Roteiro das Igrejas, Ermidas e Capelas de Tavira by Município de Tavira

roteiro

das igrejas, ermidas e capelas de Tavira

Índice 06 08 10 12 14 16 18 20 22 -

Ficha técnica Edição Câmara Municipal de Tavira Impressão Litho Formas Portuguesa Tiragem 15.000 exemplares Concepção Nerve Atelier de Design Distribuição gratuita Março 2008

(ou de São Paulo) 24 - Antigo Convento da Nossa Senhora da Piedade (ou das Bernardas) 25 - Igreja e Antigo Convento de Santo António dos Capuchos 26 - Ermida de São Sebastião 27 - Ermida de São Brás 28 - Ermida de Santa Ana 30 - Ermida da Nossa Senhora do Livramento (ou de São Lázaro) 31 - Capela da Nossa Senhora da Piedade 32 33 34 36 38 40 41 -

Capela da Nossa Senhora da Consolação Igrela Matriz de Santo Estevão Igreja Matriz da Nossa Senhora da Luz Igreja Matriz de Santa Catarina da Fonte do Bispo Igreja Matriz da Nossa Senhora da Conceição Igreja Matriz de Santo Estevão-Cachopo Igreja Matriz de Santa Luzia

Introdução Tavira possui um dos mais interessantes conjuntos da arquitectura religiosa do Algarve. O visitante poderá encontrar nos templos da cidade, várias épocas e estilos artísticos, do portal renascentista da Misericórdia ao esplendor do barroco da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, das pinturas medievais da Igreja de Santiago à imponente Igreja de Santa Maria do Castelo que se eleva entre o casario do casco histórico. Mas Tavira vale pela riqueza de um conjunto patrimonial, que envolve ambientes marítimos e urbanos, pleno de espiritualidade e memórias sociais. Este roteiro oferece ao visitante uma síntese do património religioso de Tavira, uma viagem através dos conventos, igrejas, ermidas e capelas que com maior ou menor dimensão e riqueza artística têm importantes significados para a história da cidade e da região.

Igreja da Misericórdia Freguesia: Santiago | Século: XVI

Este edifício utiliza uma tipologia de três naves e quatro tramos formados por arcos moldurados assentes sobre colunas com capitéis renascentistas cuidadosamente ornamentados. Em substituição do anterior retábulo quinhentista, pintado por Pedro da Campânia, encontramos do período barroco três magníficos retábulos: o da capela-mor e dois colaterais, datados de 1722.

Na Vila-a-dentro, junto à Porta D. Manuel I, a igreja

O retábulo principal é da autoria do mestre entalhador

edificada entre 1541 e 1551 é considerada a mais

Manuel Abreu do Ó.

notável expressão renascentista do Algarve. É obra do mestre pedreiro André Pilarte, então residente

Em 1754 foram abertas quatro janelas no corpo

em Tavira que trabalhou na construção do Mosteiro

da igreja e em 1760 foram colocados 18 painéis

dos Jerónimos em Lisboa. As características renascen-

de azulejos figurativos azuis e brancos, executados

tistas estão bem patentes na composição e decoração

na oficina de um mestre lisboeta. Representam as obras

do pórtico principal, em arco de volta perfeita,

de misericórdia espirituais e corporais e passos da vida

decorado com motivos inspirados em gravados

de Cristo, interessante manifestação do formulário

italianos, rematado por um admirável conjunto escultó-

Rococó, faltando hoje alguns trechos.

rico que integra a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, ao centro, ladeada pelas figuras de São Pedro

Classificação: Imóvel de Interesse Público

e São Paulo e pelas armas do reino e da cidade.

Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo

Situada junto ao castelo, no interior das muralhas

O mérito da intervenção centra-se na articulação

da cidade, revela pela localização e dimensões

harmoniosa entre o projecto moderno de sabor

a importância simbólica e social. O templo

classicista com o que restava da antiga igreja medieval,

que conhecemos hoje recebeu uma série de inter-

resultando numa assumida e peculiar igreja ecléctica.

venções ao longo dos séculos (gótico, renascença,

O arquitecto reconstruiu o corpo do templo com três

barroco e neoclássico). A Igreja de Santa Maria do

naves e quatro tramos. A cabeceira e algumas capelas

Freguesia: Santa Maria | Século: XIII e xviii (reconstrução)

Castelo terá sido edificada no século XIII sobre a antiga

laterais foram reaproveitadas, constituindo importantes

mesquita do tempo da ocupação muçulmana. Ficou

testemunhos da antiga igreja. Também o antigo portal

bastante danificada com o terramoto de 1755, e foi

gótico se manteve, integrando-se na nova lógica

reconstruída por orientação do Bispo do Algarve,

neoclássica da fachada principal.

