O catálogo do património arquitetónico de Ourém reúne um conjunto de monumentos (re)habilitados para a fruição dos Oureenses e dos turistas. As sugestões decorrem de um projeto integrado de estudo, salvaguarda e difusão do património cultural imóvel do concelho. Este processo é coordenado pelo Município de Ourém através do Museu Municipal, em articulação com especialistas e outros parceiros e tem como estratégia descentralizar e consolidar a gestão do panorama patrimonial concelhio, valorizando o território no seu todo. Os locais propostos para visita estão ordenados por conjuntos e outros patrimónios, com propriedade/tutela do município e de outras entidades, com base nos seguintes critérios: classificação patrimonial (monumento nacional, imóvel de interesse público ou imóvel de interesse municipal) ou inventário; acesso público aos bens; e ações de valorização já concretizadas. Nos últimos anos o município realizou e acompanhou várias intervenções de estudo, recuperação e interpretação no património. São exemplos, a Vila Medieval de Ourém (cripta, pelourinho, galeria municipal, calçadas históricas, edifício norte da cadeia, painéis turísticos), as capelas de Conceição (Olival), São Sebastião (Atouguia), Perucha (Freixianda) e Nossa Senhora do Testinho (Urqueira); a atual Oficina do Património no centro da cidade de Ourém; ou algumas fontes de abastecimento de água distribuídas pelo concelho. Estas medidas são fundamentais para a criação de um roteiro turístico de qualidade, que impressione os visitantes e dignifique os Oureenses. Ourém, 27 de setembro de 2013
Índice
Conjuntos patrimoniais
Outros Patrimónios
Vila Medieval de Ourém (Imóvel de Interesse Público)
Paços do Concelho Capela da Conceição Capela de São Sebastião Capela da Perucha Igreja Matriz de Fátima Igreja Matriz de Seiça Capela da Melroeira Igreja de Vilar dos Prazeres Capela de Nossa Senhora da Ajuda Capela de São Paulo Capela de Nossa Senhora do Testinho Jazigos da oficina Korrodi Alminhas | Oratórios Cruzeiros Quintas Arquitetura educativa Património industrial e agropecuário Arquitetura ligada à água
Santuário de Fátima Aljustrel e Valinhos Núcleo Histórico de Ourém Vila de Olival Cabeço da Ortiga Lomba, Ramila, Moitas Gaiola e Vale de Cavalos Casal Farto Moinhos de vento da Fazarga Moinhos de ribeira das Matas Fontes de Fontaínhas e João Loução
Conjuntos patrimoniais
A riqueza patrimonial do concelho está espelhada na diversidade temática e arquitetónica dos conjuntos patrimoniais, distribuídos pelo território. Nuns conjuntos sobressaem valores da história e da monumentalidade, noutros a cultura técnica, os patrimónios imateriais que lhes estão associados, ou mesmo o enquadramento paisagístico. Estão aqui representados os principais centros de história político-administrativa e religiosa concelhia. São os casos da vila medieval de Ourém (marca da ocupação humana desde a pré-história e da génese do Município); do núcleo da antiga Vila Nova de Ourém (expressando o seu fulgor no século XIX); do Santuário de Fátima e de Aljustrel (palcos das aparições de Fátima e ícones da internacionalização de Ourém); e da vila de Olival (símbolo da ascendência político-religiosa do norte do concelho). As expressões da cultura popular, enquanto matriz identitária de Ourém podem ser (re)conhecidas nos núcleos de Casal Farto, Cabeço da Ortiga, Ramila, Moitas Gaiola e Vale de Cavalos, ou nos moinhos da Fazarga e das Matas e nas fontes de Atouguia.
