Revista Municipal de Lousada fevereiro 2022

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REVISTA MENSAL GRATUITA CÂMARA MUNICIPAL DE LOUSADA FEV’22

LOUSADA CENTRO DE FORMAÇÃO TÂMEGA E SOUSA


Revista Municipal

Agenda

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Investimento estrangeiro de 33 milhões de euros

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Mega Encontro Desportivo

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Obras no Empreendimento Social de Meinedo

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Campeonato Regional de Inverno - Masters

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A Escola da Floresta de Lousada - OPJ 2022

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BioLousada em Casa

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Mata de Vilar atrai visitantes da região

Suplemento Santa Maria de Meinedo em 1758

memória paroquial, toponímia e património

18 FICHA TÉCNICA Revista Municipal | Câmara Municipal de Lousada | N.º 209 Ano n.º 23 – 4.ª série | Data fevereiro 2022 Propriedade e edição Câmara Municipal de Lousada | Direção Presidente da Câmara Municipal de Lousada Textos Divisão de Comunicação, Património e Arqueologia e Divisão de Ambiente (SCNEA) | Fotografias Divisão de Comunicação, Divisão de Ambiente (SCNEA). Impressão Invulgar Artes Gráficas | Tiragem 17000 | Depósito Legal 49113/91 | ISSN 1647-1881

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No dia 11 de janeiro foi assinado o Memorando de Entendimento entre o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o Município de Lousada, cuja finalidade passa por proceder ao levantamento dos atos necessários para a criação do Centro de Formação Profissional do Tâmega e Sousa (IEFP), equipamento com a área de abrangência da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, a construir pelo IEFP na Área Acolhimento Empresarial de Caíde de Rei, em terreno a ceder pelo Município. O documento foi assinado pelo Presidente da Câmara Municipal, Dr. Pedro Machado, pelo Presidente e pelo Vice-Presidente do Conselho Diretivo do IEFP, Dr. António Valadas da Silva e Dr. António Leite. O objetivo do Centro é promover formação profissional adequada às necessidades do tecido empresarial local e regional. Desta forma, é assegurado o desenvolvimento de competências e a aprendizagem ao longo da vida enquanto fatores fundamentais para um trabalho digno, produtivo e sustentável, capaz de aumentar o valor e o rendimento dos trabalhadores.

É fundamental criar oportunidades para a transformação económica, para a criação de emprego, inclusão, cidadania ativa e crescimento sustentável. Com a entrada em funcionamento do Centro de Formação Profissional em Lousada pretende-se dinamizar as competências dos jovens, cidadãos em geral e dos desempregados em particular, nos domínios da formação profissional, no que concerne à sua capacitação, (re)qualificação e reconversão técnica e profissional e também de índole pessoal.

MUNICÍPIO

Novo Centro de Formação Profissional

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MUNICÍPIO

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Investimento estrangeiro de 33 milhões de euros O concelho de Lousada foi escolhido pela empresa Natwindo, S.A., empresa com capital maioritariamente francês, para uma nova unidade de produção. A empresa, que vai ficar localizada em Lodares, opera na área da produção de janelas e portas de elevado desempenho em madeira e madeira/alumínio, e os produtos destinam-se, sobretudo, à exportação. O investimento previsto pela empresa é de 33 milhões de euros, tendo também como previsão a criação de 84 postos de trabalho bem remunerados e acima da média da região. A importância deste investimento para o concelho é inegável e, como refere o Presidente da Câmara, Dr. Pedro Machado, “o projeto vai beneficiar de uma redução de 88% do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para um período de cinco anos e uma redução de 88% do Imposto Municipal sobre a Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT). Estes benefícios fiscais concedidos foram sustentados nos critérios definidos

no Regulamento de Projetos de Interesse Municipal (PIM)”. De acordo com o Presidente da Câmara “o projeto consiste numa unidade de produção de janelas e portas com características inovadoras, de isolamento térmico, acústico e segurança, orientada para o fornecimento do mercado europeu, assumindo-se um importante investimento de raiz para instalação de uma fábrica de vanguarda”. No sentido de promover o emprego e o investimento empresarial local a Câmara criou um pacote de incentivos fiscais que vai desde a isenção, total ou parcial, do IMT e do IMI por cinco anos, bem como das taxas previstas no Regulamento de Liquidação e Cobrança de Taxas e Outras Receitas Municipais devidas pela aprovação de operações urbanísticas de edificação e respetiva utilização. Todos os empreendedores interessados neste incentivos e que reunam as condições necessárias deve fazer a candidatura ao PIM.

Últimos Lotes Industriais à venda na ZAE Lustosa Com um crescimento empresarial em forte expansão, a Zona de Acolhimento Empresarial (ZAE) de Lustosa é cada vez mais um ponto de especial preferência para o surgimento de novos investidores e empresários que pretendem melhorar as suas instalações. As acessibilidades rodoviárias, nomeadamente através da A4, A7 e A42, são um dos fatores que contribuem para a atratividade deste local, assim como a localização privilegiada. As condições oferecidas pelo Município são atrativas, sendo

possível aos empresários interessados adquirirem lotes com preços de 18 €/m2, com a possibilidade de pagamento em 60 prestações sem juros, depois de 10% de entrada inicial. A disponibilidade dos lotes, medidas e preços podem ser consultados em www.cm-lousada.pt/p/zae ou presencialmente no Edifício dos Serviços Técnicos da autarquia, assim como as condições de alienação. Para mais informações pode também ser contactado o Gabinete de Apoio à Vereação, através do email gav@cm-lousada.pt


