TSP: Chegou a ir um sociólogo à nossa faculdade, às nossas apresentações, mas o único contacto que os habitantes tiveram com o projecto foi mesmo na inauguração da exposição.
«Esta abertura da Cova da Moura ao resto da população que propomos (...) pode matar aquele estigma que toda a gente tem de que é um bairro perigoso», defende Tiago Sousa Pereira
TSP: Exactamente. Foi misturar a arquitectura contemporânea com a cultura caboverdiana. A arquitectura é toda em betão e tem um pigmento vermelho que vem da cor da terra de Cabo Verde. Depois, quisemos que o espaço que fica entre a estrada onde os carros passam e as suas habitações fosse um espaço
livre que eles pudessem utilizar como bem entendessem. Isso é uma característica daquele povo, eles próprios constroem as suas casas e é assim que eles se adaptam às coisas. Acreditam que este projecto pode melhorar as condições de vida
daquelas pessoas? TSP: Esperemos que sim, é esse o nosso objectivo. A Cova da Moura é um bairro muito fechado. Temos a Grande Lisboa toda à volta, temos vias rápidas a passar ali muito perto e, se olharmos para a planta do bairro, vemos que está completamente isolado pelas suas características.
Acham que estas famílias iriam gostar de viver com essas alterações que planearam para o bairro? TSP: Nós queríamos que sim, mas temos que tentar mostrar e fazer perceber a nossa ideia. Mas eles próprios estão abertos a opiniões. Eles têm uma organização dentro da comunidade que é a Associação Cultural do Moinho da Juventude e que volta e meia expõe estes trabalhos académicos. Tivemos acesso a algumas dessas exposições e reparámos que todas as propostas que os habitantes recusavam eram aquelas que faziam mais demolições. E nós não deitámos nenhuma casa abaixo, tentámos potencializar o espaço, por isso, esperamos que o nosso trabalho seja do agrado de toda a comunidade.
PUBLIreportagem
POKER. Enquanto decorre o Campeonato Universitário de Poker falamos-te de um torneio além-fronteiras: o PokerStars Caribbean Adventure
Uma viagem a custo zero até às Caraíbas Em Janeiro deste ano, Harrison Gimbel conquistava 2,2 milhões de dólares num torneio de poker. Não era um torneio qualquer. Era o PokerStars Caribbean Adventure (PCA), também conhecido por ser o maior torneio de poker do mundo disputado fora de Las Vegas. O valor de inscrição no torneio? São $10.000! É caro (nunca se disse o contrário), mas a verdade é que uma boa parte dos jogadores que todos os anos rumam às Bahamas gastam muito menos do que isso.
Harrison Gimbel, vencedor do PokerStars Caribbean Adventure 2010
Participa!
lento Mede o teu ta Liga portuguesa de Poker Se vais disputar o Campeonato Universitário de Poker pela via dos torneios gratuitos porque ainda não te sentes à vontade para disputar torneios de poker em dinheiro real, fica sabendo que além desta competição exclusiva para estudantes universitários há outros torneios na PokerStars em que podes colocar em prática as tuas capacidades sem gastares 1 cêntimo! Se no lobby da maior sala de poker online do Mundo abrires os separadores ‘Torneio’ e depois ‘Freeroll’, tens acesso a uma lista de torneios gratuitos em que, regra geral, podes ganhar dinheiro real sem qualquer tipo de investimento monetário. Mas é sempre mais agradável jogar contra compatriotas e poder discutir as mãos e a forma como as jogamos. Então, podes sempre jogar a Liga Portuguesa de Poker! O objectivo desta competição é acumular o maior valor possível de pontos a fim de receber uma fatia dos $100 que são distribuídos pelos primeiros 100 classificados de cada mês. Esta é, sem dúvida, uma excelente forma de praticares o teu jogo contra compatriotas que estão à procura de exactamente o mesmo que tu: aprender! E, se possível, recolher uns “trocos” pelo meio.
A PokerStars disponibiliza inúmeros satélites todos os dias e é possível conquistar um lugar no PCA por tão pouco quanto… zero dólares! Zero! Embora seja difícil de acreditar, uma busca rápida pelo lobby da maior sala de poker online do Mundo permite, em pouco tempo, encontrar formas de chegar às Caraíbas de borla. Há satélites em que o ‘buy in’ é feito em Frequent Player Points e há Sit & Go’s qualificativos gratuitos de 45, 90 e 540 jogadores que dão acesso a finais semanais que dão bilhetes para o PCA. Em jogo estão 12 pacotes no valor de mais de $15.000, que incluem, além da inscrição no torneio, a estadia de mais de uma semana no luxuoso Atlantis Resort e dinheiro para ajudas de custo com a viagem para as Bahamas – na verdade, o ‘pocket money’ paga tranquilamente as passagens aéreas.
Este não é um torneio qualquer! Digamos que é um torneio em que, como em todos os outros, o objectivo de qualquer jogador é terminar em 1.º lugar. Mas, ao mesmo tempo, é também um torneio em que nenhum jogador se importa de perder numa das primeiras mãos se o destino assim o ditar. Depois de sair da mesa dá por si, precisamente, nas Caraíbas, com praias fantásticas, temperaturas muito, muito agradáveis para o mês de Janeiro e um autêntico mundo por explorar! E pode ser… de borla! Além disso, nestas finais semanais, a PokerStars acrescenta $14.000 aos prémios, o que significa que basta terminar nos primeiros 2 mil lugares para embolsar alguns dólares reais e, quem sabe, começar a construir uma banca que permita no futuro, quem sabe, fazer a inscrição directa em torneios deste género.