Vila Medieval de Ourém | Imóvel de Interesse Público nOSSA sENHORA DAS mISERICÓRDIAS
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -39.403,525 P= -2.878,445
A Vila Medieval de Ourém posiciona-se num morro, a cerca de 2 km da parte nova da cidade de Ourém e, de um modo geral, marca a charneira entre duas paisagens: uma paisagem de calcários e serras a sul, e uma paisagem de arenitos, aluviões e ribeiras a norte. No topo da colina repousa o castelo, dotado de uma posição estratégica de domínio do território envolvente. Este burgo amuralhado, com ocupação humana desde a pré-história, desenvolveu-se sobretudo no período medieval a partir de dois eixos: um eixo militar e um eixo religioso. Após a sua reconquista aos mouros, o primeiro rei de Portugal doou-o à sua filha D. Teresa, que em 1180 lhe atribuiu o primeiro foral e o seu escudo de armas, dando origem ao brasão de Ourém. No decurso da elevação da vila a cabeça de condado, o terceiro conde, D. Nuno Álvares Pereira, e sobretudo o quarto conde D. Afonso (seu neto e neto do rei D. João I), imprimiu-lhe grande fulgor. Este ilustre do século XV foi responsável pela construção e consolidação dos principais monumentos do burgo. Ali instituiu a colegiada e ergueu o paço dos condes de Ourém para instalar a sua residência. Este monumento nacional, composto por uma torre central e dois torreões, espelha a presença, já então, do transnacionalismo em Ourém e a visão vanguardista de D. Afonso, que lhe imprimiu influências da arquitetura norte-africana e italiana. Este 4º conde recuperou o castelo de Ourém, composto por três torres, cujo recinto acolhe uma cisterna que conserva água durante o ano inteiro, sobressaindo ainda a torre de D. Mécia,
onde a rainha terá estado retida. Construiu ainda a fonte gótica, um belo exemplar do gótico em Portugal, na qual as invasões francesas deixaram marcas da sua passagem por Ourém ao decapitarem a cabeça da águia que integra o brasão de armas. No piso térreo da antiga colegiada encontra-se a cripta. Ao centro desta capela em abóbada está o túmulo de D. Afonso, com as suas armas na cabeceira e dois guindastes aos pés. Na estátua jacente sobressai o rosto do conde, considerado um dos mais bem esculpidos em Portugal antes do Renascimento. A Praça do Pelourinho, através do pelourinho, da antiga casa da Câmara e das antigas cadeias de Ourém, nas imediações, evoca o poder político e jurídico-administrativo deste burgo, que já foi sede do concelho. A antiga Câmara acolhe a galeria municipal e posto de turismo, ao serviço da difusão das artes e da cultura local. Nas antigas cadeias funciona a Ucharia do Conde, enquanto espaço degustação e venda da gastronomia local, designadamente do vinho medieval de Ourém. A vila medieval é enriquecida pelas ruas com traços medievais, que rasgam o casario branco, pelo comércio tradicional e pelas pessoas que a habitam. Fora de portas, a visita estende-se pelas encostas do morro, descendo a calçada histórica da Carapita, com paragem na fonte dos cavalos, e a calçada da Mulher Morta, que percorre uma bolsa de mata mediterrânica.
Santuário de Fátima
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -46.237,391 P= -3.841,727
O Santuário de Fátima, além de espaço cultual, manifesta uma dimensão patrimonial expressa na basílica, na capelinha das aparições, num presépio da autoria de José Aurélio, num fragmento do muro de Berlim, ou mesmo no monumento ao Sagrado Coração de Jesus. A basílica de Nossa Senhora de Fátima, com início de construção em 1928, integra um rico acervo (são exemplos a estátua do Imaculado Coração de Maria, o retábulo do altar-mor revestido a bronze dourado, ou o órgão da basílica). A capelinha das aparições foi o primeiro templo erguido na Cova da Iria, acolhendo, a partir de 1920, a imagem de Nossa Senhora, da autoria do escultor José Ferreira Tadim.
