Ecomuseu Informação N.º 57 – Outubro | Novembro | Dezembro 2010

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˙n.º 57˙OUTUBRO.NOVEMBRO.DEZEMBRO

2010

Boletim trimestral do Ecomuseu Municipal do Seixal

ecomuseu informação O SEIXAL E A REPÚBLICA

Mais informação nas páginas interiores

Comício republicano no Seixal, em 1908. © EMS/CDI

ACOMPANHE AS ACTIVIDADES DO NÚCLEO NAVAL

S. MARTINHO NO MOINHO 11, 13 E 14 DE NOVEMBRO DE 2010

Mais informação na página 9

Mais informação na página 9

Modelismo no Núcleo Naval do Ecomuseu. © EMS/CDI, Carlos Montalvão, 2010

Moinho de Maré de Corroios. © EMS/CDI

Exposições e Programa de Iniciativas de Serviço Educativo informe-se em www.cm-seixal.pt/ecomuseu


2 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 57˙OUT.NOV.DEZ

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ÍNDICE 2 EDITORIAL

O Seixal e a República . Jorge Raposo 3˙4 exposições

Programa de Iniciativas dE Serviço Educativo DESTAQUES

5˙6˙7˙8 9

S. Martinho no Moinho | Exposição O Seixal e a República | Actividades no Núcleo Naval 10˙11

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO

Sugestões bibliográficas sobre a República . Ana Machado 12˙13˙14˙15

Conhecer

O Republicanismo no Seixal . Fátima Afonso 16˙17˙18

CARTA DO PATRIMÓNIO DO CONCELHO DO SEIXAL

A Escola Conde de Ferreira . Cláudia Silveira e Fátima Afonso 19 20

agenda Núcleos e serviços do EMS

EDITORIAL O Seixal e a República Celebrando-se em 5 de Outubro o centenário da Implantação da República Portuguesa, em 1910, num movimento que teve forte impacto popular, nomeadamente no Seixal, o Ecomuseu programou um conjunto de actividades específicas sobre o tema e dedica-lhe particular atenção neste boletim. A contextualização histórica, política, económica e social do movimento republicano, com particular ênfase nas suas incidências a nível local, é desenvolvida num texto que nos dá a conhecer a estrutura socioeconómica do Seixal na transição dos séculos XIX-XX, ainda muito ligada ao rio, ao mar e ao trabalho da terra, mas onde a indústria impulsionava o crescimento demográfico e ocupava já quase um terço da população activa. Podemos entrever um tempo em que as condições de vida se mantinham muito difíceis, sem saneamento básico, abastecimento de água ou electricidade, com poucos ou nenhuns serviços de saúde e elevadíssimas taxas de analfabetismo. Podemos também perceber como a insatisfação social, agravada pelos baixos salários e pelas más condições de trabalho, foi justamente capitalizada pelo movimento republicano, ao defender novos direitos políticos e cívicos e apresentar soluções associativas e cooperativas para resolver as situações mais sentidas no quotidiano das populações. Consequentemente, os comícios republicanos ganharam grande expressão no Seixal, as cooperativas de consumo passaram a facilitar o acesso aos bens essenciais, os operários corticeiros e vidreiros organizaram-se em associações de classe, criaram-se células maçónicas locais, comissões e centros paroquiais republicanos. Em 4 de Outubro de 1910, sem comunicações e ligações com a capital, onde ainda era incerto o desfecho das operações que viriam a ditar o triunfo da República, só confirmado no dia seguinte, fortes manifestações populares ocorrem no Seixal, em Amora e Arrentela, conduzindo ao hasteamento da bandeira republicana nos Paços do Concelho. Com a vitória do republicanismo, iniciava-se uma nova fase do percurso histórico recente do país e do município. Uma das principais transformações daí decorrentes verificou-se na política de ensino, como pode ler-se a propósito de um dos edifícios que integra a Carta do Património Cultural Imóvel do Concelho do Seixal: a Escola Conde de Ferreira. De facto, a redução drástica da taxa de analfabetismo, superior a 75 % em 1910, era

um dos objectivos centrais do novo regime. Para tal, o sistema de ensino e a rede escolar foram renovados, a escolaridade prolongada até aos 14 anos e o ensino de adultos incentivado, num esforço de elevação do nível de instrução da população que envolveu também a criação de bibliotecas, arquivos e museus. Inaugurada em 1869, como a primeira escola construída de raiz no concelho do Seixal e uma das primeiras a beneficiar, em todo o país, do legado do benemérito que lhe deu nome, Joaquim Ferreira dos Santos (1782-1866), este estabelecimento de ensino desempenhou um papel fundamental nesse processo. A temática da República ocupa ainda sugestões bibliográficas para quem deseje aprofundá-la recorrendo ao Centro de Documentação e Informação do Ecomuseu e justifica a inclusão de algumas acções específicas no programa de Iniciativas de Serviço Educativo, quer no Núcleo da Mundet, quer no núcleo urbano antigo do Seixal e a bordo do bote-de-fragata Baía do Seixal. Uma exposição itinerante sobre as incidências locais do movimento republicano, destinada às escolas dos ensinos básico e secundário do concelho, é ainda um dos destaques do trimestre, que incluem também actividades no Moinho de Maré de Corroios e no Núcleo Naval: o programa S. Martinho no Moinho, que associa este espaço museológico às festividades tradicionais da época, e as várias acções de modelismo naval, através das quais será acompanhada a construção de embarcações tão singulares e simbólicas como a muleta de pesca ou um galeão da Carreira das Índias. Naturalmente, os núcleos da Mundet, Naval e do Moinho de Maré de Corroios continuam a apresentar exposições sobre a indústria corticeira, a construção naval e a navegação tradicional no estuário do Tejo e a actividade moageira. Num âmbito mais vasto, o interesse pelos moinhos de maré do ocidente europeu justifica que se mantenha a itinerância internacional da exposição que os aborda, o mesmo sucedendo com a dedicada à olaria romana da Quinta do Rouxinol, que permanece no Museu Nacional de Arqueologia, continuando a divulgar outro dos recursos da estrutura descentralizada do Ecomuseu. Jorge Raposo


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EXPOSIÇÕES

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Veja horários na página 20 Para mais informações sobre exposições e notícias, consulte o site www.cm-seixal.pt/ecomuseu Todas as exposições são complementadas por iniciativas de interpretação e exploração didáctica (ver Programa de Iniciativas de Serviço Educativo, pp. 5-8).

Núcleo da MUNDET do EMS

Exposição de longa duração

Quem diz cortiça diz Mundet, quem diz Mundet diz cortiça • Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox - A produção de vapor para a fábrica • Edifício das Caldeiras de Cozer Cortiça - A cortiça na fábrica: a preparação

Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox © EMS/CDI, António Silva, 2008.

Exposição temporária

Cortiça ao Milímetro • Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox Exposição do Ecomuseu Municipal do Seixal sobre um dos produtos de referência da Mundet, o papel de cortiça, que mobilizou centenas de trabalhadores na fábrica do Seixal, principalmente ao longo da época em

As caldeiras Babcock & Wilcox integravam a oficina de produção do vapor necessário à preparação e à transformação da matéria-prima. Noutro edifício, as Caldeiras dos Moços permitiam cozer pranchas de cortiça, operação indispensável ao processamento da matériaprima para as suas várias aplicações, desde a laminagem para papel, ao fabrico de rolhas.

que era largamente utilizado pela indústria tabaqueira. A exposição Cortiça ao Milímetro interpreta o funcionamento da oficina de fabrico desse tipo de papel, com base nas máquinas e nas memórias dos antigos trabalhadores. Apresenta ainda aos visitantes a grande diversidade dos produtos elaborados na Mundet, a partir de finíssimas folhas de cortiça laminada.

Núcleo NAVAL do EMS

Exposição de longa duração

Barcos, memórias do Tejo Uma colecção de modelos dá a conhecer as principais embarcações tradicionais do estuário do Tejo, tanto para pesca como para tráfego local de pessoas e bens. Para além da apresentação detalhada das diversas tipologias de embarcações e das suas funções, os contextos de trabalho são documentados e interpretados através de recursos museográficos diversos, incluindo multimédia.

Exposição Barcos, Memórias do Tejo © EMS/CDI, Rosa Reis, 2005.


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Exposição temporária • Oficina do Núcleo Naval

Modelismo naval no Ecomuseu Municipal do Seixal Como e porque se constrói um modelo? O programa do Ecomuseu Municipal do Seixal no âmbito do modelismo naval assenta no equipamento da Oficina do Núcleo Naval com várias ferramentas de precisão, na integração na sua equipa científica e técnica de um especialista e formador neste campo (Carlos

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Montalvão) e num plano de iniciativas abarcando a formação. Aqui pode aprender mais sobre os barcos do Tejo e a sua construção, frequentando um dos cursos de formação em modelismo naval. A exposição documenta as três fases de construção de um modelo: 1.ª, do papel à madeira; 2.ª, o domínio da forma; 3.ª, a execução do convés e dos aprestos. Pode também obter mais informação sobre o tema através da Internet: www.cm-seixal.pt/ecomuseu ou http://curso-enviada-do-seixal.blogspot.com/

Núcleo dO MOINHO DE MARÉ DE CORROIOS do EMS Exposição de longa duração

600 anos de moagem no Moinho de Maré de Corroios O Moinho de Maré de Corroios, edificado em 1403 por iniciativa do Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, constitui um exemplo do aproveitamento da energia das marés, cuja aplica-

ção à actividade moageira no estuário do Tejo teve lugar a partir do século XIII. A exposição integra diversos recursos multimédia, interpretando a história do edifício e a relação com o espaço geográfico em que se insere, assim como os princípios tecnológicos que regem o seu funcionamento, exemplificado através de um modelo virtual animado, em 3D.

