Mundo Escolar - Acesso Ensino Superior

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Esta edição VALE 1 entrada

no Parque Aquático durante os meses de Junho e Julho (Ver pág. 3)

Acesso ao ensino superior Guia útil e prático

Maio 2011


editorial

Agora é que é! Vamos por partes. Sim, é verdade que a taxa de desemprego actualmente anda na casa dos 11 por cento. Sim, é verdade que uma grande quantidade de jovens recém-licenciados opta por ir fazer a vida noutro lado, que é como quem diz, noutro país onde as oportunidades parecem estar mais à mão. Sim, é verdade que as condições não estão fáceis

índice 02 editorial 06 acesso 08 avaliação 10 locais 16 percursos 20 acção social 22 financiar 24 estatutos especiais 26 mobilidade

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para quem entra fresquinho e inocente no mercado de trabalho. Sim, é verdade que há estágios não remunerados à tua espera quando acabares o curso e que terás de penar um bocado até conseguires um emprego estável e remunerado de acordo com as tuas expectativas. Sim, é verdade que as propinas custam a pagar e que nem sempre o custo se traduz em motivação pessoal. Sim, é verdade que o panorama não parece ser o melhor para quem se prepara para terminar o ensino secundário e se candidatar ao ensino superior. Mas agora que te preparas para dar este grande salto – que, acredita, será absolutamente determinante na tua vida e te levará a um mundo de experiências espectaculares e irrepetíveis – convém que vejas também o outro lado da questão. Esta é a parte em que te damos os argumentos positivos que justificam a leitura integral deste Guia de

Laura Alves | Directora editorial lalves@mundouniversitario.pt

Acesso ao Ensino Superior que tens nas mãos. É um facto que, apesar das dificuldades enfrentadas pelos recém-licenciados, enveredar por uma formação superior é, cada vez mais, uma boa aposta. As estatísticas apontam para menores taxas de desemprego entre os licenciados, comparativamente a quem não possui qualificações, além de um menor tempo de espera na procura de emprego. Isto, aliado a melhores condições salariais e mais perspectivas de progressão na carreira, pois a formação não serve apenas para constar no currículo: quanto mais competências e conhecimentos adquirires, sem dúvida alguma que mais facilidade terás em te adaptar a mudanças e a novas ambições. Licenciatura, mestrado, pós-graduação, doutoramento... Está na hora de começares a definir o teu percurso académico. Importante é que, ao longo desta aventura que começa agora com a candidatura, tenhas a abertura para aprender sempre e retirar o melhor partido possível de cada experiência. Preparado/a para o salto? ‘Bora lá!!


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LUSIBERIA. Um espectacular parque aquático para ti e para os teus amigos

Despede-te do secundário com diversão máxima Antes de entrares nesse novo ciclo da tua vida que é a universidade, porque não juntares-te a um grupo de amigos e aproveitares as férias? Mesmo aqui ao lado, em Badajoz, tens o parque aquático Lusiberia. Um centro de diversões onde podes despedir-te em grande da escola secundária. A temporada 2011 começa a 10 de Junho.

Escorregas de água, túneis, bóias gigantes e um sem fim de outras diversões é o que podes encontrar no Lusiberia. Um parque de diversões cujo lema é «Vem... e diverte-te!». Se é esse o teu espírito, há muito por onde escolher. Aventura sobre a água As piscinas são, sem dúvida, a maior atracção do parque. Podes experimentar o Black Hole e sentir a adrenalina de deslizar no escuro; o Rio Aventura com as suas curvas e descidas alucinantes; o Kamikaze (prepara-te para gritar) e as multipistas. Se quiseres relaxar, podes banhar-te na Lagoa, uma piscina ampla onde podes nadar ou simplesmente molhar os pés. Tens ainda o Turbogan, Aquagym e Spinning, para te divertires com os teus amigos.