Aljustrel e Valinhos fÁTIMA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -46.191,017 P= -5.385,226
Um recenseamento realizado em 1527 revela que viviam em Aljustrel cerca de 150 pessoas, conferindo-lhe uma posição de referência em Fátima. Esta povoação com arquiteturas vernaculares de pedra é hoje (re)conhecida nacionalmente, após as aparições de 1917, por ali habitarem os três videntes de Fátima. As casas de Francisco e Jacinta e de Lúcia (imóveis de interesse público), o poço dos pastorinhos e a casa-museu de Aljustrel materializam a memória destes pequenos pastores, da vida e da arquitetura tradicional da aldeia, que vigorou durante gerações sucessivas em sintonia com os ritmos agropecuários locais. Mais a norte, nos Valinhos, recomenda-se um percurso pela Loca do Anjo (memorial da aparição do anjo), pelo calvário húngaro e pelas estações da via-sacra, com paragens sinalizadas para meditação e contemplação da mata mediterrânica, que reforça a extensão do Parque Natural das Serras de Aire Candeeiros à aldeia. Num cabeço ali perto, as ruínas de um moinho de vento, que existia já no século XVIII e ao qual os três pequenos pastores recorriam, revela o papel destas unidades de moagem no abastecimento da população.
Núcleo Histórico de Ourém nOSSA sENHORA DA pIEDADE
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -38.109,818 P= -1.188,565
No século XIX o dinamismo deste núcleo situado no centro da cidade de Ourém, com vários eixos irradiados a partir da igreja matriz de Nossa Senhora da Piedade, fundamentou a elevação da então Aldeia da Cruz a Vila Nova de Ourém. Hoje as casas de comércio tradicional (alfaiate, mercearia, loja dos panos, taverna, barbeiro, sapateiro…) coexistem com casas de habitação, algumas brasonadas (quinta do barão de Alvaiázere e casa Tenente Coronel Moreira Lopes) e com antigos edifícios públicos, hoje investidos de funções sociais e culturais. Neste cenário de arquitetura simples de dois pisos, com realce para a cantaria de calcário, são exemplos a antiga casa dos magistrados, a atual casa da música e das artes; o antigo hospital de Santo Agostinho, que acolhe uma instituição particular de solidariedade social cumprindo os desígnios deixados pelo seu benemérito, Dr. Agostinho Albano de Almeida; ou a antiga escola primária, atual centro comunitário de voluntariado. Sobressaem ainda dois edifícios centenários, nos quais estão instalados a casa do administrador e a oficina do património, núcleos do museu municipal. Estes espaços estendem as suas dinâmicas pelas praças temáticas que os acompanham, nomeadamente a praça Mouzinho Albuquerque, ou “praça concerto”, o largo Dr. Agostinho Albano de Almeida, ou “praça convívio” e o largo Dr. Vitorino de Carvalho, ou “praça museu”. O museu projeta uma dimensão artística materializada pela escultura da autoria de Roberto Chichorro, numa celebração do centenário da República em Ourém.
Vila de Olival | Zona Especial de Proteção oLIVAL
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -40.364,186 P= 4.982,710
Este conjunto patrimonial aglutina exemplares da arquitectura religiosa, civil, num concílio entre a arquitetura vernacular e a arquitetura de influência erudita. A igreja antiga de Nossa Senhora da Purificação (imóvel de interesse público), com estrutura atual data do século XIV, testemunha o final do poder cisterciense e templário da região. No interior destaca-se o revestimento a azulejos seiscentistas, tipo padrão, da capela-mor e o seu retábulo em talha dourada, bem como a imaginária barroca (três esculturas quatrocentistas em pedra), a paramentaria e as alfaias religiosas. Nas imediações do templo, existe um cruzeiro centenário com peanha decorada. Anualmente, a dois de fevereiro, o adro é palco da festa centenária de Nossa Senhora das Candeias, também conhecida como feira dos pinhões ou do adro, num ritual de agradecimento ao divino pelos frutos da natureza. No casario envolvente sobressai a casa alpendrada de Acácio de Paiva, poeta lírico e humorista da língua portuguesa, dois lagares de azeite com sistemas de moagem artesanal, a fonte municipal, erguida no séc. XIX e outros patrimónios “da água“, que beneficiam desta paisagem ribeirinha.
