LOUSADA
REVISTA MENSAL GRATUITA CÂMARA MUNICIPAL DE LOUSADA SET’20
ACADEMIA DAS GERAÇÕES
Vencedor de concurso nacional
REVISTA MUNICIPAL FICHA TÉCNICA
Revista Municipal Câmara Municipal de Lousada N.º 194 Ano n.º 21 – 4.ª série Data: setembro 2020 Propriedade e edição: Câmara Municipal de Lousada Direção: Presidente da Câmara Municipal de Lousada Texto: Divisão de Comunicação Fotografia: Divisão de Comunicação e Divisão de Ambiente (Setor de Conservação da Natureza e Educação Ambiental) Impressão: Invulgar - Artes Gráficas, SA Tiragem: 17000 Depósito Legal: 49113/91 ISSN: 1647-1881
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Voluntariado Ambiental soma mais de 26 mil horas
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BioEscola regressa com novas atividades
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Município Amigo do Desporto
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Município e Associações promovem caminhadas
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Movimentos Seniores com atividades em casa
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Voluntariado Lousada Ambiente
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EcoMezio - International Work Camp
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Semana Europeia do Desporto
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SUPLEMENTO SANTA MARGARIDA DE LOUSADA EM 1758: Memória paroquial, toponímia e património BOLETIM MUNICIPAL disponível em www.cm-lousada.pt/pt/boletim-municipal
Esta revista foi impressa com tintas de base vegetal, livres de solventes e biodegradáveis.
Pelo segundo ano consecutivo, o projeto educativo de Lousada vence o primeiro lugar no prémio do público, no concurso das Academias Gulbenkian do Conhecimento, promovido pela conceituada Fundação Calouste Gulbenkian. O projeto educativo vencedor intitula-se “Academia das Gerações” e propõe uma colaboração entre os programas BioEscola e BioSénior. O objetivo passa por trabalhar as competências sociais e ambientais nos mais jovens, através da partilha de conhecimentos e de experiências com os mais velhos. Simultaneamente, este vai ser um projeto de enriquecimento curricular e de combate ao isolamento social sofrido pela população mais idosa, valorizando a sua experiência empírica e as tradições locais. A Academia das Gerações vai arrancar neste novo ano letivo, unindo avós e netos neste projeto diferenciador que, assim, arrecadou um apoio de 30 mil euros. A autarquia agradece a todos os que votaram para que este resultado fosse alcançado.
AMBIENTE
ACADEMIA DAS GERAÇÕES GANHA CONCURSO DA GULBENKIAN
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AMBIENTE
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PROJETO AMBIENTAL CO-FINANCIADO A iniciativa Future Planning, recentemente cofinanciada pelo Programa EEAGrants, desenvolve-se, em Portugal, com uma parceria entre a Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) e o Município de Lousada, e na Noruega, com a Escola Superior para o Desenvolvimento Verde. Este projeto visa estabelecer uma sistemática partilha de experiências e práticas no que respeita à gestão e ordenamento do território, de forma a apoiar os educadores e profissionais do ambiente e território no seu trabalho. Esta iniciativa bilateral pretende organizar dois cursos de formação sobre planeamento territorial ambientalmente responsável e socialmente justo, e prevê a produção de manuais sobre as práticas de gestão territorial sustentável, bem como a exploração de casos de estudo. O território de Lousada vai ser o “laboratório” nacional, onde vai ser efetuado o diagnóstico e os ensaios de planeamento, sempre na ótica da beneficiação da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas.
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VOLUNTARIADO AMBIENTAL SOMA MAIS DE 26 MIL HORAS
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As ações de voluntariado têm sido absolutamente fundamentais para o sucesso das medidas implementadas no âmbito da Estratégia Municipal para a Sustentabilidade, e para a sua concretização, no terreno. A título de exemplo, não teria sido possível à autarquia plantar mais de 50 mil árvores em quatro invernos, caso não tivesse contado com a ajuda de mais de 5700 voluntários, de mais de 70 entidades. No âmbito do projeto Guarda-Rios, que conta com mais de 700 voluntários, foram recolhidos mais de 10 mil quilos de lixo das margens dos cursos de água e comunicadas mais de 50 ações ilegais a afetar a saúde ecológica dos mesmos. Também os projetos Charcos, Gigantes Verdes e Ninhos de Lousada têm sido reportados voluntariamente pela comunidade. O voluntariado formativo para jovens, especialmente aqueles que mais se interessam pela ecologia e conservação da natureza, tem atraído a Lousada dezenas de jovens: aproximadamente 70 locais e 50 oriundos de aproximadamente 20 países de todo o mundo.
No total, o trabalho voluntário já soma em Lousada – e em menos de quatro anos – mais de 26 mil horas. Esta mão-de-obra custaria ao Município nunca menos de 160 mil euros, mesmo considerando um pagamento-base com valores de referência para trabalho não qualificado. Porém, o valor do voluntariado não se mede pelo seu custo, representando antes um enorme valor intangível e uma imensa escola de cidadania e valores, que a autarquia agradece.
