Mundo Universitário - Edição 171

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POTENCIAL HUMANO Há estágios profissionais à tua espera! P.10

MANO A MANO

Futebol com latas nas universidades. P.11

DOCLISBOA

Directora: Laura Alves | Segunda-feira, 11 de Outubro de 2010 | N.º 171 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt

Os melhores documentários já andam aí. P.15

o s á r a i p o c Não ! o i e h l a o h l a b a tr ? e t s a p / y s p o o h C l a ? o b i a g r á t l os ?P r m o e t s u o a c e e d s es. as d h u n i a l r f e Direitos s u a q am om t c c r e e t b e a d s e s s ue q Fomo é o m o c e s o c i m é d a ac

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www.mundouniversitario.pt

EDIÇÃO 171 de 11 a 24 de Outubro de 2010

Não percas a próxima edição 25 de Outubr o

» Editorial Laura Alves • Directora lalves@mundouniversitario.pt

«Claro que é verdade! Vi na Wikipédia...» Dizia Marshal McLuhan, guru dos ‘mass media’ e pai do conceito de ‘aldeia global’, que «o meio é a mensagem», querendo com isto transmitir a ideia de que os meios não são meros veículos neutros, mas sim influenciadores do conteúdo. Poderia agora ir puxar dos manuais e apontamentos que justificam esta visão de McLuhan, mas admito que é mais rápido e cómodo abrir o Google para garantir que não me engano a escrever o nome do pensador canadiano – que, acrescento aqui, nasceu em 1911, morreu em 1980, e cujo pai era corrector de seguros. Esta adenda estranha serve tão somente para ilustrar os tempos que correm e fazer a ponte com o tema de capa desta edição: é tão fácil ir à Internet obter informação. Demasiado fácil. Não é novidade que há muito boa gente que, perante a tafera hercúlea de redigir um relatório ou fazer investigação para uma tese – por entrar em pânico ou por achar que

é muita fruta para a sua camioneta – mete-se por atalhos e, das duas uma: ou encomenda o trabalho a quem tem mãozinhas para o fazer, ou então faz umas quantas pesquisas em sites e dá uso à técnica do corta e cola, ou em inglês, copy/paste. O plágio não é exclusivo do meio universitário, aliás, nomes conhecidos da nossa praça foram acusados – justa ou injustamente, não vem agora ao caso – de terem cobiçado e chamado seu o trabalho alheio. O problema é tão somente este: além de se ficar com os louros à conta do real trabalho que outros tiveram, o plágio é ‘delinquência primária’ – para usar uma expressão de uma advogada com quem falámos sobre as implicações criminais. Não é raro ouvir alguém dizer que determinado acontecimento tem de ser real porque se viu na televisão ou leu nos jornais. Não obstante o profissionalismo dos jornalistas, convenhamos

que não podemos ‘papar’ por certo tudo aquilo que nos entra em casa. E se há uma coisa que a Internet nos trouxe de mau – a juntar às mil coisas boas que nos trouxe também – foi a preguiça mental. Já não confirmamos factos, já não cruzamos fontes, já não privilegiamos o saber, porque está tudo online, já fazemos o enterro de um actor que alguém escreveu no Facebook ter morrido, mesmo que esse actor venha dizer que está vivo e a beber cocktails na praia. Vamos a um qualquer blog e ficamos a saber que, às tantas, o 25 de Abril afinal foi feito com malmequeres. Ou que D. Sebastião desapareceu para sempre na batalha de Alcácer-Kebab. E fazendo aqui uma ‘pescadinha de rabo-na-boca, retomo ao início do texto, à teoria de McLuhan, para concluir que, ainda que o meio possa ser a mensagem, nem sempre no meio está a virtude.

» CONVERSA DE CORREDOR manuel de almeida/lusa

que de Estado foi s o golpe Arriaga 10 - Apó de 19 l e d ue a. r, Man tubro do pode ortugues P 5 de Ou ia a qu lic ar Repúb a mon eleito da destrona te en id ro pres o primei

A República fez 100 anos. Viva a República! Não tem sido um século fácil, este. E não tem sido fácil, sobretudo, porque já vamos em 19 Presidentes da República e desafiamos-te desde já a dizer a lista de cor. Aliás, ficamos muito felizes se souberes, pelo menos, quem foi o primeiro de todos. E, claro, quem é o actual. Ri-te à vontade, mas a verdade é que há por aí muita alminha cuja professora da primária deve dar três voltas e meia no túmulo à conta destas pequenas ignorâncias. E olha que ir ao ‘Quem Quer Ser Milionário’ e falhar numa pergunta destas é motivo para, no dia seguinte, sair de casa com a cara tapada. No mínimo.

5 de Outubro de 2010 - O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, inaugurou o Centro de Investigação da Fundação Champalimaud, que irá dedicar-se ao tratamento e investigação na área das neurociências e do cancro. Charles Correa, o arquitecto responsável, disse que a estrutura foi concebida para estar ao serviço das pessoas, sendo que «a própria arquitectura funciona como terapia».

vê as novidades que temos para ti na página de fãs do mu no FACEBOOK ficHa TécNicA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Redacção: Andreia Arenga | Online: Graziela Costa | Colaboradores: Daniela Espírito Santo, João Tomé, Luís Magalhães, Renata Lobo, Ricardo Queirós | Cronistas: Luís Franco-Bastos | Projecto Gráfiico: Joana Túlio | Paginação: Vasco Albergaria | Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rêgo (Directora Comercial); Francisco Sousa Coutinho (Senior Brand Activator) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.


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» Economia do Porto em concurso internacional

» Mestrado da Católica distinguido pela OCDE

Um grupo de alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto participa na ‘Asian Business Case Competition’, em Singapura, de 11 a 15 de Outubro. Esta competição consiste na resolução de casos reais de negócios sobre empresas sediadas no país promotor do evento. Luís Costa e Nuno Moreira (alunos do 3.º ano de de Economia), e Tiago Loureiro e João Reis (alunos do 3.º ano de Gestão), compõem a equipa.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) distinguiu o mestrado em Gestão da Universidade Católica do Porto como “uma das oito melhores práticas de educação para o empreendedorismo a nível mundial”. Esta referência da OCDE destaca o mestrado pela forma como aborda o empreendedorismo enquanto opção profissional válida, as formas de liderança, o marketing pessoal e o ‘social media’.

