BOLETIM PARA PROFESSORES 2ª edição
Essa é a 2ª edição do boletim para professores do Museu da Casa Brasileira (MCB), instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. A cada semestre, o MCB publica notícias, artigos, entrevistas e curiosidades sobre suas áreas de vocação: usos e costumes da casa brasileira, arquitetura, design e temas correlatos como urbanismo e paisagismo. Nesta edição, destacamos o patrimônio como um elemento fundamental para o estudo da história de um local e para a valorização da preservação ambiental, com especial ênfase aos ambientes urbanos. Dicas de programação, atividade educativa e a cobertura de eventos realizados no MCB complementam os conteúdos apresentados. A intenção desse boletim é criar mais um canal de comunicação do MCB com os professores, compartilhando conteúdos apresentados no Museu ou relacionados aos seus temas de vocação. Contamos com sua colaboração com sugestões, críticas ou elogios, que podem ser feitos por meio do e-mail comunicacao@mcb.org.br. Boa Leitura!
Foto: Mariana Chama
RICARDO CARDIM Reportagem: Filipe Bezerra
Divulgação
ENTREVISTA
Durante a primeira edição da Jornada do Patrimônio, evento promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e o Departamento do Patrimônio Histórico que contou com a adesão dos museus da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, o MCB realizou uma visita especial com o botânico Ricardo Cardim, consultor para manutenção e reposição das espécies vegetais do Museu. No encontro, Cardim conduziu o público pelo jardim, abordando seus aspectos históricos, culturais e botânicos no contexto da metrópole. Em seguida, a partir da exposição “A Casa e a Cidade – Coleção CrespiPrado”, ele apresentou a paisagem original da casa do MCB, no módulo “Território” da mostra, do qual foi colaborador, destacando as transformações decorrentes da urbanização da várzea do rio Pinheiros e os desafios da sustentabilidade urbana no século 21. Um pouco antes de começar a visita, Cardim conversou com a equipe do MCB e falou um pouco mais sobre o seu trabalho e contou algumas curiosidades sobre a vegetação presente no jardim do Museu.
terreno onde seria implantado o Solar Fábio Prado. 1933 | Arquivo Centro Pró-Memória Hans Nobiling
Vista aérea a partir da Cidade Jardim, em primeiro plano o Clube Pinheiros e, em segundo plano (canto direito alto) o
"Não estamos falando em voltar a viver como se vivia há 100 anos, mas em resgatar um saber tradicional e utilizá-lo dentro da arquitetura atual." – Felipe Pinheiro
MCB: Como você vê o patrimônio verde de São Paulo e como eventos como a Jornada podem ajudar o público a entender melhor a cidade como parte do meio ambiente? Ricardo Cardim: Para mim, patrimônio não é somente aquele construído pelo homem, mas também é o natural, desde aquele nativo, preexistente à chegada do homem, até o que foi incorporado por ele. Acredito que a Jornada é importantíssima por abrir o patrimônio para que os paulistanos conheçam e entendam melhor a cidade, mas é também importante por trazer visibilidade para a vegetação e
o meio ambiente. Essa é uma questão que deve ser mais divulgada para que as pessoas entendam que a cidade também faz parte do meio ambiente e que isso reflete, diretamente, na qualidade de vida e na saúde das pessoas. Por isso é importante pensar na cidade, também, sob o aspecto da vegetação.