Cabeço da Ortiga fÁTIMA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -42.331,060 P= -6.848,554
Em Fátima, o Cabeço da Ortiga sintetiza testemunhos materiais e imateriais da cultura popular expressos no património religioso, nas habitações, nas estruturas de abastecimento e no património industrial, mas também na vegetação mediterrânica que o envolve. O santuário de Nossa Senhora da Ortiga, aclamado santuário mariano em 1801 através de Bula Papal, é o elemento polarizador do local. No adro, um cruzeiro de pedra calcária lavrada, um coreto, a casa paroquial alpendrada, uma cisterna e um moinho de vento de planta circular rematam este conjunto patrimonial.
Lomba, Ramila, Moitas Gaiola e Vale de Cavalos fÁTIMA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -47.193,828 P= -7.992,899
Estas aldeias inscritas a sudeste da Cova da Iria, sucedem-se numa continuidade espacial que assenta sobre o maciço calcário estremenho. Esta paisagem serrana marca uma relação simbiótica entre as gentes e o meio ao longo de gerações sucessivas e cuja construção identitária está ancorada ao território e assenta na optimização dos recursos naturais. A marca valorativa destas povoações está expressa na arquitetura vernacular (habitações, eiras, edifícios de apoio, lagares, picotas cisternas e muros de pedra calcária), mas também na paisagem mediterrânica, que se prolonga a partir do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, e na persistência de práticas e discursos sintonizados com a actividade agro-pastoril.
Casal Farto fÁTIMA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -42.008,544 P= -10.242,914
Nesta povoação de Fátima são dois os núcleos de interesse: o núcleo da capela do Casal Farto e da “casa com relógio de Sol”, outrora propriedade de António Vitorino Coelho Prazeres, e o núcleo de cisternas. A capela, erguida por volta dos séculos XVII/XVIII, é conotada pela tradição oral à Ordem de Malta. O frontispício em pedra calcária, encimado por duas janelas rasgadas de estilo gótico, confere-lhe uma arquitetura singular no contexto concelhio. A casa setecentista, também com estrutura em alvenaria de pedra e inscrições no frontispício, exibe um relógio de sol ornamentado. Em terreno agrícola a poente, estão quatro cisternas para captação e abastecimento de água para rega e uso doméstico. A implantação sobre afloramentos rochosos, a diversidade das tipologias construtivas e a envolvente paisagística valorizam o cenário.
Moinhos de vento da Fazarga fÁTIMA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -46.966,477 P= -2.578,278
Num plano alto de Fátima, conhecido como Cabeço da Fazarga e com ampla visão sobre o horizonte, estão alinhados cinco moinhos de vento, com estrutura “fixa”, planta circular e cobertura cónica, quatro dos quais em alvenaria rebocada e caiada e um de madeira. Estas estruturas molinológicas com tipologias construtivas comuns na estremadura, são representativas da importância do cereal na alimentação local e da utilização do vento como força motriz privilegiada. Um dos moinhos, propriedade do município e núcleo do museu municipal, conta o ciclo da moagem do grão numa relação com a comunidade e a paisagem, a partir da história de vida do casal de moleiros Adelina e Adriano.
Moinhos de ribeira das Matas MATAS
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -46.239,076 P= 8.383,637
São sete os moinhos que acompanham a margem ribeirinha na freguesia das Matas e Cercal. Movidos pela força da água, uns por rodízio, outros por azenha, estes equipamentos foram preparados para moer milho, mas também algum trigo e centeio, três dos quais se encontram em funcionamento. As tipologias arquitetónicas divergem, mas predominam as estruturas retangulares com cobertura de duas águas e paredes de terra (adobo ou taipa), ou com blocos cerâmicos, numa manifestação das técnicas e dos materiais de construção do norte concelhio. Alguns agregam ainda a casa de apoio do moleiro e cortes dos animais. Este conjunto molinológico vale ainda pelo que representa em termos de memória coletiva, na venda da farinha para a comunidade e pelo enquadramento paisagístico.