JOVENS CIENTISTAS. Evento de dimensão mundial organizado por alunos de Mecidina

YES Meeting revela a ‘nata’ da biomedicina Entre 24 e 26 de Setembro, o Porto recebeu mais uma edição do Young European Scientist Meeting. Já no 5.º ano consecutivo, o YES Meeting superou as expectativas da organização e das centenas de estudantes que participaram. Workshops, novidades científicas e convidados de alto gabarito foram alguns dos pontos fortes do encontro. Daniela Espírito Santo info@mundouniversitario.pt

Festival de Tunas no Porto Dá pelo nome de FITU – Festival Internacional de Tunas Universitárias – e realiza-se nos dias 15 e 16. A iniciativa, que já vai na 24.ª edição, é organizada pelo Orfeão Universitário do Porto e reúne estudantes de todo o mundo com dois gostos em comum: a música e o espírito académico. O festival acontece no Coliseu do Porto e participam as seguintes tunas: Tuna Feminina do OUP e Tuna Universitaria do Porto, Tuna do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Tuna da Universidade Católica Portuguesa – Porto, Tuna Universitária do Minho, Tuna de Engenharia da Universidade do Porto, Agrupación Arcipreste de Hita (Madrid), Tuna da Faculdade de Economia do Porto e Infantuna de Viseu. Para mais informações vai a www.orfeao.up.pt.

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Durante três dias, o Porto foi centro mundial da Biomedicina, com dezenas de professores convidados e 400 estudantes de 44 países ávidos por conhecimento. As maiores novidades científicas foram alvo de debate no evento organizado por alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Entre os convidados que passaram pelo YES Meeting deste ano para dar workshops ou palestras, o mais esperado foi, claro está, o prémio Nobel da Química de 2004, Aaron Ciechanover. As discussões sobre células estaminais e a apresentação da mão robótica mais avançada do mundo foram alguns dos principais destaques. Número de participantes bate recordes O MU falou com Tiago Taveira Gomes, membro da organização, que não escondeu a alegria pelo sucesso desta edição. «Tivemos mais ou menos 400 participantes este ano. Abrimos 400 vagas e inscreveram-se 600 pessoas», salienta. Até foi necessário fechar as inscrições com antecedência devido ao volume de pedidos! «Para nós isso é bom porque quer dizer que as pessoas nos procuram e não temos de ser nós a procurá-las», congratula-se. «Houve muita discussão com os professores sobre os trabalhos e os colegas fizeram muitas perguntas. Foi, de facto, uma excelente oportunidade para aprendizagem», refere. Nos workshops, os estudantes puderam aprender técnicas de relaxamento, treinar num simulador de partos ou

Durante o encontro discutiram-se temas como as células estaminais

» O estreante André Cerejeira, 23 anos. Vai agora entrar no 1.º ano de Medicina e entende que o YES Meeting seria uma boa oportunidade para começar já a aprender qualquer coisa. «Achei uma ideia interessante», diz. «Falaram-me disto, li o programa na Internet e achei o preço razoável», explica. A experiência foi positiva e poderá vir a ser repetida. «Adorei as palestras. Estou a pensar vir para o ano, mas deixo ainda em aberto a participação como concorrente.»

» E a veterana Quem não tem dúvidas é Leonor Matos, 24 anos, que, já no 5.º ano de Medicina, participa pela segunda vez no YES Meeting. «Este ano foi bastante melhor do que no ano passado» diz, sem rodeios. «É sempre uma boa experiência, pois permite trocar conhecimentos com alunos internacionais e ter a possibilidade de interagir directamente com os professores», explica. Participar como concorrente é coisa que, no entanto, nunca lhe passou pela cabeça. «Quem sabe um dia participo, mas prefiro assistir a estar em cima do palco», confessa.

aprender a tratar emergências toxicológicas. Esta foi, também, uma «oportunidade única» para os estudantes «apresentarem os seus trabalhos perante uma plateia internacional». A avaliação, essa foi feita por «cientistas de referência», referiu Tiago Taveira Gomes, sendo que os prémios também são muito apetecíveis, variando entre os 250 e os 1.000 euros. Do Porto para o Mundo O número de participantes aumentou e isso reflectiu-se, também, no número de estrangeiros a concorrer para os prémios do congresso. Este ano, 44 países distintos marcaram presença, o que permitiu uma maior diversificação de temas e abordagens. Fernanda Nichterwitz é disso exemplo. Estudante do 4.º ano da Faculdade de História em São Paulo,

participa no congresso pela primeira vez. «Vim de propósito para apresentar o meu poster», explica. Da experiência leva as melhores recordações e o desejo de voltar. «Adorei a cidade e o congresso foi muito bom. É uma experiência a repetir». Do continente asiático vem Malavika Prasad, que partiu da Índia rumo ao Porto para apresentar o seu trabalho sobre hipertensão. Estudante de Medicina, participa, também ela, pela primeira vez num evento internacional e mostra-se surpreendida com as semelhanças entre casos de hipertensão no seu país e Portugal. «Apercebi-me que a hipertensão também é uma epidemia significativa no Porto», explica. Por isso mesmo, está interessada em aprofundar os seus conhecimentos no nosso país, caso encontre alguém «que queira ligar a investigação ao caso português».


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» Universitário edita livro sobre Medicina

» Investigadores da UMinho ganham prémio

Tem apenas 25 anos e é autor do livro ‘Haja Saúde: o Futuro da Medicina em Portugal’ lançado no passado dia 30 de Setembro. Tiago Rapaz, estudante de Direito, lança questões como o acesso ao ensino superior de Medicina em Portugal e compila uma série de respostas e soluções apresentadas por vários especialistas na área da Saúde. As receitas desta obra revertem a favor dos Médicos do Mundo.

Filipe Vasques e Ricardo Mateus receberam o Prémio André Jordan 2010. Os dois investigadores da Universidade do Minho apresentaram projectos sobre o mercado imobiliário português, os mercados financeiros e o papel das novas tecnologias nas questões do urbanismo e construção. Este prémio, no valor de 8.500 euros, assegura a publicação dos trabalhos galardoados nas áreas de economia e gestão imobiliária, finanças, investimento entre outras.

PRÉMIO. Estudante de doutoramento do ISPA distinguido internacionalmente

O psicólogo que sonha com publicidade » Porto no Top 100 da ciência europeia

O Ricardo tem apenas 28 anos e já conta com um prémio internacional no currículo. É estudante em Psicologia Social no ISPA - Instituto Universitário e o seu trabalho de doutoramento, na área comportamental, foi recentemente distinguido pela European Social Cognition Network. Com este reconhecimento, o Ricardo espera conseguir um emprego e vir a fazer investigação na área da publicidade.

escolhido a ele, já que o seu trabalho de doutoramento foi premiado internacionalmente este ano pela European Social Cognition Network. «É um orgulho para mim, é o reflexo de uma investigação que tem dado muito trabalho, mas muito prazer também. E é o reconhecimento de que estamos no caminho certo».