O Campeonato Universitário de Poker está a decorrer até 27 de Novembro com o apoio do Mundo Universitário. Se achas que tens mão, vai a pokerstars.com e inscreve-te gratuitamente. O Campeonato está aberto a estudantes universitários de todo o País (que tenham um cartão de estudante válido). Todos os dias há torneios e, se conseguires um bom resultado, avanças para a Final Semanal. Se chegares à Grande Final, podes ganhar até €5.000. [8 NOV 2010]
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TRANSPORTES. De carro ou de autocarro, de comboio ou de bicicleta, o que interessa é chegar à universidade
© Graziela Costa
Às voltas e voltin para chegar às a Há gostos e bolsos para tudo. Não encontrámos nenhum cowboy do asfalto, mas falámos com estudantes universitários que partilharam com o MU a forma como se deslocam todos os dias para as aulas. Distância, dinheiro ou comodidade são diferentes factores que determinam alguns dos meios de transporte adoptados. E há quem faça autênticos malabarismos mentais para conjugar vários transportes. ‘Bora lá? Renata Lobo info@mundouniversitario.pt
Basta frequentares o ensino superior e teres até 23 anos, inclusive. Com este passe, ao andar de transporte público tens um desconto de 50 por cento no valor do passe normal. Fica a saber o que precisas: » Uma declaração emitida pelo teu estabelecimento de ensino a comprovar a inscrição e uma requisição assinada a solicitar o cartão; » Se já tens um passe normal e só soubeste disto agora, juntas o passe aos documentos e não tens de pagar mais nada; » Sempre no início de cada ano lectivo tens de apresentar uma nova declaração do estabelecimento de ensino para voltares a ter direito ao desconto por mais 12 meses; » A validade do cartão é de quatro anos. Mas mal faças 24 anos deixas de o poder usar. Agora engana-te e vai comprar o cartão dois dias antes de fazeres anos....
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© Mónica Moitas
Já tens um passe sub23?
autocarro Raquel Salgueiro, 22 anos Não gosta de monotonia. E é por isso que o leitor do MU vai aqui assistir a um caso de, digamos, esquizofrenia dos transportes. Todos os dias sai de Linda-a-Velha em direcção à Esc. Sup. de Tecnologia e Artes de Lisboa, onde frequenta o 2.º ano de Design de Comunicação, e a maior parte do tempo da viagem é passada no autocarro. Segunda e quarta-feira acorda às 07h00 para sair de casa 15 minutos antes das 08h00. Anda 20 minutos a pé para apanhar o autocarro n.º 48 até ao Marquês, percurso que pode demorar de 30 minutos a uma hora, dependendo do trânsito. Aqui apanha o metro até ao Rato e segue a pé 10 minutos até à faculdade. Também pode acontecer optar pelo autocarro 51 no mesmo sítio que o 48 e sai em frente ao Palácio da República, onde apanha o 727 até à porta da faculdade, opção menos usada pelo tempo que perde. Nos restantes dias a saga começa mais tarde porque às 09h30 (para entrar às 10h00) consegue a preciosa boleia do pai. Para regressar faz os percursos inversos com a vantagem de o autocarro demorar menos tempo devido ao menor tráfego. Mas ainda há mais. Às vezes apanha o 38 ou o 720 até ao Calvário, onde pára o eléctrico 15 que segue para Algés. Daqui vai para casa a pé em contemplativos 40 minutos. Anda ‘tira não tira a carta de condução’, mas mesmo com carro não arriscaria levá-lo para a zona onde estuda, porque é complicado estacionar. Levar uma bicicleta no autocarro também está fora de questão: «Já fui incomodada só por levar um k-line. Não há transportes suficientes para a quantidade de pessoas. No metro muitas vezes tenho de esperar o próximo, porque ninguém cabe». Mas o autocarro 48 já lhe trouxe uma boa surpresa ao reencontrar uma amiga que não via há 12 anos.
carro Marco Silva, 31 anos De todos os percursos, o do Marco é o mais directo, porque vai mesmo de carro. Foi há dois anos que decidiu ingressar no ensino superior. Trabalhador-estudante, mora na Bobadela e todos os dias pega no carro para ir trabalhar na zona do Campo Grande. Mas nem sempre foi assim. Antes de se inscrever na Universidade Lusófona no curso de Gestão de Sistemas Informáticos, optava por utilizar os transportes públicos disponíveis. Mas assim que começou a estudar à noite verificou que não existiam os transportes que precisava a partir de horários mais tardios. O trabalho e a faculdade ficam relativamente perto e, com carro à porta, viu nele a solução para o dia-a-dia. «Agora já nem sei se já existem camionetas até mais tarde, confesso que deixei de querer saber». Apesar de tudo, ainda dá corda aos pés todos os dias. Isso porque não tem lugar para estacionar perto do trabalho. Então, de manhã, deixa a viatura na zona da faculdade e em 10 minutos faz o percurso.