O Município estabeleceu um protocolo com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lousada e com a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) no intuito de proceder à criação da 2.ª Equipa de Intervenção Permanente (EIP) no concelho. Em 2018, foi efetuado um protocolo para o funcionamento da 1.ª EIP, com uma comparticipação de 50%, no encargo anual da autarquia de 36 mil euros. Este novo protocolo surge na sequência do aumento do número de ocorrências e solicitações, que têm sobrecarregado os Bombeiros Voluntários de Lousada, que são o único corpo de bombeiros no concelho. Cada EIP é composta por cinco elementos e visa assegurar, em permanência, o socorro às populações em todos os dias úteis. Estão abrangidos os combates a incêndios, socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos e em todos os acidentes ou catástrofes, também o socorro complementar, nomeadamente o desencarceramento ou apoio a sinistrados no âmbito da urgência pré-hospitalar e a colaboração em atividades de proteção civil. Neste protocolo tripartido, que tem a duração prevista de três anos, o Município vai ter um encargo financeiro de, aproximadamente, 110 mil euros, que duplica se forem consideradas as duas equipas

O Município tem desenvolvido um conjunto de apoios aos Bombeiros Voluntários de Lousada, onde se destaca o subsídio anual de 54 mil euros para o plano de atividades. A autarquia assume o pagamento dos seguros de acidentes pessoais e seguros de saúde aos elementos do quadro ativo no valor de 24 mil euros (despesas com consultas, exames e internamentos). O corpo ativo usufrui do Tarifário Social da Água e Resíduos com redução acentuada do custo mensal da Água e Resíduos e ainda isenção na utilização das Piscinas Municipais (ginásio e natação). Para além do que está protocolado, a autarquia dá apoios pontuais, destinados por exemplo à aquisição de viaturas. A autarquia tem demonstrado disponibilidade total para colaborar com a AHBVL na concretização do objetivo da construção de um novo quartel.

PROTEÇÃO CIVIL

Município apoia os Bombeiros com nova EIP

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COMÉRCIO

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Realizou-se no dia 7 de janeiro o sorteio da campanha Comprar em Lousada – Especial Natal, onde foram sorteados 10 prémios, no valor de mil euros. As compras de Natal em Lousada deram direito a prémios. No seguimento que foi efetuado em 2020 e 2021, com a campanha “Comprar em Lousada”, o Município deu continuidade à dinamização e estímulo para que a população compre no comércio local.

Um dos objetivos passou por ser um incentivo às compras no comércio tradicional, em particular na quadra natalícia, depois de um período difícil para os comerciantes. Esta iniciativa contou com um número total de 195 lojas, a maioria delas já inscritas desde o início da Campanha. Durante o Especial Natal, que decorreu durante o mês de dezembro, foram adicionadas 10 lojas do comércio tradicional de Lousada.


Estão a decorrer as obras de beneficiação nas Habitações Sociais de Meinedo, no âmbito da eficiência energética. Os trabalhos tiveram início no final de novembro. Vão ser colocados vidros duplos e alumínio com corte térmico, isolamento das paredes exteriores (“capoto”), colocação de sistema aquecimento de águas sanitárias e substituição da cobertura por painéis sandwich. Esta é uma obra que se insere na candidatura ao Norte 2020, através do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), relativo à prioridade de investimento “Apoio à eficiência energética, à gestão inteligente da energia e à utilização das energias renováveis nas infraestruturas públicas,

nomeadamente nos edifícios públicos e no setor da habitação”. As intervenções têm como objetivo principal a eficiência energética nas habitações, nomeadamente a implementação de medidas integradas de promoção da eficiência energética racionalizando os consumos. O investimento total é superior a 1 milhão e 250 mil euros, sendo que o apoio do FEDER ronda os 916 mil euros. Os empreendimentos de habitação social representam uma população de 93 agregados familiares, com uma média de 212 pessoas e um total de 93 frações autónomas. Em Lustosa o processo encontra-se concluído, estando atualmente também a decorrer em Cernadelo.

HABITAÇÃO

Obras no Empreendimento de Meinedo

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JUVENTUDE

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T0 na Escola – Autonomia ao acesso de todos O projeto vencedor do Orçamento Participativo Jovem, de 2020, foi T0 na Escola – a autonomia ao acesso de todos, foi inaugurado no dia 16 de dezembro. O projeto, na área da educação, foi apresentado por Rémy Pereira Marques, Presidente da Associação de Estudantes do Agrupamento de Escolas de Lousada Este nesse ano letivo, conjuntamente com a Dra. Maria Armanda Leal, Coordenadora do Departamento de Educação Especial da escola. A candidatura teve como base a instalação de um contentor na escola para acomodação de um T0 com cozinha, lavandaria, sala, quarto e casa de banho, bem como o respetivo mobiliário. O objetivo passa por simular uma habitação real onde crianças e jovens podem desenvolver competências básicas relacionadas com as tarefas diárias.

Para os dois representantes do projeto “a ideia surgiu no departamento de Educação Especial porque existem muitos alunos com necessidades educativas especiais na escola que necessitam de autonomia para executar as tarefas mais básicas, como tratar da roupa, da higiene pessoal. Foi muito interessante a comunidade escolar se ter envolvido e ter contribuído para que o projeto vencesse, sendo uma mais-valia para a escola”. Para o Vereador da Juventude, Dr. Nélson Oliveira, “esta estrutura é algo fundamental para que todos estes jovens possam ter uma maior autonomia nas suas tarefas diárias e rotineiras, ao treinarem e simularem diversas situações quotidianas. Estou certo que no futuro estas estruturas serão uma realidade em todo o país”.