NO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA, EM LISBOA Exposição temporária

Quinta do Rouxinol: uma olaria romana no estuário do Tejo [Corroios, Seixal] Ainda pode visitar, no Museu Nacional de Arqueologia (Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa), uma exposição que resulta da parceria entre este Museu e o Ecomuseu Municipal do Seixal, com o apoio do Instituto dos Museus e da Conservação, IP. Contextualizado o sítio arqueológico e a investigação nele realizada, são interpretadas

e apresentadas as estruturas detectadas na olaria romana da Quinta do Rouxinol (séculos II-V), as respectivas produções cerâmicas e os materiais exógenos que ilustram a sua integração nos circuitos comerciais de longa distância, à época. Com uma forte componente etnográfica e antropológica sobre a olaria tradicional portuguesa, a exposição integra ainda proposta de restituição, à escala natural, de um dos fornos cerâmicos da olaria do Rouxinol, a par de animação virtual tridimensional sobre os seus aspectos construtivos e modo de funcionamento.

EM CIRCULAÇÃO PELA EUROPA

Exposição itinerante

MOINHOS DE MARÉ DO OCIDENTE EUROPEU No âmbito da comemoração dos 50 anos do Instituto Hidrográfico, a exposição Moinhos de Maré do Ocidente Europeu será apresentada na sede desta instituição, em Lisboa, entre 30 de Setembro e 19 de Novembro.

No decurso deste trimestre, será ainda apresentada, entre 15 e 30 de Novembro, em La Force – Dordogne (França), por iniciativa de uma instituição local, a Archaeological and Historical Research Association (ARAH). Mais informações sobre a exposição e o projecto que a enquadra encontram-se disponíveis no sítio Web www.moinhosdemare-europa.org.


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programa de iniciativas dE serviço educativo No Núcleo do Moinho de Maré de Corroios do EMS

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Para obter mais informações ou para participar no Programa de Iniciativas do Serviço Educativo, pode telefonar ou aceder ao sítio Web do Ecomuseu – www.cm-seixal.pt/ecomuseu – e inscrever-se por correio electrónico na respectiva secção (Serviço Educativo / Iniciativas). Pode também preencher e enviar-nos a ficha de inscrição distribuída como anexo da edição impressa deste boletim (ver contactos na última página).

No Núcleo da Mundet do EMS

Programa S. MARTINHO NO MOINHO (ver destaque na pág. 9) Conjunto de actividades no Moinho de Maré de Corroios, dirigido a públicos diversificados e associado às tradicionais festividades do S. Martinho, onde não faltarão as populares castanhas assadas. Destinatários: público escolar Data e horário: 11 de Novembro, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Destinatários: publico juvenil, adulto e famílias Datas e horários: dia 13 de Novembro, das 14.30h às 19h e dia 14 de Novembro, das 15h às 18h

Ateliês QUEM AO MOINHO VAI, A PINTAR SAI Garças, flamingos, mouchões, arcos, mós, rodízios, cereais… Visitar o moinho e observar a paisagem que o rodeia são inspiração para pintar num mural de papel. Destinatários: pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

© EMS/CDI, Ana Machado, 2010

Ateliês FAZER UM ÁLBUM FOTOGRÁFICO Fazer um álbum com fotografias do concelho do Seixal é pretexto para conhecer um pouco mais do seu património. Destinatários: pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

Ateliê PARA O NATAL, DE FARINHA E CEREAL Ateliê de expressão plástica para produção de enfeites e cartões de Natal inspirados no Moinho de Maré de Corroios e na moagem tradicional, incorporando materiais associados aos cereais. Destinatários: famílias Data e horário: 12 de Dezembro, às 15h © EMS/CDI

Visitas temáticas DOMINÓ DOS CEREAIS O trigo, o milho, o centeio e muitos outros são cereais para ver, tocar e conhecer jogando ao dominó na exposição 600 Anos de Moagem no Moinho de Maré de Corroios. Destinatários: 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

Ateliês REPÚBLICA: 100 ANOS DE HISTÓRIA NUM POSTAL Os participantes são convidados a construir o seu próprio postal ilustrado, a partir de imagens sobre a história da República no concelho do Seixal. Destinatários: pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Data e horários: 6 de Outubro, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16h


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Ateliês CELEBRAR 174 ANOS DE MUNICÍPIO Os participantes são convidados a construir o seu próprio postal ilustrado, a partir de imagens dos núcleos urbanos antigos do concelho do Seixal. Destinatários: pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Data e horários: 4 de Novembro, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16h Visitas temáticas O RATINHO DE CORTIÇA Um ratinho mágico e outras personagens de um teatro de fantoches andam à solta na antiga fábrica Mundet, ajudando os participantes a descobrir de onde vem, como se trabalha e para que serve a cortiça. Destinatários: pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

Programa DIA ABERTO DO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO No âmbito da recepção à comunidade educativa, o Centro de Documentação e Informação promove visitas guiadas que darão a conhecer os recursos documentais, o depósito e o funcionamento do seu serviço técnico. Destinatários: professores bibliotecários ou responsáveis por bibliotecas escolares Datas e horários: às 6.as feiras, de Setembro a Outubro, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

No Núcleo Naval do EMS

Ateliê MODELISMO E ARQUEOLOGIA NAVAL

© EMS/CDI, Sónia Bruno, 2007

Ateliês DANÇA DOS BARCOS Os participantes descobrirão quantos mastros tem uma fragata, para que servia um bote-de-tartarenha ou quantos triângulos há nas velas de um catraio, pintando e dançando ao som da canção Que Linda Falua. Destinatários: 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

Ateliê O NATAL NUM ESTALEIRO NAVAL Ateliê de expressão plástica para produção de enfeites e cartões de Natal inspirados na temática dos barcos do Tejo. Destinatários: famílias Data e horário: 11 de Dezembro, às 15h

(ver destaque na pág. 9) Primeiro ponto de encontro trimestral para quem faz do modelismo naval um instrumento privilegiado para o estudo, a preservação e a promoção do património marítimo e da história da náutica. Destinatários: jovens e adultos Data e horário: 4 de Dezembro, entre as 10h e as 18h

Visitas temáticas QUIZ DE BARCOS Exploração da exposição Barcos, Memórias do Tejo, através de fichas-questionário (tipo quiz) que também abordam a memória e o contexto de funcionamento do antigo estaleiro. Destinatários: 3.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

Ateliês ESTALEIRO DE BRINCADEIRAS

Visitas temáticas JOGANDO A PARES

Num antigo estaleiro naval, pequenos carpinteiros, calafates, pintores e mestres de velas procuram, experimentam e arrumam as suas ferramentas num loto. Destinatários: pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 11h ou das 14.30h às 15.30h

Exploração da exposição Barcos, Memórias do Tejo, a partir de um jogo de pista realizado a dois e com o objectivo de encontrar os pares de objectos, de palavras e de conceitos relacionados com a construção naval e as embarcações tradicionais do estuário do Tejo. Destinatários: 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h


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Passeios temáticos PERNA-LONGA VOA,

Reprodução de postal ilustrado n.º 3 (1.ª edição) da colecção da Union Postale Universelle, de 1907. © EMS/CDI

Visitas temáticas O TEJO DA MINHA INFÂNCIA Recordar memórias e vivências do Tejo, a partir da apresentação de um conjunto de antigas fotografias e de visita à exposição Barcos, Memórias do Tejo. Destinatários: centros de dia, associações de reformados, universidades seniores e outros grupos seniores organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

No Bote-de-Fragata Baía do Seixal

Ateliês NÓS E O RIO Passeios no Tejo em embarcação tradicional à vela, onde os participantes, com o apoio directo da tripulação, aprendem a fazer diversos nós de marinheiro. Destinatários: ensinos básico e secundário; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: 6, 13, 14, 15, 21, 22, 27 e 28 de Outubro, em diversos horários

© EMS/CDI, João Martins, 2008

Ateliês DESCOBERTAS MATEMÁTICAS NO BOTE-DE-FRAGATA Exploração matemática de um barco tradicional do Tejo, no decorrer de um passeio, focando aspectos relacionados com a navegação e realizando actividades com base nos motivos decorativos e outros elementos existentes a bordo. Destinatários: 1.º ciclo do ensino básico (só 4.os anos); ATL e outros grupos organizados Datas e horários: 6, 13, 14, 15, 21, 22, 27 e 28 de Outubro, em diversos horários

