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2.3.7) Novos centros de formação
2.3.7) Novos centros de formação
Apesar do declínio do ensino de âmbito escolar, foram surgindo a partir de meados do século XX outras instituições que tomaram sobre si a responsabilidade de continuar a ensinar a arte das rendas de bilros. É o caso, por exemplo, da Escola-Oficina da Casa de Educação e Trabalho das Filhas dos Pescadores, criada em 1943 pela Junta Central da Casa dos Pescadores, e onde as filhas dos mesmos, entre outras disciplinas que contribuíam para a sua formação, aprendiam a rendilhar. A Escola conseguia albergar 150 meninas de cada vez e funcionou até 1993. Ao longo do tempo, frequentaram a Escola centenas de crianças entre os 10 e os 15 anos. A Escola-Oficina do Clube Stella Maris, criado em 1962 pelo pároco de Peniche, Manuel Bastos de Sousa, foi mais um esforço no sentido de revitalizar e aperfeiçoar o ensino da arte de rendilhar. Aí exerceram o papel de mestras pessoas como Ester Rasteiro, Maria do Carmo Farto e Lourdes Baeta.
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A obra desta Escola seria mais tarde continuada, em parte, pela Associação dos Artesãos de Santa Maria, entidade criada em 1987 no âmbito dos esforços empreendidos pela igreja local no sentido de preservar e projetar o fabrico de rendas de bilros em Peniche. A ela aderiram as senhoras anteriormente ligadas à Escola que funcionou no Clube Stella Maris, passando desde então a manufaturar rendas na oficina da associação. O dinheiro da venda das rendas revertia para as obras sociais da paróquia local.
Apesar da perda de relevância económica da indústria, as entidades públicas locais, como a Autarquia, nunca deixaram de tentar projetar e dignificar as rendas de Peniche, entendidas como um importante elemento da identidade local. É disso testemunha a criação de um núcleo dedicado à Renda de Bilros no Museu Municipal, inaugurado em 1984 na conhecida Fortaleza daquela localidade, composto por duas salas de exposição e uma Escola-Oficina. Foram aí professoras Maria do Rosário Leitão, Lídia Ribeiro, Iria Rodrigues e Graça Maria Ramos. (CALADO: 2003)
A Escola-Oficina foi mais tarde transferida para um espaço situado no Jardim Público, onde ainda hoje existe e onde as rendilheiras produzem e colocam à venda as suas rendas, sob a orientação da professora Cristina Santos.