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REGULAMENTO DA GESTÃO DE ARVOREDO E DOS ESPAÇOS NATURAIS EM DISCUSSÃO PÚBLICA Até ao dia 11 deste mês, o Regulamento Municipal de Gestão de Arvoredo e dos Espaços Naturais está em consulta pública. O principal objetivo do documento é proteger a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas associados, principalmente no que respeita às árvores de grande porte, atualmente abatidas às centenas, a cada ano, com graves prejuízos na gestão do território, na saúde pública e qualidade de vida. Este Regulamento reforça as competências da autarquia na proteção ambiental e das árvores, principalmente das espécies protegidas, mas também de exemplares – de qualquer espécie – com perímetro à altura do peito igual ou superior a 250 centímetros, impedindo o seu abate não justificado ou não autorizado. De igual modo, possibilita à autarquia avançar com o processo de classificação de arvoredo como sendo de interesse público municipal. No âmbito do projeto Gigantes Verdes, autarquia está ainda a planear soluções de financiamento, por meio da valorização dos serviços dos ecossistemas e do mercado de carbono, para apoiar os proprietários que mantenham o seu arvoredo saudável. O regulamento e as instruções de participação podem ser consultados em www.cm-lousada.pt/p/regulamento-gestao-arvoredo
O programa BioEscola regressa este ano letivo com muitas novidades! No ano letivo passado, o projeto adaptou-se às situações de confinamento e afastamento social motivadas pela Covid-19 com o lançamento do canal YouTube “Bioescola – O Ambiente em tua Casa”, que levou vídeos pedagógicos a muitas crianças e jovens, e a possibilidade de os professores solicitarem atividades e experiências em streaming. No arranque do novo ano letivo a comunidade educativa continua a dispor do BioEscola. Além das soluções digitais, o programa arranca este mês com quatro novos catálogos de atividades:“BioEscola… e a educadora Flora”, destinado ao pré-escolar, “BioEscola e a Patrulha STRIX”, para o 1.º ciclo, “Clã BioEscola” com enfoque nos 2.º e 3.º ciclo, “Academias BioEscola”, direcionado para os alunos do secundário. Os catálogos e mais informações estão disponíveis em www.cm-lousada.pt/p/ bioescola.
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BIOESCOLA REGRESSA COM NOVAS ATIVIDADES
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DESPORTO
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COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL VISITOU LOUSADA Lousada recebeu a visita do Presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Dr. José Manuel Constantino, no dia 16 de julho. A delegação do COP teve oportunidade de visitar o Complexo Desportivo e de reunir com vários atletas de alta competição que se encontram a fazer a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. O Vereador do Desporto, Dr. António Augusto Silva, destaca que "o facto de duas atletas estarem a fazer a sua pre-
paração na Pista de Atletismo de Lousada, com o intuito de participar nos Jogos Olímpicos, certamente que contribuiu para que a visita ocorresse". A visita contou com ainda com a presença do Chefe da Missão a Tóquio, Marco Alves, e do Diretor Desportivo, Pedro Roque, e de várias atletas, nomeadamente Salomé Rocha e a Sara Catarina Ribeiro, que treinam no Complexo Desportivo de Lousada, e Dulce Félix.
LOUSADA - MUNICÍPIO AMIGO DO DESPORTO Lousada foi o local escolhido para a primeira reunião realizada a nível nacional no âmbito do programa MAD3 - Município Amigo do Desporto. Estes encontros têm como finalidade a partilha das boas práticas no desenvolvimento desportivo e trabalho colaborativo, tendo por base a troca de experiências entre municípios a nível desportivo. O grupo onde está inserido o Município de Lousada é constituído pelos Municípios de Águeda e da Lousã. A visita, que decorreu no dia 17 de julho, começou com uma reunião técnica com a apresentação dos programas desenvolvidos na área do desporto em Lousada. Seguiram-se visitas às instalações desportivas, entre as quais as Piscinas Municipais, o Complexo Desportivo e o Eurocircuito da Costilha.