VOA, DO SEIXAL A CORROIOS Um perna-longa perdeu-se na Baía do Seixal e não consegue encontrar o caminho de volta até ao Moinho de Maré de Corroios. Fazendo um passeio no bote-de-fragata, os participantes vão ajudá-lo, mostrando-lhe o caminho até lá. Destinatários: pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: 7 e 8 de Outubro, em diversos horários

Passeios temáticos MOINHO DE MARÉ DE CORROIOS – MAIS MOINHOS PARA CONHECER Passeio de barco pela Baía do Seixal, para observação e interpretação dos moinhos de maré existentes no concelho, incluindo visita ao Moinho de Maré de Corroios Destinatários: 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: 7 e 8 de Outubro, em diversos horários

Visita e passeio temáticos A BORDO, CIDADÃOS! CELEBRAR A REPÚBLICA NO SEIXAL Percurso a pé pelo núcleo urbano antigo do Seixal, para interpretação de testemunhos locais associados ao movimento republicano. A iniciativa inclui ainda passeio no bote-de-fragata Baía do Seixal e visita ao Moinho de Maré de Corroios. Destinatários: público juvenil e adulto Data e horário: 5 de Outubro, das 10h às 15h

Passeio temático DE BARCO, DO MOINHO DE MARÉ DO MONTIJO AO MOINHO DE MARÉ DE CORROIOS Visita aos moinhos de maré do Cais do Montijo e de Corroios. O percurso entre ambos é efectuado em embarcação tradicional, o que permitirá observar e desvendar a história de outros moinhos de maré que ainda marcam a paisagem ribeirinha da Outra Banda. A iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal do Montijo. Destinatários: público juvenil e adulto Data e horário: 10 de Outubro, das 10.30h às 18h Ponto de encontro: Núcleo do Moinho de Maré de Corroios Passeio temático HISTÓRIA(S) A BORDO – A CONSTRUÇÃO DE UM GALEÃO NO SEIXAL DO SÉCULO XVI Passeio no Tejo em embarcação tradicional à vela, evocando o período dos Descobrimentos Portugueses e os contributos da Outra Banda para a construção naval da época. Destinatários: público juvenil e adulto Data e horário: 24 de Outubro, das 14.30h às 17.30h


8 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 57˙OUT.NOV.DEZ Na Extensão do EMS na antiga Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços

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Fora do Concelho

Visitas temáticas OLARIA ROMANA Visitas temáticas CIRCUITO DA PÓLVORA NEGRA Exploração e interpretação do Circuito da Pólvora Negra da antiga Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços, incluindo as caldeiras e a centenária máquina a vapor, conservadas em funcionamento por antigos operários. Destinatários: ensinos básico e secundário; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Destinatários: público juvenil e adulto/famílias Data e horário: 9 de Outubro, às 15h

Nos Núcleos Urbanos Antigos de Amora, Arrentela e Seixal

Visitas temáticas A PÉ PELA AMORA Percurso a pé pelo núcleo urbano antigo de Amora, para interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e património. Local: núcleo urbano antigo de Amora Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Visitas temáticas A PÉ PELA ARRENTELA Percurso a pé pelo núcleo urbano antigo de Arrentela, para interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e património. Local: núcleo urbano antigo de Arrentela Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Visitas temáticas A PÉ PELO SEIXAL Percurso a pé pelo núcleo urbano antigo do Seixal, para interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e património. Local: núcleo urbano antigo do Seixal Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h No Concelho do Seixal

Exposição itinerante O SEIXAL E A REPÚBLICA Exposição que evoca o centenário da Implantação da República Portuguesa, em 5 de Outubro de 1910, e o modo como o novo regime foi acolhido e vivenciado no Seixal. Locais: estabelecimentos de ensino do concelho Destinatários: ensinos básico e secundário Datas e horários: a definir

DA QUINTA DO ROUXINOL Exploração lúdica e didáctica da exposição Quinta do Rouxinol: uma olaria romana no estuário do Tejo [Corroios, Seixal], em exibição no Museu Nacional de Arqueologia. A iniciativa conta com o apoio deste Museu. Local: Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa Destinatários: ensinos básico e secundário Datas e horários: às 3.as feiras, em diversos horários

Visitas temáticas A SARDINHA ROMANA: DA OLARIA À FÁBRICA DE SALGA Visita às exposições que exploram a interligação entre a olaria romana da Quinta do Rouxinol e o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, onde subsistem vestígios de fábricas de salga que utilizaram as ânforas produzidas na olaria do Seixal. A iniciativa conta com o apoio do Museu Nacional de Arqueologia e da Fundação Millennium BCP. Local: Museu Nacional de Arqueologia e Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, em Lisboa Destinatários: ensinos básico e secundário Datas e horários: às 3.as feiras, em diversos horários Destinatários: público juvenil e adulto Data e horário: 20 de Novembro, às 14h Visitas temáticas MUSEU DE MARINHA Visitas à exposição permanente do Museu de Marinha, para conhecer o seu valioso e diversificado acervo relacionado com o passado marítimo português e com as actividades humanas ligadas ao mar. A iniciativa conta com o apoio deste Museu. Local: Museu de Marinha, em Lisboa Destinatários: ensinos básico e secundário Datas e horários: às 3.as feiras, em diversos horários Visitas temáticas SEMANA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Visitas aos laboratórios científico e de conservação e restauro de pintura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, para contacto com métodos científicos de exame e análise, de investigação e de conservação de obras de arte. Local: Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no Monte de Caparica (Almada) Destinatários: ensino secundário, cursos de educação tecnológica e cursos de artes e tecnologias Datas e horários: de 23 a 26 de Novembro, em diversos horários


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DESTAQUES S. Martinho no Moinho

Deste modo, no âmbito do programa S. Martinho no

Entre os dias 11 e 14 de Novembro, o Moinho de Maré

Moinho, no dia 11 de Novembro realizar-se-ão activi-

de Corroios irá receber um conjunto de iniciativas

dades dirigidas às escolas, enquanto que no fim-de-

alusivas às festividades do S. Martinho.

-semana seguinte (dias 13 e 14), além do convívio e

Atendendo ao carácter tradicional desta festa, pro-

das indispensáveis castanhas assadas, será possível

piciadora de encontros comunitários em torno dos

participar no ateliê de reciclagem reconstrutiva e na

populares magustos, a sua associação a este núcleo

visita comentada com a presença do antigo moleiro,

do Ecomuseu visa explorar as potencialidades do

bem como assistir à apresentação de um teatro de

moinho enquanto espaço de sociabilidade, aglutina-

fantoches, a um concerto polifónico e a acções de

dor de públicos e de iniciativas diversas e para todos

leitura encenada (programa completo e inscrições

os grupos etários.

disponíveis em www.cm-seixal.pt/ecomuseu).

Exposição O SEIXAL E A República

republicanos e evocará os principais momentos da

No ano em que se celebra o centenário da Implan-

revolução e o contributo das populações da mar-

tação da República Portuguesa, o Ecomuseu Mu-

gem sul do Tejo para o seu sucesso.

nicipal prepara uma exposição itinerante sobre o

Destinada privilegiadamente aos estabelecimen-

tema e o modo como o novo regime foi acolhido

tos de ensino locais, a exposição inaugurará em

e vivenciado no concelho do Seixal. Para além da

Outubro, mantendo-se em itinerância ao longo de

caracterização histórica, económica e social do

2010-2011.

concelho em finais do século XIX e inícios do século

Mais informações disponíveis em

XX, a exposição convidará à reflexão sobre os ideais

www.cm-seixal.pt/ecomuseu

Acompanhe as Actividades no Núcleo Naval do Ecomuseu 3.º Curso de Iniciação e Desenvolvimento

Construção de um Galeão da Armada de Filipe II

em Modelismo Naval

Está a ser produzido, na oficina do Núcleo Naval do

Teve início em Setembro último um novo curso de

Ecomuseu, o modelo de um galeão de 500 tonela-

modelismo no Núcleo Naval do Ecomuseu, desta

das que, segundo documentação do final do século

feita consagrado à construção de um modelo da

XVI, foi construído no Seixal pelo famoso mestre da

muleta do Seixal, barco de pesca tradicional desa-

Ribeira das Naus, Sebastião Timudo.

parecido no início do século XX e que se caracteri-

O galeão São Paulo já se encontrava em fase adian-

zava pela forma arcaica do casco e pela complexi-

tada em 1589 e teria um comprimento superior a

dade do aparelho vélico.