Diversão garantida Para além das piscinas, o Lusiberia oferece outras atracções. No Parque Aventura e Infantil podes encontrar minigolfe, barcos de choque, jumping, insufláveis e carros a pedais. Com tanta variedade de diversões, não te faltarão razões para passares dias bem animados! A pensar em ti Além das diversões, o Lusiberia também tem diversos espaços de refeição onde poderás tomar o pequeno-almoço, almoçar, petiscar ou jantar. No Bulevar Vía de La Plata há restaurantes para todos os gostos, cafetaria e geladaria, self service e bar. Podes levar comida para fazeres as tuas refeições nas zonas de piquenique, mas

Conhece ões s toda as divers a ri que o Lusibe tem para ti em com www.lusiberia. atenção, que não podes levar vidros. Todas as indicações para o recinto e outros locais estão em castelhano e português. Entrada grátis válida para a temporada aquática 2011 para jovens entre os 13 e os 20 anos, mediante apresentação de documento comprovativo da idade. Para receber a entrada grátis deves dirigir-te à bilheteira com esta edição, que será trocada por 1 entrada para o parque aquático válida para o próprio dia. Esta oferta não é acumulável com outras ofertas, descontos ou promoções. Em caso de divergência com a interpretação das normas de utilização, será de acordo com a interpretação da Aqualand EXTREMADURA SA . Esta oferta não é válida para entrada de grupos.

contactos Av. de Elvas (Antigua Frontera de Caya) 06006 Badajoz | Tel.: (+34) 924 286 098 | Fax.: (+34) 924 286 195

Reservas para grupos: reservas@lusiberia.com


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Mil mundos dentro de uma escola Sobe-se uma das colinas de Lisboa em direcção ao Castelo e, pelo caminho, encontramos uma escola que é um mundo de cor, de cultura, de múltiplas expressões e de constante inovação formativa e profissional. O seu nome? Chapitô.

O que é o Chapitô? O Chapitô é uma Organização Não Governamental a actuar na área da cultura, educação e acção social que se assume como uma retaguarda cultural, sempre numa perspectiva vanguardista do humanismo. No domínio da cultura, o Chapitô tem fixações: as artes do espectáculo nos seus cruzamentos disciplinares, o circo e a expressão circense, a inovação das ancestrais artes da festa e do divertimento, os diálogos multiculturais e, sobretudo, a participação num movimento de renovação das sociabilidades urbanas e metropolitanas. A arte enquanto profissão Ao nível da Educação, a Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo tem como objectivo responder às necessidades de formação na área do espectáculo, através de uma multidisciplinaridade que prepara os jovens para um futuro que se avista não só complexo, mas também exigente. A esta tarefa juntam-se os cursos de fim de tarde que possibilitam formação orientada para amadores, profissionais ou amantes da expressão artística em áreas como a capoeira, o malabarismo, o sapateado, a caracterização, a expressão dramática, técnicas circenses, interpretação teatral e ateliês

infantis. Regularmente, o Chapitô organiza workshops em inúmeras áreas artísticas, privilegiando o circo e as temáticas circenses, sendo que alguns dos mais respeitados artistas da cena circense já fizeram desta casa a casa deles. Ao nível social, o Chapitô tem desenvolvido um importantíssimo trabalho com os jovens em risco, trabalho esse reconhecido pelos Ministérios da Justiça, Educação, Cultura e Segurança Social, dispondo de um Centro de Acolhimento Infantil e apoiando os jovens em risco no seu percurso de vida. Formação profissional da EPAOE A EPAOE – Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo é um projecto educativo reconhecido pelo Ministério da Educação que oferece quali-

ficação profissional de nível 3 nas áreas de Interpretação e Animação Circenses e de Cenografia, Figurinos e Adereços. Os alunos que terminam o curso com sucesso adquirem dupla certificação: a equivalência ao 12.º ano e a certificação profissional de nível 3, que lhes permite também ingressar no ensino superior. Para entrar na EPAOE precisas de ter menos de 25 anos e ter concluído o 9.º ano. O acesso será feito através de provas específicas (físicas, plásticas, de interpretação e de português) mais uma entrevista. contactos Chapitô Costa do Castelo, nº 1/7, 1149-079 Lisboa Tel. 21 885 55 50 mail@chapito.org www.chapito.org


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acesso

O ensino secundário já está feito… e agora? Texto André Mateus

Depois de três árduos, mas de certeza também divertidos anos, os finalistas do secundário, sonhando com praxes e aulas em auditórios, têm agora de enfrentar a iminente época de exames nacionais (a 1.ª fase começa a 20 de Junho). Já sabes que curso e universidade pretendes frequentar? Óptimo. Ainda estás indeciso? Olha que o tempo começa a esgotar-se. Seja qual for o teu caso, eis os passos que deves ter em conta na tua candidatura ao ensino superior.