A época do Programa Municipal de Caminhadas já teve início e, apesar de serem realizadas de modo diferente dos anos anteriores, o espirito mantém-se. O regresso à rotina obrigou à alteração de hábitos, passando a iniciativa a ter como máxima “não precisamos de caminhar juntos para continuarmos unidos por uma causa”. As associações têm uma semana, de domingo a sábado, em que os participantes, individualmente ou em pequenos grupos podem realizar a caminhada em qualquer dia da semana, de manhã, à tarde ou à noite. O programa Municipal de Caminhadas procura promover a prática de atividade física e a aquisição de um estilo de vida saudável, valorizar o património histórico do concelho e sensibilizar para a proteção e conservação da natureza, centrando-se no apoio de organizações. De 6 a 12 deste mês vão realizar-se as caminhadas promovidas pelo Futebol Clube de Nespereira e pela Lousada Animal. O Centro Social e Paroquial de Sousela promove uma caminhada de 13 a 19. De 20 a 26 realizam-se as caminhadas da Associação de Pais da Escola Básica de Sousela e da
Associação Vidas em Cena. A última caminhada deste mês, do Centro Social e Paroquial de Caíde, tem início do dia 27 e termina a 3 de outubro. O Programa Municipal de Caminhadas 2020 é cofinanciado pelo programa Erasmus +, da União Europeia, que faz com que esta ideia nascida em Lousada, em 2015, continue a ser adotada na Croácia (Medimurje), Finlândia (Joensuu) e Eslovénia (Murska Sobota). O projeto inclui ainda planos alimentares saudáveis e tutoriais de atividade física, que podem ser vistos através do endereço www.europeanwalkingtour.eu
DESPORTO
MUNICÍPIO E ASSOCIAÇÕES PROMOVEM CAMINHADAS
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EDUCAÇÃO
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JORNADAS DO PESSOAL NÃO DOCENTE SOBRE A COVID-19 Decorreram no dia 20 de julho as VII Jornadas Pedagógicas para Pessoal Não Docente “Ajudar a Educar”, nas sedes dos quatro agrupamentos de escolas. A manhã contou com a intervenção da Dra. Ana Isabel Lage, psicóloga, e a tarde esteve a cargo do Dr. Nuno Magalhaes, professor. O objetivo desta iniciativa, promovida pelo Município e
pelo Centro de Formação de Associação de Escolas (CFAE) Sousa Nascente, passou pela aquisição de conceitos e promoção de relações que contribuam para construir uma escola com cada vez mais qualidade, preocupada com as diferenças individuais, culturais e sociais, bem como o papel relevante que o pessoal não docente deve assumir nestes contextos. Para o Vereador da Educação, Dr. António Augusto Silva, "aumentar as qualificações dos colaboradores tendo em consideração os novos desafios que se colocam é o principal objetivo destas Jornadas que, este ano, se centraram no tema da Covid-19. Assim, forma abordados aspetos respeitantes à gestão da ansiedade e a outros de caráter mais técnico, nomeadamente doença, sintomas e desinfeção". A formação, de seis horas, foi acreditada pela Direção-Geral de Administração Escolar.
MOCHILAS E MICROSCÓPIOS PARA ALUNOS DO 1.º CICLO A autarquia está a proceder à entrega das mochilas e microscópios aos alunos do 1.º ciclo que, durante o ano letivo, participaram regularmente nos Mega Encontros Desportivos e na atividade Ciência no Parque. Assim, os alunos que participaram em, pelo menos, quatro atividades de cada um dos programas têm direito a receber a respetiva oferta. No total são 28 alunos que recebem a mochila, no âmbito dos Mega Encontros, e nove que levam para casa o microscópio por terem participado na Ciência no Parque. Há, no entanto, 18 crianças que têm direito a levar ambos, pelo facto de terem participado nas duas atividades em número suficiente para serem contempladas.
AÇÃO DE CAPACITAÇÃO COM OFICINAS ANIMAÇÃO O Município em articulação com o Centro de Formação Sousa Nascente e a Casa Museu de Vilar dinamizaram uma ação de capacitação sobre Cinema de Animação, destinada a professores. As oficinas foram ministradas pelo realizador Lousadense Abi Feijó e inserem-se no Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar, promovido pela autarquia em colaboração com a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 (Norte 2020). Os trabalhos foram apresentados na Casa-Museu de Vilar no dia 31 de julho.
O trabalho de acompanhamento aos idosos, nomeadamente as atividades realizadas com os Movimentos Seniores, decorrem de modo diferente do que era habitual. Pelo facto de ser impossível reunir todos os grupos de seniores nos espaços onde habitualmente funcionavam, os técnicos deslocam-se às residências, de modo a que o contacto não seja perdido, combatendo o isolamento social e levar atividades adaptadas ao contexto do domicílio. Foram preparadas atividades para a estimulação física e cognitiva, dinamizadas pelos técnicos dos Movimentos, pelos professores de Boccia da Lousada Séc. XXI e pela técnica do BioSénior. De salientar que o projeto Movimento Sénior abrange quase a totalidade do Concelho de Lousada, somando cerca de 400 idosos. As atividades dos Movimentos Seniores são cofinanciadas pelo Programa de Parcerias para o Impacto, do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE), no âmbito da iniciativa Portugal Inovação Social.
Rede Social Lousada
AÇÃO SOCIAL
MOVIMENTOS SENIORES COM ATIVIDADES EM CASA
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VII JORNADAS DA EDUCAÇÃO 12
O Município de Lousada integra o projeto Erasmus+ DigiEU – Digital Garden for European Schools (2019-1-IT02-KA201-062276) que visa explorar métodos de e-trabalho através de métodos de ensino inovadores (TEAL) que favoreçam a relação dos alunos com os espaços naturais em contexto urbano e peri-urbano, nomeadamente os jardins e as hortas. Concretamente, o projeto consiste num percurso orientado que incentiva os jovens a desenvolverem conhecimentos e competências básicas para a instalação e gestão de pequenos jardins/hortas equipados em ambientes domésticos como varandas, terraços e jardins. Além disso, o projeto propõe conceber e implementar uma app de um jogo que permita construir e gerir um jardim pessoal em qualquer lugar. Com o objetivo de promover e criar sinergias na área do ambiente entre as organizações participantes e as instituições europeias, o projeto integra cientistas, especialistas em informática e em métodos de ensino inovadores, escolas, agricultores, designers e nutricionistas, entre outros.