50 metros, uma boca (largura) próxima dos 15 me-

A iniciativa pode ser acompanhada em

tros e uma altura máxima de cerca de 20 metros,

http://curso-muleta-do-seixal.blogspot.com

sem contar com os enormes mastros e vergas que o transformavam num dos grandes colossos, forte-

Ateliê Modelismo e Arqueologia Naval

mente armados, que percorriam a longa rota entre

Realiza-se no Núcleo Naval do Ecomuseu, em 4 de

Portugal e a Índia. O São Paulo partiu para Oriente

Dezembro, a sessão inicial do ateliê Modelismo e

a 30 de Março de 1594 e naufragou nesta sua pri-

Arqueologia Naval, o primeiro de futuros encontros

meira viagem, a 15 de Abril de 1595, possivelmente

trimestrais dirigidos a quem faz do modelismo um

no regresso, em local desconhecido, devido ao ex-

instrumento privilegiado para o estudo, a preser-

cesso de carga.

vação e a promoção do património marítimo e da

A construção deste modelo resulta da colaboração

história da náutica.

multidisciplinar entre várias instituições nacionais

O ateliê é de livre acesso, mediante inscrição prévia,

e estrangeiras que se dedicam ao estudo arquitec-

e incorpora uma exposição de trabalhos em curso

tónico e arqueológico das embarcações do perío-

produzidos pelos participantes, um workshop de

do dos Descobrimentos. A embarcação está a ser

formação prática sobre técnicas de modelação e

construída à escala 1:48, em madeira de bétula e

um seminário teórico sobre história da náutica.

aparelho de linho, e integrará o acervo do Ecomu-

Nesta sessão, o seminário incide sobre o modo

seu.

como, nos séculos XVI e XVII, se construíam os na-

Acompanhamento da construção e outras informa-

vios oceânicos de longo curso para o comércio das

ções em http://galeao-do-seixal.blogspot.com

especiarias. Mais informações em http://modelismo-e-arqueologia.blogspot.com


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CDI

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Centro de Documentação e Informação

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS SOBRE A REPÚBLICA

do pela história económica, das instituições e do direito, até à história militar, religiosa, cultural, artística, entre outras perspectivas. O guia apre-

No trimestre em que se assinalam os 100 anos da

senta um capítulo inteiramente dedicado à con-

Proclamação da República com inúmeras iniciati-

sulta de bibliografia, considerando obras gerais

vas de comemoração, destacam-se algumas re-

e especializadas, assim como publicações perió-

ferências bibliográficas alusivas à temática e que

dicas, onde se inclui a imprensa diária da época,

integram os fundos do Centro de Documentação e

fontes indispensáveis para contextualizar e docu-

Informação do Ecomuseu. No conjunto incluem-se,

mentar a história da I República.

entre outros, catálogos de exposições e obras de história de carácter geral, da responsabilidade de Fernando Rosas, Fernanda Rollo ou Oliveira Marques, assim como estudos regionais, referentes a Setúbal e ao concelho do Montijo.

Edições em destaque ROSAS, Fernando; ROLLO, Maria Fernanda, coord.

– História da Primeira República Portuguesa. 1.ª ed. Lisboa: Tinta-da-China, 2009. 614 p. ISBN 978-972-8955-98-4 Nesta obra de referência, Fernando Rosas e Maria Fernanda Rollo reúnem alguns dos trabalhos mais recentes da historiografia contemporânea, referentes ao primeiro período republicano por-

ARRANJA, Álvaro – Anarco-Sindicalistas e Repu-

tuguês, da autoria de vários investigadores do

blicanos. Setúbal na I República. 1.ª ed. [Setúbal]: Centro de Estudos Bocageanos, D.L. 2009. 203, [2] p. ISBN 978-972-98682-9-0

Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, entre os quais se incluem, para além dos coordenadores, Alice Samara, Ana Catarina Pinto, Ana Pires, Aniceto Afonso, Antó-

O autor deste estudo é Álvaro Granja, licenciado

nio Reis, David Pereira, Ernesto Castro Leal, Fili-

em História pela Faculdade de Letras da Univer-

pe Ribeiro de Meneses, Isabel Pestana Marques,

sidade de Lisboa, que tem vindo a publicar tra-

João Serra, Joana Pereira, Luís Farinha, Maria

balhos sobre a história do movimento operário

Cândida Proença, Maria Eugénia Mata, Sílvia Cor-

em Portugal, a I República e a história local de

reia e Vítor Neto. O livro apresenta a amplitude

Setúbal.

de perspectivas que permite compreender o con-

Na obra editada pelo Centro de Estudos Boca-

texto da Proclamação da República e encontra-se

geanos, o autor contextualiza os antecedentes

estruturado em cinco partes: «A Queda da Mo-

históricos da Proclamação da República em Se-

narquia»; «A República (1910-1918)»; «A Guer-

túbal, nomeadamente o Congresso Republicano

ra»; «A Nova República (1919-1926)» e «O Fim da

de 1909, aí ocorrido, e descreve os acontecimen-

Primeira República».

tos de 4 e 5 de Outubro de 1910 na cidade. Baseando-se nos relatos de três jornais de Setúbal

MARQUES, A. H. de Oliveira – Guia de História da

da época, o República, o Germinal e o Trabalho,

1.ª República Portuguesa. Lisboa: Estampa, 1997. 662 p. ISBN 972-33-1253-0

Álvaro Arranja conta como os republicanos e os operários partidários desta causa não esperaram a confirmação da Proclamação da República vin-

De autoria do historiador e professor catedrático

da de Lisboa e hastearam a bandeira republicana

António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques

no edifício municipal, depois de assaltado e in-

(1933-2007), o livro é um auxiliar precioso para

cendiado. O livro documenta ainda outro momen-

todos os que se interessam por conhecer este pe-

to deste período histórico, recordando a greve

ríodo da história portuguesa, servindo como guia

geral de Março de 1911 na cidade de Setúbal e a

de consulta e de orientação. Nele estão incluídos

morte de dois operários durante as reclamações

vários temas associados ao período republicano,

dos trabalhadores, o que iniciou uma cisão entre

desde a demografia e a vida quotidiana, passan-

o operariado e a República.


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Centro de Documentação e Informação

CÂMARA Municipal de Lisboa – Lisboa Republica-

na: roteiro patrimonial. 1.ª ed. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, Direcção Municipal de Cultura, 2009. 60 p. ISBN 978-972-8695-33-0 O roteiro Lisboa Republicana: roteiro patrimonial serviu de recurso de apoio à exposição com o mesmo título, patente nos Paços do Concelho de Lisboa entre 14 de Novembro de 2009 e 31 de Março de 2010. Através dele é possível desvendar vários locais da cidade de Lisboa onde se podem revisitar os valores da história associada aos ideais republicanos, antes e depois da Revolução de 5 de Outubro de 1910. Baseando-se em documentos históricos das colecções municipais (fotografia, imprensa e peças diversas) o roteiro encontra-se estruturado COMISSÃO Nacional para as Comemorações do

em seis temas: «Da Conspiração ao 5 de Outubro»;

Centenário da República – Viva a República: 1910-

«Associativismo, Educação e Habitação»; «Quoti-

-2010. 1.ª ed. Lisboa: Comissão Nacional para

diano»; «Memória» e «Arte Pública», apresentan-

as Comemorações do Centenário da República,

do ainda uma cronologia da evolução urbana da

2010. 199, [8] p. ISBN 978-972-27-1839-4

cidade entre 1910 e 2010. Além de complementar a exposição, este roteiro convida o cidadão a percor-

No âmbito do centenário da Proclamação da

rer Lisboa e a descobrir as memórias republicanas

República foi nomeada uma Comissão Nacional

dos lugares, em iniciativas promovidas pela Heme-

com a missão de preparar, organizar e coorde-

roteca Municipal de Lisboa.

nar as comemorações associadas a este evento histórico, nas quais se incluiu a exposição Viva

DIAS, Mário Balseiro – O Movimento Republicano

a República: 1910-2010, patente na Cordoaria

em Aldeia Galega de Ribatejo (1881-1910).

Nacional, em Lisboa, até Outubro de 2010, e da

[Lisboa]: [Universidade de Lisboa], 2006. 204 f.

qual resultou o catálogo com o mesmo nome. Na primeira parte da obra, à semelhança do que

Entre as obras disponíveis no Centro de Docu-

encontramos na exposição, apresenta-se um

mentação e Informação do Ecomuseu, encontra-

conjunto de imagens e documentos que acom-

-se a tese de dissertação de Mário Balseiro Dias,

panham os principais acontecimentos do perío-

historiador regional, produzida no âmbito de mes-

do da Primeira República e do Republicanismo,

trado em História Regional e Local na Faculdade

relembram os seus ideais cívicos, as realizações

de Letras da Universidade de Lisboa. O estudo

e os protagonistas, a consolidação do regime, os

contextualiza os antecedentes do movimento re-

primeiros sucessos e desilusões da acção repu-

publicano no concelho do Montijo e o desenvolvi-

blicana, a participação de Portugal na I Guerra

mento do mesmo, através da criação dos centros

Mundial e a queda do regime. O catálogo reúne

republicanos na então denominada Aldeia Galega

textos temáticos de diversos académicos, entre

de Ribatejo, realçando a sua influência na esfe-

os quais se encontram Amadeu Carvalho Ho-

ra política local. Por imperativos relacionados

mem, Fernando Catroga, Maria Fernanda Rollo,

com a complexidade e dispersão das fontes do-

António Matos Ferreira, Joaquim Pintassilgo,

cumentais relativas ao período da I República, o

Valentim Alexandre, Ana Paula Pires, Maria Ali-

autor restringiu a sua investigação até ao limite

ce Samara, Raquel Henriques da Silva, António

temporal do 5 de Outubro de 1910, descrevendo

Reis, Fernando Rosas, Ernesto Castro Leal e

os momentos que antecederam a Implantação da

Luís Farinha. Estes artigos exploram temas rela-

República na região e os dias de rescaldo que se

cionados com a economia, a laicidade do Estado,

sucederam.

as consequências da Primeira Guerra Mundial para o regime republicano, os encantos e desen-

Ana Machado

cantos da República entre os operários, as artes e correntes artísticas, o declínio da República, em 1926, e o movimento de resistência ao Estado Novo.