bicicleta Rita Ricot, 27 anos Dá aulas de Psicologia Cognitiva ao 1.º ano do curso de Psicologia do ISPA – Instituto Universitário e frequenta o 4.º ano do doutoramento na área de Psicologia Social. Todos os dias parte do Alto do Pina para Alfama a dar aos pedais de uma das suas bicicletas. Pela R. Barão Sabrosa e Av. Mouzinho de Albuquerque chega a Santa Apolónia num instante. «Se eu levar a minha ‘pasteleira’, 15 minutos é o normal. Se for na minha bicicleta de estrada são 10 minutos.» Para voltar, o percurso é diferente devido às inclinações e demora cerca de 25 minutos: sobe para o Campo de Santa Clara, com a bicicleta à mão, Graça, Morais Soares, Alameda e Bairro dos Actores. Foi há um ano que adoptou regularmente a bicicleta, quando esteve dois meses em Santa Bárbara, na Califórnia. Fazia 16 km todos os dias, de casa até ao Campus, e quando cá chegou nem quis outra coisa, até pelo tempo que poupa diariamente. Já a possibilidade de chuva não a demove. «Aqui em Lisboa nós normalmente temos períodos de chuva e depois temos uma aberta, e às vezes chove miudinho, mas não incomoda assim tanto.» Piropos como ‘fecha a janela’ ou ‘estás com a porta mal fechada’ são frequentes, mas para a Rita andar de bicicleta é uma liberdade. «Metes-te em cima da bicicleta e vais. Tens uma liberdade de acção completamente diferente do que se fores de carro, autocarro ou de metro. A mim dá-me logo energia.» Quer desmistificar a ideia de que Lisboa é difícil por causa das colinas e rouba uma frase que já ouviu de várias pessoas: «As colinas estão mais na nossa cabeça do que na nossa cidade.»
dade
100 dias de bicicleta em Lisboa
© Mónica M
oitas
nhas aulas metro
© Graziel
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Ana Soares, 21 anos Veio de Alcobaça para Lisboa estudar há três anos. Todos os dias se põe a caminho da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde frequenta o 3.º ano do curso de Matemáticas Aplicadas. Os seus horários dependem dos dias: ou tem aulas às 08h00 ou às 14h30. Demora no total 30 minutos a chegar. Como mora na zona da Estefânia apanha a linha Amarela directa para a estação Cidade Universitária, ou então a linha Verde em Arroios, que acaba por ser mais perto de casa. Mas uma tentativa de assalto num dos corredores de acesso à estação demoveu-a de optar mais vezes por apanhar aqui o metro. Um dia a Ana sentiu alguém a pôr a mão dentro da sua mala. Mas o larápio apenas sacou de umas meias muito bem embrulhadinhas e acabou por devolvê-las. Ladrões à parte, nunca pensou em utilizar um transporte alternativo ao metro para percorrer os quase 3 km de distância. «No edifício onde moro não dá para meter lá uma bicicleta, nem a consigo guardar em lado nenhum. Já pensei nisso e até devia ser giro.» Tem carta de condução, mas receio de conduzir um carro em Lisboa, principalmente por causa do estacionamento. O que a Ana gostava mesmo de ter era um ‘chofer’ particular.
Para elaborar a sua tese de mestrado em Engenharia de Vias de Comunicação e Transporte, o engenheiro Paulo Guerra dos Santos criou o projecto ‘100 dias de bicicleta em Lisboa’. Seria a primeira vez que ia andar de bicicleta na cidade. Na sua dissertação pretendeu derrubar alguns mitos, como a famosa questão das colinas… é que 70 por cento da cidade é plana ou tem inclinações suaves. Analisou factores como o clima, altitudes ou a qualidade do ar, propôs para Lisboa situações como: ciclovias, corredores BICI e zonas partilhadas, permissão de utilização da bicicleta em diversos horários no metropolitano, suportes para bicicletas na parte frontal de autocarros e eléctricos, medidas de acalmia e redução de tráfego em determinadas vias, criação de sistemas de uso partilhado de bicicletas, além de promover a sensibilização da população para a bicicleta como meio de transporte.
© Mónica
Laura Tomás, 23 anos O dia da Laura começa às 08h00. Ou pelo menos é a essa hora que apanha o primeiro transporte do dia: os próprios pés, que a levam em dois minutos à entrada do metro dos Anjos, em Lisboa. Daí até ao Areeiro leva só mais cinco. Às 08h15 (ou 08h35 quando se atrasa, confessa que na maioria das vezes) apanha o comboio em direcção à Amadora, onde estuda na Escola Superior de Teatro frequenta o 3.º ano do curso de Produção Teatral. Chega às 08h30. À conversa com o MU exprimiu o desejo de que, à semelhança do que acontece em Londres, existissem avisos a pedir às pessoas para utilizarem headphones e não obrigarem todos os outros a ouvir a música que sai dos telemóveis. E já viveu algumas situações caricatas, como ter caído ao entrar a correr (já atrasada) dentro do comboio. É imaginar alguém a voar lá para dentro e cair no chão. A carta de condução é um sonho já por duas vezes adiado… Foi reembolsada duas vezes porque não chegou a aparecer nas aulas. Mas se lhe perguntarem qual o transporte com que sonha, a resposta chega depressa: carro. «Os meus vidros fechados, os sofás fofinhos, a não-música e o não-cheiro das outras pessoas.» Trabalha em part-time para pagar as suas despesas, mas gostava mesmo era de ter um carro e dinheiro para pagar a gasolina. Nos próximos tempos vai iniciar o estágio na zona do Cais do Sodré. Uma boa altura para se dedicar às duas rodas sem motor? «Não tem ciclovia! Fazer uma Av. Almirante Reis de bicicleta para mim é impensável. Eu não sou maluca… vais no passeio e tens de fazer ‘Tetris’ para passares. E as subidas nem me incomodam, cansam só um bocadinho. Mas em Lisboa não estamos habituados a andar de bicicleta.»