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AMBIENTE
PATRIMÓNIO AMBIENTE
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25 SETEMBRO | 14H30
PATRIMÓNIO VIVAZ
Encontro informal com a comunidade escolar para debate questões da atualidade sobre Património e História.
25 SETEMBRO | 21H30
ENCONTRO DE ZELADORES
Salvaguarda e valorização do Património Vernacular local (alminhas e cruzeiros).
27 SETEMBRO | 9H00
CAMINHADA «PELO FOGO DO INFERNO»
Percurso com visita interpretada e animação teatral estabelecido pelos caminhos do românico (CR1 e CR2), privilegiando alguns pontos de interesse do Património local.
Inscrições gratuitas em www.cm-lousada.pt/p/jep
*Nestas ações vão ser cumpridas todas as normas de higiene e segurança emanadas pela Direção Geral da Saúde. As atividades vão estar condicionadas e ser adaptadas a novas diretivas que até lá entrem em vigor.
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DESPORTO
DESPORTO AMBIENTE
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Free Running Especial
0 23 de setembro 2h0020 19 Assista à
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Participação espec
EZEQUIEL CANÁR
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conversa online a fb.com/cmlousad
Revista Municipal Câmara Municipal de Lousada N.º 194 Ano n.º 21 – 4.ª série Data: setembro 2020 Depósito Legal: 49113/91 ISSN: 1647-1881
SUPLEMENTO
PATRIMÓNIO
SANTA MARGARIDA DE LOUSADA EM 1758 Memória paroquial, toponímia e património No regresso à publicação de artigos concernentes às memórias setecentistas do concelho de Lousada, presta-se o presente à divulgação das respostas ao inquérito efetuado à paróquia de Santa Margarida de Lousada que tem a assinatura de inusuais três elementos clericais – abade memorialista, reitor e vigário, respetivamente João de Bessa Ferreira, José Alvares da Silva e Gualter da Costa. Em outras memórias paroquiais anteriormente divulgadas ficou já manifestado o óbvio valor atribuído pelos relatores aos aspetos de cariz demográfico, geográfico, social e mesmo económico dos territórios que tutelam. O próprio relatório de Santa Margarida quadra aquela recorrente circunstância, evidenciando o carácter único do documento para o conhecimento da realidade histórica para este tipo de circunscrição administrativa em pleno século XVIII. Luís Sousa, Arqueólogo. luis.sousa@cm-lousada.pt Cristiano Cardoso, Técnico Superior de História. cristiano.cardoso@cm-lousada.pt
SUPLEMENTO
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1. SANTA MARGARIDA DE LOUSADA A PARÓQUIA E A SUA IGREJA Santa Margarida de Lousada é uma freguesia que se situa a norte do concelho de Lousada e a nascente do monte Calvelo. A sua topografia é particularmente marcada pelo referido monte e pela ribeira que a atravessa. A ribeira de Barrosas é um importante curso de água que nasce ainda no concelho de Felgueiras, percorrendo as freguesias de São Miguel, Santa Margarida e Macieira. As suas águas, principalmente nas vertentes mais declivosas de São Miguel, foram essenciais para a laboração de inúmeros moinhos de rodízio, incluindo dois engenhos pertencentes à Casa do Porto, já dentro dos limites de Santa Margarida. Esta ribeira segue o seu curso por Macieira, desaguando no rio Sousa, no lugar sugestivamente denominado por Moinhos, onde se localiza mais um interessante núcleo de engenhos hidráulicos.
1.1. A paróquia A primeira referência documental conhecida a esta igreja, ainda com a sua antiga denominação de Sancto Salvatore de Lausada, consta das inquirições mandadas realizar no ano de 1220 pelo rei D. Afonso II. O abade Egas Nunes, pároco da freguesia, uma das testemunhas inquiridas, afirmava que a igreja não era do padroado régio, no entanto o rei detinha
alguns reguengos (bens fundiários) dos quais obtinha rendas, cobrando, igualmente, direitos jurisdicionais que decorriam da aplicação da justiça1. A igreja de Santa Margarida era detentora de um vasto património que abarcava não só a própria freguesia como se estendia praticamente por todo o território do julgado de Lousada. Esse património é verificável ao analisar o texto das inquirições de Afonso III, realizadas no ano de 1258, em que se mencionam dez casais pertencentes a esta igreja, somente na freguesia, existindo outras propriedades dispersas por freguesias como Alvarenga, Silvares, São Miguel e Boim2. Ainda segundo os registos das inquirições de 1258 sabe-se que o padroado da igreja pertencia a cavaleiros locais que, no entanto, não são identificados. Os privilégios adstritos ao direito de padroado decorriam da fundação e dotação da igreja, sendo considerados como bens particulares que podiam ser transacionados e repartidos pelos herdeiros. Aos padroeiros e seus herdeiros estavam reservadas diversas prerrogativas como a competência de designar o pároco, a arrecadação de alguns tributos a que a comunidade estava obrigada e, por exemplo, a cedência de lugar para sepultura no interior da igreja. Mais tarde, o padroado da igreja paroquial de Santa Margarida andou na posse dos condes de Vila Nova de Portimão, título nobiliárquico atribuído a D. Martinho de Castelo Branco, em 1504. Este privilégio, assim como todo o património associado aos condes de Vila Nova de Portimão3, acabou por ficar reunido, por via matrimonial, na Casa de Abrantes.
