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REVISTA MUNICIPAL

FLORA DO CONCELHO COM 92 FAMÍLIAS BOTÂNICAS

Os trabalhos de inventário e caracterização da flora e vegetação de Lousada iniciaram em 2015. Desde então, foram identificadas 379 espécies silvestres, acrescendo ainda cerca de 140 espécies de árvores e arbustos exóticos, ornamentais, encontrados essen- cialmente em jardins. Atendendo ao caráter muito humanizado da paisa- gem concelhia, a flora do município pode conside- rar-se rica e diversificada, estando distribuída por 92 famílias botânicas. Quanto à relevância para a conservação da natureza, no concelho estão listadas 17 espécies RELAPE, ou seja, Raras, Endémicas, Localizadas, Ameaçadas ou em Perigo de Extinção. São exemplos destas espécies o narciso (Narcissus triandrus), listado no Anexo IV da Diretiva Habitats, as donzelas (Ornithogalum concinnum) e as esporas-bravas (Linaria triornithophora), ambas endémicas do noroeste peninsular. Existem ainda evidências da existência muito localizada de cinco habitats naturais, entre os quais Charnecas secas europeias, Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-Scleranthion ou da Sedo albi-Veronicion dillenii; Carvalhais galaicoportugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica e Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae). Porém, a maioria destas formações vegetais são apenas detetáveis pelo potencial de regeneração natural, cabendo agora ao município e aos cidadãos a responsabilidade de permitir o desenvolvimento e a proteção destas importantes comunidades biológicas. É também importante referir a presença de 15 es- pécies exóticas invasoras no território, sendo a sua presença ou cultivo proibidos, e o seu controlo e re- moção obrigatórios, por lei (Decreto-Lei nº 92/2019).

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IDENTIFICADOS 7400 GIGANTES VERDES

O Projeto Gigantes Verdes visa a caracterização e proteção das árvores de grande porte do concelho. Face à crescente urbanização e pressão humana sobre os espaços verdes, urge proteger o maior número de ecossistemas e de biodiversidade possível. As árvores de grande porte são, por si só, ecossistemas de elevada importância ecológica, dos quais depende uma grande diversidade de seres vivos, entre os quais insetos, aves e morcegos, por exemplo. Estas árvores proporcionam ainda um vasto leque de serviços de ecossistemas que diretamente influenciam a nossa qualidade de vida, principalmente em ambiente urbano. Entre estes serviços incluem-se a regulação da temperatura e humidade atmosféricas, a infiltração de água no solo, a prevenção da erosão, a absorção de partículas poluentes, entre tantos outros. Até ao momento foram identificados no concelho aproximadamente 7400 gigantes verdes, sendo as espécies mais abundantes os plátanos (Platanus sp.), o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o choupo-negro (Populus nigra) e o sobreiro (Quercus suber). Uma vez terminada a caracterização de todas estas árvores de grande porte, vai ser matematicamente quantificada a sua importância em termos de serviços dos ecossistemas proporcionados individualmente por cada árvore, e coletivamente, enquanto conjunto arbóreo. O valor ecológico, com funções de proteção e beneficiação da biodiversidade e conservação da natureza já foi calculado através de um estudo pioneiro em Portugal, no qual se demonstrou a importância fundamental da proteção do património arbóreo de grande porte existente, e que a existência de árvores de diferentes espécies, principalmente nativas, mesmo em espaços urbanos, deve ser privilegiada. Todos estes dados fundamentarão a elaboração de um Plano de Gestão e Proteção do Património Arbóreo, que se espera publicar já em 2020. Os interessados podem colaborar com o projeto, ou consultar a informação disponível acedendo a www.gigantesverdes.pt

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