não só no Museu da Casa Brasileira, mas também no Museu da Cidade de São Paulo e na Casa Bandeirista do Butantã, que tem um acervo de vegetação com espécies nativas muito interessantes. É importante que os profissionais de educação, ao levarem seus alunos a esses lugares, tentem perceber o entorno vegetal do patrimônio construído e apresentem Os museus são patrimônios aquilo como o reflexo da nossa cultura, paulistanos que testemunharam da Mata Atlântica, pois, infelizmente, a história da cidade. Seus jardins, a questão ambiental urbana é muito como no caso do MCB, devem ser pouco falada. Associamos meio valorizados também nessa perspectiva? ambiente à Amazônia, baleia, golfinho, Temos diversos componentes vegetais créditos de carbono, coisas que estão importantes nos museus paulistanos, longe do cotidiano de quem vive na
Você colaborou com o módulo “Território” da exposição “A Casa e a Cidade – Coleção Crespi-Prado”, que mostra as transformações que aconteceram na região desde os anos 1930, quando o rio ainda não era retificado. Como era a flora da região nesta época? Até os anos 1930, a região onde o Museu está inserido era predominantemente rural, uma São Paulo muito diferente do que é agora. Aqui era comum ver as
pessoas fazendo piqueniques, nadando e pescando no rio Pinheiros e consumindo as frutas típicas como o ingá, alvaia e o araçá. A casa que hoje abriga o MCB é testemunha desta antiga São Paulo, pois guarda em seu quintal elementos que vêm desta época. A partir de 1960, a Faria Lima virou um corredor econômico e, com isso, veio a verticalização, mas, ainda assim, a casa permaneceu. Pelo jardim é possível visualizar todas essas etapas. Temos aqui desde árvores da Mata Atlântica que, por não serem usuais em arborização concluímos que fazem parte de uma vegetação original, até árvores típicas do paisagismo da época em que o casal Crespi-Prado habitava
aqui, com uma linhagem europeia e alguns toques brasileiros, mas com a predominância de espécies exóticas. Com o passar do tempo, o jardim foi ganhando árvores nativas como o araribá e o cedro. Temos então nessa casa, eu diria, toda a trajetória das áreas verdes urbanas em São Paulo, desde essa memória colonial dos séculos 18 / 19, até a São Paulo dos anos 1970, que começa a ter árvores típicas como o ligustro, plantadas quando a casa já era um museu. Por esses motivos eu considero este lugar uma importante testemunha da paisagem paulistana, além de um patrimônio ambiental, cultural e histórico no que se refere à área verde.
Arquivo Centro Pró-Memória Hans Nobiling
Vista aérea do Rio Pinheiros antes da sua retificação, a esquerda do rio terreno do Clube Pinheiros. 1930
cidade. Então, sempre que possível, o professor deve mostrar ao aluno a importância do verde urbano e salientar como ele melhora a vida das pessoas no que diz respeito a questões de saúde, diminuição de temperatura, maior umidade do ar, retenção de barulho, poeira, filtragem do ar, enfim, tudo aquilo que chamamos de serviços ambientais (que são desempenhados pela vegetação). Uma coisa que pouca gente sabe é que São Paulo foi um dos primeiros locais a ter nome de vegetação de batismo. O nome era São Paulo dos Campos de Piratininga, e esses campos eram um tipo de cerrado, uma vegetação mais retorcida, muito comum no centro-oeste. Hoje valorizamos essa vegetação como geradora de grande biodiversidade, mas não demos o valor devido a ela, tanto que São Paulo destruiu grande parte de seu cerrado sobrando apenas alguns nomes para lembrar, como a região do Cemitério do Araçá, que é assim denominada por conta da quantidade de Araçá presente naquela região.
Ricardo Cardim conduz visita especial à mostra "A casa e a cidade - Coleção Crespi-Prado"
Como é o trabalho de reposição das espécies no jardim do MCB e o plantio de árvores em substituição àquelas que encerram seu ciclo de vida, especialmente as exóticas que têm menor longevidade?
E havia uma rica fauna na região...
Havia bichos-preguiça também?
Infelizmente, perdemos nossos animais de vista e quero mostrar que há meios de conseguir recuperar isso. Hoje, é comum vermos na cidade o pardal, um passarinho exótico, ou o generalista, aquele que come de tudo e não se importa, assim como o bemte-vi, o sabiá e as maritacas. Mas São Paulo tem centenas de espécies de aves e havia também muitos mamíferos. Às margens do rio Pinheiros conviviam inúmeros bichos como o porco queixada, o [porco] cateto e macacos. Há relatos de que, mais antigamente, no rio Tietê, as onças desciam da Cantareira para caçar cervos que pastavam às margens do rio.
Sim. O bicho-preguiça antigamente era bem comum. Além dele, existiam cotias e pequenos roedores, o bugio... A anta se alimentava na beira do rio Pinheiros. Encontrava-se capivaras, espécie que conseguiu se adaptar ao esgoto que virou o rio e que vive ainda hoje em locais como a raia da USP. Mas antes havia o jacaré de papo amarelo. São Paulo era o paraíso das espécies assim como hoje é o Pantanal. O senso comum é que só o Pantanal tem tantos bichos, mas em São Paulo também tinha. Acontece que nós destruímos tanto que hoje só vemos sombras, e quando se vê um bicho na cidade é uma coisa inacreditável.