O projeto vencedor do Orçamento Participativo Jovem de 2022 designa-se: A Escola da Floresta de Lousada, que obteve um total de 548 votos. A promotora deste projeto é Juliana Nunes Gomes e o valor calculado para a implementação do mesmo é de 30 mil euros. A Escola da Floresta de Lousada tem como princípio o facto de o concelho estar na liderança de muitas iniciativas de promoção dos valores naturais, conservação da Natureza e educação ambiental. Com a implementação deste projeto prevê-se a criação de um espaço que possa acolher crianças entre os três e os 10 anos, na Mata de Vilar. Para a concretização no terreno é necessário adquirir equipamentos, ferramentas, infraestruturas e formação dos docentes, auxiliares da ação educativa e encarregados de educação. De acordo com o Vereador da Juventude, Dr. Nelson Oliveira “esta edição foi, sem dúvida, a mais participada de sempre com vários projetos a terem largas centenas de votantes. Concluímos que esta iniciativa está perfeitamente consolidada na juventude Lousadense. São inúmeros projetos já implementados em Lousada com muito sucesso”.

A oitava edição do Orçamento Participativo Jovem (OPJ) de Lousada teve 12 propostas a concurso: “Brincar é Aprender – Parque Infantil – Boim”, “Vila Coworking”, “Areias Desportivas”, “A Escola da Floresta de Lousada”, “Reabilitar para o Futuro”, “Sand Box - Social Experiment”, “Melhorias na Escola Básica e Secundária de Lousada Norte”, “Tudo a Ver”, “Uma aventura no Parque, da infância à velhice: desafios e conquistas…”, “Ginástica ao Serviço de Lousada”, “Requalificação do Espaço Desportivo de Alvarenga” e “Lousada Sports Streaming”. O Município pretende, com este projeto, reunir opiniões e contributos importantes junto da população jovem do concelho, para que as suas ideias e projetos possam ser tidas em linha de conta no Orçamento Municipal e nas Grandes Opções do Plano. Assim, o OPJ é um modo de promover a participação cívica dos jovens, exercendo um elevado sentido de cidadania e comunidade, onde seja aprofundado o diálogo e concertação de propostas juntamente com o executivo municipal, na definição de prioridades de investimento autárquico.

município de lousada

orçamento participativo jovem 2022

JUVENTUDE

A Escola da Floresta de Lousada — OPJ 2022

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MUNICÍPIO

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Mentes Brilhantes com Marta Valiñas e Ana Gomes No dia 7 de janeiro decorreu a segunda edição do projeto “Mentes Brilhantes”, que teve como convidadas a Dra. Ana Gomes e a Dra. Marta Valiñas. O tema em destaque foi “Direitos Humanos: Testemunhos de vida e experiências diplomáticas pelo mundo”. Ana Gomes, personalidade ligada à defesa de direitos humanos, voz ativa contra a corrupção, ocupou ainda diversos cargos políticos nomeadamente como deputada ao Parlamento Europeu, entre 2004 e 2019, diplomata e chefe da

Férias de Natal 5 Estrelas A autarquia promoveu, mais uma vez, as Férias 5 Estrelas de Natal que teve como destinatários os alunos do 1.º ciclo. As atividades decorreram na EB de Cristelos. Durante estes dias os mais novos tiveram atividades de música, expressão plástica e dramática, atividade física, dança, pilates, ioga, culinária, xadrez, informática, andaram de bicicleta, assistiram a espetáculo musical, entre outros, tudo isto com a colaboração dos professores das Atividades de Enriquecimento Curricular.

missão diplomática portuguesa na Indonésia durante o processo de independência de Timor-Leste. Marta Valiñas, Lousadense, nomeada em 2019 pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para liderar a Missão Internacional Independente de Determinação dos Factos sobre a Venezuela, que se prolonga até setembro deste ano. “O combate pelos direitos humanos é um combate pela salvação da democracia. O trabalho feito ao longo dos anos na defesa dos direitos humanos tem tido resultados positivos”palavras de Ana Gomes que destacou ainda que “a humanidade posta à prova pode ter reações muito primárias”. De acordo com Marta Valiñas “cada um de nós tem um importante papel na defesa dos direitos humanos e no contributo para a paz internacional. E isso começa com a tolerância e respeito pela dignidade da pessoa em família, no grupo de amigos, no local onde vivemos. O mundo não está mais seguro, sendo que Portugal é uma exceção. O mapa do mundo está marcado pela cor da violência.” O Presidente da Câmara, Dr. Pedro Machado, afirmou que “é um enorme orgulho para o Município contar com a presença de duas pessoas notáveis, figuras nacionais, que têm a disponibilidade de se juntar a nós e dar o seu testemunho. É importante que notáveis de Lousada também se mostrem recetivos a estes convites, orgulhando-nos e fortalecendo-nos enquanto comunidade”.