D. Francisco Gomes de Avelar, segundo um projecto neoclássico do arquitecto italiano Francisco Xavier Fabri.

Do século XVI, a capela lateral do Senhor dos Passos da qual resta a abóbada, de grande efeito arquitectónico e decorativo, constitui um bom exemplo de interpretação local do estilo manuelino. Nesta igreja foram armados cavaleiros os filhos de D. João I, após a conquista de Ceuta, em 1415. Na capela-mor, existem duas inscrições lapidares correspondentes aos túmulos de D. Paio Peres Correia e dos “Sete Cavaleiros” da Ordem de Santiago, que segundo a lenda terão morrido na conquista de Tavira aos mouros. No interior da igreja, para além de alguns retábulos em talha dos períodos barroco e rococó, destacam-se diversos exemplares de azulejaria, pintura e imaginária religiosa. Classificação: Monumento Nacional

Igreja Matriz de Santiago Freguesia: Santiago | Século: XIII e xviii (reconstrução) Situada defronte da Igreja de Santa Maria do Castelo. As suas origens remontam à segunda metade do século XIII, provavelmente edificada sobre uma antiga mesquita menor. O Rei D. Afonso III, em 1270, doou o padroado desta igreja ao Bispo e ao Cabido de Silves. Foi reconstruída, no século XVIII, na sequência do terramoto de 1755. A fachada principal apresenta um grande medalhão com trabalhos de massa, no qual se observa ao centro, uma imagem de São Tiago a cavalo, em luta contra os mouros, símbolo da conquista cristã. A fachada sul representa um conjunto de volumes que resultam das capelas laterais, sacristia e anexos. No interior de nave única e capela-mor, estão expostos retábulos em talha, imagens e pinturas sacras, algumas provenientes de outros templos da cidade.

Igreja de Nossa Senhora das Ondas (ou de São Pedro Gonçalves Telmo) Freguesia: Santa Maria | Século: XVI e xviii (reconstrução)

Situa-se na antiga Rua da Corredoura, em frente do Cine-teatro. Este edifício remonta à primeira metade do século XVI, tendo sido mandado construir pela Corporação do Corpo Santo, também designada por Compromisso Marítimo. A igreja representa o testemunho vivo da actividade marítima de Tavira, cujo patrono era S. Pedro Gonçalves Telmo, protector dos pescadores e das gentes do mar. Inscrevia-se no estilo arquitectónico do primeiro renascimento, mantendo-se desta época o arco triunfal. Diogo Tavares de Ataíde, o mais importante mestre pedreiro da época barroca do Algarve, dirigiu a reconstrução do templo ocorrida, em 1756, após o terramoto. No interior poderá observar-se a notável pintura dos tectos em madeira da capela-mor e da nave, que constitui uma das mais expressivas manifestações pictóricas do rococó algarvio, de autoria do pintor Luís Pereira. Classificação: Imóvel de Interesse Público

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Igreja de São José do Hospital (ou do Espírito Santo) Freguesia: Santa Maria | Século: XV e xviii (reconstrução)

Situa-se na Praça Zacarias Guerreiro. Este templo

Do templo primitivo resta uma capela lateral, a qual

tem origem no século XV e pertencia ao antigo

é coberta por uma abóbada tardo-medieval onde

Hospital Real do Espírito Santo. Foi reconstruído

surgem as armas de famílias nobres.

a partir de 1752, simultaneamente com as instalações hospitalares, por deliberação de D. João V. As obras iniciaram-se sob a responsabilidade do mestre-canteiro farense Diogo Tavares de Ataíde. No interior, a igreja apresenta como particularidade a sua nave octogonal de lados desiguais, conferindo um certo dinamismo barroco aos alçados do templo. Integra-se numa

o retábulo principal, um dos poucos exemplares de pintura em “trompe l’oeil” na região algarvia. Dos quatros retábulos colocados na nave da igreja, os dois colaterais são do período rococó e os restantes laterais são neoclássicos.