Moitas
comboio
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» UMinho apoia novas empresas
» Bolsa Virtual de Emprego Universia
Com o objectivo de premiar e apoiar as ideias de negócio mais inovadoras e com maior potencial em qualquer domínio científico ou tecnológico, a TecMinho, em parceria com o SpinPark (incubadora de empresas de base tecnológica do Avepark), organiza a 3.ª edição do SpinUM - Concurso de Ideias de Negócio. O SpinUM vai distribuir prémios monetários e oferecer serviços de apoio à criação de empresas num valor total superior a 20.000 euros. O prazo de candidaturas decorre até 26 de Novembro.
A Bolsa Virtual de Emprego e Empreendedorismo Universia já está a decorrer desde o dia 2 de Novembro, mas ainda vais a tempo de espreitar as ofertas de emprego e ideias sobre empreendedorismo em http://bolsaemprego.universia.pt. Esta é a 2.ª edição e conta com a participação de empresas como a Vodafone, Banco Santander Totta, Lógica e Century 21, entre outras. A bolsa está aberta até dia 16 de Novembro.
EMPREENDEDORISMO. Empresa de ex-alunos da Universidade do Porto vence a primeira edição do concurso ISCTE-IUL MIT Portugal Venture Competition
O mundo visto à distância de um BIPS Uma tecnologia que, através das radiofrequências emitidas pelos telemóveis, permite localizar pessoas em caso de emergência e medir a sua afluência em centros comerciais, em museus, e em outros contextos. O projecto BIPS foi criado pela empresa Around Knowledge, composta por ex-alunos da Universidade do Porto, e venceu a primeira edição do concurso de empreendedorismo do ISCTE-MIT Portugal. A caminho da internacionalização
ISCTE realiza inquérito sobre empregabilidade Um inquérito realizado recentemente pelo ISCTE-IUL junto dos licenciados do ano lectivo 2007/08 um ano após a conclusão do curso revelou que o tempo médio de espera para a obtenção do primeiro emprego para os licenciados em Ciências Tecnológicas não chegou a um mês. O estudo realizado pelo Gabinete de Estudos, Avaliação, Planeamento e Qualidade da instituição mostra ainda que a taxa de empregabilidade destes estudantes situa-se nos 97 por cento e, ao nível das Ciências Sociais, a taxa de licenciados que consegue emprego é de 87 por cento.
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O projecto BIPS venceu o concurso de empreendedorismo ISCTE-IUL MIT Portugal Venture Competition
O júri do concurso ISCTE-IUL MIT Portugal Venture
Andreia Arenga aarenga@mundouniversitario.pt
Chama-se BIPS – Bluetooh Indoor Positioning System e concorreu na categoria Tecnologias da Informação e Web da primeira edição do concurso de empreendedorismo ISCTE-IUL MIT Portugal. Esta solução tecnológica permite preencher uma lacuna ao nível da medição do comportamento dos consumidores e na localização de pessoas. A mais-valia do projecto, criado por ex-alunos da Universidade do Porto, é o facto de manter a privacidade do
cidadão comum. «Todos os telemóveis têm rádiofrequências e trabalham com GSM e a nossa intenção é estudar o comportamento de localização das pessoas a partir desses sinais. A nossa tecnologia tem a vantagem de manter a privacidade desses dados», explicou Suzy Vasconcelos, uma das fundadoras do BIPS, em entrevista ao MU. Mais rapidez em casos de emergência Durante a apresentação do projecto, para explicar no que consite o BIPS, a equipa partiu da dificuldade que os
centros comerciais e outras entidades têm em contabilizar o número de pessoas que circulam e o trajecto que fazem. A solução permite reduzir o custo deste tipo de estudos em 89 por cento e acabou por vencer a competição (ver caixa). «Dentro de um centro comercial conseguimos saber, através deste sistema, quais são as lojas mais visitadas, o tempo que as pessoas passam no centro comercial e nas próprias lojas, entre outros indicadores.» Com o prémio, no valor de 200 mil euros, a equipa vai poder investir na Around Knowledge, há um ano sediada na INSerralves (uma incubadora de empresas na área da criatividade) e desenvolver a aplicação. Já no próximo ano, os quatro ex-alunos vão realizar um teste-piloto num centro comercial para medir o impacto da publicidade no comportamento dos consumidores. Mas Suzy Vasconcelos sublinha que o BIPS pode ser utilizado noutras
áreas, nomeadamente em situações de emergência ou ao nível da segurança. «Esta é uma tecnologia que pode ser aplicada em outros contextos, numa situação de emergência em que será mais fácil detectar, em caso de terramoto, por exemplo, onde estão localizadas as pessoas.»
Para a equipa não foi fácil apresentar o projecto perante a comunidade científica do MIT, uma das instituições mais reputadas na área das tecnologias. Mas Susy garante que valeu o esforço e que esta distinção vai ser muito importante para o futuro da pequena empresa. «Estávamos muito nervosos (risos). Mas foi bastante importante porque agora vamos também ao IdeaStream [um dos eventos de empreendedorismo mais importantes promovido pelo MIT] apresentar a ideia, já em Abril. O MIT é uma referência, e saber que fomos validados por esta instituição, e que a nossa ideia é realmente inovadora, foi muito bom. No fundo, também nos permite dar um passo para a internacionalização, o que de outra forma seria muito mais difícil».