Fontes de Fontaínhas e João Loução aTOUGUIA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -44.309,182 P= -1.280,531
Em Atouguia, nos lugares de Fontaínhas e João Loução estão implantadas quatro fontes, algumas centenárias, para resposta às necessidades da população numa altura em que não existiam alternativas de abastecimento de água. Estas fontes em alvenaria de pedra, umas com nicho rematado em arco, outras com cornija no frontão, umas munidas apenas de bica, outras complementadas por bebedouro para animais e tanque de lavagem de roupa com pedras batedeiras, apresentam tipologias formais e funcionais diversas, que reforçam o seu interesse enquanto peças de um conjunto.
Outros patrimónios
Além dos núcleos agregadores de vários imóveis representativos do património arquitetónico, Ourém apresenta bens individualizados, distribuídos de sul a norte, que lhe confere a qualidade de mosaico patrimonial e turístico. Tem uma longa história na esfera da religião, materializada por igrejas, capelas, monumentos funerários, ou mesmo por oratórios e cruzeiros, que expressam a forte dimensão cultual e o envolvimento das populações locais nos rituais religiosos à escala do lugar ou da paróquia. Estes templos, na sua maioria com enquadramento rural, preservam traços arquitetónicos primitivos e uma forte tradição oral, expressa em lendas e noutras manifestações da cultura popular. Por sua vez, a narrativa da economia local deste concelho com um passado muito ligado aos campos está ilustrada nas quintas (ilustrativas do poder fundiário) e no património agro-industrial, sem descurar a história da educação, que pode ser contada através dos antigos edifícios escolares.
Paços do Concelho
nOSSA sENHORA DA pIEDADE
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -38.244,159 P= -1.041,598
O edifício que funcionou como Paços do Concelho até 2009 data do século XIX. É um imóvel imponente, de arquitetura sóbria, composta por dois pisos, com destaque para a fachada rematada por uma balaustrada, com um frontão coroado com um campanário. Em 1917, foi ali realizado o interrogatório aos videntes de Fátima pelo administrador do concelho.
Capela da Conceição oLIVAL
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -36.884,873 P= 3.669,396
Capela de estilo maneirista foi erguida em 1578 com o patrocínio do cardeal D. Henrique. Implantado em meio rural, numa ligação com as ribeiras da envolvente, o templo exibe um alpendre apoiado em colunas, que terá servido de albergue a peregrinos. No interior, a capela-mor com teto em abóbada de caixotão em cantaria, é guarnecida com pinturas. É completada pela estrutura retabular do altar-mor, pelo revestimento azulejar de belo efeito decorativo e pela decoração pictórica das pilastras do arco triunfal, com as pinturas de Santo Ambrósio e Santo Agostinho, classificadas como Imóvel de Interesse Público.
Capela de São Sebastião aTOUGUIA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -40.823,508 P= -2.505,457
Capela de estilo maneirista situada em São Sebastião, Atouguia. Após a sua recuperação no século XVII, foi fortemente atacada pelas invasões francesas. A sua estrutura com aparelho de pedra à vista é uma radiografia das intervenções sucessivas a que o edifício foi sujeito ao longo do tempo. No interior, sobressai a capela-mor com a base do altar e a cobertura em abóbada. Numa planície, não longe dali, terão pernoitado as tropas de D. Nuno Álvares Pereira na incursão para batalha de Aljubarrota. Em 2012 e 2013 esta propriedade do município foi submetida a uma primeira etapa de consolidação.
Capela da Perucha fREIXIANDA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -29.663,993 P= 10.826,774
Este templo rural do século XVIII está situado em Perucha, Freixianda, na rota dos peregrinos de Fátima. Apresenta na fachada principal um frontão triangular recortado, onde sobressai uma custódia esculpida na pedra. Estes elementos e os cunhais e a cornija caiados de ocre conferem-lhe uma imagem peculiar no contexto das capelas e igrejas de Ourém. Entre 2011 e 2013 teve obras de recuperação e de restauro, que reabilitou o valor patrimonial, altares e a cobertura do altar-mor.