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Com a contagem decrescente para a 1.ª fase de candidatura ao ensino superior, o primeiro passo é pedir a senha de acesso no site da Direcção-Geral do Ensino Superior (em www. dges.mctes.pt) e entregar a confirmação do pedido na tua escola. Se não entrares na 1.ª fase podes sempre concorrer à 2.ª fase, em Setembro (ver caixa). Processo de candidatura Para começares a candidatura precisas de ter concluído o ensino secundário e ter realizado as provas de ingresso exigidas pelo plano de estudos do teu agrupamento com uma classificação igual ou superior à mínima exigida. Uma fotocópia do Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão, o certificado de habilitações do ensino secundário e a classificação das provas de ingresso são os documentos necessários para preencheres os impressos, nos quais vais poder escolher até seis pares de curso/universidade, indicando-os por ordem de preferência. Algo que pode causar confusão são os pré-requisitos, provas físicas ou psicológicas ou de carácter vocacional (no caso das formações em Música, por exemplo) que alguns cursos e instituições de ensino superior exigem, com o objectivo de seleccionar os candidatos. O melhor a fazer é obteres informação junto da instituição de ensino escolhida, até porque algumas destas provas têm carácter eliminatório no acesso a determinados cursos. Finalmente, depois de todos os documentos reunidos e preenchidos, basta introduzir a informação online ou, se preferires, entregar os impressos no Gabinete de Apoio ao Acesso ao Ensino Superior (GAAES) da tua área da residência e fazer figas para entrares na primeira escolha.


CALENDÁRIO Junho De 20 a 30/06 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário.

Julho/Agosto De 18/07 a 20/07 Inscrição para a 2.ª fase de exames nacionais do ensino secundário (prazo único). Em 15/07 Afixação dos resultados da 1.ª fase dos exames nacionais. De 21/07 a 17/08 Apresentação da candidatura à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior.

De 22/07 a 27/07 2.ª fase dos exames nacionais. Em 09/08 Afixação dos resultados da 2.ª fase dos exames nacionais. Em 19/08 Afixação dos resultados da reapreciação dos exames da 1.ª fase.

Setembro Em 08/09 Afixação dos resultados da reapreciação dos exames da 2.ª fase. Em 19/09 Divulgação do resultado da 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior.

De 19/09 a 30/09 Apresentação da candidatura à 2.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior.

Outubro Em 06/10 Divulgação do resultado da 2.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior. De 06/10 a 14/10 Apresentação da candidatura à 3.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior. Em 19/10 Divulgação do resultado da 3.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior.


avaliação

E se o meu curso fechar? Texto Andreia Arenga

De ano para ano, é cada vez maior o número de alunos a entrar no ensino superior e logo nas primeiras três opções. Mas há muitos cursos que não despertam tanto o interesse dos estudantes e por isso têm sido fechados. Foi o que aconteceu já neste ano lectivo. Por isso, informa-te e toma nota dos cursos que vão fechar no próximo ano lectivo para que não corras o risco de ficar num curso que não queres frequentar.

em busca de maior qualidade no ensino Para este ano lectivo ainda não são conhecidos os números de vagas existentes, mas com certeza vão sentir-se alterações, quer na quantidade como na estrutura de alguns cursos superiores. No ano lectivo de 2010/2011, depois de serem conhecidos os resultados da 1.ª fase, registaram-se 19 cursos sem qualquer colocação, sendo estes maioritariamente do regime pós-laboral. De um total de 1.152 cursos de licenciatura, em 303 ficaram colocados menos de 20 alunos. Cursos como estes, com poucos alunos, perdem o financiamento por parte do Estado e acabam mesmo por fechar. Dos 5.262 cursos registados na Direcção-Geral do Ensino Superior em 2008, mais de mil cursos foram entretanto fechados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), organismo criado para proceder à avaliação dos cursos superiores, por não cumprirem todos os critérios de qualidade necessários. Ou seja, actualmente o universo do ensino superior contempla 1.345 licenciaturas (1.º ciclo), 1.676 mestrados (2.º ciclo) e 473 doutoramentos (3.º ciclo). Quase metade dos cursos encerrados foram em universidades públicas, enquanto nas privadas 321 cursos foram descontinuados. Já nos institutos politécnicos públicos encerraram 194 e nos privados 76. A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior está integrada numa organização europeia, a European Association for in Quality Assurance Higher Education (ENQA), e tem como objectivo melhorar a qualidade do ensino superior e dos seus planos de estudos, através da avaliação exaustiva dos planos e ciclos de estudo das universidades e politécnicos portugueses. Entre 1 de Setembro e 15 de Outubro a A3ES dará início a um novo ciclo de acreditação dos cursos superiores. Antes de te candidatares, consulta as listas de cursos que estão disponíveis em www.dges.mctes.pt e faz a tua escolha de modo informado.