Andreia Arenga aarenga@mundouniversitario.pt

A Universidade do Porto foi a 85ª instituição de ensino superior europeia com mais artigos científicos publicados em 2009 e está entre as 350 melhores universidades do mundo e 150 europeias. O resultado foi publicado na edição de 2010 do ‘Performance Ranking of Scientific Papers for World Universities’, um dos mais prestigiados rankings elaborado pelo Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan e que avalia o desempenho das universidades ao longo dos últimos 11 anos segundo três critérios: a produtividade, o impacto e a excelência da pesquisa.

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[11 OUT 2010]

Quando estava a frequentar a licenciatura em Psicologia, o Ricardo estava indeciso no caminho profissional que iria escolher, mas com a cadeira de Psicologia Social percebeu imediatamente que era ali que estava o seu futuro. «Fiquei logo agarrado a esta ideia de que podemos pensar de uma maneira diferente devido à presença de outras pessoas. Uma questão que se debate desde 1898 aliada ao aparecimento da Psicologia Social Experimental», conta. Os outros influenciam aquilo que somos O conceito de que o Ricardo nos fala chama-se Facilitação Social - um fenómeno que designa o efeito positivo ou negativo que a presença dos outros tem no desempenho de tarefas diárias – e foi o seu objecto de estudo para a tese de doutoramento. Uma ideia que tem vindo a ser discutida desde o início desta disciplina e que apenas procurava estudar a influência das outras pessoas ao nível das nossas acções e comportamentos, mas que, com o contributo do Ricardo, vai mais longe. «Tradicionalmente, a facilitação social está associada apenas a aspectos que têm mais a ver com desempenhos de tare-

QUEM É... fas motoras, como conduzir, correr ou até mesmo comer. Os nossos estudos vêem demonstrar que a presença dos outros também afecta processos cognitivos básicos, como, por exemplo, ao nível dos esteréotipos ou outros mais complexos ao nível da avaliação de mensagens persuasivas», explica-nos. E assim como ele escolheu a Psicologia Social, também a Psicologia Social parece tê-lo

Nome: Ricardo Fonseca Idade: 28 anos Formação: Licenciado em Psicologia e estudante de doutoramento em Psicologia Social pelo ISPA Prémio: Melhor prémio de investigação de 2010 pela ESCON - European Social Cognition Network, rede colaborativa e interactiva na vanguarda da investigação em cognição social Futuro: Trabalhar como investigador na área da Psicologia Social, eventualmente na vertente de Psicologia do Consumidor que envolve a área da Publicidade

Psicólogo criativo O Ricardo está feliz com o prémio e, por agora, espera que este reconhecimento lhe traga mais trabalho como investigador, eventualmente na área da publicidade, outras das suas paixões. Porque é que compramos este champô ou aqueles ténis quando o que precisávamos mesmo era de comprar era um livro? Um dia, o Ricardo pode responder-nos a esta pergunta. «Nos nossos estudos trabalhamos também sobre a persuasão, tentamos perceber se as pessoas são influenciadas pelo contexto em que o produto é comercializado, se é pela credibididade de quem está a comunicá-lo ou, simplesmente, pelo estado de espiríto do consumidor. O que está na base da publicidade é perceber quais são as campanhas que têm mais impacto no comportamento do consumidor, e é nesse processo que eu gostava de ser uma mais-valia».


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O QUE PENSAM OS ESTUDANTES?

GONÇALO TRINDADE Curso: Ciências da Cultura, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Serias capaz de plagiar? Já pensei em plagiar, mas nunca o fiz. Porquê? Por desespero quando os prazos apertam. Às vezes é mais fácil copiar um artigo da Wikipédia do que fazer nós próprios um trabalho sobre o assunto. Mas há que ter empenho e fazer as coisas por nós e com calma. Fiquem bem ou mal. O que achas que pode levar um estudante a plagiar? A preguiça e o desespero por medo de não conseguir acabar o trabalho a tempo.

PLÁGIO. O copy-paste é uma técnica comum nos métodos de trabalho de muitos alunos universitários, mas também de alguns professores

‘COPY-PASTE’ É PLÁG Como se mede a excelência de um aluno: pela capacidade de fazer um trabalho de investigação suado, ou pela habilidade com que copia? Nos dias que correm, a fronteira que separa os bons dos maus alunos é ténue, pois muitos deles adaptam ou apropriam-se de trabalhos já feitos apenas com um simples ‘googlar’ da informação para chegar a um fim comum: ter um grau académico. Serás tu um ‘delinquente primário’?

aarenga@mundouniversitario.pt

EUNICE LOPES Curso: Língua Gestual Portuguesa, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal Alguma vez plagiaste um trabalho? Não. Porquê? Porque considero uma falta de respeito pela propriedade intelectual da outra pessoa e não gostaria que o fizessem comigo. Que razões achas que levam alguém a copiar um trabalho? Dificuldade na matéria ou escassez de tempo.

FILIPA COSTA Curso: Psicologia Faculdade de Psicologia da Universidade Fernando Pessoa do Porto Já consideraste plagiar? Nunca pensei sequer na hipótese. Porquê? No meu ponto de vista, uma pessoa que faz plágio é aquele tipo que não tem personalidade nem criatividade próprias. É um acto que devia mesmo ser punido com uma caução elevada pois são direitos de autor e não devem ser postos em causa. O que achas que leva um estudante a plagiar? Penso que as pessoas que realizam esse abuso pura e simplesmente não querem ter trabalho e aproveitam-se do bom senso dos outros para atingir os seus fins.

