Índia
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA
Retratosda
de Armando Isaac
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Retratosda
de Armando Isaac
MUSEU MUNICIPAL DE BENAVENTE De 22 de Fevereiro a 15 de Março 2014
MUSEU
M U N I C I PAL D E B E NAV E NTE
Armando Isaac Nasceu em Caria, é licenciado em Organização e Gestão de Empresas pelo ISCTE. Trabalhou numa Instituição de Crédito da qual está reformado. Frequentou um Curso Livre de Fotografia no IADE, durante 2 anos. Tem recebido vários prémios a nível nacional e internacional, dos quais se salientam: Primeiros e segundos prémios em concurso das Câmaras Municipais do Cadaval, de Constância e da Nazaré, Jogos Florais da Lousã e Ameixoeira, Orfeão de Rio Tinto, A. B. V. Agualva Cacém e da Revista Tempos Livres do Inatel.
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Obteve o 1º prémio do I Grande Concurso da revista Volta ao Mundo; 2º prémio no 11º Reencontres Photo District de Moyenne Durance, França; Medalha “Imagens Sem Fronteira” na Biennal Reflect Mondial de la Photographie, Bélgica; duas medalhas Racal e Prémio cidade de Silves em vários Salões Internacionais de Arte Fotográfica do Algarve; admitido na VI e VII Bienal de fotografia de Vila Franca de Xira; 1º e 2º prémio no Concours Photo Amateur, Mably, França; seleccionado para a representação portuguesa à 20ª Bienal FIAP na Bélgica. Participou em várias exposições colectiva, tendo individualmente realizado as seguintes exposições: “Ciganos em Portugal - A excepção e a Regra”; “Nazaré”, “Picaria” e “Corpos” a convite da VI bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Tem várias fotos suas publicadas em jornais e revistas, bem como em capas de livros e CD's.
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Com os Himalaia a Norte, as montanhas mais altas do mundo e o Oceano Índico a banhar as sua costas, a Índia está sujeita aos ciclos climáticos extremos dos ventos originados pelas monções. Estes trazem chuvas essenciais, durante três meses do ano, que por vezes se transformam em devastadoras inundações. Se não ocorrem, o resultado é a seca, embora hoje com a melhoria das infra-estruturas seja possível evitarem-se as trágicas fomes que existiram algumas décadas atrás. Neste imenso território de mais de três milhões de quilómetros quadrados, vivem cerca de mil milhões de habitantes, fatalistas e fervorosos, hindus e muçulmanos, camponeses e industriais, ricos e pobres.
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O pó, a poesia, o suor, a pobreza humana, o esplendor e a fé, são alguns dos fios que se entrelaçaram para formar a Índia dos últimos 5000 anos, ensombrados por alguns invasores passados tais como os Gregos, os Turcos, os Afegãos, os Portugueses e os Ingleses, tendo todos deixado a sua marca no tecido social e na mentalidade. Contra o pano de fundo, erguemse minaretes, fortes, igrejas, palácios e extravagantes estações ferroviárias, tudo apontando para uma prioridade cultural que pode ou não ter perdurado. O que subsistiu foi uma multiculturalidade fascinante.
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Foi esta multiculturalidade, o fascínio das suas gentes, a sumptuosidade dos seus palácios e a beleza das sua paisagem que me levaram a efectuar em Outubro de 2011 uma viagem pela Índia, tendo visitado algumas das sua mais importantes cidades, como sejam Deli, Varanasi, Khajuraho, Orchha, Agra, Fatehpur Sikri, Jaipur, Udaipur, Bombaim e Goa. De entre estas, passo a caracterizar as que mais me marcaram pelo conjunto de factores anteriormente referidos: Varanasi é o mais sagrado dos locais sagrados da Índia. É uma cidade com um estatuto praticamente sem paralelo na mitologia hindu. Para Mark Twain, "Varanasi é mais antiga do que a história, mais antiga do que a tradição, mais antiga até do que a lenda e parece duas vezes mais antiga do que todas elas juntas". Ainda hoje, congestionada com milhares de turistas e peregrinos, Varanasi transmite esta sensação. Mais do que qualquer outra cidade indiana, encarna as complexidades incomparáveis dos rituais e cultos hindus.