O Brasil é o país com a maior biodiversidade do planeta, temos quase 20% das espécies do mundo. Porém, por motivações culturais, hoje resta em São Paulo cerca de 90% da vegetação de origem estrangeira. São Paulo era um sítio extraordinariamente rico em espécies. Havia aqui uma paisagem muito diversa com manchas de cerrado, Mata Atlântica, extensas várzeas, araucárias, entre outras. Quando a cidade virou metrópole, quase tudo foi substituído por vegetação estrangeira, concreto e asfalto. E qual é a tendência hoje? Precisamos fazer com que a cidade conviva com esse histórico, resgatando elementos da vegetação original pra conviver com a vida moderna. No Museu adotamos essa premissa que ainda é muito difícil de acontecer em outros lugares da cidade. A nossa proposta é substituir as árvores estrangeiras, exóticas, que vão chegando ao final do seu ciclo de vida, são danificadas ou caem, por espécies nativas regionais, ou seja, espécies nativas que estavam na região séculos atrás. Já plantamos aqui um elenco que chega a 30 espécies diferentes, emblemáticas, como a araucária (pinheiro do Paraná que deu o nome do bairro de Pinheiros) que existia em profusão há 100 anos; árvores de madeira de lei como a canela, que
Solar Fábio Prado na década de 1950 | Acervo MCB
os bandeirantes usavam para fazer casas; o palmito jussara, uma palmeira que produz um fruto parecido com o do açaí que alimenta o tucano de bico verde, hoje muito raro em São Paulo; a peroba rosa, o jequitibá, o cedro, o jatobá, enfim, uma série de espécies que são indispensáveis para reequilibrar o meio ambiente na cidade. A nossa intenção é que o jardim do MCB, conforme os anos passem, torne-se um dispersor de
biodiversidade. Ele vai ter espécies que não são mais encontradas nos arredores e vão acabar se espalhando naturalmente através do vento e dos pássaros para outros pontos, ajudando a resgatar a biodiversidade da cidade. A ideia é que seja um jardim ativo, que promova um reequilíbrio ecológico não só no seu interior, mas nos arredores. As árvores do jardim do MCB também dialogam com a sua própria coleção?
O acervo do mobiliário brasileiro do MCB tem total conexão com a vegetação ancestral brasileira. Eu até brinco que os últimos testemunhos da floresta secular que existiu antes do Ciclo do Café são os móveis. É o que sobrou. Temos resquícios nas casas coloniais, mas São Paulo praticamente dizimou essas construções. Os móveis contam um pouco da história dessas árvores gigantes de madeira de lei que existiram em nossas florestas até a
virada do século 19 para o século 20. No jardim do MCB há várias espécies que estão nos móveis, como o cedro rosa, por exemplo, muito usado em mobiliário de igrejas. Temos também a canela, o jequitibá, a peroba, o guatambu, dentre outros. Então é interessante, e possível, fazer uma conexão direta entre o acervo mobiliário e o passeio pelo jardim. Esse paralelo enriquece muito a visualização da coleção, tanto da mobiliária quanto do arboreto.
Espero que no futuro consigamos coexistir com a natureza que destruímos por ignorância e possamos conciliar a biodiversidade original com a cidade. O que pretendemos com a constante manutenção do jardim no MCB, trazendo cada vez mais elementos da vegetação original, é justamente mostrar que essa coexistência é possível e que esse é o caminho para a cidade do futuro. Às margens do rio Pinheiros, por exemplo, foi feito um projeto de paisagismo no qual quase todas as plantas são estrangeiras. Por que não replantar a floresta ali? Dessa forma, pelo menos naquele ponto, poderíamos resgatar a paisagem. A água ainda não seria adequada, mas pelo menos a paisagem seria resgatada e, com certeza, muitos bichos voltariam a repovoar aquele corredor que o canal do rio hoje forma. Acho que o MCB está mostrando uma
Foto: Chema Llanos
Para aqueles que não acompanham a reflexão sobre o tema da biodiversidade que você desenvolve, qual mensagem você poderia deixar?