tipologia, rara no Algarve, que tem como modelo,

Nos nichos destes últimos estão, duas imagens

entre outras, a igreja lisboeta do Menino Deus (1712).

setecentistas, de grandes dimensões, uma de Nossa

O terramoto de 1755 provocou danos na igreja e hospital. A reconstrução arrastou-se até 1768, data da conclusão da obra. 14

No que respeita à ornamentação interior, destaca-se

Senhora do Carmo e outra de Santa Teresa, ambas originárias do extinto Convento do Carmo de Tavira. Classificação: Imóvel de Interesse Público

Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo Freguesia: Santa Maria | Século: XVIII Localiza-se no Largo do Carmo. O ano de 1747 marcou o início da construção da igreja da Ordem Terceira do Carmo, em terreno anexo ao recém-fundado convento carmelita de Tavira. Ficou então definido que o portal principal, localizado no fundo da nave, ligaria com o convento. As obras deste templo prolongaram-se até 1789, adoptando uma planta de cruz latina, tipologia pouco frequente no Algarve.

Apesar do interesse dos irmãos terceiros para com

A ornamentação interior de algumas capelas iniciou-se

o convento carmelita que se edificava junto à sua igreja,

na década de setenta. A talha da capela-mor começou

a construção daquele arrastou-se por vários anos.

a ser realizada em 1780, representando a mais

Em 1792 concluiu-se a obra da fachada do templo

significativa manifestação do Rococó no Algarve.

conventual, conforme inscrição no portal principal.

Expressões do Rococó são também o guarda-vento

Aquando da extinção das ordens religiosas as obras

e os seis retábulos laterais, utilizando já os dois retá-

não estavam concluídas e deste modo parte das insta-

bulos colaterais o formulário neoclássico. Destaca-se

lações conventuais foram adaptadas a cemitério

igualmente a pintura em perspectiva ilusionista do tecto

da Ordem Terceira.

da capela-mor, de provável autoria de José Ferreira da Rocha, com representação de uma “Nossa Senhora

Classificação: Imóvel de Interesse Público

do Carmo a entregar o escapulário a São Simão Stock”.

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Igreja e Antigo Convento de São Francisco

Situa-se na Praça Zacarias Guerreiro, nas proximidades

um raio, fez arder a capela da Ordem Terceira

das muralhas medievais. As suas origens remontam

de S. Francisco.

Freguesia: Santiago | Século: XIII - XIV

é um edifício complexo, com várias intervenções

aos finais do século XIII ou inícios do século XIV, tendo pertencido à Ordem dos Templários até 1312. Quando esta ordem foi extinta, D. Dinis doou, provavelmente, as instalações à Ordem de São Francisco. Actualmente ao longo da sua história. Foi alvo de várias destruições: em 1755, pelo terramoto, tendo este último provocado grandes ruínas; em 1843, por desabamento de parte da igreja e em 1881, um incêndio provocado por

Conserva ainda interessantes vestígios medievais e um antigo cemitério. Destaca-se a actual sacristia, com uma abóbada sextapartida por nervuras saídas de um único fecho e assentes em capitéis góticos com decoração vegetalista, reflectindo a influência da arte da Batalha (séc. XV). No jardim camarário anexo ao templo conservam-se duas capelas góticas que pertenceriam ao antigo claustro, com cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas assente em capitéis decorados com motivos vegetalistas.

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Antigo Convento de Nossa Senhora da Graça

Localizada na Vila-a-dentro, no alto de Santa Maria. O convento foi fundado por frades agostinhos em 1542, no local da antiga judiaria da cidade, tendo as obras se iniciado a partir de 1569. A fachada da igreja, que se encontra recuada em relação ao restante edifício, integra-se no “Estilo Chão”.

Freguesia: Santiago | Século: XVI e xviii (reconstrução)

Em 1749, foi promovida uma grande campanha de obras, conduzida por Diogo Tavares de Ataíde, o mais famoso arquitecto algarvio do século XVIII. Na sequência destas obras restaurou-se o claustro antigo do convento, de planta quadrangular adossada à fachada a Sul da igreja, mantendo-se a sua aparência quinhentista no primeiro piso, formado por arcadas clássicas com colunas e toscanas. Dez anos volvidos os frades lançam nova campanha de obras no edifício, desta vez para a construção de um novo dormitório, ao qual corresponde a grande fachada barroca do edifício. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, o edifício ficou afecto ao Ministério da Guerra, passando a funcionar como quartel. Mais recentemente, o edifício foi adquirido pela Câmara Municipal e cedido às Pousadas de Portugal, que o reabilitou para funções hoteleiras. Em Junho de 2006 foi inaugurada a primeira Pousada Histórica do Algarve – Pousada do Convento da Graça.