1.2. A igreja A igreja de Santa Margarida é um edifício globalmente do século XVIII. Trata-se de uma construção cuidada, muito sóbria, cumprido com os padrões de construção da época. A fachada apresenta um portal retangular encimado por um pequeno frontão descontinuado e intercetado pela moldura de um acrotério e cruz latina. Um óculo permite a entrada de luz para o interior da igreja. O entablamento é rematado por pirâmides Estes dados encontram-se disponíveis na edição Portugaliae Monumenta Historica. Inquisitiones (Inq.). Vol. I, pp. 74 e 167. Ver também Lopes, E.T. (2004) - Lousada e as suas freguesias na Idade Média. Lousada: Câmara Municipal. p. 235. 2 A inquirição da freguesia de Santa Margarida vem editada na obra citada com a designação Sancti Salvatoris de Lousada Inq. p. 545. 3 Na Corografia Portuguesa, Carvalho da Costa refere, erradamente, que o padroado de Santa Margarida andava na posse dos viscondes de Vila Nova de Cerveira, COSTA, A. C. (1706) - Corografia Portugueza. Lisboa: Of. Valentim da Costa Deslandes. Tomo I. p. 400. 1
FIGURA 1 Igreja de Santa Margarida de Lousada.
2. MEMÓRIA PAROQUIAL DE SANTA MARGARIDA DE LOUSADA: TRANSCRIÇÃO Enformação do abbade de Santa Margarida de Louzada, sobre o contheudo nos interrogatorios. Por virtude de huma ordem do Muito Reverendo Senhor Doutor Provizor do Arcebispado de Braga, me fez mandado enformar aos interrogatorios incluzos e feita a deligencia necessaria achei o seguinte. 1.º Esta terra hé da Provincia de Entre Douro e Minho, Arcebispado de Braga, comarca na Provedoria da villa de Guimarains, e na correição da Ouvidoria da villa de Barcellos, termo do concelho de Louzada e freguezia de Santa Margarida de Louzada. 2.º Hé esta terra da Serenissima Real Caza Estado de Bragança e ao prezente hé Sua Magestade Fidelissima, que Deos goarde, admenistrador. 3.º Tem esta freguezia sincoenta e nove vezinhos, e entre pessoas de sacramento e menores, cento e noventa. 4.º Está situada, parte em valle, e parte na faldra de hum monte chamado de Santa Catherina e do Calvello. E desta parte se avista para a parte do Sul, a villa de Arrifana de Souza, distante desta freguezia legoa e meia. 5.º Hé do concelho de Louzada, em o qual se incluhe esta freguezia, cujo concelho comprehende dezoito freguezias, a saber, esta de Santa Margarida, São Miguel, em parte Cernedelo, Macieira em parte, Santa Christina em parte, Avelleda em parte, Alvarenga a maior parte, Silvares toda só duas cazas, Christellos toda, Novegilde em parte, São Paio em parte, Beire em parte, Bitarains em parte, Monte todo, Santa Marinha de Lodares toda, Nespereira, São Vicente de Aboim, São Lourenço das Pias, Meinedo em parte, 4 Sobre a cronologia da igreja de Santa Margarida e algumas circunstâncias da sua construção veja-se Cardoso, C. (2007) – “Inventário de bens da igreja de Santa Margarida (séculos XVIII e XIX). in Oppidum. Lousada: Câmara Municipal. N.º 2. pp. 127-148. Cardoso, C. (2008/9) – “O Tombo da Igreja de São Salvador de Lousada de 1532: estudo e transcrição”. in Oppidum. Lousada: Câmara Municipal. N.º 3. pp. 153-185. Cardoso, C. (2011) "Visitações de Santa Margarida: estado e obras da igreja (1690-1706)." in Revista Municipal (Suplemento de Património). Lousada: Câmara Municipal. N.º 89.