O programa de animação ambiental BioLousada de Natal, que decorreu nos vários fins-de-semana do passado mês de dezembro, atraiu à Mata de Vilar mais de 200 visitantes, oriundos de mais uma dezena de concelhos da região Norte. A Mata de Vilar, um dos ex-libris da Paisagem Protegida Local do Sousa Superior, tem sido alvo de ações de melhoria ecológica e das condições de visitação, incluindo a realização das obras de construção do Centro Interpretativo, de reabilitação da antiga pedreira e de instalação de sinalética. Em breve vai ter ainda o primeiro trilho florestal inclusivo do país, que vai ser financiado pelo programa FEADER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Agrícola e

Rural) – “A Europa investe nas zonas rurais”, no âmbito do Portugal 2020. Por este motivo, a Mata não está ainda totalmente aberta ao público, mas pode ser visitada em eventos organizados ou por grupos, sob pedido. O potencial de atração da Mata para o turismo sustentável e para a dinamização da economia do concelho fica bem claro através da lotação esgotada de todas as iniciativas que ali se realizam. A programação de Natal encheu totalmente as vagas disponíveis, tendo sido procurada principalmente por famílias com crianças. Este ano vai ser disponibilizado o Programa Educativo da Mata, para todos os tipos de público, desde escolas a seniores e outros grupos, sempre por marcação.

AMBIENTE

Mata de Vilar atrai visitantes de toda a região

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AMBIENTE

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Projeto Escola ambiental para políticos O Município de Lousada aprovou o projeto europeu “GoGreen – Local Action for the EU Green Deal”, que tem como principal objetivo a capacitação de decisores e técnicos, a nível da governança local, para a implementação do Pacto Ecológico Europeu e a ação ambiental em geral. Tendo-se tornado uma referência nacional e internacional no âmbito da sustentabilidade ambiental, a autarquia vai agora liderar um projeto de partilha de conhecimentos e de modos de atuação para a transição ecológica. O projeto conta com a participação de seis entidades parceiras: três municípios (Lousada - Portugal, Zoersel – Bélgica, Soto del Real – Espanha), duas Organizações Não Governamentais (ONG) ambientais (ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental – Portugal, Leave no Trace – Irlanda) e um centro de investigação (Synthesis – Chipre). O consórcio vai produzir cursos de formação sobre temas relevantes na gestão autárquica para o ambiente, como

água, resíduos, ordenamento do território, proteção da biodiversidade e comunicação e mobilização social. Como resultados do projeto esperam-se, ainda, uma plataforma colaborativa e de apoio à decisão, uma coleção de boas práticas ambientais ilustrada com casos concretos de toda a Europa e um manual de apoio à procura de financiamentos. No final do projeto, em 2024, vão ser publicadas recomendações sobre políticas locais de ambiente e um relatório para leigos. Em cada país participante vão ser organizadas sessões formativas presenciais, e os materiais produzidos vão estar disponíveis gratuitamente e em várias línguas, na plataforma a ser criada, para uso generalizado. O projeto GoGreen tem a duração de três anos e é co-financiado pelo programa Erasmus+, o instrumento financeiro da Comissão Europeia para a Educação e Formação, com um apoio superior a 377 mil euros.


A Paisagem Protegida Local do Sousa Superior alberga artes e ofícios que são redutos da identidade rural do vale do Sousa Superior. A tamancaria, a cestaria, a carpintaria e os bordados, subsistem ainda hoje como herança dos nossos antepassados, cabendo à luz da sua existência na paisagem protegida, promove e emancipar estes produtos. O declínio do artesanato, salvo exceções, diz respeito à difícil continuidade entre gerações da arte e do ofício e noutro prisma à dificuldade em atribuir novos usos às peças o que diretamente reduz o número de novos compradores. A nova roupagem do artesanato pertence não só à sua promoção direta mas também dinamizando novas apropriações e usos para os mesmos produtos que motivem novas gerações de compradores: dos cestos de vindima guar-

dam-se canhotas, das rasas ou rasouras os livros e revistas, dos tamancos temos um amigo para as voltas no quintal e dos largos bordados, toalhas americanas e toalhas de mesa individuais. Em cada produto concentra-se a identidade do território e em si mesmo a histórias das gentes que ocupam o vale do rio sousa. A utilização de matérias-primas locais como o linho, a palha de centeio, a casca de silva, a madeira promove a economia local e a sustentabilidade dos produtos. De momento, o Município de Lousada inventariou e caracterizou os artesãos existentes na Paisagem protegida e encontra-se a finalizar a recolha de conteúdo fotográfico e audiovisual que permitirá evidenciar a diversidade e a riqueza dos seus produtos, promovendo-os ativamente.

Está na sua natureza!

AMBIENTE

O Artesanato vivo da Paisagem Protegida

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MUNICÍPIO

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Bebé Natal

O Município celebrou no dia 16 de janeiro o evento Lousada Bebé Natal, que contou com 160 inscrições. A Vereadora da Ação Social, Dra. Maria do Céu Rocha, destaca o facto de “o Município celebrar, pelo terceiro ano, o evento “Lousada Bebé Natal”, de modo a continuar a assinalar o rejuvenescimento do concelho e homenagear, de forma simbólica, as crianças naturais do concelho, nascidas durante o ano de 2021, que foram cerca de 300”. Cada bebé inscrito recebeu, para além do diploma e de uma lembrança da iniciativa, um vale de oferta no valor de 40€ para descontar em produtos nas farmácias do concelho, que são parceiras desta iniciativa através da comparticipação de 10€ por cada vale. Colaboraram na iniciativa “Lousada Bebé Natal 2021” a Farmácia Amândio (Nevogilde), Farmácia Aveleda, Farmácia Fonseca, Farmácia Lopes Caçola, Farmácia da Vila, Farmácia Silva Marques (Lustosa), Farmácia Meinedo, Farmácia Silva Rocha (Caíde de Rei) e Farmácia Sousa e Silva (Sra. Aparecida).