Classificação: Imóvel de Interesse Público

Igreja do Antigo Convento de Nossa Senhora da Ajuda (ou de São Paulo)

Situado na Praça da Alagoa. O antigo convento

Freguesia: Santa Maria | Século: XVII

foi entregue à confraria de Nossa Senhora da Ajuda.

foi fundado em 1606. A igreja foi erguida de acordo com o modelo de arquitectura “chã” e apresenta planta de cruz latina, composta por capela-mor, transepto, nave única e nártex com acesso por dois arcos plenos de cantaria, um na fachada lateral e o outro no frontispício. Em 1834, com a implementação do Liberalismo e consequente extinção das ordens religiosas, a igreja O convento e a cerca foram vendidos em hasta pública e posteriormente destruídos. A fachada do edifício é delimitada por pilastras almofadadas, formada pelo arco de entrada do nártex, por três janelas, tendo um nicho com a imagem, em barro, da padroeira. O interior do edifício contém sete retábulos em talha, um interessante acervo de pintura e imaginária religiosa dos séculos XVI, XVII e XVIII, em parte proveniente de diferentes igrejas da cidade e conventos extintos. Destaca-se o retábulo de Nossa Senhora do Carmo, mandado fazer, em 1730, pela Ordem Terceira do Carmo ao entalhador Gaspar Martins.

Classificação: Imóvel de Interesse Público

Antigo Convento de Nossa Senhora da Piedade (ou das Bernardas)

A sua localização é privilegiada, próxima da ponte nova sobre o Rio Gilão, voltado para o sapal e salinas, para a foz do rio e para a ria, sem quaisquer obstáculos visuais. O edifício foi fundado, em 1509, pelo rei D. Manuel I, em acção de graças pelo levantamento do cerco que os mouros tinham imposto a Arzila, antiga possessão portuguesa no Norte de África. A constru-

Igreja e Antigo Convento de Santo António dos Capuchos

ção prolongou-se até 1528 influenciada pelo estilo Freguesia: Santiago | Século: XVI

manuelino. Inicialmente destinado a freiras clarissas,

Freguesia: Santiago | Século: XVII

foi entregue por D. João III ao Bispo de Silves, D. Fernando Coutinho, em 1530. Este concluiu a obra

O convento situado na Rua de Santo António,

e entregou o edifício às monjas de Cister. A sua planta

começou a ser construído, em 1612, para uso de frades

formava um duplo quadrado, com um claustro

capuchos, junto à antiga e desaparecida ermida

e uma grande igreja dedicada a Nossa Senhora

da Esperança. A igreja possui uma planta rectangular

da Piedade.

simples, exemplar da arquitectura “chã” seiscentista.

O templo sofreu diversas modificações ao longo

Durante a segunda metade do século XVIII foi

dos séculos e foi fortemente danificado pelo terramoto

remodelada a fachada principal, reconstruído o frontão

de 1755. Com a extinção das ordens religiosas,

e a janela sobre galilé. No interior do templo é possível

sendo o maior convento do Algarve, recebeu as freiras

admirar, um notável conjunto constituído por três

de Lagos, Loulé e Faro. Extinto em 1862, data

grupos escultóricos setecentistas em barro, de tamanho

da morte da última freira, foi vendido em hasta pública,

quase natural, que representam cenas da vida de Santo

tendo sido adaptado em 1890 a fábrica de moagem

António. É possível contemplar ainda retábulos

o que o descaracterizou completamente. A fábrica

em talha e exemplares de pintura e de imaginária

manteve-se activa até finais da década de 60.

religiosa dos séculos XVII a XIX. Do antigo convento,

Do primitivo edifício são ainda visíveis vários elementos,

destaca-se o claustro, de grande sobriedade, com três

destacando-se o portal gótico-manuelino, encimado

arcos por banda assentes em pilares de secção

por fogaréus barrocos no alçado norte da igreja.

quadrada. Em 1994, abriu como unidade de turismo de habitação.