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locais

As melhores entre as melhores Texto Andreia Arenga

Com a cada vez maior oferta de licenciaturas em Portugal, é importante ser-se selectivo no momento de escolher o caminho a seguir. A Universidade Católica do Porto, a Universidade Nova de Lisboa e a Univer-

sidade de Coimbra continuam a estar entre as melhores do mundo nos rankings internacionais.

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A Universidade de Lisboa e do Porto são as únicas universidades portuguesas no Academic Ranking of World Universities de 2010. As instituições de ensino superior aparecem entre as 500 melhores universidades do mundo, nas posições 473.ª e 480.ª respectivamente, a par de Harvard, Cambridge, Oxford ou Massachusetts que ocupam o Top 10 do ranking. Já a Universidade de Coimbra não aparece nesta tabela, mas está em 37.º lugar no ranking das 200 melhores universidades do mundo de acordo com o ‘4 International Colleges and Universities’ em 2011. As melhores em economia e finanças Mas a julgar pelos números, parece que somos mesmo bons é a estudar economia e finanças. É que estas são as áreas de estudo que mais distinguem as universidades portuguesas nos rankings internacionais. A Universidade Nova e a Universidade Católica são as únicas instituições portuguesas a constar, desde há vários anos, nos rankings do prestigiado Financial Times, às quais se junta este ano também a Universidade do Porto. A EGP - University of Porto Business School entrou directamente para o lugar 65 do ranking do jornal britânico no que diz respeito à formação de executivos. A Católica-Lisbon School of Business & Economics foi em 2010 distinguida pelo Financial Times como uma das 50 melhores escolas mundiais na Formação de Executivos. Este ano repete o feito, colocando-se na lista das melhores universidades do mundo na área pelo quinto ano consecutivo. Mas a Universidade Nova de Lisboa também tem lugar de destaque na tabela. A Faculdade de Economia da Nova reforça o seu posicionamento no ranking mundial do Financial Times, que passa a incluir dois dos seus mestrados: o CEMS – Master in International Management (MIM), no segundo lugar, e o mestrado em Gestão, na 57.ª posição. A escola está ainda em 64.º lugar na formação geral para executivos.


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uma educação superior

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r Superio o t u it t s n ISCE – I ucativas d E s ia c de Ciên o de ensin tuição uma insti cursos de licenO ISCE é ce que ofere uada superior pós-grad mo, o ã ç a rm fo ris e tu ciatura ção, do da educa s ural. a lt u re c á e s l na do socia e o rt o p s do de

.............................................................................................................................. Formação de qualidade O ISCE oferece, actualmente, cursos de formação de profissionais na área da educação, cobrindo todo um vasto leque de necessidades do sistema educativo português, e que rompem com as visões redutoras que neste domínio, apesar de tudo, persistem. Educadores de Infância, Professores do Ensino Básico (1.º e 2.º Ciclos), Educadores Sociais e Animadores Culturais, profissões educativas docentes e não docentes, são algumas das actividades às quais a formação do ISCE dá acesso. Atento às realidades e à evolução dos domínios do saber, o ISCE abre ainda portas a outras áreas e outras profissões, optando pela formação nas áreas do Desporto e do Turismo. O Departamento de Desporto, através da licenciatura em Educação Física e Desporto,

tem como objectivo valorizar a formação que visa o exercício de uma actividade de carácter profissional, relacionada com a dinamização e animação de actividades físicas e desportivas. O Turismo é um eixo central do modelo de desenvolvimento económico e social nacional, constituindo-se como uma das áreas com maiores margens de crescimento. Funciona assim, nesta área, um curso que conjuga, pela primeira vez, o domínio amplo do turismo com os sectores da hotelaria e do termalismo. Aprender ao longo da vida Além da formação inicial, o ISCE tem desenvolvido uma aposta clara e de qualidade na formação contínua e pós-graduada, contando já com a oferta de um vasto leque de mestrados nas diferentes

