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AS AVENTURAS DE LOTT TAL QUAL UM TAPETE MÁGICO?

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AS AVENTURAS DE LOTT TAL QUAL UM TAPETE MÁGICO?!

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Algumas pessoas dão uma folga para a adrenalina depois de realizar uma grande aventura. Mas o Gabriel Lott, não... ele sai de uma já prontinho para outra

foto FLÁVIO JORDÃO/FLY BROTHERS

texto LU ZUÊ fotos GABRIEL LOTT

Na edição 84 da Mural mostramos o incrível salto dele de um helicóptero para atravessar a Pedra Furada a mais de 200 km por hora, usando um traje de wingsuit. Não faz tanto tempo assim que isso aconteceu, mas desde então ele já fez muitos outros saltos, experimentou novas emoções e mostra tudo nas redes sociais, que nós seguimos e curtimos muito.

No início de novembro, Gabriel postou um salto diferente, partindo de um avião com uma carona nas costas. Aliás: no mesmo dia foram dois saltos, com duas parceiras diferentes, que renderam lindas e incríveis imagens e grandes emoções. De onde veio a ideia Gabriel? “Busco sempre sair da zona de conforto, e quando os projetos dão certo, a sensação é incrível demais. Inexplicável!”, contou.

Quando conversou com a Mural em junho, após o feito na Serra Catarinense, Lott contou que adora desafios, especialmente aqueles que a maioria das pessoas diz ser impossível de se realizar. No caso, esses saltos em dupla significaram a efetivação de algo que já havia tentado, sem sucesso, em 2015. “Na época eu tinha pouca informação e não deu certo no primeiro salto. Aí não tentei mais. Desta vez foi diferente, pois contei com dicas de um amigo, o Flávio Jordão, que já havia feito um salto semelhante, e deu tudo muito certo”, explicou. É complexo, com certeza, e demanda muita confiança e responsabilidade. “Treinamos no chão para fazermos as manobras corretamente no céu. A responsabilidade é grande para os dois envolvidos, pois eu preciso confiar em quem está pegando a carona comigo, e a pessoa também precisa fazer a sua parte e confiar em mim”, afirma Gabriel, destacando que a parte mais crítica é a saída do avião. “Mas manter a asa voando com alguém nas minhas costas não é fácil. Se a pessoa pesa para trás a asa tende a perder velocidade, o que é ruim. Se ela pesa para o lado eu entro em curva. Resumindo, é um voo de compensação constante”, complementou. Bem por isso, o tamanho do carona faz muita diferença. Conforme explica Lott, quanto menor e mais leve o companheiro de aventura, mais fácil fica.

No “Uber áereo” – como brincou Gabriel ao apresentar o salto nas redes sociais – o atleta de wingsuit salta com o parceiro nas costas, que fica “acomodado” (será possível?) sobre o traje inflado durante o período de voo, e depois a dupla se separa, cada um com seu paraquedas. As “passageiras” foram a militar e cardiologista Raissa Lagares, e Gabrielli Diniz, atriz e modelo, ambas apaixonadas por esportes radicais, que conversaram também com a Mural.

Unidas pelo esporte

Tenente do Exército Brasileiro, cardiologista e amante das práticas esportivas, Raissa Lagares sempre curtiu a sensação de experimentar novas modalidades. Kitesurf, wakeboard, esqui.... são inúmeras práticas, todas registradas nas redes sociais, comprovando o gosto pela aventura. Ela guardou na memória a sensação especial de três saltos duplos de paraquedas – o primeiro aos 15 anos, na Nova Zelândia, o segundo, aos 28, em Dubai, e depois aos 30, nos Lençóis Maranhenses –, e a feliz experiência fez com que sentisse a necessidade de saltar sozinha. Então, foi atrás do sonho, e agora podemos acrescentar ‘Paraquedista’ ao currículo da médica militar.

Em agosto de 2020 Raissa fez o curso de paraquedismo em Boituva (SP), e depois disso nunca mais parou. “Atualmente estou com 200 saltos individuais. Salto praticamente todo final de semana, mas nunca menos de duas vezes ao mês”, contabiliza.

Durante o curso Raissa conheceu a modelo e atriz Gabrielli Diniz (veja matéria), e de desconhecidas com um interesse em comum, se transformaram em amigas, que planejam e põem em prática novos desafios em parceria. “A gente até brinca que temos personalidades diferentes, vidas e cotidiano diferentes, mas o esporte uniu muito a gente, e fortaleceu essa amizade”, conta a (também) paraquedista.

Uniu mesmo, porque foi em uma conversa com o Gabriel Lott que as duas tiveram a ideia de realizar o salto em dupla. “É um tipo de salto que já acontece, e nas conversas sempre falávamos sobre a adrenalina dessa experiência diferente, mas prezamos muito pela segurança na prática do esporte. Gabriel e Jordão (Flávio) são amigos nossos, muito experientes, e aí surgiu a chance de fazermos com eles”, explica Raissa.

Conversas, observações, planejamento e treino em terra, ajustes, e... hora de saltar. As duas fizeram o salto em parceria com Gabriel Lott no dia 15 de novembro, tudo devidamente registrado pela equipe Fly Brothers.

E para quem deseja saber se para Raissa a experiência foi válida, fica a declaração final: “Sou apaixonada por esportes em geral, especialmente os radicais. O que me move é isso: esporte e adrenalina!”.

O paraquedismo como “terapia”

Atriz premiada e modelo fotográfica requisitada, Gabrielli Diniz atua na área da arte há 12 anos e sempre foi ligada em esportes e experiências radicais. Ela vinha num ritmo frenético de trabalho e conquistas até 2020, e como muitas outras pessoas, teve que vivenciar as limitações e medos provocados pela pandemia. “Eu havia acabado de ganhar um prêmio como melhor atriz de comédia romântica no Peru, e logo após fui chamada para participar de uma novela na Rede Record. Veio a pandemia, entrei em depressão profunda e para sair daquela situação percebi que o auto desafio seria meu processo de libertação. Tomei a decisão de me curar por meio do paraquedismo. Estou há um ano nesse processo de autoconhecimento e cura”, contou.

A atriz, modelo e esportista começou a praticar o esporte em outubro de 2020, e desde o início viu crescer a vontade de se tornar base jumper. Normal que o nome de Gabriel Lott chamasse sua atenção pelas realizações e conquistas no esporte, e quando se conheceram por acaso, em uma reunião, Gabrielli pediu para acompanhá-lo nos saltos para absorver mais informações e conhecimentos sobre o esporte.

“A ideia do salto surgiu em uma conversa entre mim, Gabriel e a Raissa Lagares, e logo nos organizamos para executar na primeira oportunidade possível”, conta. Segundo ela, foi uma experiência bem diferente daquelas com as quais estava acostumada. “É preciso ter muita atenção e consciência na hora da saída do avião. Reforçamos bastante o briefing um dia antes e no dia do salto e, assim, pudemos realizar o salto com segurança e confiança”, acrescenta.

Gabrielli não considera esse salto sua maior aventura, mas afirma que está “entre as maiores”, especialmente pela responsabilidade adicional de ter que cuidar muito da execução para não errar, o que poderia machucar e prejudicar o outro atleta. Se ela tem medo? Com certeza, mas a exemplo do que diz Gabriel Lott, a zona de conforto é um incômodo, e o mais importante é saber lidar com o medo e usá-lo como estímulo.

E quanto à experiência de voar no ‘tapete mágico’? “Entramos todos em êxtase. Foi incrível!”, concluiu.

foto FLÁVIO JORDÃO/FLY BROTHERS

Acompanhe as aventuras

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