Classificação: Imóvel em Vias de Classificação

Ermida de São Sebastião

Ermida de São Brás

Freguesia: Santiago | Século: XVII (?) - XVIII (reconstrução)

Freguesia: Santa Maria | Século: XV (?) XVIII (reconstruída)

Este pequeno templo, na Atalaia, foi reconstruído no século XVIII, mais precisamente em 1745. O templo é de planta longitudinal composta pelos rectângulos da nave, capela-mor e sacristia. Poderá observar-se no interior do templo uma interessante ornamentação

No Largo de São Brás, em épocas recuadas fora da cidade, este pequeno templo de origem tardomedieval era administrado pela confraria de São Brás. O templo é constituído por uma só nave e capela-mor, tendo anexa a casa do ermitão. Uma campanha de obras ocorrida na segunda metade do século XVIII, atribuiu-lhe novas formas e o seu aspecto actual. Na fachada principal, destaca-se o portal e janelão com expressivas molduras em cantaria do período rococó. No interior do templo, é possível admirar duas imagens em madeira, uma de Nossa Senhora e outra do padroeiro.

composta de madeira pintada em “trompe l´oeil”, revestindo as paredes e emoldurando um conjunto de dezasseis pinturas sobre tela, do século XVIII, evocando a vida da Virgem Maria e do mártir São Sebastião.

Classificação: Imóvel de Interesse Municipal

Ermida de Santa Ana Freguesia: Santa Maria | Século: XIII ou XIV (?) – XVIII (reconstrução)

Situada no alto de Santa Ana, esta ermida remonta à Idade Média, sendo um dos templos mais antigos de Tavira. O seu padroado pertenceu à Ordem de Santiago. Recebeu obras durante a primeira metade do século XVIII, tendo sido posteriormente adaptada a capela do Palácio do Governador e Capitão-General do Algarve depois deste se transferir para Tavira, a partir de 1756, na sequência do terramoto. Templo de uma só nave e capela-mor, com sacristia anexa e estreita divisão de acesso ao púlpito. Destacam-se dois portais similares, na fachada principal e na lateral, com cantarias setecentistas, de verga arqueada e lacrimais nas ombreiras. Em 1936, o templo foi adquirido pela Câmara Municipal de Tavira. No interior poderá observar três retábulos: o da capela-mor, composto em talha dourada, estilo nacional, com imagens de madeira integradas, e os dois laterais. O templo foi recuperado e musealizado em 2006, fazendo parte do sistema polinucleado previsto para o Museu Municipal de Tavira. Classificação: Imóvel de Interesse Municipal

Ermida de Nossa Senhora do Livramento (ou de São Lázaro) Freguesia: Santa Maria | Século: XV (?) – XVIII (reconstrução) Este pequeno templo, na Rua Almirante Cândido dos Reis, de origem medieval, é composto por uma só nave, ladeado pela casa do ermitão. A fachada principal remonta ao início do século XVIII, sendo remodelada no século seguinte. Desta intervenção, é possível observar a frontaria, toda revestida

Capela de Nossa Senhora da Piedade Freguesia: Santa Maria | Século: XVIII

Este templo de pequena dimensão, na Rua Gonçalo Velho, perto da Fonte da Praça, pertenceu à Confraria de Nossa Senhora da Piedade e foi construído em 1758. O portal foi inspirado no modelo de alguns pórticos do Convento da Graça e decorado por um coração ardente trespassado por um punhal. O frontão do templo mostra uma composição dinâmica, ornamentado com trabalhos de massa.

por azulejos, ainda hoje visíveis. O interior do templo,

No interior da ermida, um só retábulo de talha caracte-

possui três retábulos setecentistas, o da capela-mor

rística do estilo Rococó, apresenta na parte central,

e dois colaterais unidos pela talha do arco triunfal.

uma tela pintada, de Nossa Senhora da Piedade. Classificação: Imóvel em Vias de Classificação

Capela de Nossa Senhora da Consolação

Igreja Matriz de Santo Estêvão Freguesia: Santo Estêvão | Século: XVI

Freguesia: SANTIAGO | Século: XVII Igreja situada no centro da aldeia, teve origem numa Na Rua da Liberdade, a Capela foi edificada em 1648,

pequena ermida tardo-medieval dependente

pela confraria do mesmo nome. O templo, localizado

da freguesia de Santiago de Tavira. Do século XVI,

frente à antiga cadeia, servia de apoio espiritual

o templo recebeu importantes obras no século XVIII,

aos presos. A fachada actual apresenta-se com sobrie-

que alteraram o seu aspecto original. A reconstrução

dade. O interior é composto por uma só nave,

iniciou-se em 1707, por ordem do Bispo D. António

com dimensões reduzidas. É decorada por azulejos

Pereira da Silva, sendo interrompida após a sua morte.

do século XVII em forma de roda-pé com motivos

No século XIX, provavelmente em 1846, foi remode-

de tapete, os quais envolvem o templo e acompanham

lada a fachada principal e o portal principal reconstruído

também o arco de volta perfeita do altar lateral.

em 1903.