áreas. O ISCE acompanha, desta maneira, os seus diplomados durante toda a sua carreira, ao mesmo tempo que responde, de uma forma integral e responsável, às solicitações da generalidade dos profissionais e da sociedade no seu conjunto. Atento aos desafios de uma formação integral da pessoa humana, o ISCE é um projecto científico e pedagógico que promove também a criatividade e o convívio da comunidade académica – razões pelas quais desenvolve regularmente actividades desportivas e artísticas, exposições, ocupação dos tempos livres, festas académicas, entre diversas outras iniciativas.

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contactos Telf.: 21 934 71 35 E-mail: geral@isce.pt Site: www.isce.pt


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percursos

O ensino superior, útil e prático Texto Laura Alves

O rosto do ensino superior alterou-se significativamente nos últimos anos. Não só pela cada vez maior facilidade no acesso a uma educação de nível superior, mas também porque o processo de Bolonha trouxe uma nova visão de dimensão europeia. Licenciaturas de três anos, mestrados integrados, ou suplemento ao diploma são expressões que, actualmente, fazem parte do léxico do meio académico.

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Como é que o ensino superior está organizado O ensino superior público português divide-se em dois grandes sistemas: o ensino universitário e o ensino politécnico. Cada um destes sistemas tem na sua base objectivos de formação distintos, sendo que o ensino universitário está mais voltado para a investigação e criação de saber científico e cultural, e o ensino politécnico desenvolve formação e investigação de ordem mais técnica e voltada para o mercado de trabalho. As instituições de ensino superior dividem-se em públicas e particulares e cooperativas (também designadas de privadas). No sector público inclui-se ainda o ensino superior milital e policial, e na rede privada está também integrado o ensino superior concordatário, de que é exemplo a Universidade Católica Portuguesa, uma instituição pública não estatal. As alterações de Bolonha Com a harmonização dos diversos sistemas de ensino superior a nível europeu é hoje mais fácil a circulação de estudantes, assim como o reconhecimento de competências entre países. A fim de concretizar os objectivos do processo de Bolonha, as instituições de ensino superior adaptaram os seus currículos e, actualmente, todas as universidades, institutos e escolas superiores funcionam seguindo os padrões deste novo modelo europeu. É, portanto, possível a um estudante de qualquer estabelecimento de ensino superior prosseguir e concluir o seu percurso académico e obter reconhecimento dos seus diplomas em qualquer universidade de qualquer um dos 45 países aderentes ao processo de Bolonha.


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glossário Créditos ECTS Os créditos ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System) definem o volume de trabalho de cada módulo que um estudante deverá cumprir, com vista a concluir um ciclo de estudos. O volume global de trabalho traduz-se em aulas teóricas, trabalhos práticos, seminários, estágios, investigações ou inquéritos no terreno, trabalho pessoal, exames e outras formas de avaliação. Cada crédito corresponde a 25-30 horas de trabalho. 1.º Ciclo – Licenciatura As formações de 1.º Ciclo conduzem ao grau de licenciado. No ensino politécnico, uma licenciatura corresponde a 180 créditos ECTS e tem uma duração normal de seis semestres. No ensino universitário, este 1.º ciclo de estudos tem 180 a 240 créditos e uma duração normal que vai dos seis aos oito semestres. 2.º Ciclo – Mestrado Sucede à licenciatura e dura três ou quatro semestres, ou seja, entre 90 e 120 ECTS. Mestrado integrado Em algumas áreas de formação – como

arquitectura, ciências farmacêuticas, medicina, psicologia e as engenharias – foi considerado que uma licenciatura de três anos seria insuficiente para poder exercer algumas profissões. Assim, os mestrados integrados correspondem a uma duração compreendida entre 10 e 12 semestres (de 300 a 360 créditos). Quando completarem 180 créditos ECTS, o que deverá ocorrer após três anos de estudos, os estudantes podem solicitar o grau de licenciado. Contudo, terão de completar o mestrado integrado para poder exercer. 3.º Ciclo – Doutoramento Os cursos de doutoramento são considerados o 3.º ciclo de estudos e constituem uma ligação fundamental entre o espaço europeu e as áreas de investigação. A sua duração não deverá ser superior a três ou quatro anos (mínimo de 180 créditos). Apenas poderão avançar para um programa de doutoramento os titulares do grau de mestre. Suplemento ao diploma Introduzido com o processo de Bolonha, trata-se de um documento complementar ao diploma que é atribuído no fim de