direção do que pode vir a ser. Ainda está no início, mas é um marco muito importante neste local, que é um centro de educação e memória. Onde é possível encontrar mais informações sobre o seu trabalho? Como botânico, a minha missão é apresentar e valorizar a vegetação nacional para os brasileiros, principalmente o brasileiro urbano, já que hoje 90% das pessoas estão nas cidades. Tenho uma empresa e faço projetos de paisagismo em
áreas privadas como telhados verdes concebidos com Mata Atlântica e com Cerrado. Também tenho um programa na rádio Estadão chamado “Natureza Urbana” às terças e quintas, 11h, no qual falo três minutos sobre os aspectos da vegetação da cidade. Também trabalho em outros canais de mídia, escrevi um livro sobre a história da vegetação de São Paulo que está em produção, tudo para mostrar a importância da vegetação às pessoas e levantar essa bandeira.
Divulgação
SOBRE
RICARDO CARDIM Ricardo Cardim, desde criança, fez da vegetação brasileira seu principal interesse. Mestre em Botânica pela USP, é também o professor responsável pelo curso de Paisagismo Sustentável do Green Building Council Brasil (GBC) e Sócio da SkyGarden Telhados e Paredes Verdes. Em 2010 foi indicado Empreendedor de Futuro pela Fundação Schwab (Davos, Suíça) e pela Folha de S. Paulo por seu trabalho com o meio ambiente urbano e o blog “Árvores de São Paulo”,
hoje com mais de dois milhões de acessos. Em 2011, recebeu a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo pela descoberta de três remanescentes de Cerrado na metrópole paulistana que resultaram nos primeiros parques públicos, com a vegetação ameaçada em 33 mil m². Desde 2011, Ricardo é colunista de meio ambiente urbano na Rádio Estadão e “Dr. Árvore”, na Rede Globo São Paulo, desde 2013.
SAIBA MAIS
ENTRE AS ÁRVORES NATIVAS DE SÃO PAULO PRESERVADAS
PELO MCB ESTÃO: Fotos: Acervo pessoal Ricardo Cardim - Meramente Ilustrativa
Cambuci (Campomanesia phaeae)
Araucária (Araucaria angustifolia)
Tem sua distribuição principalmente na região da capital paulista e já foi considerada a “árvore-símbolo” da cidade e nomeou um
Era comum no território do município a ponto de nomear um bairro, Pinheiros. Hoje não existe mais como nativa na cidade, só cultivada.
bairro. Árvore produtora de frutos saborosos, hoje está quase extinta na malha urbana.
Jerivá (Syagrus romanzoffiana)
Copaíba (Copaifera langsdorffii)
É uma das raras espécies nativas comuns no paisagismo e arborização. Produz frutos muito apreciados pela fauna e comestíveis pelo homem.
Também é conhecida como óleo, por possuir no interior do seu tronco grande quantidade de um óleo fino e de bom cheiro, reputado como medicinal. Pode viver mais de 200 anos.
Década de 1950 | Acervo FCP
Sala de Jantar do Solar, atualmente sala de exposição temporária
SAIBA MAIS
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL Todas as vezes que as pessoas se reúnem para construir e dividir conhecimentos, investigar para conhecer melhor, entender e transformar a realidade que as cerca estão realizando uma ação educativa. Quando tudo isso é feito levando em conta algo relativo ao patrimônio cultural, então trata-se de Educação Patrimonial. A Educação Patrimonial constitui-se de todos os processos educativos, formais e não formais, que têm como foco o patrimônio cultural, apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas manifestações e colaborar para seu reconhecimento, valorização e preservação. Considera-se, ainda, que os processos educativos devem primar pela construção coletiva e democrática do conhecimento por meio da participação efetiva das comunidades detentoras e produtoras das referências culturais, onde convivem diversas noções de patrimônio cultural.