O retábulo principal seiscentista acolhe, uma imagem

No interior, a igreja é composta por nave única,

de Nossa Senhora e pinturas sobre tela, dedicadas

com quatro capelas laterais e capela-mor comunicando

ao culto mariano.

com a sacristia pelo lado da Epístola. O retábulo princi-

Classificação: imóvel Em Vias de Classificação

pal, cujo risco poderá ser da autoria do arquitecto italiano Francisco Xavier Fabri, prolonga-se através de uma pintura mural dando-lhe aspecto de retábulo fingido.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz

A fachada principal foi alterada na segunda metade

Freguesia: Luz de Tavira | Século: XVI

É composto por quatro arquivoltas, as exteriores

do século XVIII, na sequência do terramoto de 1755. Para além do pórtico principal maneirista ou do engenhoso sistema de abobadamento das naves, destaca-se o portal lateral Sul, o qual adopta o formulário manuelino, sendo um dos mais interessantes na região algarvia. definido um arco contracurvado. Apesar da sua datação

Localiza-se no centro da vila, mais especificamente frente ao Largo da República, junto à Estrada Nacional 125. A construção desta igreja surge na sequência da elevação da Luz de Tavira a sede de freguesia nas primeiras décadas do século XVI. As obras do edifício, iniciadas em estilo manuelino, arrastaram-se por várias

algo tardia, constitui uma referência obrigatória nos caminhos da arte manuelina no Algarve. O interior conserva um interessante acervo composto por obras de pintura, escultura e talha dos séculos XVI, XVII e XVIII. Classificação: Imóvel de Interesse Público

décadas, sendo a última intervenção a feitura do pórtico principal, por volta de 1570, da autoria de um mestre pedreiro algarvio convertido ao formulário maneirista. A estrutura do templo constitui uma novidade no panorama arquitectónico quinhentista do Algarve. Trata-se da única igreja-salão (ou hallenkirchen) da região, cronologicamente situável entre as igrejas-salão manuelinas e as dos anos 50 do século XVI. O interior compõe-se de três naves ao mesmo nível, quatro tramos e capela-mor. Actualmente, dois altares laterais neoclássicos constituem o recheio das naves. O retábulo-mor data da 2ª metade do século XVI sendo alvo de alterações posteriores.

Igreja Matriz de Santa Catarina da Fonte do Bispo Freguesia: Santa Catarina da Fonte do Bispo | Século: XVI

Situada no centro da aldeia. O templo foi iniciado durante a primeira metade do século XVI na sequência da elevação do sítio da Fonte do Bispo a sede de freguesia. No exterior da capela-mor subsistem dois contrafortes cilíndricos coroados por coruchéus cónicos quinhentistas. O interior segue um delineamento igual ao aplicado pelo mestre pedreiro André Pilarte na Misericórdia de Tavira, consistindo num templo de planta longitudinal com três naves e quatro tramos delimitados por arcos assentes sobre colunas renascentistas. Na capela-mor observam-se formas ao estilo manuelino nas molduras dos vãos e da abóbada polinervada. Na fachada principal destaca-se o pórtico, de recorte e composição idênticos ao do portal lateral da Misericórdia de Tavira. A sua decoração está sobretudo relacionada com Santa Catarina e com a gramática decorativa renascentista. O remate da fachada principal, com dinâmicas formas barrocas, denuncia a ocorrência de obras no templo durante o século XVIII.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição Freguesia: Conceição de Tavira Século: XVI

A igreja foi iniciada no primeiro quartel do século XVI no âmbito da criação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição. O seu padroado pertencia à Ordem de Santiago. O templo apresenta um admirável pórtico principal quinhentista composto por um arco quebrado com cinco arquivoltas e inscrito num gablete, sendo a última arquivolta decorada com representações tardo-góticas (ramos, folhagem, flores, carrancas, dragões mordentes, entre outros). O interior é composto por três naves de apenas três tramos, onde se destacam os capitéis e as bases das colunas decorados dentro da linguagem clássica, renascentista, que fez escola em Tavira no âmbito da actividade do célebre mestre pedreiro André Pilarte. A capela-mor é coberta por uma abóbada de aresta quinhentista, cujo fecho apresenta as armas da Ordem de Santiago em baixo-relevo. O templo recebeu obras em meados do século XVIII, ganhando então o frontão barroco que anima a fachada principal e enquadra, o brasão da Ordem de Santiago, modelado com formas barrocas em massa.