que todas comprehende parte de dezanove freguezias sobreditas. 6.º Tem esta freguezia a sua parochia na parte do Nascente. E tem vinte e dois lugares, a saber, Assento, Porto, Moinho do Porto, Ribas, Rabada, Carreira, Covilham, Lavandeira de Baixo, Lavandeira de Sima, Villares de Baixo, Villares de Sima, São João de Baixo e São João de Sima, Cancella, Curros, Calvello, Villa, Outeiro, Taipas, Deveza, Costa, Louzada. 7.º Hé o seu orago Santa Margarida. Tem a igreja três altares, hum na capella maior, que hé de Santa Margarida, e dois colaterais na igreja, hum do Senhor dos Remedios, e outro FIGURA 2 Folha de rosto da de Nossa Senhora do Rozario. Memória Paroquial de Santa E não tem irmandades. 8.º Hé o Margarida. PT/TT/MPRQ/21. parocho desta freguezia abbade N.º 152, M.1313-1318 e a sua aprezentação hé do Excelentissimo Conde de Villa Nova in totum. Renderá trezentos e sincoenta mil reis certos, mas acha-se pensionada em duzentos mil reis. 9.º Nada. 10. Nada. 11. Nada. 12. Nada. 13. Tem esta freguezia três ermidas, hua de Nossa Senhora da Penha de França. Esta pertence ao admenistrador Hieronimo Nunes, da freguezia de São Miguel de Louzada. Outra de São João de Calvello. Outra de Santo Amaro. Estas duas são da devoção do povo e não tem admenistradores. 14. Somente à ermida de Santo Amaro, algum povo acode de romagem no seo dia a quinze de Janeiro. 15. A maior quantia de fruttos que produz esta terra hé de pão e vinho verde, e alguas fruttas. 16. Tem juiz ordinario e camera do concelho de Louzada, em o qual esta freguezia se incluhe, cuja cabeça hé o lugar de Torrão, e está sugeita ao provedor da villa de Guimarains na provedoria, e ao ouvidor de Barcellos na correição. 17. Nada. 18. Nada. 19. Nada. 20. Não tem correio, costuma servir-se do correio da villa de Arrifana de Souza, distante desta freguezia legoa e meia. 21. Fica distante da cidade de Braga, cabeça deste Arcebispado, seis legoas e da de Lisboa, sincoenta e três. 22. Nada. 23. Tem alguas fontes comuas e de bomas agoas. 24. Nada. 25. Nada. 26. Nada. 27. Não tem mais couza algua digna de memoria. Serra. 1.º Tem esta freguezia huma serra chamada o Monte de Santa Catherina ou de Calvello. 2.º Tem huma legoa de comprido e outra de largura. Principia nesta freguezia e acaba na de São Thiago de Lestoza. 3.º Toda em os seos braços se apelida com o
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e as empenas por cruzes. A torre está encostada à parede oeste da igreja, ligeiramente recuada face ao frontispício. Na parede este encontramos um portal tardo-medieval, em arco de volta perfeita e de aresta chanfrada, testemunho de uma construção anterior, datável de finais do século XV ou inícios do século XVI. Também o óculo da fachada parece ter sido aproveitado dessa época. No interior há a destacar o retábulo principal que denota acrescentos posteriores a uma base retabular Maneirista. O coroamento e alguns motivos decorativos parecem ter sido acrescentados com talha rocaille, possivelmente da última metade do século XVIII 4.
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mesmo nome. 4.º Não nasce rio della, mas sim varias fontes para todas as partes, e de bomas agoas, como são as três fontes de São Christovão, da freguezia de Santa Maria de Souzella. E estas com virtude pella devoção do ditto Santo, aonde na vespora de seo dia concorre muita gente a tomarem banhos, em a ditta agoa. E tem o dito monte no alto hum carvalho com o nome de Carvalhinho de Santa Agueda, que se vê de partes muito distantes. E alguns dizem que do mesmo monte se vê mais distante seis legoas. 5.º Não tem em si lugares, somente o do Bom Jezus de Barrozas, e o da Ermida, e os mais são da freguezia de Silvares, Souzella, Reimonda, Lestoza, Santa Eulallia de Barrozas, Samarim e esta freguezia, tudo pegado ao dito monte. 6.º Nada. 7.º Nada somente boma pedra, para obras de cazas. 8.º Não tem senão matos chamados queirozes, e não se cultiva, nem dá outros fruttos,
3. TOPONÍMIA E PATRIMÓNIO 3.1 Toponímia Denominação (antiga-1758/atual) Assento Calvello/Calvelo Cancella/Cancela Carreira Costa Covilham/Covilhã Curros Deveza/Devesa Lavandeira de Sima/Lavandeira de Cima Lavandeira de Baixo Louzada/Lousada Moinho do Porto Outeiro Porto Rabada Ribas
nem ainda pastos de ervas. 9.º Há hum vestigio de hum capella de Santa Catherina, já arruinada. 10. Hé de temperamento frio. 11. Nada, somente aparecem algumas levres e perdizes. 12. Nada. 13. Nada, somente o sobredito. Não há rios. E feita a deligencia possivel, não achei mais couza digna de memoria. E por verdade de tudo passei esta, conferida com os reverendos Jozé Alvares da Silva, reitor de Santa Maria de Alvarenga, e Gualther da Costa, vigario de São Miguel de Louzada, ambos meos vezinhos, que commigo assignaram. Hoje, Santa Margarida de Louzada, de Maio 22 de 1758. O abbade, João de Beça Ferreira. O reitor, Jozé Alvares da Silva. O vigario, Gualter da Costa5. 5 IAN/TT, Memórias Paroquiais, vol. 21, memória 152, fls. 1313-1318; CAPELA, José Viriato; MATOS, Henrique; BORRALHEIRO, Rogério – As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758: Memórias, História e Património. Braga: Ed. Autor, 2009, pp. 311-312.