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Comício republicano na Quinta dos Franceses, Seixal, em 1908. Reprodução de postal ilustrado n.º 722 da colecção da Union Postale Universelle. © EMS/CDI

CONHECER

O povo democrático do concelho do Seixal, reunido em comício eleitoral, cônscio de que não pode haver acalmação nos espíritos enquanto existir a Monarquia em Portugal, afirma a sua solidariedade com todos os patriotas na implantação da República para a salvação da pátria. Moção votada por aclamação no comício republicano, no Seixal. O Século. Lisboa: [s.n.], 26-03-1908, p. 5.

O Republicanismo no Seixal No final do século XIX, a crise económica e financeira vivida em Portugal provocava um descontentamento crescente, levando ao encerramento das empresas, ao desemprego e à emigração. A difusão dos ideais republicanos através dos jornais, da publicidade, da propaganda política e cívica em comícios, debates e outras acções fez aumentar gradualmente o número de simpatizantes do Partido Republicano Português (PRP), formado em 1876. Depois do regicídio (1908), a instabilidade política e a proximidade a Lisboa, conjugadas com a progressiva industrialização, o crescimento demográfico e o aumento da alfabetização, propiciaram a expansão do republicanismo na margem sul do estuário do Tejo. A 25 de Março de 1908, realizou-se um comício republicano de propaganda eleitoral, no Seixal, com a presença de António José de Almeida (1866-1929), um dos mais populares e aclamados dirigentes do PRP, José Estêvão de Vasconcelos (1868-1917) e José Feio Terenas (1850-1920), candidatos pelo círculo de Setúbal, entre outros representantes das comissões republicanas do Barreiro, de Sesimbra, de Aldeia Galega (actual Montijo) e da Cova da Piedade, no concelho de Almada.

Apesar da administração municipal ser então constituída por vereação monárquica, as principais ruas da antiga vila do Seixal apresentavam-se ornamentadas com bandeiras, tendo sido lançados foguetes por ocasião da chegada dos oradores ao cais, onde foram recebidos e saudados pela população com grande entusiasmo. Ao comício afluiu um grande número de pessoas, que se reuniu num amplo logradouro, na Quinta dos Franceses, no Seixal. António José de Almeida exaltou os candidatos republicanos às eleições municipais de Novembro de 1908, que afirmou serem também necessários no parlamento, para fiscalizarem os negócios do país. Enfatizou no seu discurso que o povo, sobrecarregado com impostos, passava fome enquanto o regime praticava escandalosos esbanjamentos. Considerou ainda que faltava aos monárquicos a necessária força moral e que só um partido podia triunfar: o Partido Republicano, o partido do povo. No final, o orador foi ovacionado e um grupo de mulheres do Seixal ofereceu-lhe um ramo de flores com largas fitas verdes e encarnadas. Em 1910, o Seixal era um concelho de 2.ª ordem, sede de comarca de 3.ª ordem (criada em 1899 e extinta em 1927), integrado na antiga província da


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O Republicanismo no Seixal

Actual Largo da Igreja, no Seixal, denominado «Praça da República» pela primeira vereação republicana do município, em 1910. À esquerda da imagem, o edifício da Câmara Municipal onde, no dia 4 de Outubro de 1910, foi hasteada a bandeira republicana. © EMS/CDI.

Estremadura, no distrito e no patriarcado de Lisboa. Com 6814 habitantes, o município do Seixal abarcava quatro freguesias: Aldeia de Paio Pires, Amora, Arrentela e Seixal. As estruturas socioeconómicas baseavam-se na exploração dos recursos fluviais e marítimos (pesca, ostricultura, salicultura e tráfego fluvial de pessoas e de mercadorias de e para Lisboa), na agricultura e nas várias actividades fabris que, sobretudo, ao longo do século XIX e princípios do século XX se foram instalando no território concelhio. Aqui se incluíam os moinhos, a moagem a vapor e o descasque de arroz, os estaleiros de construção e reparação naval e as fábricas de conservas, curtumes, vidros, lanifícios, sabão, cortiça, pólvora, entre outras. Pescadores e operários (em 1900, a indústria ocupava cerca de 30 % dos munícipes) constituíam a maioria da população na antiga vila do Seixal, vivendo em casas sem saneamento básico, água canalizada ou electricidade. Os baixos salários, as precárias condições de trabalho e o desrespeito pela legislação de protecção ao trabalho de mulheres e menores provocaram vários conflitos laborais e justificaram frequentes protestos e greves no concelho, nos primeiros anos do século XX: «[Existia no Seixal] Uma fábrica para fabricação de rolhas e preparação de cortiça em bruto para exportação. Nesta fábrica a exploração sobre o operariado é enorme, nos dias grandes ou seja de Verão ainda se trabalhava 10 horas, hoje porém, sendo os dias muitíssimos mais pequenos, o horário aumentou. Com respeito a salários, tem sucedido o contrário, enquanto as horas de trabalho aumentam, os salários diminuíram.

Há crianças de 10 e 12 anos que ganham 100 réis dia, causa comiseração como se lhes arranca a pele e sobretudo é rara a semana que estas pobres crianças não se queixam de que lhes dão dinheiro a menos nas férias. Estas crianças estão coibidas de reclamarem depois desses enganos, porque são logo ameaçadas de despedimento […].» O Mundo. Lisboa: [s.n.], 27-09-1906, p. 2.

Em 1909, cerca de 200 trabalhadores da Mundet entraram pela primeira vez em greve por melhores salários. No ano seguinte, um forte movimento grevista alastrou a todo o país e agudizou-se nas vésperas da Implantação da República, envolvendo cerca de 12 mil operários dos sectores corticeiro, vidreiro e das tanoarias, apoiados por trabalhadores de outras classes profissionais que, secundando o movimento grevista, abandonaram o trabalho. Os comícios republicanos tiram partido da agitação social e promovem os sistemas associativo e cooperativo como forma de enfrentar as dificuldades económicas da população. Em 1910, constituem-se a Associação de Classe dos Operários Corticeiros do Seixal (filiada na Federação Nacional Corticeira, fundada em 1909) e a Associação de Classe dos Operários Vidreiros na Amora, que lutam pelos salários, pelas condições de trabalho e pela regulamentação dos horários (fixados em oito horas diárias em 1911). Para facilitar o acesso aos bens essenciais, são criadas cooperativas de consumo em Amora (1897), em Arrentela (1898) e no Seixal (1911). Um número crescente de munícipes adere ao movimento republicano que se vai opondo à monarquia constitucional, exercendo a sua influência e


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CONHECER acção quer através de Triângulos e Lojas maçónicas locais (em 1905, funcionavam no Seixal a célula maçónica Triângulo n.º 62 e a Loja Elias Garcia II – com filial na Aldeia Galega –, que se manteve activa até 1913), quer pela sua participação nos centros e nas comissões municipal e paroquiais republicanas existentes no concelho, promovendo iniciativas de propaganda política e cívica. Entre os republicanos locais mais empenhados e com actividade no Seixal, destacamos António Augusto Louro, Alfredo dos Reis Silveira, Joaquim dos Santos Boga e Eduardo Martins de Figueiredo, personalidades que integraram a elite cultural e republicana local, constituída sobretudo por proprietários agrícolas, industriais e outros elementos pertencentes a profissões liberais.

venceu em Lisboa e noutros municípios da região, como Alcochete, Aldeia Galega (actual Montijo), Barreiro, Grândola, Moita e Santiago do Cacém. Apesar da derrota republicana na Câmara Municipal do Seixal… «[No] centro republicano desta vila realizou-se uma manifestação imponente, de regozijo pelo triunfo eleitoral republicano no círculo de Setúbal. A fachada do prédio onde está instalado o centro, apresenta-se lindamente iluminada a acetileno. Uma girândola de foguetes anunciou a abertura de sessão de propaganda, à qual presidiu o Sr. Manuel Estoupa. Depois do presidente falaram os Srs. Silveira, da comissão municipal, Santos Boga e Martins de Figueiredo. No final foram levantados muitos vivas aos deputados republicanos, ao directório e ao povo de Lisboa.» O Século. Lisboa: [s.n.], 1-09-1910, p.2.