Os trabalhos plagiados numa turma são uma afronta para com os colegas que desenvolveram trabalho para

produzir um ensaio legítimo». Mas Isabel diz que as justificações dos estudanDetectar situações de plágio em tes que são apanhados com teses de mestrado, doutoramento a mão na massa são outras. ou em simples relatórios de A falta de tempo é uma deslicenciatura não é tarefa culpa recorrente. Alguns fácil, mas Isabel Capeloa estudantes não Gil confessa ter apasabem mesmo o nhado, por diverque é um plágio. São casos menos conhecidos, mas sas vezes, alunos «Normalmente a que também acontecem. Ainda este ano, de licenciatura justificação que e de mestrado as pessoas dão é em Abril, chegou um e-mail anónimo à reque plagiaram. que estão pressiodacção do MU alegando que uma professora do A directora nadas com tempo, da Faculdade mas para mim isso Instituto Politécnico do Porto tinha cometido pláde Ciências não é explicação. O gio na sua tese de doutoramento. Alegadamente, Humanas da plágio é um roubo. o documento continha vários excertos retirados UniversidaJá tive situações de Católica de alunos que me da tese de doutoramento do investigador brasiPortuguesa disseram que não leiro Sérgio Masutti da Universidade Federal de de Lisboa passabiam que retirar sou um Verão um parágrafo Santa Catarina. Um mês depois, a professora inteiro a descopediu a demissão. O pedido de demissão brir plágios nos trabalhos entrefoi aceite, mas até ao momento ainda gues pelos alunos. não há desenvolvimentos sobre «Dá trabalho detectar porque há plágios rebuso caso. cados, mas há coisas que são facilmente detectáveis como o estilo, além da própria ‘googlelização’ do trabalho. Também é muito recorrente ver traduções literais do inglês ou traduções do português do Brasil», conta.

Andreia Arenga

OS PROFESSOres também plagiam

Falta de tempo não é desculpa Mas o que pode levar um estudante a ir por estes ‘atalhos’? A professora acredita que apenas um aluno com falta de ética académica e muita irresponsabilidade pode ter uma atitude deste género. «Quem comete um plágio pensa que não vai ser apanhado. Há um sentimento de superioridade relativamente a quem o avalia e um sentimento de impunidade em todas as situações. Depois, é um acto de traição académica.


OOPS, GIO? NÃO SABIA... de um texto escrito por outra pessoa era plágio, que é apenas um ‘copy-paste’», conta a professora, incrédula.

deste tipo de empresas, mas duvida da sua legalidade. «A partir do momento em que alguém está a divulgar um texto que não é seu, mesmo que a empresa esteja

Cuidado com as tecnologias da informação A rede é vasta e, com uma simples pesquisa no Google, é fácil encontrar teses e ensaios de autores de todo o mundo e das mais variadas áreas de conhecimento. «Tenho colegas que acham que com as novas tecnologias o conceito de autoria é arcaico e está desvirtuado. Devo dizer que discordo completamente!», confessa Isabel Capeloa Gil.

Plágio é crime Não é fácil encontrar estudantes que assumam que plagiaram uma tese ou um trabalho, mas os casos repetem-se na comunicação social. E há mesmo pessoas que fazem disso um negócio. É o acto de assinar ou O MU fez uma pesquisa apresentar uma obra intelectual e encontrou algumas empresas que produzem tede qualquer natureza (texto, músio software ajuda ses e monografias várias. ca, pintura, fotografia, audiovisual) A Universidade do MiContactado por nós, o nho é uma das poucas responsável de uma contendo partes de uma obra que instituições de ensino dessas empresas não pertença a outra pessoa sem colocar que está equipada com quis prestar declaraum software que detecções nem avançar vaos créditos do autor original. Para ta plágios. Existem aplilores, mas admitiu que que não seja considerado plágio, cações como Approbo, disponibiliza estes serviços Ephoros ou Copycatcher e que os principais clientes é necessário identificar ou citar que permitem detectar se são estudantes universitários. o autor da obra. um trabalho é original ou foi Madalena Zenha, advousurpado. No caso da Faculdagada, desconhece de de Ciências Humanas da Católia existência ca há outras formas de contornar este tipo de situações. Isabel Gil a substituir-se à pessoa, isso é uma diz que os alunos têm que assinar uma declaração de honra que falcatrua», diz. Madalena Zenha sublinha que prova que aquele trabalho, tese o plágio é um crime de contra- ou documento é original e da sua facção que pode ser punido até autoria. Se o aluno for apanhado três anos de prisão, dependen- a plagiar reprova com zero a essa do do caso. «Quando alguém cadeira e, no caso de se tratar usa uma obra dizendo que de uma tese de doutoramento ou a autoria é sua sabendo que mestrado, a sanção resulta numa a autoria é de outra pessoa, cessação do grau académico. «Ticomete um crime de contra- vemos uma situação destas em facção que pode ir até três que uma pessoa de uma universianos de prisão. Essas pessoas dade estrangeira queria equivasão delinquentes primários. lência aqui e entregou a sua tese Para utilizar um texto de de doutoramento. A comissão que um autor não é preciso pe- se reuniu para avaliar a tese desdir a sua autorização, mas cobriu que estava plagiada. Isso é imprescindível referir que foi comunicado à universidade de aquele texto é daquela pes- origem e o grau foi imediatamente cessado», conta. soa», reforça a advogada.

O QUE É O PLÁGIO?

CASOS DE PLÁGIO QUE DERAM QUE FALAR » Clara Pinto Correia Foi um dos casos de plágio mais polémicos em Portugal. A bióloga, professora universitária e escritora Clara Pinto Correia foi, em 2003, acusada de plágio em crónicas que escreveu para a revista ‘Visão’ e para a norte-americana ‘New Yorker’. A atitude custou-lhe a suspensão da sua colaboração na revista ‘Visão’ e um processo judicial apresentado pela ‘New Yorker’. » José Saramago Em Março de 2009, o Nobel da Literatura José Saramago foi acusado por Téofilo Huerta Moreno, jornalista e escritor mexicano, de plagiar uma das suas obras no livro ‘As Intermitências da Morte’. O escritor mexicano diz ter reconhecido no livro de Saramago o tema e algumas expressões idênticas às que utilizou no seu livro ‘A Segunda Morte e Outros contos Fúnebres’. O assunto não teve desenvolvimentos. » Miguel Sousa Tavares Foi outro dos casos que deram que falar, ainda este ano, mas que resultou na absolvição do escritor e jornalista português. O autor do blog freedomtocopy.blogspot.com alegou que Miguel Sousa Tavares tinha copiado parágrafos inteiros do livro ‘Cette Nuit la Liberté’ de Dominique Lapierre e Larry Colins na obra ‘O Equador’. O caso foi para o Tribunal Cível de Lisboa e Miguel Sousa Tavares foi indeminizado em 100 mil euros pela difamação feita no blog e pela revista ‘Focus’ que também tinha publicado um texto em que fazia algumas acusações. » Paulo Coelho Também o escritor brasileiro foi acusado de copiar uma crónica que a psicóloga colombiana Sonia Hurtado publicou em 2003 no jornal ‘El País’. Paulo Coelho usou partes do texto e publicou-as numa crónica sua no jornal ‘O Globo’, em 2004. O escritor admitiu que encontrou o original na Internet e que resolveu adaptá-lo, exigindo mesmo parte da sua autoria. O seu livro ‘O Alquimista’ também chegou a ser acusado de plágio de uma obra do argentino Jorge Luis Borges. [11 OUT 2010]