Igreja matriz de Fátima fÁTIMA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -44.612,347 P= -5.464,175
A primitiva igreja crê-se edificada no séc. XVI, com a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres, mas é no século XX que se torna popularizada por serem ali batizados os três videntes de Fátima. O interior é composto por três naves separadas por arcos triunfais em pedra. O altar-mor é abobadado. Integra ainda uma capela batismal na nave do lado do Evangelho e um púlpito em pedra.
Igreja matriz de Seiça sEIÇA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -33.769,150 P= 746,918
A sua origem data do século XVI. Esta Igreja foi palco de muitas romarias associadas à narrativa da passagem de D. Nuno Álvares Pereira na incursão para a batalha de Aljubarrota. Está ainda associada à lenda do Ninho de Águia. No século XIX acolheu um sino proveniente do Convento de Cristo em Tomar. O interior tem coberturas diferenciadas em abóbada de berço, batistério do lado do Evangelho e retábulos em talha.
Capela da Melroeira aTOUGUIA
Igreja de Vilar dos Prazeres
nOSSA sENHORA DAS mISERICÓRDIAS
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -40.707,553 P= -1.686,365
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -37.506,470 P= -4.101,410
Esta capela de invocação de Nossa Senhora do Amparo foi erguida em 1627. No interior, sobressai o altar-mor forrado com painel de azulejos representativos com as seguintes cenas bíblicas: desposamento, anunciação do Anjo a Nossa Senhora, nascimento do Menino Jesus e apresentação de Nosso Senhor ao templo.
Esta igreja fundada em 1592 foi alvo de sucessivas intervenções. Destacam-se-lhe três retábulos em talha dourada no altar, que terão sido transferidos do convento de Santo António dos Capuchos, situado no sopé da vila medieval. No adro, um cruzeiro em mármore, tem os martírios de Cristo esculpidos e a seguinte inscrição na peanha: I.M.N.S. 1894.
Capela de Nossa Senhora da Ajuda aLBURITEL
Coordenadas (Datum73): M= -33.171,100 P= -2.058,286
Esta pequena ermida de Alburitel data de 1604. É um exemplar da arquitetura vernacular, onde sobressaem elementos como uma pia de pedra, um confessionário e um púlpito de madeira com base em pedra, a meio da nave.
Capela de São Paulo eSPITE
Coordenadas (Datum73): M= -43.165,515 P= 10.601,847
A construção desta ermida de Espite é atribuída ao séc. XVIII. A fachada principal tem um portal de pedra trabalhada encimado por uma cruz latina. No interior, o altar integra um retábulo em calcário trabalhado. Dispõe ainda de um coro alto com balaustrada de madeira assente em duas colunas em pedra.
Capela de Nossa Senhora do Testinho uRQUEIRA
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -36.578,482 P= 8.955,517
Erguida em 1687 pelo conde de Castelo Melhor e parcialmente restaurada em 2012, esta capela de Urqueira associa-se à lenda de Nossa Senhora do Testinho. Na frontaria, uma epígrafe conta a sua história.
Jazigos da oficina Korrodi
nOSSA sENHORA DA pIEDADE
Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -37.582,455 P= -883,946
No cemitério municipal (sede do concelho) sugere-se a visita a dois jazigos do século XX concebidos pela oficina do famoso arquiteto Korrodi. Um dos jazigos, propriedade do barão de Alvaiázere, acolheu os restos mortais da Vidente Jacinta até 1935, integrando a rota de visita de memoriais aos videntes das aparições de Fátima.
Alminhas | Oratórios
Muito comuns em Ourém (105 exemplares), as alminhas são representações populares das almas do purgatório que suplicam rezas e esmolas, sendo comum a presença de velas, lamparinas e flores em sinal de devoção. Implantadas à beira de caminhos, em encruzilhadas e em terrenos particulares, a maioria foi erguida nos séculos XIX e XX, com materiais locais e técnicas artesanais (calcário, saibro e cal e caiação em branco). Neste conjunto merecem especial referência as alminhas de Alburitel, de Salgueira de Baixo (Casal dos Bernardos), Espite, Vale do Carro (Freixianda), Pinheiro e Ourém (Nossa Senhora da Piedade) e Mata do Fárrio (Ribeira do Fárrio).