O Artigo 216 da Constituição conceitua patrimônio cultural como sendo os bens “de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”. De acordo com esta definição, as formas de expressão que definem um patrimônio cultural são: os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Fonte: site http://portal.iphan.gov.br/
Década de 1950 | Acervo FCP
Sala de estar do Solar, atualmente sala principal de exposição temporária
PATRIMÔNIO CULTURAL
Foto: Alisson Ricardo
SALA DE AULA
ESTÊNCIL
Com edições em dezembro e janeiro, o programa educativo do MCB Uma Tarde no Museu promove a oficina “Procura-se”. A proposta da atividade é reproduzir, por meio da técnica de estêncil, imagens de animais que ocupavam a região do rio Pinheiros antigamente, como cervos, tucanos e bichos-preguiça. Compartilhe essa experiência com seus alunos:
PASSO A PASSO 1 – Escolha um tema 2 – Pesquise imagens ligadas ao tema 3 – Imprima a imagem e marque as áreas essenciais com caneta hidrocor, de modo a torná-la mais sintética e que não perca as características físicas da figura.
4 – Usando uma caneta permanente, passe a imagem para uma superfície plástica. Pode ser uma chapa de raio-X recicladas ou capas de encadernação transparente.
5 – Usando um estilete, corte as áreas marcadas em alto contraste. 6 – Antes de imprimir escolha a superfície onde a imagem será impressa. Em seguida, prenda a máscara com fita crepe nesta superfície e passe a tinta com rolo de espuma. Cuidado para não colocar tinta em excesso pois isso pode borrar a imagem.
7 – Imprima a imagem em diferentes superfícies e inicie uma reflexão sobre como o espaço pode influenciar em seu significado e vice-versa.
licenテァa Creative Commons / http://bit.ly/1MvPNpW,
Crテゥdito: SMDU, GESTテグ URBANA, PREFEITURA DE Sテグ PAULO
ACONTECEU NO MCB
Jornada do Patrimônio
Debate Plano Diretor
Nos dias 12 e 13 de dezembro de 2015, aconteceu a 1ª edição da Jornada do Patrimônio de São Paulo, evento promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e o Departamento do Patrimônio Histórico que contou com a adesão dos museus da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. A iniciativa, realizada nos moldes do que já ocorre em diversos países - como as Journées du Patrimoine na França e o Open House em Nova York -, ofereceu à população a oportunidade de reconhecer e valorizar o patrimônio histórico, artístico e cultural paulistano.
Realizada em novembro, a mesa-redonda abordou o Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo (PDE), aprovado pelo prefeito Fernando Haddad e em vigor desde julho de 2014, mas que depende de leis regulatórias que ainda não foram definidas para ser plenamente efetivado. Com a participação do Secretário Municipal de Cultura de SP Nabil Bonduki e a urbanista Larissa Campagner, com mediação do arquiteto Mauro Claro, foram exploradas questões como função social do espaço urbano, direito à moradia e à inclusão social por meio da apropriação da cidade, bem como as limitações e as possibilidades do PDE conseguir frear a especulação imobiliária e melhorar o ambiente urbano.
Expedição Rios e Ruas A atividade trouxe ao MCB o geógrafo Luiz de Campos Jr. e o arquiteto e urbanista José Bueno para uma conversa a respeito dos rios urbanos no Brasil e no mundo, seguida pela expedição ao redor do Museu para explorar e descobrir a presença de nascentes ou riachos na região. Para saber mais sobre o projeto Rios e Ruas, acesse http://on.fb.me/1P3agAm
21ª Exposição Internacional da Triennale di Milano Realizada em novembro, a palestra com o ministro das Relações Exteriores da Itália Paolo Gentiloni e o Presidente do Triennale Design Museum Arturo Dell’Acqua Bellavitis, teve como objetivo apresentar as possibilidades de participação da 21ª Exposição Internacional da Triennale di Milano aos profissionais de design, estudantes e instituições públicas e privadas. A atividade foi realizada em parceria com o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, com apoio da Embaixada da Itália em Brasília e do Consulado Geral da Itália em São Paulo.
Sonhar o Mundo A ação foi articulada pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo para celebrar o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10.12) e incentivar a cultura de respeito à diversidade. O MCB participou com a atividade “Zen Comentários”, que promoveu a leitura de poemas com temáticas relacionadas aos direitos humanos junto com integrantes do CIAM (Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar).
LANÇAMENTO DE LIVROS Capa do livro “MASP: estrutura, proporção e forma”,
Masp Escola Lançado em novembro no MCB, o livro “MASP: estrutura, proporção e forma”, da arquiteta Alexandra Silva Cárdenas com revisão técnica e adaptação de Marcelo Suzuki e Roberto Rochlitz, aprofunda, a partir de novos desenhos técnicos, fotografias e modelagem eletrônica, a análise do projeto da arquiteta Lina Bo Bardi para o MASP.