Propaganda política republicana, através de publicidade inserida no primeiro volume da revista Cosmos, datado de 1907. © EMS/CDI

No que se reporta à organização do PRP no território concelhio, em 1906 criaram-se no Seixal uma Comissão Municipal Republicana e um Centro Paroquial Republicano. Dois anos depois, existiam também comissões paroquiais republicanas nas freguesias de Amora, Aldeia de Paio Pires e Arrentela. Na altura da sua instalação, a Comissão Municipal foi presidida por Eduardo Martins Figueiredo, mais tarde substituído nas suas funções pelo farmacêutico da vila, António Augusto Louro. Com a mudança de residência deste último para Alcanena, no final de 1908, a Comissão passou a ser presidida por José de Sousa Cipriano, proprietário da Quinta dos Franceses, no Seixal. Nas eleições de 28 de Agosto de 1910, o PRP

No X Congresso do Partido Republicano, realizado em Setúbal (23 e 24 de Abril de 1909), foi decidido desencadear uma acção revolucionária. Assim, o Directório do PRP começou a planear secretamente a insurreição, articulando esforços com a Carbonária e a Comissão de Resistência da Maçonaria. Esta estrutura organizativa irá dar origem à Junta Revolucionária que dirigiu o movimento revolucionário dos dias 4 e 5 de Outubro de 1910. A Junta Revolucionária organizou a revolta civil e militar, estribada na tomada de vários quartéis, enquanto os navios de guerra fundeados no Tejo controlavam a capital. Os comités republicanos locais tinham indicações para sublevar as populações logo que a revolução começasse em Lisboa, à uma hora do dia 4 de Outubro. Os republicanos do Barreiro apoderaram-se dos barcos a vapor da carreira, cortaram as ligações à cidade e vigiaram a beira-mar. Interromperam-se as ligações ferroviárias e fluviais e as comunicações de telégrafos e telefones. Como planeado, indivíduos da Moita e de localidades próximas, combinados com elementos do estabelecimento militar, assaltaram a Escola de Torpedos de Vale de Zebro. Duas horas depois de iniciada a revolução, desembarcaram no Terreiro do Paço, em Lisboa, vindas de Vale de Zebro, as armas e munições a distribuir aos populares. Após os primeiros disparos dos navios de guerra ancorados no rio (sinal combinado para o início da acção revolucionária)… «No Seixal, logo que se tomou conhecimento que a revolução rebentara em Lisboa, saíram numerosos populares armados para a rua, erguendo vivas à República. Os manifestantes, depois de saberem que a Guarda Fiscal havia aderido ao movimento, encaminharam-se para o edifício da Câmara Municipal onde içaram a bandeira encarnada e verde, proclamando a República no meio de uma delirante manifestação de entusiasmo, ao mesmo tempo que se ouvia a “Marselhesa”.


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O Republicanismo no Seixal

Caricatura de Bordalo Pinheiro, com o título «A Grande Obra», incluída em O António Maria, n.º 156, de 25-05-1882, pp. 164-165. © Hemeroteca Municipal de Lisboa.

Em seguida, dirigiram-se ao encontro de grupos de po-

dos revolucionários. A proclamação da República na

pulares que vinham de Arrentela e de Amora, armados,

madrugada de 4 deu um grande alento aos combaten-

trocando-se, nessa ocasião, vibrantes saudações entre

tes da Rotunda.»

os manifestantes. Ao chegarem aos Paços do Conce-

Machado Santos 1911: 118.

lho, certificaram-se de que a bandeira republicana fora tirada dali, vindo a saber-se que tinha sido tirada pelo

Em Amora…

Dr. Bernardino [Leite de Almeida] ou por qualquer seu

«O povo, o herói de sempre, acolheu com entusiasmo

emissário. Os manifestantes seguiram imediatamente

o advento da República. Na Câmara Municipal acha-se

para casa do Dr. Bernardino, que lhes afirmou encon-

hasteada a bandeira republicana. Nas fábricas, no dia

trar-se novamente içada a bandeira, o que realmente

do início do movimento [4 de Outubro], os operários que

tinha sucedido. Na tarde de terça-feira [4 de Outubro]

estavam trabalhando foram convidados a aderir a um

os populares estiveram na Administração e Recebedo-

grande número de manifestantes que percorreu o Con-

ria, trazendo para a rua todos os documentos e livros

celho com a bandeira republicana à frente. Os operá-

que encontraram, deitando-lhes fogo […].»

rios saíram com entusiasmo, paralisando os trabalhos

O Século. Lisboa: [s.n.], 7-10-1910, p. 5.

nessa ocasião […].» O Século. Lisboa: [s.n.], 8-10-1910, p. 4.

Controlando as comunicações e os acessos, os municípios ribeirinhos da margem Sul do Tejo foram importantes e decisivos para a vitória da República, sobretudo pelo apoio dado à causa quando tudo parecia perdido e a derrota iminente em Lisboa.

A confirmação de que a República tinha triunfado chegava ao Seixal apenas no dia seguinte, a 5 de Outubro de 1910. Fátima Afonso

«A bandeira republicana já fora hasteada nalgumas povoações da margem esquerda do Tejo […]. As comunicações da margem esquerda ficaram todas em poder

Bibliografia DIAS, Mário Balseiro – O Movimento Republicano em Aldeia

Disponível em URL:http://www.gremiolusitano.eu/mu-

Galega do Ribatejo (1881-1910). [Texto policopiado]. Tese de

seu/pdf/cadernos_maconicos1.pdf.

mestrado em História Regional e Local, Departamento

MACHADO SANTOS, António Maria A. – A Revolução Portu-

de História, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa.

gueza, 1907-1910: relatório. Lisboa: Papelaria e Typographia

Lisboa: [s.n.], 2006.

Liberty, 1911.

GRANDE Oriente Lusitano – António Augusto Louro: um

REBELO, Manuel de Oliveira – Retalhos da Minha Terra.

maçon há cem anos [em linha]. [Lisboa]: Grémio Lusitano;

Monografia do concelho do Seixal. 2.ª ed., Seixal: Câmara

Grande Oriente Lusitano, Maçonaria Portuguesa, 2007.

Municipal, 1992.

[9] f.; 30 cm. (Cadernos Maçónicos). [Consult. 6 Set. 2010].


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Escola Conde de Ferreira, Seixal. © EMS/CDI, Carlos Carrasco, 2004.

CARTA DO PATRIMÓNIO DO SEIXAL

A Escola Conde de Ferreira Embora de frequência restrita, o funcionamento de estabelecimentos de ensino em Portugal está documentado desde a Idade Média, abrangendo quer escolas episcopais, que se encontravam sob a responsabilidade das diversas dioceses – de que o testemunho mais antigo remonta a 1072, ano em que conhece a existência de uma escola na Sé de Braga –, quer escolas monásticas, paroquiais ou outras subsidiadas pelos concelhos. Existiam ainda por todo o reino mestres de ler e escrever nomeados por pressão das comunidades locais e que estavam obrigados a ensinar gratuitamente os rapazes pobres. No século XVIII, as reformas pombalinas de 1759 e de 1772 inauguraram uma nova etapa no sistema de ensino então vigente, uma vez que, apoiando-se no princípio de que o ensino é um serviço público, colocaram-no sob a tutela do Estado, previram a existência de professores pagos pelo erário público e promoveram a criação de 479 escolas no reino e no ultramar. Para o efeito, foi criado um novo imposto, o «subsídio literário», destinado a financiar as despesas com a educação e cuja arrecadação e distribuição foi confiada à Junta do Subsídio Literário. A Lei de 6 de Novembro de 1772 é considerada uma das primeiras tentativas a nível mundial de organização de um ensino primário oficial, assumindo o Estado uma responsabilidade directa na educação das crianças, tradicionalmente confiada à Igreja ou à família. Contudo, o princípio da obrigatoriedade de frequência escolar apenas viria a ser introduzido em Portugal na sequência do triunfo da Revolução

Liberal, pelo Decreto de 7 de Setembro de 1835, que aprovou o Regulamento Geral da Instrução Primária. Este diploma, que podemos considerar avançado para a época, por se tratar do quarto país europeu a consagrar no plano legislativo o princípio da escolaridade obrigatória, estabelecia que, entre «os deveres dos Pais de família, ou das pessoas que estão em seu logar», se encontrava a obrigação de enviar os filhos às escolas públicas logo que atingissem a idade de sete anos, cabendo às câmaras municipais e aos párocos garantir o cumprimento desta obrigação. Nesse sentido, são instituídas a nível local comissões destinadas a efectuar o recenseamento da população em idade escolar. Progressivamente, verificou-se o alargamento da rede de estabelecimentos de ensino do país. Se em 1835 se contabilizavam cerca de mil escolas primárias, em 1880 o seu número já havia triplicado. Esta expansão foi possível não só pelos esforços desenvolvidos pelos diversos governos e pelos municípios, mas graças também aos contributos de diversos beneméritos, entre os quais ocupa um papel de relevo o Conde de Ferreira (1782-1866), que, em 1866, deixou em testamento um legado de 144 contos para construir e mobilar cento e vinte escolas primárias, uma das quais viria a ser construída no Seixal. Apesar dos esforços empreendidos, o absentismo era nesta época elevado, devido às débeis condições económicas da maior parte da população, e a ele se procurou obstar através da criação de comissões paroquiais de beneficência e de ensino,


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A Escola Conde de Ferreira

de caixas económicas escolares ou de instituições associativas de que são exemplo a Sociedade Promotora da Educação Popular ou a Voz do Operário. No entanto, em 1910 a taxa de analfabetismo em Portugal situava-se acima dos 75 % e, apesar de se encontrarem contabilizadas 1 194 851 crianças em idade escolar, apenas 271 830 se encontravam efectivamente matriculadas em estabelecimentos de ensino. O combate a esta situação seria então eleito como um dos grandes objectivos a que se propunham os partidários do regime republicano, para quem a educação era entendida como condição essencial ao progresso individual e colectivo, possibilitando a assunção de respon-

sabilidades na vida social e a intervenção cívica, nomeadamente através do exercício do direito de voto, que estava interdito a quem não soubesse ler e escrever. Deste modo, após a implantação da República, foi promulgada a Lei de 29 de Março de 1911, que visou reorganizar o ensino primário, confiando aos municípios a sua administração (o que viria a ser alterado em 1918), e prolongando a escolaridade até aos 14 anos de idade. Ainda com o objectivo de elevar o nível educativo e cultural dos cidadãos, foi preocupação dos governos republicanos a criação e organização de bibliotecas, arquivos e museus, os quais complementariam a instrução recebida através das escolas.