um ciclo de estudos. Reconhecido por todos os países que aderiram a Bolonha, inclui a descrição do sistema de ensino do país de origem, da instituição que emitiu o diploma, a formação realizada e os seus objectivos e os resultados obtidos. Pós-graduação As pós-graduações são formações que não conferem um grau académico, realizadas já depois de se estar habilitado com uma licenciatura ou mestrado. São, na prática, especializações para aprofundar conhecimentos ou obter competências noutras áreas de estudo. Master Business Administration – MBA Os MBA são programas de pós-graduação focados na área da gestão de empresas, embora não se destinem apenas a gestores e economistas. São formações que exigem experiência profissional prévia e são normalmente bastante caras, pelo que muitas instituições de ensino possuem sistemas de financiamento específicos.


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acção social

Estudar pode custar menos Texto Andreia Arenga

Para que os alunos mais carenciados também possam ter acesso a um curso superior, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disponibiliza bolsas de estudo aos estudantes mais carenciados. Se fores estudar para fora da tua zona, podes também concorrer às residências universitárias e garantir um tecto para o próximo ano lectivo.

Bolsas de estudo Estas bolsas são atribuídas aos estudantes com dificuldades económicas ou portadores de deficiência e com aproveitamento escolar. O valor da bolsa depende sempre dos rendimentos do agregado familiar, é um apoio directo e mensal. Os estudantes podem concorrer à bolsa no momento da candidatura ao ensino superior no site da Direcção Geral do Ensino Superior (www.dges.mctes.pt) ou depois, nos Serviços de Acção Social da faculdade onde vão estudar. Existem também as bolsas de mérito, que têm como objectivo reconhecer os alunos com as melhores notas. Todos os anos lectivos, a reitoria da universidade distingue os alunos com melhor aproveitamento escolar através da atribuição de um prémio monetário. Para estas bolsas não é necessário candidatura. Só precisas de estudar e teres boas notas. Residências universitárias e refeições Existem ainda outros apoios que podem ajudar a minimizar os custos de tirar um curso superior. Os estudantes que ficarem colocados numa universidade fora da sua área de residência podem concorrer a uma residência universitária e partilhar o tecto com outros estudantes. O acesso às residências universitárias é feito através de candidatura aos Serviços de Acção Social da tua universidade. AS Associações de Estudantes podem apoiar-te Além destes apoios, algumas associações de estudantes têm programas de emergência que ajudam os universitários mais carenciados. Recentemente, a AE da Faculdade de Ciências do Porto criou um fundo social que permite ajudar os estudantes em situações de emergência, como por exemplo em situações de atraso no pagamento de bolsas ou mesmo na oferta de refeições durante um determinado período de tempo. A Universidade do Porto tem também outros programas de alojamento como o Programa do Aconchego (www.bonjoia. org) que permite que estudantes universitários fiquem alojados gratuitamente em casas de idosos em troca de acompanhamento e executem tarefas diárias que aquelas pessoas não têm possibilidade de fazer. Também a Universidade de Coimbra tem um programa semelhante, o projecto Lado-a-Lado (www.academica.pt). Informa-te na tua universidade e AE sobre estes e outros programas.

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financiar

Estuda agora e paga depois Texto Andreia Arenga

Se não conseguires uma bolsa de estudo, não desesperes. Podes sempre recorrer a um empréstimo bancário. Existem diversos bancos que já têm planos de crédito especialmente criados para jovens que estão a iniciar os seus estudos académicos. Ora vê.