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» Setúbal vence Concurso Nacional de Empreendedorismo

» IADE abre candidaturas para Oficina de Portfólio

O projecto ‘Smartpaint’ do Instituto Politécnico de Setúbal conquistou o 1.º prémio da 7.ª edição do Concurso Nacional Poliempreende que decorreu em Setembro. O projecto vencedor desta edição, coordenada a nível nacional pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo, visa a produção de tintas inteligentes e amigas do ambiente que mudam de cor com a temperatura ou com o grau de deformação do objecto que revestem, e que podem ter aplicação industrial, mas também na arquitectura, design ou publicidade.

Estão abertas, até ao dia 22 de Outubro, as últimas inscrições para a Oficina de Portfólio. O curso intensivo pretende que os candidatos a criativos demonstrem todo o talento através de desafios 100% práticos na criação de campanhas de comunicação para várias marcas como a RTP, a Matutano ou outras, através da simulação do ambiente de trabalho que se vive nos ateliers e agências criativas.

FINANCIAMENTO. 143 milhões de euros para realizar 47 mil estágios profissionais

Como conseguir um estágio em três tempos? Não tens dinheiro para acabares a tua licenciatura, para fazeres um doutoramento, um estágio internacional ou mesmo para criares a tua própria empresa? Em qualquer um dos casos, há um programa que te pode ajudar a concretizar qualquer um destes sonhos. Chama-se Programa Operacional de Potencial Humano e foi através do seu financiamento que a Sara Dias conseguiu um estágio em Bruxelas.

Católica cria protocolo de estágios com entidades culturais

cerca de 47 mil estágios profissionais, sendo que 2.700 desses estágios são ao abrigo do InovContacto», contabiliza Rui Filhoais, gestor do POPH.

Chama-se ‘The Lisbon Consortium’ e trata-se de um novo programa de mestrado e doutoramento em Estudos da Cultura da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa. A novidade é que esta acção de formação avançada permite aos estudantes estagiar em entidades culturais da cidade de Lisboa como a Câmara Municipal, o Centro Nacional de Cultura, a Cinemateca Portuguesa, a Culturgest, a Fundação Gulbenkian e o Museu Nacional de Teatro. A ideia foi inspirada em outros consórcios internacionais que já existem em cidades como Londres, Amesterdão, Sidney e Oslo. O objectivo é formar profissionais qualificados com conhecimentos teóricos e práticos sobre as indústrias culturais e colocar Lisboa no mapa cultural europeu integrando-a nesta rede de consórcios internacional. O curso já começou, mas ainda aceita candidaturas. Mais info em www.ucp.pt. [11 OUT 2010]

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Apoiar a internacionalização A bolsa que a Sara recebeu permitiu-lhe pagar todas as despesas enquanto esteve

fora e receber orientação durante o estágio. Quinzenalmente, a Sara era coordenada por uma tutora da AICEP que se mantinha em contacto com ela e a avaliou durante o período de estágio. «A bolsa que é dada pelo Estado português é um ‘income’ fundamental para qualquer pessoa que, à partida, não teria possibilidades para se lançar

numa carreira internacional e suportar os custos», conclui. Hoje, a Sara coordena um projecto para jovens universitários numa ONG chamado Agência ODM, uma rede de jovens activistas pelos Objectivos do Milénio e espera que o exemplo dela possa atraí-los para um percurso de internacionalização.

A Sara Dias fez um estágio na Câmara de Comércio Belgo-Portuguesa em Bruxelas

Andreia Arenga aarenga@mundouniversitario.pt

Depois de fazer Erasmus, a Sara – licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa – achou que um estágio internacional ao abrigo do programa InovContacto podia ser uma mais-valia no seu percurso profissional. Por isso, há cerca de um ano e meio concorreu e conseguiu um estágio na Câmara de Comércio BelgoPortuguesa em Bruxelas. «Foi uma oportunidade de crescer em autonomia e melhorar inúmeras competências que têm que ver com maturidade profissional, capacidade de adaptação a contextos laborais muito diferentes, capacidade de adaptação linguística e de trabalho em vários idiomas», conta.

Uma mão-cheia de estágios até 2011 Para poder trabalhar numa entidade estrangeira, a Sara recebeu uma bolsa financiada pelo Programa Operacional de Potencial Humano (POPH), um apoio do Fundo Social Europeu cujo objectivo passa por melhorar as qualificações profissionais dos jovens licenciados e inseri-los no mercado de trabalho. «O programa trabalha com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), com as autarquias e, no caso do InovContacto, os estudantes apresentam as suas candidaturas na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Até ao final de 2011 temos 143 milhões de euros para a realização de

Até ao final de 2011 haverá 2.700 estágios ao abrigo do InovContacto, refere Rui Fiolhais, gestor do POPH

O que é o Programa Operacional de Potencial Humano? É um programa de financiamento do Fundo Social Europeu a ser realizado até 2013 que faz parte do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) e cujo principal objectivo é melhorar as qualificações dos portugueses, apoiar o conhecimento científico e a transição dos jovens para a vida activa através de: . Bolsas de acção social da Direcção-Geral do Ensino Superior

. Bolsas de doutoramento e pós-doutoramento . Bolsas de empreendedorismo da Associação Empresarial de Portugal e do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas . Estágios Internacionais da AICEP e InovContacto . Estágios Profissionais do IEFP . Estágios na Função Pública


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SABIAS QUE... MANO A MANO. Nas universidades em Outubro e Novembro

... Os portugueses dedicam em média 13,7 horas por semana à utilização de Internet, sendo esta a principal fonte de informação em processos de tomada de decisão?

É show de bola!

... apenas 31% das empresas em Portugal já usam a Internet para promoção de novos negócios, encontrando-se abaixo da média europeia, devido à falta de profissionais qualificados e especializados nesta área de actuação?

Dois jogadores, uma bola, duas latas. É este o cenário do Red Bull Mano a Mano, uma iniciativa que anda a percorrer várias universidades do País. Fomos espreitar o primeiro torneio, que decorreu no final de Setembro no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.