As escolas primárias do Seixal na transição dos séculos XIX-XX No que respeita ao concelho do Seixal, temos notícia do funcionamento de diversas escolas primárias ainda no século XIX, encontrando-se referenciada em 1839 a existência de uma escola em Amora, a qual, volvida uma década, contava com 30 alunos. Documentação conservada no Arquivo Histórico da Câmara Municipal do Seixal permite ainda atestar a edificação no Seixal da Escola Conde de Ferreira, o primeiro edifício construído de raiz no concelho para o ensino. Em sessão de câmara de 20 de Maio de 1868, deliberou o município aceitar o legado de 1 200 réis doado em testamento pelo Conde de Ferreira para a sua edificação. As obras foram adjudicadas, a 12 de Agosto do mesmo ano, a Augusto Policarpo de Assis, respeitando a planta comum a todas as escolas erguidas com a verba proveniente deste legado. Finalmente, a 29 de Dezembro de 1869, a escola era solenemente inaugurada, encontrando-se apenas documentada como anterior a esta, entre o conjunto de 91 escolas Conde de Ferreira que viriam a ser edificadas no país, a inauguração da escola de Fafe. Em Abril de 1881, aquando da inauguração da mobília da escola da freguesia de Arrentela, então localizada no adro da igreja, diversas outras escolas estavam já em funcionamento no concelho, uma vez que são referidos entre as individualidades presentes nessa ocasião os professores de Aldeia de Paio Pires, de Amora e do Seixal. Em 1887, sabemos, por outro lado, que se encontra-

Freguesias

vam em funcionamento escolas tanto para o sexo masculino como para o sexo feminino em cada uma destas localidades. Em Corroios, por seu turno, o primeiro estabelecimento de ensino de que temos notícia foi instalado em 1923 na capela de Santa Marta de Corroios, já então desafectada do culto religioso, a qual foi cedida à Câmara Municipal do Seixal para esse efeito pelo ministro da Justiça e dos Cultos. Contudo, nem sempre eram satisfatórias as condições existentes nos estabelecimentos de ensino. Em 1890, um auto de vistoria à casa da escola de Aldeia de Paio Pires referia que a mesma não satisfazia as condições pedagógicas e higiénicas, por faltar água e luz, ser de acanhadas dimensões, térrea e húmida. Ainda em 1913, a professora da escola para o sexo masculino de Arrentela alertava os responsáveis municipais para a situação de funcionamento desse estabelecimento, onde não havia retretes, quintal ou pátio. Em cada uma das freguesias existia uma Comissão de Recenseamento Escolar, que se encarregava anualmente de elaborar uma listagem das crianças em idade escolar residentes nesse espaço geográfico. Os dados relativos ao ano lectivo de 1911-1912 incluem as freguesias de Amora, Arrentela e Seixal e referem que o número de crianças abrangidas pela escolaridade obrigatória no concelho ascendia a 806, as quais se encontravam distribuídas da forma exemplificada no quadro anexo.

Crianças recenseadas

Crianças com frequência escolar

Sexo masculino

Sexo feminino

Escola oficial Ensino particular

Amora Arrentela Seixal

200 127 92

183 128 76

46 183 88

17

Totais

419

387

317

21

A cargo da família 3

4 3


18 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 57˙OUT.NOV.DEZ

2010

CARTA DO PATRIMÓNIO DO SEIXAL A Escola Conde de Ferreira

Os dados apresentados, além de evidenciarem o elevado absentismo escolar então verificado, testemunham o funcionamento no concelho de alguns estabelecimentos privados de ensino cujo papel terá sido importante sobretudo na freguesia de Amora (que então integrava o território hoje correspondente a Corroios). Entre estes destacam-se a escola que funcionou junto ao Bairro Operário da Fábrica de Vidros de Amora, destinada aos filhos dos operários alemães que para ali foram trabalhar após a crise política provocada pelo Ultimatum inglês de 1890 a Portugal, ou, numa época posterior, a escola que terá existido junto ao Bairro Operário da Sociedade Africana de Pólvora, em Vale de Milhaços. Relativamente a Aldeia de Paio Pires, os dados quantitativos mais recuados remontam ao ano lectivo de 1913-1914 e referem um total de 156 crianças recenseadas (86 do sexo masculino e 73 do sexo feminino), das quais 96 se encontravam a frequentar a escola. Por outro lado, e dadas as carências existentes no domínio da educação entre a população

INVENTÁRIO DE PATRIMÓNIO CULTURAL IMÓVEL Referência de sítio: CPS.00090 Designação: Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 1 do Seixal (Conde de Ferreira) Categoria de sítio: Arquitectura civil Tipo de construção: Escola Localização administrativa: Seixal Localização geográfica: Ortofotomapa n.º 442.243 Coordenadas UTM (PC 1973): X= -84577 ; Y= -113269 Cronologia: Séculos XIX-XXI Descrição sumária do imóvel: Partindo das condições expressas pelo doador, o edifício obedece a critérios precisos, regulados por uma portaria publicada no Diário de Lisboa, em 20 de Julho de 1866, que se pronunciava, entre outros assuntos, sobre a sua concepção, dimensões e localização, estipulando a existência obrigatória de uma parte residencial para o professor, nas traseiras do edifício (lado nascente). O edifício da escola do Seixal, de planta rectangular e corpo paralelepipédico, ocupa um quarteirão, com a fachada principal voltada a oeste. Encimando a fachada principal encontra-se o campanário, elemento constante deste modelo de escola. No exterior, em redor de todo o edifício, excepção ao lado norte, existe um gradeamento de ferro forjado destinado a proteger um pequeno pátio de recreio. No gradeamento existem três portões, fronteiros às portas do edifício. Do lado norte, o espaço escolar é delimitado pela própria fachada do edifício. A escola tem duas entradas, uma na fachada principal (a poente), outra na fachada lateral voltada a sul. Sobre a porta principal encontra-se a inscrição «CONDE DE FERREIRA»; mais em cima, no friso superior, a inscrição com a data da morte do patrono «24 de Março de

adulta, os centros republicanos fundados por todo o país criaram escolas que ministravam não só os conhecimentos básicos, como também formação profissional e científica, através de aulas de ensino nocturno. Nesse contexto, foram criados no concelho do Seixal o Centro Escolar Republicano Arrentelense e o Centro Escolar Democrático Feio Terenas, em Aldeia de Paio Pires, em que se organizaram escolas laicas, espaços de educação cívica e de formação entendidos como essenciais para o exercício pleno da cidadania. De facto, o projecto político e ideológico republicano era democrático e pretendia alargar o direito de participação eleitoral e cívica a todos os cidadãos, independentemente do seu poder económico, entendendo que, através da instrução, os operários poderiam dotar-se de melhores recursos, possibilitando-lhes ascender profissional e economicamente, o que contribuiria para reforçar a educação cívica do país. Cláudia Silveira e Fátima Afonso

1866». A casa do professor tem uma entrada localizada na fachada nascente. A porta principal é ladeada por duas janelas. A fachada lateral norte apresenta cinco janelas, diametralmente opostas à porta e às quatro janelas da fachada sul, mais um óculo das instalações sanitárias. Na fachada posterior, ao nível do 1.º andar, há três portas com varandim de ferro forjado. O telhado é de três águas, dispostas ao comprimento do edifício e sobre a fachada principal. O alçado do lado da habitação do professor apresenta-se com o pé direito mais alto, pelo facto de a habitação do professor estar dividida por dois pisos, aproveitando todo o pé direito, enquanto a parte da escola apresenta um único piso. Sobre o espaço da escola situa-se um sótão, ao qual se acede a partir do piso superior da casa do professor. A área destinada à habitação do professor viria posteriormente a funcionar como sede da Junta de Freguesia do Seixal, entre 1988 e 2000. A partir de Março de 2004, passou a albergar a sede da Associação Brasileira de Portugal. Bibliografia: BEJA, Filomena, et al. (1990) – «Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941». In Muitos Anos de Escolas. Lisboa: Ministério da Educação, Direcção-Geral de Administração Escolar. Vol. 1. GRAÇA, Odete e FELGUEIRAS, Margarida Louro (2009) – Escolas Conde de Ferreira. Marco histórico da instrução pública em Portugal. Sesimbra: Assembleia Municipal de Sesimbra. SILVA, Carlos Manique, et al. (2002) – Sintra: escolas e memória. Sintra: Santa Casa da Misericórdia de Sintra. Vol. 1. Inventariantes: Carlos Carrasco e Fátima Afonso Data da inventariação: 25 de Setembro de 2007 Data da actualização: 5 de Agosto de 2010