Nota etimológica/Referências bibliográficas/Observações J. Pedro Machado é da opinião que o topónimo possa referir-se a povoação importante que ali teve «assento»6. Cremos que a realidade toponímia do vocábulo «Assento» em Lousada tem nas mais das vezes relação com o assento da igreja, isto é, o local onde está ou esteve primitivamente a igreja paroquial de determinada freguesia, circunstância que parece provar-se em Santa Margarida e já o identificamos na freguesia de Boim. No caso específico, estamos perante um termo que se refere a terrenos calvos7, isto é, solos algo pobres e de rara presença arborícola, pautando-se basicamente por vegetação pouco abundante e rasteira. Do latim «cancellatio». Terá que ver com uma questão agrária, associada à delimitação de campos aráveis. Quer ‘cancella’, quer ‘cancellu-‘ são parcelas agricultadas8. Trata-se de um topónimo muito frequente, quer em Lousada, quer na generalidade do país, bem como na vizinha Espanha, especialmente na Galiza. Refere-se a caminho, ou estrada antiga9, por onde circulavam veículos puxados por animais usados no transporte de bens e pessoas. Parcela de um território marcado por uma topografia acidentada, isto é, de encosta10. Compreende usualmente a superfície a meia altura de um morro que se destaca na envolvente. Situa-se normalmente entre o cocuruto de um monte e o início do vale. Poderá ter origem num nome comum de base ‘cova’. Do latim «covilis», porventura um vocábulo conotado com uma espécie de depressão topográfica, como grutas, cavados, etc11. A origem deste topónimo não está devidamente resolvida, sendo, contudo, apontada a possibilidade de relacionar-se com uma derivação de «curral». O enquadramento geográfico no aro administrativo de Santa Margarida parece indicar tratar-se de um vocábulo que expressa a condição de sítio fechado, isolado, afastado dos principais aglomerados populacionais, podendo contudo aí ter existido ou não um compartimento onde se guardavam animais. Do latim «defensa» = defendida, proibida, adquirindo sentido de ‘terreno murado’, ‘propriedade coutada’, ‘interdita’12. Parece ser indicativo de que no local em outros tempos se lavava roupa, talvez pela existência de uma represa ou levada de água corrente na qual eram colocadas pedras planas em posição oblíqua para servirem de lavadouros. Existe ainda a possibilidade de associar-se à presença de uma ave insectívora popularmente conhecida por lavandeira (Motacilla alba). Afastamo-nos desta opinião para reforçar a de ter sido um lavadouro, pois que será no termo latino «lavandaria» onde plausivelmente radica aquele étimo, que na fonética portuguesa se pode comprovar13. Veja-se o anotado anteriormente. A origem do vocábulo ‘Lousada’ tem sido apontada para uma questão geológica, sendo atribuída à razão de o concelho de Lousada ser atravessado por rochas metamórficas de corneanas calcossilicatadas, com intercalações de anfibolitos14, cuja afloração se assemelha a lousas, sendo a “separação da rocha em lâminas”15. Embora nada tenham que ver com os vulgarmente chamados xistos, concordamos que se encontre naquelas rochas metamórficas de corneanas a génese do termo ‘Lousada’. A palavra moinho tem a sua origem no latim «molinum». Trata-se de local onde existe ou terá existido uma unidade de transformação de cereal, sendo esta provida de um engenho movido a água ou a vento. Neste caso o topónimo refere-se a um engenho de rodízio, que ainda subsiste, sendo indicado como «-do Porto» por integrar a propriedade da chamada Casa do Porto. Topónimo de origem topográfica. O mesmo que cume, sítio elevado, que se destaca da topografia envolvente. Citamos, como exemplo, a referência a «Octerio» em 1072 (PMH, DC, p. 312)16. O vocábulo «Porto» surge por certo aludindo à antiga estrada que cruzando a freguesia de Santa Margarida fazia a ligação para a cidade do Porto e para Trás-os-Montes. J. Pedro Machado coloca a existência deste topónimo em Lousada e aponta tratar-se eventualmente de uma “armação de rede para a pesca no rio”17. Considerando que o termo pode expressar cauda de peixe, rabo de animais ou aquele que segue em último, somos da opinião que ‘Rabada’ deve aqui ser entendido como a denominação de lugar situado no limite da freguesia, no caso no término sul. Ribas deriva do latim «ripa», - æ, e expressa margem ou arriba, tem aqui sentido de cariz geográfico.