O QUE É O ISCTE-IUL MIT PORTUGAL VENTURE COMPETITION? É um concurso de empreendedorismo promovido pelo ISCTE-IUL e pelo MIT Portugal com o objectivo de apoiar projectos na área das tecnologias e fazê-los crescer com um prémio financeiro no valor de 200 mil euros. O concurso pretende ainda oferecer soluções inovadoras e preparar as equipas a lidar com as necessidades do mercado. Além do BIPS, outros três projectos foram à final e saíram contemplados com 500 mil euros cada um: » Categoria Ciências da Vida: Plux (Instituto Superior Técnico/Universidade Nova de Lisboa) » Categoria Sustentabilidade: Waynergy (Universidade da Beira Interior) » Categoria Produtos e Serviços: Weadapt (Universidade do Minho)
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» 5.ª Dimensão O FUTURO NAS TUAS MÃOS
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Um dos grandes entraves para o conhecimento dos videojogos sempre foi o preço. Não é incomum ver jogos para consolas a 70 euros e para PC a 50 euros. Um jogo tem o potencial de oferecer muito mais horas de distracção do que um filme ou até mesmo um livro, mas é um investimento muito grande, especialmente nos tempos de vacas magras actuais. Luís Magalhães luis.magalhaes@ene3.com
Mas não tem que ser assim. Os videojogos têm uma rica história que podemos minar para entretenimento relativamente barato. Hoje em dia, quase todos temos um portátil, um netbook, ou pelo menos um computador de secretária com uma mão-cheia de anos – tudo incapaz de correr de forma decente os jogos actuais, mas mais que capazes de correr na perfeição jogos com entre cinco a vinte anos. O grande problema, muitas vezes, é saber onde achar esses clássicos. E a resposta está na Internet: www.gog.com. ‘Good Old Games’ é um site que vende jogos velhos para download. Nada de pirataria – uma vez criada uma conta, todos os jogos podem ser sacados via Internet e incluem, em formato digital, os manuais e extras como bandas sonoras; além disso, o pessoal do ‘Good Old Games’ assegura que os jogos vêm
preparados para funcionar na perfeição nos mais recentes sistemas operativos. Para todos os gostos Desde clássicos de aventura dos anos 90 como ‘Might and Magic’ e ‘Beneath a Steel Sky’, até jogos com apenas meia década, como ‘Prince of Persia: Sands of Time’ e ‘Beyond Good and Evil’, o catálogo da GoG celebra a rica história do PC como máquina de jogos. E os preços? Entre 4 e 8 euros – pelo valor de uma visita ao McDonalds, pode-se fazer o download de horas de diversão. Mas nada como verem por vocês mesmos – é fácil visitar www.gog.com, abrir uma conta, e começar logo a sacar um dos jogos gratuitos e explorar o extenso catálogo. Seja um velho favorito, ou uma nova descoberta do mundo dos jogos clássicos, qualquer pessoa consegue encontrar algo para si no GoG.
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Centro de Formação
ENTREVISTA. LINDA MARTINI REVELAM OS PORMENORES DO ÚLTIMO ÁLBUM
SUPER BOCK EM STOCK REVISTO E AUMENTADO O Super Bock em Stock, a decorrer nos dias 3 e 4 de Dezembro, já anunciou todos os nomes para a sua 3.ª edição. A Avenida da Liberdade, em Lisboa, volta a ser o ponto de encontro para duas noites de celebração da música, com o Cinema São Jorge, o Teatro Tivoli e o Cabaret Maxime como eixo central. Mas outros espaços se juntam este ano ao festival: o Espaço BES Arte e Finança, a estação de metro Avenida e o parque de estacionamento do Marquês de Pombal. O bilhete para as duas noites custa 40 euros. Informação em www. superbockemstock.com.
» Dia 3 Junip; B. Fachada + Sérgio Godinho; Lars and the Hands of Light; The Shoes; Owen Pallet; Kele Okereke [Bloc Party]; Adam Kesher; Pinto Ferreira; Wavves; The Hundred In The Hands; Hollywood, Mon Amour; Tiago Bettencourt em Fuga; Adriana; Spokes; Jorge Palma
» Dia 4 Arthouse Big Band; Zola Jesus; Marcos Valle; Domingo no Quarto; Janelle Monáe; Batida; Nuno Prata; Goose; Fugiya & Miyagi; Linda Martini; I Blame Coco; Vicente Palma; Jono McLeery; Lula Pena; Márcia
Façam de conta que estão em vossa casa Os Linda Martini estão de volta com ‘Casa Ocupada’, conjunto de dez canções que promete incendiar as salas de concerto. Mais directos e crus, sem perder a identidade, os Linda Martini regressam às suas raízes. Antecipando a actuação no Super Bock em Stock, trocaram ideias com o MU. © Paulo Segadães
Emanuel Amorim info@mundouniversitario.pt
O título ‘Casa Ocupada’ representa, de alguma forma, um conceito presente no disco? Qual o seu significado? Hélio Morais: Todos nós tivemos bandas de hardcore e, a dada altura, o movimento fixou os seus concertos numa casa ocupada que havia na Praça de Espanha. Decidimos chamar ao disco ‘Casa Ocupada’, porque aquela casa estava ligada à urgência em fazer e tocar música ao vivo. E este é um disco mais directo e que vai buscar muito desse espírito imediato do punk e do hardcore. De que forma este disco é diferente de ‘Olhos de Mongol’, o vosso primeiro álbum, e também dos dois EP que entretanto lançaram? HM: No início compusemos, se não estou em erro, duas músicas mais imediatas e uma ou outra mais espacial. Acabámos por nos direccionar para as mais imediatas. Não foi consciente até certa altura, mas quando demos um sentido ao disco com o nome ‘Casa Ocupada’, acabámos por tomar essa direcção. Houve um simplificar do processo. Têm dado muitos concertos que são muito procurados pelo público. Pensam, enquanto estão a gravar, como irão
Linda martini
tocar essas músicas ao vivo? HM: O ‘Marsupial’ [EP de 2008] foi um indicador de como seria a próxima gravação. É um disco que nos é muito querido, mas que, ao vivo, se não for num espaço intimista, não resulta tão bem. Não diria para quem está a ver, mas a nós que estamos em palco não dá aquela adrenalina do concerto enérgico. Não cortámos com esse disco, tanto que ainda temos uma música ou duas na linha do ‘Marsupial’, mas queríamos ter mais por onde baralhar os concertos. Este disco é nitidamente para ser tocado ao vivo. Este é o primeiro álbum produzido por vocês?