Ciência no Parque

DESPORTO Free Running Especial Lucinda Santos

AMBIENTE BioLousada: História Natural

Agenda

EDUCAÇÃO


EDUCAÇÃO 16


EDUCAÇÃO

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DESPORTO 18


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Free g n i n n u R

DESPORTO

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022 16 de fevereiro de 92h00 1 Assista à conversa online a fb.com/cmlousad

al

Participação especi

LUCINDA SANTOS

Campeonato Regional de Inverno — Masters 5 > 6 FEV Pista de Atletismo

©freepik.com | Foto: Matias Novo©


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AMBIENTE 22


AMBIENTE

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AMBIENTE

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Revista Municipal Câmara Municipal de Lousada N.º 209 Ano n.º 23 – 4.ª série Data fevereiro 2022 Depósito Legal 49113/91 ISSN 1647-1881

Suplemento

Património

Santa Maria de Meinedo em 1758 memória paroquial, toponímia e património O presente texto dá seguimento ao projeto de divulgação das memórias paroquiais, cabendo aqui abordar Santa Maria de Meinedo. Pela ordenação alfabética de cada uma das circunscrições administrativas que formam o atual concelho de Lousada, este era o momento para se apresentar a memória setecentista de São João Baptista de Macieira, todavia, até nós chegou somente uma memória breve.

Texto e fotografia Luís Sousa luis.sousa@cm-lousada.pt Cristiano Cardoso cristiano.cardoso@cm-lousada.pt


SUPLEMENTO

28 1. Santa Maria de Meinedo - a paróquia e a sua igreja 1.1. A paróquia As referências documentais sobre a existência, embora episódica, de uma diocese com sede em Meinedo (Magnetum) têm vindo a ser relacionadas com os vestígios matérias que se vêm encontrando desde os meados do século no Lugar de Casais, nas proximidades da Igreja Paroquial de Meinedo, com destaque para vários capitéis atribuíveis ao período visigótico, que testemunham globalmente, a ocupação do local no período romano e durante a Alta Idade Média, bem documentada por vários achados. Melhor comprovação parece ter sido conseguida com os resultados das escavações arqueológicas efetuadas entre 1991 e 1993, na atual igreja da freguesia, que permitiram identificar, as ruínas de uma construção que tudo a leva a supor tratar-se do período suevo-visigótico. As estruturas descobertas pertencem à abside lateral Norte de um templo que se orientaria segundo um eixo Este-Oeste, apresentando uma planta externamente retangular e internamente em arco ultrapassado, que foi edificado com aparelho de grande solidez e de aspeto monumental. Tudo indica, portanto, que os dados arqueológicos confirmam a existência neste local de um edifício religioso relacionável com o período de existência da diocese magnetense. Permanecem, no entanto, algumas questões em aberto, nomeadamente quanto às razões que levaram à ereção da sede episcopal em Magnetum (Meinedo) em detrimento de Portucale (Porto). Foi sem dúvida, uma situação excecional. Já que poucos anos depois, ainda durante o reino suévico, o bispado passa a ter sede em Portucale. 1.2. A Igreja Igreja de estilo românico de transição e resistência, do último terço do século XIII. Como outras igrejas deste período, distingue-se por uma grande austeridade ornamental, exibindo escultura decorativa fruste, apenas presente em alguns modilhões e nas arquivoltas do portal axial. Fig. 1 O retábulo e o teto de caixotões da capela-mor, dos meados do século XVII, inserem-se no contexto da transição do maneirismo para o barroco, conciliando a talha dourada com pequenos painéis de pintura sobre madeira. A talha dos altares colaterais, que se estende pelo arco-cruzeiro, em estilo barroco nacional, dos inícios do século XVIII, confere à igreja a imponência característica da época.

Figura 1 Igreja de Meinedo

2. Memória paroquial de Santa Maria de Meinedo: transcrição Na freguezia de Santa Maria de Meinedo, da comarca de Penafiel, deste bispado do Porto, responde-se aos interrogatorios que vieram da cidade do Porto, na forma e maneira seguinte. 1. Esta freguezia está sita na Provincia do Minho, e hé do bispado do Porto, da comarca de Penafiel, se entende no juizo eccleziastico, porém no juizo secular parte della, a saber, metade pertence à comarca da cidade do Porto, e outra metade pertence à comarca da villa de Barcellos. 2. O abbade della hé o Arcediago do Porto. Há duvida se este apprezenta o vigario desta freguezia, ou se hé aprezentação do Excellentissimo Senhor Bispo. 3. Nesta freguezia há trezentos e quatorze fogos, e consta de novecentas e vinte pessoas maiores, e cento e nove menores e dezasseis auzentes. 4. Hé hum valle situado entre montes, não muito altos. Daqui não se descobre povoaçoens, só de algua parte da freguezia se avista a villa de Arrifana de Souza, donde fica distante hua legoa. 5. Esta freguezia consta da parte de quatro concelhos, a saber, para o Couto de Bustello, pertence hua aldea chamada Espindo, a qual consta de seis vizinhos. Para o concelho de Louzada pertencem a aldea de villa Pouca, que consta de doze vizinhos, e a aldea de Romariz, que consta de vinte e sinco vizinhos. E o outro concelho hé o couto chamado de Cazaes, no qual apprezenta a juiz e meirinho o reverendo arcediago do Porto, abbade desta freguezia, o qual couto consta de sincoenta vizinhos. Finalmente o outro concelho chama-se Honra de Meinedo, que pertence à correi-