São João de Sima/São João de Cima Taipas Villa/Vila Villares de Baixo/Vilar de Baixo
Villares de Sima/Vilar de Cima
Nota etimológica/Referências bibliográficas/Observações Hagiotopónimo presente em razão da existência no lugar de uma capela de invocação a São João. A forma adverbial «de Baixo» surge aqui como indicativo de posicionamento geográfico de um casal entretanto aqui fixado pelo menos desde o século XVI e que é dividido no século XVIII, passando um a chamar-se «de baixo» e o outro, por oposição, «de Cima». Veja-se o anotado anteriormente. Plural feminino de «Taipa». Por taipa entende-se usualmente ‘tabique’. É crível que possa estar relacionado com a presença de construções maioritariamente compostas por paredes levantadas em taipa (ripado de madeira e argamassa de terra e barro), especialmente os pisos superiores. Por vila entende-se aqui uma zona onde é evidente a presença de um certo número de casas mais/menos próximas e que se dispõem em redor de uma parcela agrária de boa dimensão, ou unidade agrícola de superior grandeza que o casal. Não raras vezes é indicativo de aglomerado populacional antigo, com raiz baixo-medieval ou mesmo anterior. Topónimo com grande representatividade no Norte de Portugal e na Galiza (Espanha), sob a forma simples e sob a forma composta. Do singular feminino Vilar. Para apontar a origem etimológica deste topónimo José Pedro Machado socorre-se de Leite de Vasconcelos (Etnog. II, p. 379) dizendo que é “parte de vila, que foi concedida pelo proprietário a clientes ou a servos para a exploração agrícola”18. É frequentemente atribuído a lugarejo formado por um pequeno núcleo ou aglomerado de casas. A forma adverbial «de Baixo» adquire sentido de posicionamento geográfico relativo a-. Veja-se o anotado anteriormente.
3.2 Património As Memórias Paroquiais de 1758 referem a existência de três capelas na freguesia de Santa Margarida. São mencionadas a capela de Santo Amaro e a capela de São João de Calvelo, ambas públicas; refere-se, também, uma capela de Nossa Senhora da Penha de França, privada, pertencente a Jerónimo Nunes.
particular. Embora venha referida nas Memórias Paroquiais de Santa Margarida, nem sempre parece ter sido consensual a jurisdição eclesiástica sobre a mesma. Na documentação existente surge várias vezes referida como pertencente a São Miguel, situação que atualmente se mantém. Esta capela está associada à Casa da Portela.
3.2.1 Capela de São João Batista (de Calvelo)
3.2.4. Capela de Santa Catarina
Referida no Tombo de bens da igreja realizado no ano de 1532, esta capela de São João Batista situava-se no casal denominado de São João do Calvelo. Ao longo do século XVIII era sucessivamente mencionada como pública, contudo, não tinha fábrica que a administrasse, havendo vários esforços da comunidade e dos párocos para manter a capela ativa, evidenciando a importância devocional que o templo alcançava localmente. Em 1702 foi reedificada, sendo-lhe colocado um retábulo e frontal de altar. A decadência da capela ter-se-á acentuado a partir do início do século XIX, quando já se encontrava “totalmente arruinada e sem uso”19.
A referência feita pelo padre memorialista é vaga, contudo pode indicar a existência de algumas ruínas, possivelmente relacionadas com uma ermida dedicada a Santa Catarina – “Há hum vestigio de hum capella de Santa Catherina, já arruinada”. Não são conhecidos quaisquer vestígios arqueológicos ou fontes documentais que confirmem a existência deste templo.
3.2.2. Capela de Santo Amaro
Embora tenha resistido até à atualidade, a capela de Santo Amaro foi alvo de uma profunda remodelação por meados dos anos 70 do século XX, que a descaracterizou completamente. Também referida no Tombo de 1532, circunstância que testemunha a sua antiguidade, a capela situava-se à face da estrada que então estabelecia a ligação entre Guimarães e a vila de Arrifana de Sousa. A frequência e circulação de pessoas poderá ter motivado a sua preservação, contrariando o esquecimento. Foi reedificada em 1706 e recebeu um retábulo novo no ano de 1720. Nos finais do século XVIII voltou a ser remodelada, despendendo-se 25 000 réis20.
3.2.3. Capela de Nossa Senhora da Penha de França Situada no monte da Costa, a capela de Nossa Senhora da Penha de França foi mandada construir em 1697 por motivação
6 MACHADO, José Pedro - Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. 2.ª ed. vol. I. Lisboa: Livros Horizonte/Confluência, 1993, p. 178 7 FERNANDES, A. de Almeida - Toponímia Portuguesa: Exame a um dicionário. Arouca: Associação para a Defesa da Cultura Arouquense, 1999, p. 129. 8 Idem, p. 134. 9 MACHADO, José Pedro - op. cit., vol. I, p. 360. 10 Idem, p. 460. 11 FERNANDES, A. de Almeida - op. cit., p. 225. 12 MACHADO, José Pedro - op. cit., p. 503. 13 PEIXOTO, Pe. Francisco A. – “Louzada: sua origem e antiguidades”, in «Jornal de Louzada», nº 410, de 13.06.1915, p. 1. 14 NOVAIS, Hugo - Lousada Geológico: História, Toponímia e Património. Lousada: Câmara Municipal, 2016, p. 21. 15 Idem, p. 97. 16 MACHADO, José Pedro - op. cit., vol. III., p. 1109. 17 Idem, p. 1231. 18 Idem, p. 1477. 19 Cardoso, Cristiano – “Inventário de bens da igreja de Santa Margarida (séculos XVIII e XIX), in Oppidum: revista de História, Arqueologia e Património, nº 2. Lousada: Câmara Municipal, 2007, p. 131. 20 Idem, p. 132.
SUPLEMENTO
Denominação (antiga-1758/atual) São João de Baixo
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