HM: Não, os outros também foram produzidos por nós. Continuamos, nesse sentido, a ser bastante punk. Não é que achemos que somos os melhores produtores do mundo, não achamos de todo, mas temos uma forma muito própria de trabalhar. Ainda que estejamos abertos a sugestões, se calhar não lidamos muito bem com direcções e se calhar também não queremos. Gostamos de fazer as coisas livremente e só com o objectivo de nos agradar a todos. ‘Belarmino’ é o primeiro single de ‘Casa Ocupada’. De onde surgiu a vontade de fazer uma canção sobre este boxista português? Foi a partir do
filme de Fernando Lopes? HM: O André Henriques, que foi quem escreveu todas as letras do disco, tinha uma frase que era: «Belarmino cerra os dentes, vem jogar». Ele foi buscar essa frase inconscientemente, mas mais tarde lembrou-se que talvez fosse de um filme que tinha visto quando era criança. O filme acabou por ser uma influência dupla. Influenciou a letra e, já que tínhamos a música com essa influência assumida, tivemos a ideia de falar com o Fernando Lopes para usar imagens do filme no videoclip. Acabámos por conseguir através Cláudia Lopes, sua filha. Ele ficou bastante sensibilizado porque ‘Belarmino’ é um filme que lhe é muito querido.
São considerados uma banda de culto, com um vasto e fiel grupo de fãs. Isso coloca-vos sob pressão? HM: Sentimo-nos privilegiados pelo carinho que temos tido ao longo destes anos. Falando por mim, não encontro paralelo nas minhas outras bandas. Se isso é ser uma banda de culto, pois aassumimos que somos uma banda de culto. Mas não diria tanto. Somos muito autocríticos e, como tal, a pressão que colocamos em nós é maior que tudo o resto. Este é o nosso segundo disco e normalmente é aquele disco mais difícil, porque a banda quer provar que de facto não é só uma promessa… Publicidade
[11 OUT 2010]
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CRÓNICA
Ambientes trocados
André henriques
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DESTAQUES
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Seria estranho se uma rosa nascesse no meio de uma estrada. Seria estranho se conseguisses levantar dinheiro sem saldo. Seria ainda mais estranho se o teu avô tivesse um Cartão Jovem! Pois que o ambiente em que escrevo esta crónica não é o mais apropriado. Da sala ao lado ouvem-se gritos de desespero e incitações à loucura. O motivo? Estou ao lado da Sala de Tortura da Mega Hits. O objectivo? Ganhar um Monitor da LG. Mas para isso é preciso suportar todas as atrocidades que vão das cócegas às penas no nariz, passando por cebolas, flexões entre muitas outras ideias absolutamente irritantes. Se tudo isto atrapalha a escrita da minha crónica? Não! Os gritos da sala ao lado são abafados pelo som das colunas do meu PC que debitam a Emissão On Line da Mega Hits. E é precisamente nisto mesmo que a rádio e a música são mágicas, na capacidade que têm de nos abstrair do que nos rodeia e levar-nos em pensamentos. Aliás, se pensares bem ouves a Mega Hits nas mais variadas situações e nunca te soa estranho. Estejas a namorar, a estudar, a conduzir, nos transportes públicos ou até
mesmo praticamente a dormir, acabas sempre por arranjar maneira de a música se encaixar na tua vida e nos teus momentos. E muitas vezes mesmo quando as letras nada têm a ver com a toada da música. Quem nunca assistiu a um casal apaixonado a dançar o ‘Boa Sorte’ da Vanessa da Mata, ou até mesmo o ‘Love The Way You Lie’ de Eminem e Rhianna ser a música sensação de um casalinho recém-criado? Fazemos da música o que queremos e ela preenche-nos da maneira que bem entendermos. É assim que vivemos a Mega Hits – a acompanhar todos os dias a tua vida, estejas onde estiveres, com quem estiveres e a fazer o que bem entenderes. Sabes sempre que se ligares o rádio, nós vamos ter a música e ela vai fazer sentido para ti. E não me venhas com histórias de que tens um leitor de mp3 e que é muito giro! Quero saber se o teu leitor de mp3 te diz o tempo, as horas, te faz rir ou chorar e se tem aquela palavra certa no momento exacto?! Para fazer sentido tem de ser aqui: na Mega Hits! Beijos, André
» Reabilitação urbana através da Arte
» Anton Tchekhov num ‘T3+1’
O CIN Re-make regressa a Lisboa, desta vez para reabilitar zonas urbanas degradadas. A partir de textos do escritor José Luís Peixoto, a organização desafiou os estudantes de Belas Artes, Arquitectura e Design a maquilharem oito murais da cidade. Esta Exposição Contemporânea de Cor (como se chama o projecto) pode ser apreciada em vários espaços da cidade até Abril de 2011.