É uma das soluções para quem não pode pagar um curso superior. São muitos os estudantes universitários que têm recorrido ao crédito bancário para pagar os seus cursos a longo prazo. Uma alternativa de financiamento criada em 2007 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em parceria com diversas instituições bancárias. Empréstimos com garantia mútua Com uma taxa de juro mínima com um spread máximo de 1%, estes empréstimos podem ser pagos entre 6 e 10 anos após a conclusão do curso. O montante pode variar entre 1.000€ e 5.000€ por ano de curso, podendo chegar aos 25.000€ (em cursos de 5 anos). Além disso, estes empréstimos podem ser acumulados a outras ajudas como as bolsas de estudo. Mesmo que tenhas direito a bolsa, podes recorrer ao crédito. Se planeares fazer Erasmus ou outro programa de mobilidade, podes igualmente pedir um empréstimo que, neste caso, será utilizado num prazo de 3 a 12 meses, período de duração dos programas de mobilidade internacional. Também neste caso, se fores um aluno excepcional, terás benefícios. É que o spread é reduzido em 0,35% se fores um aluno com média anual igual ou superior a 14 valores e em 0,80% para os estudantes com uma média anual igual ou superior a 16 valores. Quem financia? Banco BPI Crédito Formação Garantia Mútua Banco Comercial Português - (Millennium BCP) Crédito Universitário com Garantia Mútua Banco Espírito Santo Linha de Crédito Universitário com Garantia Mútua Banco Santander-Totta Crédito Ensino Superior Caixa Geral de Depósitos Crédito Garantia Mútua Banco Montepio Geral Crédito Universitário Banco Internacional do Funchal (BANIF) Crédito Universitário com Garantia Mútua Banco Comercial dos Açores Garantia Mútua Grupo Crédito Agrícola Crédito Universitário

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estatutos especiais

Trabalhar e fazer desporto no ensino superior Texto Laura Alves e Andreia Arenga

Entrar no ensino superior não se esgota na palavra ‘estudante’. Há uma série de actividades que podes desenvolver a par da tua vida académica, que não só te enriquecem a nível pessoal como também contribuem para que, em alguns casos, possas ter uma maior autonomia financeira. Os trabalhadores-estudantes e os atletas de alta competição gozam de alguns privilégios que lhes permitem conjugar as aulas e os exames com o trabalho e as provas desportivas. Nunca é cedo demais para te informares sobre estes estatutos especiais. 24

Ser trabalhador-estudante Existem algumas vantagens para quem tem o Estatuto de Trabalhador-Estudante. Além de ganhares algum dinheiro extra, se tiveres um emprego em part-time tens a vida facilitada no que respeita à época de exames. É que há um período especial de exames para estudantes que estudam e trabalham ao mesmo tempo. E no caso de não teres disponibilidade para assistir às aulas, a tua avaliação é feita tendo em conta outros aspectos. Por outro lado, o local de trabalho onde estás também é obrigado a dar-te dois dias de folga antes do exame para poderes estudar e continuas a ganhar o mesmo. É claro que se não tiveres aproveitamento a metade das cadeiras perdes estes direitos. Contacta os serviços académicos da tua faculdade ou consulta o Decreto-Lei n.º 7/2009 e sabe mais sobre como usufruires deste regime.

Ser estudante e atleta de alta competição Se és um desportista de alta competição e pretendes continuar a competir enquanto estudas, também tens algumas vantagens. O Estatuto de Estudante Atleta é um conjunto de medidas de apoio para todos os estudantes que são atletas de alta competição. Com este regime é possível adiar datas de exames e trabalhos de acordo com o calendário de provas desportivas e duplicar o número de anos para concluir o curso. Além disso, existem também bolsas de mérito desportivo para alunos que, apesar de praticarem uma modalidade, conseguem manter o nível de excelência nos seus estudos. Por outro lado, estes estudantes têm acesso gratuito a todas as instalações desportivas da universidade e apoio psicológico em alturas de maior stress. Informa-te junto dos Serviços de Acção Social ou da Reitoria da tua universidade ou consulta o Decreto-Lei nº 125/95, de 31 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei 123/96, de 10 de Agosto.


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mobilidade

Ser estudante e cidadão do mundo Texto Laura Alves

Criado há 24 anos, o programa ERASMUS é, hoje, um enorme impulsionador da mobilidade estudantil e uma das principais formas de alargar horizontes ao dispor dos estudantes universitários. O número de jovens envolvidos tem crescido de ano para ano e, talvez pela proximidade e semelhança linguística, dos 31 países que integram a rede ERASMUS, Espanha é o destino preferido de cerca de 25 por cento dos estudantes portugueses.