˙

2010

OUT.NOV.DEZ n.º 57

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 19

AGENDA Outubro ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo da Mundet (1) ¬ Fazer Um Álbum Fotográfico ¬ República: 100 Anos de História num Postal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo Naval (1) ¬ Dança dos Barcos ¬ Estaleiro de Brincadeiras De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Bote-de-Fragata (1) ¬ Descobertas Matemáticas no Bote-de-Fragata ¬ Nós e o Rio Dias 6, 13, 14, 15, 21, 22, 27 e 28, em diversos horários

Novembro PROGRAMA S. Martinho no Moinho, no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios ¬ Ateliê de Reciclagem Reconstrutiva Dia 11, em diversos horários (1) Dia 13, às 15h (2) ¬ Teatro Um Perna-Longa no Moinho (2) Dia 13, às 14.30h ¬ Concerto do Coro Polifónico do Clube do Sargento da Armada (2) Dia 13, às 17h ¬ Teatro O Amigo Dedicado (2) Dia 14, às 15h ¬ Visita Comentada com o Antigo Moleiro Vitor Ferreira (2) Dia 14, às 16h ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

ATELIÊS no Núcleo da Mundet (1) PASSEIOS no Bote-de-Fragata ¬ Fazer Um Álbum Fotográfico ¬ Perna-Longa Voa, Voa, do Seixal a Corroios (1) ¬ Celebrar 174 Anos de Município ¬ Moinho de Maré de Corroios: Mais Moinhos De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários para Conhecer (1) Dias 7 e 8, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo Naval (1) ¬ História(s) a Bordo: a Construção de Um ¬ Dança dos Barcos Galeão no Seixal do Século XVI (2) ¬ Estaleiro de Brincadeiras Dia 24, das 14.30h às 17.30h De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Dia Aberto do Centro de Documentação Às 6.as feiras, em diversos horários

VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval ¬ O Tejo da Minha Infância De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora ¬ Circuito da Pólvora Negra (1) De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Circuito da Pólvora Negra (2) Dia 9, às 15h VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS E PASSEIOS TEMÁTICOS no Concelho (2) ¬ A Bordo, Cidadãos! Celebrar a República no Seixal Dia 5, das 10h às 15h ¬ De Barco, do Moinho de Maré do Montijo ao Moinho de Maré de Corroios Dia 10, das 10.30h às 18h

VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval ¬ O Tejo da Minha Infância De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora (1) ¬ Circuito da Pólvora Negra De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

Dezembro ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Para o Natal, de Farinha e Cereal (2) Dia 12, às 15h ATELIÊS no Núcleo da Mundet (1) ¬ Fazer Um Álbum Fotográfico De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo Naval (1) ¬ Dança dos Barcos ¬ Estaleiro de Brincadeiras De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Modelismo e Arqueologia Naval (2) Dia 4, das 10h às 18h ¬ O Natal num Estaleiro Naval (2) Dia 11, às 15h VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval ¬ O Tejo da Minha Infância De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora (1) ¬ Circuito da Pólvora Negra De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS Fora do Concelho (1) ¬ Olaria Romana da Quinta do Rouxinol ¬ A Sardinha Romana: da Olaria à Fábrica de Salga ¬ Museu de Marinha Às 3.as feiras, em diversos horários

VISITAS TEMÁTICAS Fora do Concelho (1) ¬ Olaria Romana da Quinta do Rouxinol ¬ Museu de Marinha Às 3.as feiras, em diversos horários ¬ A Sardinha Romana: da Olaria à Fábrica de Salga Às 3.as feiras, em diversos horários (1) Dia 20, às 14h (2) ¬ Semana da Ciência e Tecnologia De 23 a 26, em diversos horários

VISITAS TEMÁTICAS Fora do Concelho (1) ¬ Olaria Romana da Quinta do Rouxinol ¬ A Sardinha Romana: da Olaria à Fábrica de Salga ¬ Museu de Marinha Às 3.as feiras, em diversos horários

(1) Público escolar/ATL/grupos organizados (*)

* Para participar nestas iniciativas é necessária inscrição prévia pelo telefone, por correio elec-

(2) Público juvenil e adulto/famílias (*)

trónico, através do sítio Web do Ecomuseu (secção Serviço Educativo/Iniciativas) ou enviando a ficha distribuída com a edição impressa deste boletim – ver contactos e horário de atendimento na última página.


museu da rede portuguesa de museus NÚCLEOS E SERVIÇOS Núcleo da Mundet

NÚCLEO DA QUINTA DA TRINDADE

Praça 1.º de Maio, 1 2840-485 Seixal

Av. MUD Juvenil, Seixal Imóvel Classificado de Interesse Público Acesso condicionado

SERVIÇOS CENTRAIS – Edifício dos Escritórios Telefone: 210976112 – Fax: 210976113 E-mail: ecomuseu@cm-seixal.pt Horário de atendimento geral: De 2.ª a 6.ª feira, das 9h às 12.30h e das 14h às 17.30h

Núcleo dA Olaria Romana da Quinta do Rouxinol Quinta do Rouxinol, Corroios Sítio Classificado de Monumento Nacional Fornos de Cerâmica Romanos (sécS. II-V) Acesso condicionado

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO Horário de consulta de Inverno (Outubro-Maio): 3.as, 4.as e 5.as feiras, das10h às 17h Horário de consulta de Verão (Junho-Setembro): 3.as, 4.as e 5.as feiras, das 10h às 12.30h e das 14h às 17h E-mail: ecomuseu.cdi@cm-seixal.pt

Núcleo do Moinho de Maré de Corroios Quinta do Rouxinol, Corroios Imóvel Classificado de Interesse Público EXPOSIÇão (ver horários em destaque)

SERVIÇO EDUCATIVO Horário de atendimento telefónico: 2.as feiras, das 9h às 12.30h e das 14h às 17h E-mail: ecomuseu.se@cm-seixal.pt

Extensão do Ecomuseu na ANTIGA Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços

EXPOSIÇÕES Edifícios das Caldeiras Babcock & Wilcox e das Caldeiras de Cozer (ver horários em destaque)

Vale de Milhaços, Corroios Sítio em vias de classificação Acesso condicionado Informação sobre visitas, além da programação divulgada: Serviço Educativo do EMS

NÚCLEO NAVAL Av. da República — Arrentela EXPOSIÇÕES (ver horários em destaque)

Extensão do Ecomuseu na Quinta de S. Pedro

Oficina de construção de modelos de barcos do tejo (Horário consoante cursos a decorrer)

Quinta de S. Pedro, Corroios Campo arqueológico: necrópole medieval-moderna (sécs. XIII-XVIII) Acesso condicionado

Embarcações Tradicionais do Tejo Cais principal de apoio: Seixal

¬ Horários de EXPOSIÇÕES

bote-de-fragata Baía do Seixal E varino amoroso Passeios no Tejo, entre Abril e Outubro Informações sobre programação de actividades: Serviço Educativo do EMS

Núcleos da Mundet, Naval e do Moinho de Maré de Corroios Horário de Inverno (Outubro - Maio): De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h Sábados e domingos, das 14h às 17h Horário de Verão (Junho - Setembro): De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h Sábados e domingos, das 14.30h às 18.30h Encerramento: 2.as feiras e feriados

Bote-de-fragata Gaivotas Em estaleiro

Ficha Técnica _ Ecomuseu Informação n.º 57 Edição Câmara Municipal do Seixal/ /Ecomuseu Municipal do Seixal

Distribuição gratuita Assinaturas a pedido junto do EMS Disponível em linha www.cm-seixal.pt/ecomuseu/ /publicacoes

Direcção E EDITORIAL

Jorge Raposo

Documentação Fernanda

Ferreira,

Fernanda Machado/CDI

Participaram nesta edição:

Exposições Jorge Raposo Itinerância Moinhos de Maré do Ocidente Europeu Cláudia Silveira Programa de Iniciativas de Serviço Educativo Carla Costa Destaques Jorge Raposo, Cláudia Silveira, Fátima Afonso e Carlos Montalvão Centro de Documentação e Informação Ana Machado

Créditos fotográficos

Indicados nas legendas respectivas Grafismo Sector de Apoio Gráfico e Edições da CMS revisão Sector

de Apoio Gráfico e Edições da CMS

Impressão Tipografia Tiragem 6000

Lobão, Lda.

exemplares

Conhecer Fátima Afonso

DATA Setembro

Carta do Património do Concelho do Seixal Cláudia Silveira e Fátima Afonso

ISSN 0873-6197

Agenda Carla Costa

DEPÓSITO LEGAL 106175/96

de 2010


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