Depois de encenar ‘A Gaivota’ de Anton Tchekhov, Nuno Cardoso regressa às peças do dramaturgo russo. Desta vez, o encenador junta-se aos actores em palco para interpretar um par de peças curtas de Tchekhov em ‘T3+1’, entre elas ‘O Canto dos Cisnes’ e ‘Os Malefícios do Tabaco’. A peça estreia dia 12, passa-se em duas pequenas assoalhadas e decorre até dia 21 de Novembro no Teatro Carlos Alberto, no Porto.
CRIATIVIDADE. Estudantes da Universidade de Coimbra organizam fim-de-semana sobre indústrias criativas no Pavilhão Centro de Portugal nos dias 20 e 21 de Novembro
» Artistas revitalizam espaços de Lisboa
«Trabalhar debaixo da mesa...» ...É ‘Pensar fora da caixa’. é ser criativo e arranjar novas formas de fazer as coisas. Mas é também um ciclo de conversas para trazer a criatividade para o dia-a-dia e mostrar como simples ideias se podem transformar em projectos absolutamente inovadores. Estás preparado para transformar as tuas ideias em acção?
Andreia Arenga aarenga@mundouniversitario.pt
Com o mote «viver a cidade, celebrar a cultura» e dedicado ao tema ‘Nómadas Urbanos’, o evento Pop Up Lisboa reúne cerca de cem criadores portugueses e estrangeiros em vários espaços da cidade. O objectivo passa por abrir Lisboa à cultura internacional e utilizar as potencialidades de espaços abandonados como o Palácio Varride, para a criação de laboratórios de arte e apresentação de propostas artísticas. Durante o evento, que começou no dia 4 de Novembro e decorre até dia 11 de Dezembro, o público vai poder participar em conversas, workshops, assistir a exposições, espectáculos e performances, cinema e vídeo-arte no Pavilhão 27, na Lx Factory, em estações de comboio, e em outros locais de Lisboa.
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[8 NOV 2010]
Quando falamos de criatividade, pensamos imediatamente em arquitectura ou design. Mas João Barros, estudante do 3.º ano de Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra, diz que o conceito abrange muitas outras actividades. «O sector das indústrias criativas vai para além da cultura. Atravessamos um período de crise em que estamos a questionar tudo. É importante perceber o que é que cada uma das coisas pode fazer como motor de desenvolvimento do País. Isso é aplicar as indústrias criativas a todos os sectores de actividade», explica-nos. Fomentar a troca de ideias Para isso, o João e os seus colegas de curso convidaram uma série de profissionais das áreas do design, da moda, do marketing e das indústrias criativas para falarem da sua experiência e desafiar os participantes a partilharem as suas ideias. O ‘Pensar Fora da Caixa’ é um trabalho universitário que quer sair da universidade e levar a sociedade a reflectir sobre os temas relacionados com todas as áreas criativas. Guta Moura Guedes, directora da Experimenta Design, Álvaro Costa da Antena 3, André
Rabaner, da Torke, empresa de marketing de guerrilha, são apenas alguns dos convidados. «Aquilo que nós queremos trazer para aqui são pessoas que transformaram ideias em acção e colocar estas referências junto dos jovens criativos, fazê-los interagir. Consideramos que é do encontro e da conversa entre as pessoas que surge o grande motor das ideias e da transformação dessas ideias em acção». Fazer da criatividade o dia-a-dia «A necessidade aguça a criatividade», diz Fernando Mendes. Ele é designer, e é outro dos convidados do ‘Pensar Fora da Caixa’. Porquê? Porque Fernando fez da criatividade o seu dia-a-dia. Ele é o impulsionador de um projecto inovador na Lx Factory, o COWORK Lisboa, um espaço de trabalho para profissionais independentes de todas as áreas que não querem trabalhar em casa e que acreditam que a troca de experiências com outros profissionais pode ser um motor para a criatividade. Além de proporcionar um espaço de trabalho a profissionais que estão a criar os seus próprios projectos, o COWORK Lisboa serve também de rede de contactos entre pessoas de diversas áreas e uma forma de es-
tabelecer sinergias entre elas. «O que me dá mais gozo fazer é mesmo isso. É estar a falar com um designer, perceber que ele precisa de um programador e fazer essa ponte entre eles. E sendo a Lx Factory um centro criativo enorme já com dezenas de empresas destas áreas, há todo este caldo criativo a acontecer ali.» Fernando Mendes acredita que a criatividade tem tudo a ver com contexto e perspectiva. No fundo, é uma forma de lidarmos com as dificuldades e ultrapassar os nossos limites. «Pensar fora da caixa é exactamente uma das técnicas que se ensina em termos criativos aos alunos. Quando nos põem uma folha vazia à frente, há sempre o medo de a preencher, o primeiro risco na folha é terrível. E uma das formas que se ensina aos miúdos para ultrapassar esse medo é retirá-los do contexto. Pedir-lhes que saiam do sítio onde estão e trabalhar debaixo da mesa, por exemplo, porque quando se fala em criatividade tem tudo a ver com contexto e perspectiva».
