O ano de 2020 foi profundamente afetado pela pandemia de COVID-19: em meio a ataques à democracia, à erosão de diversas conquistas sociais, à crise sanitária e econômica, o espaço da rua se torna inacessível para o convívio e para a troca livre entre as pessoas. O recorte das janelas, entretanto, ganha destaque, tornando-se um espaço em que os moradores reclusos expõem seus medos com relação ao futuro, trocam detalhes do quotidiano, mostram plantas, expressam mensagens. Nesse contexto, o uso da bandeira pendurada na janela (antigamente associado à torcida de jogos esportivos) passa a ganhar novos significados políticos, assumindo tendências fascistas e gerando ambiguidades com relação à sua antiga concepção.
Torcidas, 2022. Publicação em formato 14 x 9,5 cm. 40 páginas, impressão colorida em papel 140gm².