arvores. E fruta bastante de maçans e peras. 16. Na honra desta freguezia há juiz ordinario, vereadores, procurador, almotacés, meirinho e mais officiaes sojeitos à correição do Doutor Corregedor da comarca de Penafiel (sic), como provedor, o qual lhe confirma as suas eleiçoens. No couto de Cazaes há juiz que serve de juiz ordinario e dos orfãos elle mesmo serve. Dos mais officiaes da camara, e o meirinho serve de porteiro, e dos outros officios baixos. No mesmo couto serve o juiz do concelho de Louzada de juiz do crime e dos direitos reais. 17. A respeito deste fica dito, e também do decimo nono, e a respeito do vigessimo, destes não há que dizer, nem do decimo oitavo. 21. Esta freguezia fica distante da cidade do Porto, seis legoas e da de Lisboa, sincoenta e seis. A respeitos dos mais deste capitulo não há que dizer. Já fica dito que esta freguezia está situada em hum valle, mas logo junto della, para a parte do Sul e Nascente está hua serra chamada a Cumieira, que tem de comprido, do Norte ao Sul, duas legoas. Principia da parte do Norte, em hum lugar chamado a Lixa, e acaba da parte do Sul, em Arrifana de Souza, que hé villa, e fica dito ao primeiro interrogatorio, e ao segundo e terceiro. 4. Do fim desta serra para a parte do Norte, nasce o rio Souza, que corre dahi para o Sul, e fenece no rio Tamaga, pela parte que fica para baixo da villa de Entre Ambos os Rios, para a parte do Poente. 5. Já fica dito que a villa de Arrifana de Souza fica no principio desta cerra, para a parte do Sul, e no fim o lugar da Lixa para a parte do Norte. Ao sexto e settimo não há que dizer. 8. Há no principio desta serra, para a parte do Sul, dous lugares pequenos ou aldeas, situados no meio ou cume della chamados Cazaes Novos e Cucanha. Os frutos que produzem as terras destes dous lugares são milho branco e centeio e algum vinho verde. 9. No principio desta serra, junto à villa de Arrifana de Souza, está situada a igreja parochial, de que hé padroeira Santa Martha advogada das maleitas, onde há concurso de romagem, no dia vinte e nove do mês de Julho. 10. A qualidade do temperamento desta serra hé amena e não aspera. 11. Nesta serra pastam bois, bestas, ovelhas e cabras. Criam-se nella alguas perdizes, coelhos e lebres. Ao duodecimo e decimo tercio não há que dizer, nem mais couza algua da serra. 1. A respeito do rio que vai por esta freguezia para a parte do Norte, indo para o Sul, como já fica dito, chamado o Rio Souza, já fica dito onde nasce, que junto ao lugar da Lixa. 2. Nasce em duas partes, por modo de fonte humilde, hua junto ao Mosteiro de Pombeiro, dos Religiozos de S. Bento. E a outra junto ao lugar

29 SUPLEMENTO

ção de Penafiel, do termo da cidade do Porto. Nesta honra há a aldea de Ronfe, que consta de dez vizinhos. A aldea de Suarriba, que consta de outros dez vizinhos. A aldea da Foz, que consta de vinte e hum vizinhos. A aldea das Eiras, que consta de dezasseis vizinhos. A aldea da Quinta e Monte, que consta de vinte vizinhos. A aldea de Pade, que consta de trinta vizinhos. A aldea de Pemarelho, que consta de doze vizinhos. E a de Agrello, que consta de dous vizinhos. E finalmente a aldea das Calles, que consta de settenta vizinhos. 6. A igreja desta freguezia está no meio della, e tem quatorze aldeas, que são as acima nomeadas. 7. O orago desta freguezia hé Santa Maria, com o titulo das Neves. Nesta igreja hão sinco altares. No altar mor está a imagem da padroeira, nos dous altares collateraes, no da parte Direita, que hé para a parte da Epistola, está a imagem de Christo Senhor Nosso Crucificado. No da parte Esquerda, está a imagem de Nossa Senhora do Rozario. Para essa mesma parte está o altar de Santo Tirso. E o outro altar hé o de Santo Antonio. Nesta igreja está situada hua irmandade das Almas, debaixo da protecção de Nossa Senhora do Rozario. 8. O paroco desta freguezia hé vigario, como já fica dito. Foi aprezentado por renuncia, e o resignante foi aprezentado pelo Illustrissimo Senhor Dom Frei Jozé de Santa Maria, bispo que nesse tempo era neste bispado. E este beneficio, renderá ao dito paroco, cento e sincoenta mil reis. E para o reverendo arcediago rende dous mil e quinhentos cruzados. Ao nono, decimo, undecimo, duodecimo, não há que dizer. 13. Nesta freguezia há a capella de Santa Anna, chamada da Pedra, que está no monte da aldea de Romariz. E há a capella de Santa Catherina, que está nos campos da aldea de Pade. As quaes ambas fabrica esta freguezia. E há a capella de S. João Baptista, sita na dita aldea de Romariz, a cuja fabrica está obrigado Antonio de Mendonça, da mesma aldea de Romariz. E outra capella com a imagem do Apostolo Santo André, sita na aldea de Ronfe, a cuja fabrica está obrigado o Lecenciado Antonio da Cunha, morador na mesma aldea de Ronfe. E na aldea de Eiras a capella de S. Mamede, a cuja fabrica está obrigado o padre Paulo Borges da Fonceca, morador na mesma aldea. E vem a ser sinco capellas dentro nesta freguezia. 14. A vinte e oito de Janeiro, há romagem a Santo Tirso, na igreja matriz desta freguezia. E a vinte e seis de Julho na capella de Santa Anna da Pedra. 15. Os frutos de que esta terra hé mais abundante hé milhão e algum centeio e feijão, e algum milho branco, azeite pouco. Também se fabrica algum vinho verde nas


SUPLEMENTO

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da Lixa, como já fica dito. E não são muito distantes hua da outra. E a sua corrente por esta freguezia hé continua em todo o tempo. 3. Nesta freguezia entram na madre deste rio dous regatos. Hum destes nasce na serra da Cumieira, no sitio da freguezia de S. Pedro de Cahide, do Arcebispado de Braga, e o outro nasce no monte da freguezia de S. Miguel de Silvares, do dito Arcebispado, que nos fica para a parte do Norte. 4. Não hé navegavel, nem capaz de embarcaçoens, por ser pequeno. 5. Nesta freguezia em toda a parte corre quieto. 6. Já fica dito que corre do Norte para o Sul. 7. Cria nos limites desta freguezia sinco qualidades de peixes, que vem a ser, bastantes barbos e bogas, escalos e alguas trutas e enguias. Ao oitavo interrogatorio não há que dizer, nem ao nono. 10. As suas margens são amenas, dão pão e vinho, como fica dito no primeiro capitulo. E as arvores da terra, junto deste rio, dão fruta de maçans e peras, como já fica dito. Ao undecimo não há que dizer. 12. Sempre se chamou rio Souza, e este mesmo nome tem até entrar no rio Tamaga. 13. Entra no dito rio Tamaga, na freguezia chamada de Souza. 14. Tem bastantes levadas e açudes, e já fica dito que não hé capaz de navegaçam. 15. Tem quatro pontes de cantaria, hua chamada a Ponte da Beiga, que fica quazi

no principio, donde se ajuntam as fontes do seu nascimento. A outra chama-se a Ponte de Villella, distante meia legoa da primeira. A outra chama-se a Ponte de Novellas, distante hua legoa da de Villella. A outra, que hé a ultima que conheço, chama-se a Ponte de Cepeda, que fica distante meia legoa da de Novellas. E estas duas ficam vizinhas da villa de Arrifana de Souza. E tem este rio bastante pontes de pao. E no destrito desta freguezia tem duas de pao e hua de padieiras de pedra. 16. Tem bastantes moinhos de moer pão e hum engenho de azeite, este sito na freguezia de Santa Maria de Villar, do Arcebispado de Braga. Também no braço que vem da parte de Pombeiro, tem outro engenho de azeite, logo acima da Ponte da Beiga, aonde chamam os Moinhos do Barreiro. Ao decimo settimo não há que dizer. 18. Em alguas partes deste rio uza o povo das suas aguas para regar, sem por isso pagar pensão algua. 19. Tem quatro legoas desde o seu principio até chegar ao rio Tamaga. E não destroe povoação algua com sua corrente. E não sei, nem conheço couza algua notavel de que possa avizar. E por verdade me assinei, hoje em Meinedo, 19 de Abril de 1758. Declaro que o rio fenece no Douro. Parocho de Meinedo, Francisco Peixoto da Costa1.

3. Toponímia e Património 3.1. Toponímia Denominação (antiga-1758/atual)

Nota etimológica/Refas. bibliográficas/Observações

Agrello/Agrelo

Diminutivo de agra, o mesmo que campo2.

Calles/Cales

Trata-se no Norte de Portugal de um topónimo com grande representatividade. Deriva do latim «canāles»3. Tem-se considerado que, na freguesia de Meinedo, ‘Cales’ se relaciona com a existência, hoje não constatada, de canais ou levadas, abertas na terra e eventualmente complementadas por outros recursos e materiais, que teriam a função de conduzir água para regadio. Da Época Romana abundam na zona fragmentos cerâmicos, especialmente de tégulas. Além de fixado na toponímia local na fórmula simples, existe também enquanto topónimo compósito – ‘Bouça das Cales’.

Cazaes/Casais

Plural do singular masculino «Casal». Topónimo frequente, abundantemente documentado na Idade Média. Por casal entendese uma unidade agrícola composta pela habitação e por outras estruturas como a adega e lagar, celeiro ou palheiro, cortes para animais e lojas para recolha de alfaias agrícolas. Trata-se da composição rural que melhor caracteriza a exploração da terra no entre Douro e Minho. O termo «Casais» exprime porventura o invulgar número daquelas unidades rurais já na Baixa Idade Média, período de que chegaram até nós as mais recuadas fontes escritas.

Eiras

Topónimo frequente em Portugal e na Galiza4. Determina a existência de superfícies tendencialmente aplanadas, rochosas ou não, de origem natural ou antrópica, destinadas ao sequeiro de cereal.

Espindo

De origem obscura5.

1 IAN/TT, Memórias Paroquiais, vol. 23, memória 112, fls. 725-730; CAPELA, José Viriato; MATOS, Henrique; BORRALHEIRO, Rogério – As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758: Memórias, História e Património. Braga: Ed. Autor, 2009, pp. 315-317. 2 Machado, José Pedro - Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. 2ª ed., vol. I. Lisboa: Livros Horizonte/Confluência, 1993, p. 61. 3 Idem, Ibidem, vol. I, p. 316.

Idem, Ibidem, vol. II, p. 551. Idem, Ibidem, vol. II, p. 589. A. de Almeida Fernandes – Toponímia Portuguesa: exame a um dicionário. Arouca: Associação para a Defesa da Cultura Arouquense, 1999, p. 502. 7 Machado, José Pedro - Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. 2ª ed., vol. III. Lisboa: Livros Horizonte/Confluência, 1993, p. 1274. 8 Idem, Ibidem, vol. III, p. 1276. 4 5 6


Nota etimológica/Refas. bibliográficas/Observações

Foz

Topónimo usualmente associado ao local onde um rio ou ribeiro tem o seu encontro num recurso aquífero de maior dimensão. Não é a circunstância notada em Meinedo, sendo crível o topónimo estar deslocado.

Monte

Monte é um topónimo de origem evidente. Local onde se faz recolha de mato para a cama de gado em regime estabular.

Pade

De origem etimológica obscura. É nomeado na Memória Paroquial de Meinedo sob a expressão simples ‘Pade’, embora se ache cartografado na fórmula compósita - ‘Pade de Cima’.

Pemarelho/Pomarelho

Diminutivo de ‘pomar’, lugar abundante de árvores de fruto.

Quinta

Topónimo com grande representatividade um pouco por todo o país. Terá origem no latim «quintana». Tem sentido predial, terreno de semeadura6.

Romariz

Este topónimo tem representação em vários concelhos de Portugal e da Galiza. Trata-se de um patronímico de origem suevovisigoda, derivado de – ‘Romarici’7.

Ronfe

Derivado de – ‘Ranulfi’ (villa), genitivo do antroponímico de origem germânico – ‘Ranulfus’8.

Suarriba/Surriba

Lugar do qual se retira terra, onde se escava ou se desbrava terreno com o objetivo de obter um inerte, usualmente saibro, empregue na regularização de caminhos ou na construção de habitações e anexos.

Villa Pouca/Vila Pouca

Por vila entende-se aqui uma zona onde é evidente a presença de um certo número de casas mais/menos próximas e que se dispõem em redor de uma parcela agrária de boa dimensão, ou unidade agrícola de superior grandeza que o casal. Não raras vezes é indicativo de aglomerado populacional antigo, com raiz baixo-medieval ou mesmo anterior. A expressão ‘Vila Pouca’ deverá aqui ser entendida como vila pequena, isto é, aglomerado de algumas casas próximas.

3.2. Património 3.2.1. Capela de Santa Ana Nestas Memórias Paroquiais de 1758, o padre de Meinedo, Francisco Peixoto da Costa, informa-nos do seguinte: “Nesta freguezia ha a Capella de Santa Anna, chamada da Pedra, que está no monte da Aldea de Romariz”. Mais adiante acrescenta que era fabricada pela freguesia, ou seja, ambas são públicas, estando a administração delas ao encargo do pároco e do povo. Depreende-se, pois, que a capela de Santa Ana foi fundada pela devoção do povo de Meinedo, especialmente da população de Romariz. É uma capela de pequena dimensão, mas construída com um certo gosto e cuidado, sobre um imponente penedo. Enquadra-se no contexto de templos devocionais do século XVIII, com o seu púlpito exterior, apropriado para os sermões dos dias festivos. Sobre o lintel do portal, inscrita numa tábua de madeira, conserva-se uma referência a um restauro: “L. de Rumariz Reformada em 1878 pelos Sres de Sima e um Deboto”. No século XX foi construído um alpendre adossado à fachada, descaracterizando muito o edifício. 3.2.1. Capela de Santa Catarina Presume-se que a capela mencionada nestas Memórias de 1758 se terá arruinado e desaparecido, permanecendo, no entanto, a sua lembrança na toponímia local. Contudo, no último quartel do século XVIII, foi construída uma capela no lugar das Eiras, que, originariamente, foi dedicada a Santa Catarina. A sua cons-

trução ficou a dever-se à devoção de Catarina de Jesus, mulher solteira, moradora no mesmo lugar, que a dotou com os rendimentos de propriedades que possuía em Rio de Galinhas e Tuías. 3.2.1. Capela de São João Baptista Esta capela situava-se na aldeia de Romariz, nas proximidades da casa de Além. Foi mandada construir por Francisco de Seixas no ano de 1702. Admite-se que terá entrado em ruína, não se conhecendo quaisquer vestígios da sua edificação. 3.2.1. Capela de Santo André Quando foi construída, em 1685, a primitiva capela de Santo André estaria separada das casas de habitação, conforme era determinado pelas autoridades eclesiásticas. A construção da capela deveu-se a André Borges do Couto, então senhor da casa de Ronfe. Na segunda metade do século XVIII, foi construído o atual palacete, ficando a capela integrada e com comunicação para o interior. 3.2.1. Capela de São Mamede As Constituições Sinodais do Bispado do Porto de 1541 ordenavam que as igrejas deviam organizar “os tombos de todos os bens móveis e herdades que estavam na sua posse”. O Tombo da Igreja de Meinedo foi feito no tempo do Abade Manuel de Sá, arcediago do Porto, em dezembro de 1553. Através da descrição do casal de S. Mamede, que andava na posse do padre Duarte Pires, entre as construções existentes, menciona-se “uma pequena capela telhada”.

SUPLEMENTO

31 Denominação (antiga-1758/atual)



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