O MU apoia o ‘Pensar Fora da Caixa’ e dá-te a possibilidade de participar no evento. Vê como podes ganhar entradas em www. mundouniversitario.pt.
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ESTa SEMANA ESTREIA DA SEMANA. E TU, JÁ ENTRASTE N’A REDE SOCIAL?
O que é que a Rede tem? Os ‘olhos’ mágicos de David Fincher trazem-nos a incrível história de Mark Zuckerberg, o jovem programador que a partir do seu quarto em Harvard criou a maior rede social do mundo, o Facebook. Já estreou por cá.
João Tomé info@mundouniversitario.pt
Vivemos numa época em que a Internet é o centro do mundo da informação e do contacto pessoal e social. Google, YouTube, Facebook são agora ‘casa’ para pais, filhos e, imagine-se, avós. Depois de nos ter mostrado a crise existencialista da juventude dos anos 90 (‘Clube de Combate’), David Fincher é o homem perfeito para nos traçar, com o seu cunho pessoal, a incrível e narcisista história de como foi criada a rede social que expandiu o modo como interagimos uns com os outros na Internet, onde todos podem ser populares. Falamos de Mark Zuckerberg, o criador (ou co-criador) da maior rede social do planeta, já com 500 milhões de utilizadores: o Facebook. Génio e mau génio Zuckerberg (boa interpretação de Jesse Eisenberg) é retratado entre o tipo insensível e anti-social, mas inteligente, muito egocêntrico, mas determinado, sem escrúpulos para atingir objectivos, mas trabalhador. O filme de Fincher, escrito na perfeição por Aaron Sorkin e baseado no livro de 2009 de Ben Mezrich, ‘Os Milionários Acidentais’, mostra como o energético Zuckerberg tinha jeito para duas coisas: afastar qualquer rapariga e para fazer programação de sites na Internet – o filme começa com uma rapariga a acabar a relação com ele por o considerar insuportável.
De Harvard para o mundo O que despoletou o Facebook chamava-se Facemash e mais não era do que um site que reuniu (indevidamente) fotografias das raparigas da Universidade de Harvard e colocava duas fotos, para escolher qual era a mais gira da escola. O filme depois mistura os momentos em que Zuckerberg e os seus advogados respondem aos dois processos judiciais de que ele foi alvo e os momentos da criação do site, fechado no seu quarto, a programar. Os processos judiciais chegaram porque ele enganou dois colegas que tiveram uma ideia inicial próxima do Facebook e o contrataram. Zuckerberg terá ainda enganado o seu único amigo, Eduardo, que pagou todo o projecto desde o início. Personagem a não perder é o ‘geek’ engatatão e com talento para o negócio, Sean Parker – uma excelente interpretação do cada vez mais actor Justin Timberlake. Parker é o co-criador do mítico site de partilha de música, Napster, e ajudou Zuckerberg a escolher o melhor caminho para o Facebook (que era não vender o projecto nem prescindir de ser o CEO). ‘A Rede Social’ é um retrato curioso e muito bem conseguido sobre o poder de uma boa ideia, que uniu socialmente boa parte do mundo. Tudo criado por alguém sem capacidades para se socializar. E esta, hein?
Jackass 3D Não é bem um documentário, não é uma história ficcional, é mais um filme de partidas e maluquices incríveis lideradas por Johnny Knoxville. Para Knoxville e a sua equipa parecem não existir regras para uma boa partida, piada ou desafio. Ao terceiro filme da saga ‘Jackass’ e agora munidos com a tecnologia 3D, para dar mais realismo, continuam a ser líderes de bilheteira. O espírito rebelde nunca foi tão exposto, com casas de banho voadoras, caça a ‘patos humanos’, motos de água em piscinas, gorilas em casas de família e Pais Natais voadores.
Estoril Film Festival
‘A REDE SOCIAL’
Diz-nos o que achaste do filme ‘A Rede Social’. Dá-nos a tua opinião na página de fãs do MU no Facebook! comment
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Realizador: David Fincher Com: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake Género: Drama/Biografia EUA, 2010; 121 minutos
O Estoril Film Festival voltou com filmes apetecíveis e a possibilidade de aprender com cineastas e actores brilhantes: Stephen Frears, John Malkovich, Elia Suleiman, Anton Corbijn e Mathieu Amalric. O músico Lou Reed, que deu no sábado uma masterclass, tem uma exposição sua intitulada ‘Romanticism’ no Centro de Congressos do Estoril e o festival vai ainda mostrar uma colecção de roupa assinada por John Malkovich. O actor e realizador norte-americano junta-se na sexta-feira a Stephen Frears para uma masterclass. Destaque para o filme de Anton Corbijn, ‘The American’, com George Clooney, que passa sábado à noite e inclui masterclass com o realizador, especialista em videoclips. O festival termina domingo. Programa em www. estoril-filmfestival.com Publicidade
[11 OUT 2010]
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Questão:
OS TORNEIOS DE POKER, COMO FICOU PATENTE DURANTE O CAMPEONATO UNIVERSITÁRIO DE POKER DE €20.000, SÃO UMA VERDADEIRA REPRESENTAÇÃO DO PRINCÍPIO EVOLUTIVO DA SOBREVIVÊNCIA DO MAIS APTO. DISCUTA.
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