Cruzeiros
Implantados sobretudo nas encruzilhadas, os cruzeiros simbolizam os encontros entre os caminhos terrenos e os caminhos espirituais/divinos. Em Ourém contam-se 53 exemplares, com destaque para os cruzeiros de Freixianda, Gondemaria, Regato (Nossa Senhora da Piedade), Bairro, Lagoa do Furadouro, Matas e Mulher Morta (Nossa Senhora das Misericórdias).
Quintas
Ourém é afidalgada por cerca de vinte quintas e solares, constituídas como unidades de lavoura com extensas propriedades aráveis associadas ao poder económico. A maioria foi erguida nos séculos XVII e XVIII, com ligações a famílias brasonadas, expressas nas armas dispostas nas frontarias. Sugere-se a visita às quintas vocacionadas para o público, funcionando como unidades de turismo, de produção biológica e de intervenções sociais, como são os casos das quintas da Alcaidaria-Mor, Casa Velha (Nossa Senhora da Piedade), São Gens (Nossa Senhora das Misericórdias) Montalto (Olival) e Fárrio (Ribeira do Fárrio).
Arquitetura educativa
Neste conjunto inscrevem-se antigas escolas primárias, cuja fundação testemunha a implementação de importantes reformas no sistema educativo em Portugal: um ensino primário obrigatório e gratuito e a criação de escolas primárias e técnicas. Outras, conhecidas como “escolas dos centenários”, foram erguidas em meados do século XX”, com linhas arquitectónicas austeras, sinalizadas com as armas de Portugal, em escudete de pedra. São propostas de visita as escolas primárias de Freixianda, Vilar dos Prazeres (Nossa Senhora das Misericórdias) e Atouguia, na sede e em Vale da Perra, tendo esta antiga escola sido convertida na Oficina de artes de Vale da Perra, destinada à formação nas artes e no artesanato.
Património industrial e agropecuário
Ourém apresenta uma grande diversidade de sistemas e equipamentos de tratamento e armazenagem de produtos agrícolas. Estas estruturas tiveram no passado um papel determinante nas economias da população, na maioria composta por trabalhadores agrícolas. No património industrial é grande a representatividade de edifícios de extração, transformação e consumo. São exemplos: - os fornos de cal, numa relação direta com os calcários (em Lagoa do Furadouro - Nossa Senhora das Misericórdias e Giesteira - Fátima); - as industrias cerâmicas, uma relação entre os barreiros e a rentabilização dos recursos naturais locais (cerâmica Tijomel - Caxarias e chaminé de cerâmica de Pinhel - Atouguia); - e os engenhos de moagem de cereal (moinho da Lagoa do Grou - Freixianda, Casal Ferreiro e núcleo etnográfico dos Moleiros da Ribeira - Olival, ou Mata - Urqueira).
Arquitetura ligada à água
Existe em Ourém um vasto conjunto de meios de captação, armazenamento e abastecimento de água no concelho. Às propostas já enunciadas juntam-se outras, especialmente no campo das fontes. São exemplos: A fonte de Pisões (Caxarias); as fontes de mergulho de Gondemaria; as fontes de Alvega e Amoreira - Fátima; a fonte da vila de Freixianda; a fonte de Seiça; as fontes do Ribeirinho e de Santa Teresa - Nossa Senhora da Piedade; as fontes da Charneca, da Mulher Morta e Lagoa do Furadouro - Nossa Senhora das Misericórdias; ou a fonte da Ventilharia - Olival. Propõe-se ainda visita à ponte dos namorados, em Nossa Senhora das Misericórdias (Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -39.387,455 P= -1.557,470) e à ponte de Seiça (Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -34.077,545 P= 43,871), atribuída ao período romano ou medieval.
Ficha Técnica Coordenação geral José Manuel Alho Coordenação editorial e Textos Ana Saraiva Produção Gráfica Ana Oliveira Imagens Município de Ourém Cartografia Divisão de Planeamento e Ordenamento do Território | Município de Ourém