Cerca de dois milhões de habitantes incluem o número estimado de 50 0000 brâmanes e, todos os anos, o número de peregrinos facilmente rivaliza com a população residente. Khajuraho é um dos pontos altos da rota do norte, oferecendo uma variedade de templos eróticos, elaboradamente esculpidos, numa paisagem rural tranquila. Os criadores deste esplêndido património foram os Chandelas, considerados de origem rajaputa, que se tornaram uma dinastia poderosa durante o século IX.
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A proeminência de Agra, deve-se a um único monumento, o Taj Mahal. Trata-se da glória da Índia mongol, com a sua fachada de mármore branco, as cúpulas e os minaretes emanando uma aura de grandeza, que está muito longe da realidade da Índia actual. O Taj Mahal foi construído por Shah Jahan, como expressão de amor, em memória da sua esposa favorita, Muntaz Mahal, que morreu ao dar à luz o seu 14º filho. O desolado imperador determinou-se a construir um mausoléu inultrapassável e, 22 anos mais tarde, em 1653, depois de serem transportadas toneladas de mármore de Jodhpur e pedras semipreciosas de toda a Ásia para o local por elefantes, a obra-prima foi concluída. Consta-se terem trabalhado na obra cerca de 22 000 artífices e operários. Por mais imagens que se possam ter visto do Taj Mahal, a realidade continua a ser surpreendente, a escala estupenda e a superfície em mutação com a luz. As horas ideais para o visitar são o nascer e o pôr do Sol, quando o mármore branco translúcido parece flutuar numa luz suave, muitas vezes nublada, com o seu reflexo cintilando ao longo do canal de água que atravessa os jardins que evocam, no típico estilo mongol, um paraíso islâmico de paz. Num país onde o culto do linga é fonte de fé religiosa e as suas manifestações se vêem em períodos muito iniciais das civilizações, as esculturas eróticas não passam de uma continuação dessa tradição, que aceita a procriação como uma função fundamental da vida. A presença de esculturas eróticas revela que não existem tabus nem inibições relativamente ao sexo, como hoje existem. A Kama ou busca do prazer, era considerada um dos quatros purusharthas ou objectivos legítimos da vida, para um Grahast, da mesma forma que era vista como um ponto de partida em direcção à moksha (salvação).
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O Taj Mahal foi classificado pela UNESCO, como Património da Humanidade. Em 7 de Julho de 2007, foi celebrado em Lisboa, como uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. A cidade de Bombaim é a mais opulenta, orgulhosa e populosa da Índia, palco de inúmeros contrastes provocados por fenómenos como a corrupção e os abismos sociais. A cosmopolita metrópole de 15 milhões de pessoas estende-se por cerca de 40 Km, numa estreita península, com vivendas faustosas dos novos-ricos e acampamentos de indigentes. Esta cidade era inicialmente formada por sete ilhas, habitadas por pescadores Koli que veneravam a a deusa Mumbadevi (daí “Mumbai”). Quando os portugueses tomaram o poder em 1534, mudaram o nome para Bom Bahia (Bonita Baía), mas pouco mais se alterou neste local remoto. Goa tem como limites naturais o mar da Arábia e as montanhas de Sahyadri, protegeram-na no passado, das conturbações que grassavam no interior da Índia. A sua posição estratégica na rota comercial para o Oriente, fizeram com que se transformasse num porto muito cobiçado e atractivo.
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Em 1508 Afonso de Albuquerque capturou o porto, iniciando 450 anos de domínio português. Em Goa, as influências latinas fundem-se com as cores indianas, criando uma agradável mistura. As tradições de língua, religião, cozinha, música e dança têm firmes raízes, apesar do fim do domínio português em 1601. Os goeses podem ser indianos, mas antes de mais são goeses. Lisboa, 05/02/2014 Armando Isaac
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