Tem nome de filósofo holandês e é, actualmente, sinónimo de mobilidade estudantil. O programa ERASMUS é um sistema que, desde 1987, promove a mobilidade dos estudantes universitários, permitindo que estes passem temporadas de três, seis ou 12 meses a estudar noutro país, alargando os seus horizontes sociais e culturais. Em Portugal, é a Agência Nacional PROALV – Programa Aprendizagem ao Longo da Vida que gere o programa ERASMUS e outras formas de mobilidade como o os programas Comenius, Leonardo da Vinci e Grundtvig, entre outros. Até 2013, a Agência tem como objectivo atingir os três milhões de estudantes em mobilidade transnacional na União Europeia, aumentar as acções de cooperação multilateral e entre o ensino superior e as empresas, desenvolver práticas inovadoras de ensino e ainda desenvolver diversos conteúdos e serviços no domínio da aprendizagem ao longo da vida. A quem se destina o programa ERASMUS? • Estudantes e formandos do ensino superior; • Estabelecimentos de ensino superior; • Professores, formandos e outro pessoal do ensino superior; • Associações e representantes das partes envolvidas no ensino superior; • Empresas, parceiros sociais e outros representantes do mundo laboral; • Organismos públicos e privados responsáveis pela organização e oferta de educação e formação profissional a nível local, regional e nacional; • Centros e organismos de investigação ligados à aprendizagem ao longo da vida; • Organismos que prestem serviços de orientação, aconselhamento e informação, relacionados com a aprendizagem ao longo da vida. Porquê fazer ERASMUS? Viver uma experiência ERASMUS não é apenas viajar para um país diferente, mas também contribuir para o desenvolvimento e inovação do ensino superior.

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Os países que integram a rede ERASMUS • Os 27 países da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Chipre, Malta e Roménia; • Turquia; • Os países da EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre) / EEE (Espaço Económico Europeu): a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega.

Além desta bolsa existe ainda a possibilidade de usufruir de uma bolsa suplementar, destinada aos estudantes com dificuldades socioeconómicas comprovadas, de modo a que possam beneficiar das mesmas oportunidades de mobilidade.

Ser estudante e cidadão do mundo

Bolsas de mobilidade Os estudantes ERASMUS podem usufruir de alguns apoios financeiros para fazer face às despesas de estudar e viver num país estrangeiro. As bolsas ERASMUS não são bolsas de estudo normais, pois o seu objectivo é apenas cobrir as despesas de mobilidade, ou seja, a diferença no que respeita ao custo de vida do país de origem e do país de destino, e não as despesas normais de subsistência. O cálculo da bolsa de mobilidade depende do país de destino e do número de meses de permanência.

25 por cento dos portugueses vão para Espanha No ano lectivo 2008-2009, Espanha foi o destino preferido de 1.398 dos 5.398 alunos portugueses que usufruiram do programa ERASMUS – ou seja, cerca de 25 por cento. Os dados da Comissão Europeia revelam ainda que, nesse ano, Portugal recebeu cerca de mais mil estudantes do que aqueles que enviou para outros países. Do rol de opções preferidas constam ainda a Itália (888 estudantes), a Polónia (436), França (318), República Checa (309), Bélgica (248) e Alemanha (222). Entre os países menos procurados pelos estudantes nacionais encontram-se, por exemplo, Liechtenstein e Luxemburgo.

a estudantes de outros países que pretendam realizar a sua experiência ERASMUS no nosso país, e funciona com a colaboração de todas as instituições de ensino superior portuguesas envolvidas no Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida. www.erasmuslisboa.com Criado pela associação sem fins lucrativos ERASMUSlisboa - Associação dos Estudantes Estrangeiros, concentra diversas informações úteis e práticas para melhor experienciar o ERASMUS na capital portuguesa, incluindo as festas e os percursos turísticos. contactos Agência Nacional para a Gestão do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida Avenida Infante Santo, 2 Piso 4 1350-178 Lisboa Tel.: +351 213 944 760 E-mail: agencianacional@proalv.pt Web: www.proalv.pt

ERASMUS in Portugal http://proalv.pt/ ErasmusInPt Este sítio, da responsabilidade da Agência Nacional PROALV, congrega toda a informação necessária

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