(Fonte: European Media Scope)

Graziela Costa info@mundouniversitario.pt

O FUTURO NAS TUAS MÃOS

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Emoção e fintas no ISEL, em Lisboa

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Tendo como pano de fundo o ambiente universitário, o Mano a Mano desafia os destemidos, sem limite de idade ou género, a marcar golos nas latas alheias. Não é preciso ser um craque do futebol, basta dar uns toques na bola. A ideia não é encontrar o melhor jogador do País, mas sim proporcionar momentos de acção e de grande emoção. Aqui, as habituais balizas são substituídas por uma lata que se encontra dentro de uma pequena área circular com dois metros de diâmetro. Durante três minutos, dois jogadores enfrentam-se num mano-a-mano que se baseia nas tradicionais regras do futebol. Marca-se golo quando se derruba a lata do adversário. E para decidir qual dos jogadores tem primeiro a bola, a organização faz perguntas sobre a universidade onde está a decorrer a prova. Como, por exemplo, qual o nome do presidente? Inscrições no próprio dia Emoção, fintas e um ambiente divertido e descontraído marcaram o início da ‘temporada Mano a Mano’, em que descobrimos algumas histórias interessantes. Como, por exemplo, o caso dos irmãos André e Simão Mateus, que se defrontaram naquele que é o chamado verdadeiro ‘irmão versus irmão’. Estudantes de Engenharia Alimentar e de Engenharia de Redes e Comunicações, respectivamente, André e Simão participaram porque

acharam a iniciativa divertida, mas nenhum deles acabaria por ganhar o torneio. Pela vontade de jogar futebol ou para matar o tempo entre duas aulas, os jogadores podem inscrever-se no Red Bull Mano a Mano, sempre no dia do evento a partir às 12h00. Os jogos propriamente ditos começam às 15h00 e as inscrições são limitadas. No dia que marcou o arranque da iniciativa, no ISEL, foram bastantes os curiosos que se aproximaram do recinto, só para ver o que se estava a passar. Ao longo da tarde, os 32 participantes inscritos mostraram a sua habilidade nas fintas e manobras contra os adversários. E, como neste jogo o que interessa é participar, os prémios são meramente simbólicos, e todos os participantes recebem uma lembrança. No entanto, os dois finalistas de cada universidade recebem uma t-shirt oficial do Red Bull Soccer Salzburg e o vencedor um salto de pára-quedas com o atleta Mário Pardo.

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Digressão nacional Até meados de Novembro, o Mano a Mano faz-se à estrada e passa por cidades como Lisboa, Faro, Coimbra, Porto, Évora e Braga, mostrando que o futebol se pode jogar em todo o lado. E já sabias que as inscrições para este evento são gratuitas? Por isso, não tens mesmo desculpa para não participares.

» Regras básicas

» Calendário

- 3 minutos de jogo - 2 jogadores - 1 vencedor - O objectivo é derrubar a lata do adversário - A lata encontra-se no centro da pequena área (círculo com 2 metros de diâmetro) - As latas estão a uma distância de 10 metros uma da outra - Aplicam-se as regras desportivas do futebol - Regras e comportamento dos jogadores controladas por um árbitro - O jogo está aberto a ambos os sexos

14 Outubro – Lisboa | Cidade Universitária 19 Outubro – Algarve | Universidade do Algarve Campus da Penha 26 Outubro – Braga | Universidade do Minho – Pólo Universidade Braga 02 Novembro – Porto | Universidade Católica Portuguesa 04 Novembro – Coimbra | Universidade de Coimbra 11 Novembro – Évora | Universidade de Évora 16 Novembro – Lisboa | Universidade Lusófona 18 Novembro – Porto | Universidade do Porto – Faculdade de Economia

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Centro de Formação


A RODAR NO TEU LEITOR DE MP3

Nome: Elias Aço Idade: 26 Curso: 3.º ano de Antropologia na Universidade Nova Que música estás a ouvir? “Rough Sex” The Circle Porquê? Conheço há pouco tempo e estou ainda a conhecer o grupo. É do género que eu ouço, rap e hip hop. E esta é a primeira vez que estou a ouvir o álbum. E tens aí uma música que não queres que ninguém saiba? Nem por isso… Não tenho problemas em dizer tudo o que ouço. Fiz uma playlist aqui bastante eclética! Desde o rap e hip hop, até Mayra Andrade e Maria Rita.

Nome: Teresa Seabra Idade: 18 Curso: 1.º ano de Ciências da Arte e Património na Faculdade de Belas Artes de Lisboa Que música estás a ouvir? “You’ve Got The Music In You” – New Radicals Porquê? Ouço isto há mil anos, mas agora está no shuffle e então calhou. Não é muito o meu género, mas gosto muito da música. Gosto de Kings of Convenience, Dave Matthews, Pearl Jam, são as minhas três bandas preferidas. E um ‘guilty pleasure’, tens aí? ‘Pictures of Me’ da Ashley Simpson. Ouvi só uma vez no outro dia e pensei «eh pá, vou pôr esta música no meu MP3!», mas nunca ouço, ainda está um bocado entalada, não consigo digerir.

PEIXE:AVIÃO. gANHA ENTRADAS PARA O CONCERTO de dia 14 no Lux, em Lisboa

Peixes com asas para voar

De cabeça no ar e os pés assentes no mar, a banda bracarense lança agora o seu segundo álbum de longa duração ‘Madrugada’, a seguir ao EP ‘finjo a fazer de conta feito peixe:avião’ e ‘40.02’. Com concerto de apresentação marcado para o Lux marcámos também nós encontro com o baixista José Figueiredo e o vocalista Ronaldo Fonseca.

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O que nos conta este novo trabalho? Ronaldo Fonseca (RF): O ‘Madrugada’ pretende contar histórias, seja pela letra, seja pela parte instrumental, e também a parte imagética que a acompanha. Falar sobre as dicotomias, as duas faces da mesma moeda e o encontro entre as duas coisas. A madrugada que é o encontro entre o dia e a noite, a visão e a escuridão. Podemos pensar que a nossa música fala muito sobre estas ambiguidades. Fala também um pouco dos amores, da euforia, da melancolia. No ‘Madrugada’ colaboram Bernardo Sassetti e Manuela Azevedo. Contem como tudo aconteceu. RF: Queríamos ter a oportunidade de trabalhar com artistas que já tivessem algum peso, não por uma questão de mediatismo, mas sobretudo devido à partilha artística. Estes nomes são uma referência pela qualidade artística e pela carreira que têm construído. O convite surgiu da maneira mais informal que existe: mandar um e-mail a pergun-

[11 OUT 2010]

PEIXE:AVIÃO

tar «por acaso queres colaborar connosco?» e enviámos as maquetas dos temas. Isso dá-nos peito cheio e grande vontade de fazer as coisas. E serve também para nós acreditarmos mais no trabalho que estamos a fazer. São artistas com muita experiência e despositarem confiança no nosso projecto é uma coisa que ajuda. No vosso séquito de fãs têm figuras como Adolfo Luxúria Canibal e valter hugo mãe.

Aumenta a responsabilidade? RF: Dá-nos alento. O Adolfo é uma das maiores figuras da música portuguesa. O valter hugo mãe, tanto na escrita como na estética que assume, como o escrever em minúsculas, influenciou-nos a fazer a mesma coisa, até a preocupação de dividir o nome com dois pontos. Pequenas coisas das quais possamos fazer muitas. Mas sim, sentimos essa responsabilidade. Tentamos sempre filtrar essas supostas vaidades, responsabilidades

ou preocupações, para tentar usar essas coisas da maneira mais positiva. JF: Há uma coisa que nos permite sempre lidar com a crítica má ou boa, que é o facto de nós sermos um pouco piorzinhos com nós próprios do que os piores críticos. Estamos um bocado almofadados em relação a isto, tanto para o bem como para o mal. Quais as diferenças entre o primeiro álbum e este? O que

Qual a situação mais surreal que já viveram enquanto banda? JF: Já aconteceram umas coisas surreais, mas além de me lembrar, também preciso de meter aquele filtro… Ah perdi o meu baixo logo no primeiro concerto. Estávamos a arrumar o material, depois de um concerto em Barcelos. Nas traseiras, as portas de serviço davam para uma rua escurinha. Estávamos a arrumar o material e o baixo encostado a uma porta no escuro, dentro de um estojo preto. E nunca mais… foi uma estreia em grande. Pensei, pagaram-nos 150 euros e eu acabei de perder 950 euros. Foi um estímulo para subir na vida.

» a não perder este mês

» SINTRA MISTY, UMA NUBLINA SONORA

Joan as Police Woman

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acrescentaram de novo neste trabalho dentro da linha do que são os peixe:avião? JF: Depois de reflectir um bocado e de ter o feedback do público e das pessoas que escrevem e falam sobre música, tomámos a decisão de fazer uma estrutura mais controlada das músicas, para depois sermos mais arrojados nos arranjos. De certa forma, são sons mais tradicionais, com uma roupa mais avant-garde.

Renata Lobo

» E tu? Partilha na nossa página do Facebook as músicas que andas a ouvir.

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» Urban routes, um festival a crescer

O outonal clima de Outubro recebe em Sintra – no Centro O Festival Jameson Urban Routes tem vindo a Cultural Olga Cadaval e no Auditório Jorge Sampaio – nos crescer de ano para ano. Na quarta edição, o dias 15, 16 e 17, a primeira edição do Festival Sintra Misty. certame volta à sala do MusicBox do Cais do Sodré, Pela histórica vila irá passar uma amplitude sonora que em Lisboa, nos dias 21, 22, 23 e 29, 30 de Outubro. vai da folk de praia de Piers Faccini até ao rock com um A confirmar o acréscimo de qualidade, às já de si travo a new country de Joan as Police Woman. O festival excelentes edições anteriores, estão nomes como os recupera músicos como Lloyd Cole e o mítico Mark WhoMadeWho, El Guincho, Toro Y Moi, Nicola Conte, El Guincho Kozelek dos Red House Painters. Mas assenta os pilares ou os portugueses You Can’t Win Charlie Brown Ganha numa vertente musical mais introspectiva, em nomes e Noiserv num total de 18 actuações. A entrada entradas como Foge Foge Bandido de Manel Cruz, a marroquina diária é 12 euros, sendo que a primeira noite Hindi Zahra, o cantautor escocês Andy Kilpatrick ou no com o MU em (dia 21) é de entrada gratuita. inevitável Rodrigo Leão & Cinema Emsemble. O cartaz Mais informação em www.mundouniversitario.pt www.musicboxlisboa.com. completo em www.sintra-misty.com.


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CRÓNICA

Isto é rádio? Isto é Mega!

Filipa Galrão

Animadora Mega Hits – 22h-02h

Radio is the theater of the mind, television is the theater of the mindless. Steve Allen* não estava propriamente a jogar ao peão quando a sua veia seriamente cómica assim falou. Se a televisão te mostra tudo despojada de qualquer misticismo, a rádio dá-te muito mais em que pensar. Quem é que falou em ‘pior arranque do ano escolar de sempre’? Não vás por aí. A Mega Hits está com os caloiros de Aveiro em mais um ‘Integra-te’ e também com a Recepção ao Caloiro da Universidade do Minho. Em Coimbra vem aí mais uma grande Latada e claro que a Mega Hits te vai dar bilhetes para não ficares à porta. A Festa das Latas tem mais encanto na noite de 25 dentro da tenda Mega Hits. Os melhores DJ vão lá estar com a tua rádio e o Mika também. Se por acaso te apetecer curtir a cena mais para Sul, encontramo-nos na festa do caloiro do ISCTE já no dia 15. A Mega Hits está contigo em todas as festas que interessam e tudo o que precisas de saber está no site da tua rádio, em mega.fm.

Depois da festa podes dar um passeio até à praia. A Ericeira vai ser o teu melhor spot anti-ressaca. A Mega Hits vai estar no Quicksilver Pro Portugal 2010 na Ericeira, de 19 a 24 de Outubro. Um WQS masculino de seis estrelas, e está tudo dito! ‘Tás a ver? Apesar de algumas medidas de austeridade já terem sido publicadas em Diário da República, de o Benfica não estar a jogar como no ano passado, (e de o Sporting continuar igual, lol) o teu ano lectivo até começa bem. E tudo com a TUA rádio! It’s not true that you have nothing on. You have the radio on**. Isto é Mega: Spread the message!

* Comediante, músico e escritor norte-americano. Criador do famoso programa “Tonight Show!”, actualmente apresentado por Jay Leno. **Adaptada de uma citação da actriz Marylin Monroe. A original: It’s not true that I had nothing on. I had the radio on.

DESTAQUES

8.0 SINTRA 8 05.6 AVEIRO 1 2.9 BRAGA 9 .0 0 9 BRA

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» 5.ª Dimensão

HALO 3. Missões mais espectaculares e cenários mais trabalhados

A batalha por Reach é o mote

Halo: Reach foi desenvolvido pela Bungie para a Microsoft e é um exclusivo Xbox 360.