Igreja Matriz de Santo Estêvão Freguesia: Cachopo | Século: XVI e xx (reconstrução)

Igreja Matriz de Santa Luzia Freguesia: Santa Luzia | Século: XX Situada no Largo da Igreja foi reconstruída sobre a anterior Ermida, a qual data de 1567. O nome de Santa Luzia foi dado pelos pescadores em homena-

Este templo, no centro da aldeia, foi construído

gem à mártir siciliana, protectora dos que sofrem

no inicio do século XVI, por subscrição dos moradores

dos olhos. A igreja recebeu várias obras, ao longo

e administrado pela Ordem de São Tiago. A igreja

dos séculos. Em 1972, a igreja voltou a sofrer remo-

sofreu grandes alterações no século XX, por volta

delações que culminaram na sua fisionomia actual.

dos anos 50, destruindo a estrutura primitiva do templo e alterando todo o seu interior. Em 2007, a igreja foi de novo recuperada.

Cachopo

22 06

Mapa

09 14

15 20

Santa Catarina da Fonte do Bispo

Conceição

Concelho de Tavira

Tavira

Santo Estevão

Luz de Tavira

Rio

Gilão

Santa Luzia

05 06 07 08 09 -

19 16

10 -

03 17

07 12

Mapa da Cidade

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Igreja da Misericórdia Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo Igreja Matriz de Santiago Igreja da Nossa Senhora das Ondas (ou de São Pedro Gonçalves Telmo) Igreja de São José do Hospital (ou do Espírito Santo) Igreja da Ordem Terceira da Nossa Senhora do Carmo Igreja do Antigo Convento de São Francisco Antigo Convento da Nossa Senhora da Graça Igreja do Antigo Convento da Nossa Senhora da Ajuda (ou de São Paulo) Antigo Convento da Nossa Senhora da Piedade (ou das Bernardas) Igreja e Antigo Convento de Santo António dos Capuchos Ermida de São Sebastião Ermida de São Brás Ermida de Santa Ana Ermida da Nossa Senhora do Livramento (ou de São Lázaro) Capela da Nossa Senhora da Piedade Capela da Nossa Senhora da Consolação Igrela Matriz de São Estêvão – Santo Estêvão Igreja Matriz da Nossa Senhora da Luz – Luz de Tavira Igreja Matriz de Sta. Catarina da Fonte do Bispo – Sta. Catarina Igreja Matriz da Nossa Senhora da Conceição – Conceição Igreja Matriz de Santo Estevão – Cachopo Igreja Matriz de Santa Luzia – Santa Luzia

MONUMENTOS QUE NÃO SE ENCONTRAM NESTE CATÁLOGO Mosteiros / Conventos Convento de Nossa Senhora do Carmo Freguesia: Santa Maria | século: XVIII

Igrejas Igreja de São Roque Freguesia: Santiago | XVI - reconstruída meados século XVIII

Igreja do Antigo Arraial Ferreira Neto Freguesia: Santa Maria | Século: XX

Ermidas / Capelas Ermida de São Pedro Freguesia: Santiago | Século: XVII

Ermida do Senhor do Calvário ou de Nossa Senhora das Angústias Freguesia: Santiago | Século: XVIII

Ermida de Santa Margarida Freguesia: Santiago | Século: XVII

Ermida de Nossa Senhora da Saúde Freguesia: Santa Maria | Século: XV

Capela de Benamor Freguesia: Conceição | Século: XVIII

Ermida da Capelinha Freguesia: Santa Maria | Século: Data desconhecida

Ermida de Nossa Senhora do Livramento Freguesia: Luz de Tavira | Século: XVIII

Capela Nossa Senhora do Mar Freguesia: Cabanas | Século: XX

UNIÃO EUROPEIA Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional

GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional