DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS
O ESTÁDIO NACIONAL
O QUE É?
Em 1933, no final do congresso dos Clubes Desportistas, Oliveira Salazar prometeu a construção de um Estádio Nacional aos atletas presentes. No ano seguinte era lançado o concurso de ideias para um futuro estádio que, além de recinto para o desporto, serviria de palco para as grandes manifestações do Estado Novo.
Criado pelo ICOMOS - Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios em 1982, este dia, comemorado a 18 de Abril, pretende SENSIBILIZAR o público para a diversidade e vulnerabilidade do PATRIMÓNIO e realçar a necessidade de o PROTEGER, PRESERVAR e DIVULGAR.
Em 2016 O TEMA DESTA COMEMORAÇÃO É O PATRIMÓNIO DO DESPORTO Em Oeiras destaca-se:
• ESTÁDIO NACIONAL • SPORT ALGÉS E DAFUNDO • ESCULTURA HOMENAGEM AOS CAMPEÕES DE HOQUEI PATINS DE PAÇO DE ARCOS
Fotos 1 e 2 em falta....
Duarte Pacheco, ministro das Obras Públicas e presidente da Câmara de Lisboa, homem de confiança do regime, lidera o projeto. Após várias hipóteses equacionadas, o vasto vale de hortas e pomares do Jamor, bem próximo da capital acabou por ser o local designado. Da autoria do arquiteto Francisco Caldeira Cabral, com a colaboração de Konrad Wiesner, este projeto é inspirado nos modelos alemães, particularmente pelo estádio de Nuremberga, modelos próximos dos clássicos da antiga Grécia.
Como particularidade apresenta uma solução natural e orgânica ao colocar o estádio a meia-encosta. A tribuna apresenta um desenho clássico imperial, de linhas sóbrias, mas monumentais, obra de Miguel Jacobetty Rosa. As bancadas, com capacidade inicial para 50.000 espetadores, apresentam forma de ferradura, conceção grega, com o lado menor aberto e virado ao Tejo. Em 1939 iniciam-se as obras que deveriam terminar em 1940 – ano da celebração do Mundo Português. Paralelamente decorriam as obras da autoestrada de Lisboa, a primeira do país e da Península Ibérica e as da Estrada Marginal, vias rodoviárias essenciais no acesso ao Estádio Nacional.
O Estádio Nacional foi então inaugurado a 10 de junho de 1944 – dia de Portugal, da Raça e de Camões, com pompa e circunstância, com cerca de 50.000 espectadores e 12.000 atletas. O Presidente do Conselho Oliveira Salazar presidiu, juntamente com o Presidente da República Óscar Carmona, à inauguração numa verdadeira manobra de propaganda do Estado Novo. Esta construção constitui um marco na história da arquitetura do desporto em Portugal e é uma obra emblemática do Estado Novo – espaço de celebração do regime na sua dimensão mais simbólica: a exibição de uma nova ordem.
Vários contratempos impediram a conclusão dos trabalhos que só terminaram em 1944. Em finais de 1943 morria Duarte Pacheco, num trágico acidente de automóvel sem ver terminada esta grande obra do regime. Em 1942, a revista Panorama, ano I, n.º 7, escrevia: … Ergue-se como um monumento em pedra, pedra talhada a escopro e cinzel. As linhas são sóbrias e discretas … Uns passos mais – e é o deslumbramento. O estádio está ali na pureza da pedra branca e viva, na harmonia das linhas regulares e sóbrias, no conjunto forte e sereno. As bancadas descem em hemiciclo até ao tapete verde de relva da pista, onde vão desenrolar-se os combates de velocidade e destreza, os jogos em que há força e agilidade. Aí tremularão, ao vento, bandeiras e insígnias; galhardetes e guiões. Aí desfilarão, em passo ginástico, rapazes novos, homens novos, corpos fortes e sãos. E tudo será, necessariamente, jovem e belo …
O COMPLEXO DESPORTIVO DO JAMOR
O primeiro grande projeto estava na linha dos grandes centros desportivos internacionais, onde imperava o culto de um “Homem Novo” são física e mentalmente, através da prática desportiva, numa clara recuperação dos valores herdados da cultura greco-romana.
No passado dia 31 de Março foi inaugurada a Cidade do Futebol, uma estrutura moderna e ampla que reúne num só local todas as instalações da Federação Portuguesa de Futebol, nomeadamente o edifício sede, centro
Para além do estádio, com o campo de jogos e as pistas de atletismo, e das diversas estruturas de apoio, um grande parque florestal foi pensado para estas colinas e vale, com uma área total de 204 hectares. No ano seguinte à inauguração, foram concluídos os campos de ténis, num total de 35. Destaca-se o campo central onde grandes nomes desta modalidade afirmam ter um prazer especial em jogar, neste recinto de grande prestígio e beleza. Na década de 70 do seculo XX, o Plano de Ordenamento do vale do Jamor pretendeu requalificar a estrutura envolvente do vale, bem como a própria ribeira, permitindo a prática de novas modalidades, como as náuticas, de ar livre, percursos pedonais, ciclo-cross, pistas para bicicletas e de manutenção. Um novo investimento permitiu encarar este espaço como um complexo desportivo de âmbito nacional, tendo sido decisivo o Plano Olímpico de 1988/92, que deu prioridade ao desporto de alto rendimento. Desde então, inúmeras infraestruturas foram criadas, melhoradas ou ampliadas, como campos de râguebi, hóquei e futebol, tiro com arco, driving range, o complexo das piscinas, o parque urbano e um campo de golfe, o primeiro de carácter público.
logístico, centro técnico (com três campos de treino, um campo de treino para guarda-redes, balneários, ginásios, centro de hidroterapia e escritórios para as equipas técnicas) e um núcleo central que englobará um “centro de acolhimento”, centro de formação e centro de conferências e uma bancada para a comunicação social e convidados com cerca de 340 lugares. A localização das várias infraestruturas desportivas tem sido efetuada numa lógica futurista, ou seja, obedecendo a um plano que prevê o crescimento e o enriquecimento dos equipamentos, adaptando-os a todos os desportistas, incluindo os da alta competição. A componente de formação e ensino complementam este complexo. O vale do Jamor para além de uma zona para a prática desportiva é, simultaneamente, um espaço para o recreio e o lazer de todos, envolvido por uma mancha verde de 365 hectares que o tornam um espaço magnifico e singular.
SE QUISER SABER MAIS: Publicações Jamor – O palco maior do desporto nacional, coordenação geral Diogo Guia, coord. científica Carlos Guardado da Silva, edição INCM/MND/IPDJ, 2014. O Estádio Nacional – Um paradigma da arquitectura do desporto e do lazer, atas das Jornadas Europeias do Património 2005, edição CMO, Oeiras, 2007; Estádio Nacional – 62 anos depois, Fernando Correia, Editora Sete Caminhos, 2006; Audiovisual You Tube – 10 de Junho de 1944 – Inauguração do Estádio Nacional Sítio www.jamor.idesporto.pt
Foto 4 em falta....
SPORT ALGÉS E DAFUNDO Resultante da fusão de dois clubes de futebol: o Sporting Club do Dafundo e o Algés Futebol Club foi inaugurado a 19 de junho de 1915, como Associação desportiva, cultural e recreativa, adotando o verde e o branco como as suas cores. Este clube desportivo amador, de perfil eclético, vocação competitiva e olímpica promove diversas modalidades, em diversos escalões etários, constituindo uma coletividade com forte impacto não só na localidade de Algés, como no concelho, particularmente nas camadas juvenis. Desde a sua formação que este clube tem um historial de glórias desportivas, tendo ganho diversas condecorações, medalhas, troféus e outras distinções. Atualmente conta com mais de 2000 atletas no ativo.
ESCULTURA DE HOMENAGEM AOS CAMPEÕES DE HOQUEI PATINS DE PAÇO DE ARCOS
SE QUISER SABER MAIS: Publicações O Associativismo, in atas IV Encontro História Local do Concelho de Oeiras, edição CMO, 1998. 100 Anos a Formar Campeões, Emílio Frischknecht, Fernando Madeira e Luis Salgueiro, Edição SAD, 2015 Sítio www.sportalgesedafundo.com
FICHA TÉCNICA DA ESCULTURA INAUGURAÇÃO - 1997 AUTORIA - António Trindade INSCRIÇÕES - Encontram-se gravados na base, junto de cada atleta, os seus nomes e títulos conquistados ASSINATURA - António Trindade MATERIAL - Bronze e base em pedra TIPOLOGIA - Monumento LOCALIZAÇÃO - Praceta Dionísio Matias, Paço de Arcos PROPRIEDADE - Câmara Municipal de Oeiras ESTADO DE CONSERVAÇÃO - Bom