A história que costumo contar sempre que sai um novo Halo é de como fiz uma directa inesperada entre a véspera e o Dia de Natal, depois de ter colocado o DVD do Halo original na minha Xbox, ostensivamente apenas para o experimentar.

Luís Magalhães luis.magalhaes@ene3.com

Desde então, o jogo que colocou a Xbox no mapa passou pela adolescência com a acção desenfreada e narrativa atribulada de Halo 2, e atingiu a maturidade com os soberbos elementos multijogador e campanha ponderada de Halo 3. Depois da taciturna

aventura de Halo: ODST, quase um aparte para melhor explorar o motor de Halo 3, Halo: Reach é um regresso ao que tornou o original tão apelativo, apimentado com uma boa dose das inovações que surgiram na série ao longo dos anos. Seria errado dizer que Reach é um best of, pois não há material reciclado, mas é verdade

que o jogo resulta do culminar de uma década a criar jogos Halo; a Bungie aprendeu com cada título e o resultado é que hoje, a fórmula é imaculada. Este é o Halo com a melhor história – e nada menos que uma tragédia, tipo de narrativa incomum em jogos –, com as melhores armas, com as missões mais espectaculares, com os

cenários mais trabalhados. A viagem que iniciamos como o novo elemento da equipa de elite Noble Team leva-nos a todos os cantos do planeta Reach. E ao longo da luta desesperada contra uma ameaça alienígena que a Humanidade não tem como vencer, é notória a variedade de situações em que nos encontramos, desde

missões de infiltração furtiva até a batalhas espaciais. O leque de opções para multijogador online assegura que quem gosta de jogar online com os amigos tem jogo para muitos meses, mas é a aventura principal que torna Halo: Reach uma entrada inesquecivel na série mais importante da Xbox.

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FESTIVAL. De 14 a 24 de Outubro, o cinema documental invade Lisboa

José & Pilar abrem DocLisboa

ESTREIAS DA SEMANA

Ao oitavo ano, o DocLisboa abre esta quinta-feira com muita variedade e o muito aguardado documentário sobre Saramago, ‘José & Pilar’. Este ano há ainda uma retrospectiva do realizador holandês Joris Ivens, considerado o pai do documentário. Se ainda não marcaste o que queres ver, não percas mais tempo. O Doc está prestes a começar. A Cidade Ben Affleck está feito um realizador talentoso. Depois de ter brilhado no filme ‘Gone Baby Gone’, de 2007, o actor que se celebrizou ao lado do amigo Matt Damon como protagonistas e argumentistas do filme ‘O Bom Rebelde’, Affleck volta a colocar rendida a crítica mundial. Esta adaptação do romance ‘O Príncipe dos Ladrões’, de Chuck Hogan, foi líder de bilheteiras nos Estados Unidos e conta a história de um criminoso de carreira chamado Doug (Affleck). À medida que planeia o seu próximo assalto, terá de lidar com os sentimentos por uma responsável de um banco (a bela Rebecca Hall) e de se precaver com os avanços de um agente do FBI que está no seu encalço.

João Tomé info@mundouniversitario.pt

Os documentários, mais que meros filmes de carácter informativo, têm ganho cada vez mais sucesso junto do público, seja como objectos de intervenção na sociedade, ou um mero espelho cinematográfico de uma realidade. O maior festival documental do País, o DocLisboa – Festival Internacional de Cinema –, abre quinta-feira para a sua oitava edição. A inaugurar o certame está ‘José & Pilar’, o retrato de José Saramago e Pilar del Rio feito por Miguel Gonçalves Mendes antes da morte do escritor. No total, o DocLisboa propõe cerca de 200 filmes (40 são portugueses e um é de Manoel de Oliveira) num período mais alargado e espalhado por mais salas da capital. À Culturgest, Cinema Londres e São Jorge, junta-se programação consolidada na Cinemateca e no Cinema City de Alvalade. HISTÓRIA: JORIS IVENS EM RETROSPECTIVA A organização pretende dar uma forte componente histórica ao festival este ano, por isso aposta numa retrospectiva da obra do holandês Joris Ivens, amigo de Ernest Hemingway e conhecido como ‘o pai do documentário’. Sobre ele, o director do festival, Sérgio Tréfaut, diz que lhe terá mudado a vida. O DocLisboa exibirá 39 filmes de Ivens, numa retrospectiva marcada pela presença da viúva (e co-autora de muitos filmes), Marceline Loridan-Ivens. Outro homenageado será o dinamarquês Jorgen Leth,

» DocLisboa Onde: Culturgest, Cinema Londres, São Jorge, Cinemateca e Cinema City de Alvalade Quando: 14 a 24 Outubro Site: www.doclisboa.org

O Último Exorcismo

mais festivais » Festa do Cinema Francês

que apresentará em Lisboa, em estreia europeia, o filme ‘Erotic Man’, ensaio autobiográfico sobre a procura da natureza do erótico. A secção musical ‘Heart Beat’ aposta principalmente em filmes sobre a história do rock, desde os Beatles, passando pelos Rolling Stones e por Frank Zappa. Motivos não faltam para conhecer um pouco mais do mundo e das suas histórias reais sem sair de Lisboa.

Poucos festivais ou mostras se podem orgulhar de percorrer de forma tão completa o País de lés-a-lés como a Festa do Cinema Francês, que atinge agora a sua 11.ª edição. O evento, que começou no passado dia 7 em Lisboa (São Jorge), prolonga-se até 9 de Novembro, passando por cidades como Almada, Porto, Guimarães, Faro e Coimbra, e oferecendo o maior programa de sempre, com 125 sessões. Durante 32 dias haverá 20 longas-metragens em antestreia nacional – quase todas irão ter estreia comercial no nosso país, ou não respirasse o cinema francês boa saúde. O evento irá ainda ter a presença das actrizes Sandrine Bonnaire e Jane Birkin e do realizador André Téchiné. Há espaço ainda para concertos, ateliers, debates e encontros com três dezenas de personalidades do mundo da sétima arte francesa. Programação: www.festadocinemafrances.com

O terror está de volta – já a semana passada estreou ‘REC 2’ –, neste filme de Daniel Stamm que pretende assustar e também satirizar os filmes de terror. Acompanhamos um pastor evangélico louco, que após vários anos a executar exorcismos, decido participar num documentário para registar o seu último exorcismo, ao mesmo tempo que expõe a fraude que é o seu próprio ministério.

[11 OUT 2010]

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