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2.3.6.1) Reflexos da crise na Escola de Rendas de Peniche

2.3.6.1) Reflexos da crise na Escola de Rendas de Peniche

Este quadro desanimador parecer ter tido reflexos, sobretudo a partir de meados da década de 50, na frequência do curso de rendas da Escola Josefa de Óbidos que, com a reforma do ensino técnico-profissional de 1948, passa a chamar-se Escola Industrial de Peniche.

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ANO LETIVO

1950/51 1951/52 1952/53 1953/54 1954/55 1955/56 1956/57

Número de alunas a frequentar o curso de rendas na Escola Industrial de Peniche (SANTOS: s./d., p. 27)

Nº DE ALUNAS

56 63 59 69 5 5 1 Com o aviltamento da formação perdeu-se a capacidade de renovar os piques, os desenhos e os padrões, baixou-se o nível de exigência técnica às rendilheiras, enfim, perdeu-se a linha de rumo traçada por personalidades como Maria Augusta Bordalo Pinheiro e que tanto contribuiu para o novo impulso que as rendas tiveram na primeira metade do século XX.

A segunda metade do século XX ficou assim marcada pelo signo do esmorecimento, quer no número de rendilheiras, quer na qualidade do produto apresentado, fator que se refletiu numa descida generalizada dos preços.

O curso de rendas, que vinha a operar com a configuração adotada pela reforma de 1930, encerrou de forma definitiva no ano letivo de 1956/57, quando era frequentado apenas por 1 aluna. Paralelamente ao curso, a oficina de rendas continuou a funcionar como uma disciplina de opção para as alunas que frequentavam o ensino primário e, mais tarde, secundário.

“O regime de oficinas, que era frequentado em regime de voluntariado e quase exclusivamente por alunas do ensino primário, também estiolava ante o desinteresse geral, porque as crianças furtavam-se às rendas quando obtinham o diploma de ensino primário. E mesmo este ensino elementar, que se ministrava a crianças de 8 e 9 anos, não garantia a qualidade técnica e artística das rendas, que no sector privado se viam sob o jugo do lucro fácil. (….) o ensino das rendas haveria de desaparecer da escola técnica e com ele a existência de um corpo docente especializado que garantia a qualidade do produto (…) “ (SANTOS, s./d., p. 26)

Fig. 8 - Fotografia na Escola Industrial e Comercial de Peniche, década de 60 (séc. XX) disponível no blog de D. Ida da Conceição Guilherme (rendas-de-peniche.blogspot.com)

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