A coleção, lançada em setembro, é composta por oito livros de Roberta Asse e traz histórias do cotidiano de crianças de diferentes estados brasileiros e suas relações com o mundo que as cerca. Roberta passou, entre 2013 e 2015, por Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pará, onde conheceu diversas infâncias. A obra valoriza a cultura e o aspecto linguístico de cada local visitado e, por isso, expressões de oralidade e regionalismos foram respeitadas e escritas da forma como são faladas.
Ilustração: Roberta Asse
Coleção das Crianças Daqui
MCB INDICA Acervo em transformação: a coleção do MASP de volta aos cavaletes de cristal de Lina Bo Bardi A exposição, inaugurada em 11 de dezembro, apresenta uma seleção de 119 obras da coleção do MASP dispostos nos cavaletes de cristal de Lina Bo Bardi, que estavam presentes na inauguração do museu em 1968 e foram removidos em 1996.
Divulgação
vocal: MASP – Museu de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand Av. Paulista, 1578, São Paulo, SP. Valor: R$12 a R$25, com entrada gratuita às terças. Professores pagam meia-entrada. Mais informações em http://bit.ly/1Q7Cdul
Muro expositivo Esporte Clube Pinheiros: “E a cidade engoliu o campo”
Local: Esporte Clube Pinheiros - Av. Faria Lima, nº 2528 Valor: grátis. - Mais informações em http://bit.ly/1NSB9DF
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Na terceira edição da exposição nos muros do Esporte Clube Pinheiros (de frente para a Av. Brig. Faria Lima), os painéis mostram, a partir de imagens aéreas do início do século 20, o desenvolvimento da região. As fotos retratam as mudanças no período de 100 anos, com a cidade e o desenvolvimento urbano invadindo os espaços de campos, florestas e natureza originais. “E a cidade engoliu o campo” permanece em cartaz até o final de janeiro de 2016.
Foto: Alisson Ricardo
PROGRAMAÇÃO MCB
Pioneiros do Design Brasileiro: Fulvio Nanni e Nanni Movelaria
Uma Tarde no Museu Educativo MCB
Visitação até 28 de fevereiro
16 e 30 de janeiro às 14h30 - Gratuito
A 3ª edição da série Pioneiros do Design Brasileiro aborda a obra de Fulvio Nanni, um dos principais destaques na produção de mobiliário do país. Sua loja, a Nanni Movelaria, foi pioneira no atendimento sob medida e na comercialização de peças avulsas. A homenagem reúne móveis, desenhos originais e documentos.
O programa educativo Uma Tarde no Museu promove em janeiro a oficina “Procura-se”. A proposta da atividade é reproduzir, por meio da técnica de estêncil, imagens de animais que ocupavam a região do rio Pinheiros antigamente, como cervos, tucanos e bichospreguiça.
29º Prêmio Design MCB
Inscrições gratuitas (vagas limitadas): 3026-3913 ou agendamento@mcb.org.br.
Visitação até 31 de janeiro Os produtos e trabalhos escritos, premiados e finalistas, do 29º Prêmio Design MCB estão em exposição até 31 de janeiro. O Prêmio, realizado pelo Museu desde 1986, traça um panorama da produção do design nacional contemporâneo e é o mais reconhecido do país na área.
A Casa e a Cidade – Coleção Crespi-Prado Exposição de longa duração A mostra de longa duração retrata um importante capítulo do desenvolvimento paulistano no início do século 20 a partir do cotidiano e da trajetória dos moradores originais da casa que hoje abriga o MCB: o casal Fábio Prado e Renata Crespi.
Oficina de Calçada Em celebração ao aniversário da cidade de São Paulo (25.1), o MCB realiza, no dia 24.1 às 14h30, a Oficina de Calçada com o Educativo MCB. A atividade, que pesquisa a relação de aproximação entre arte e design, propõe a construção de uma calçada a partir da identidade criada para pisos da cidade de São Paulo por Mirthes dos Santos Pinto, em 1966 (as famosas calçadas paulistanas que interpõem imagens preto e brancas do mapa do Estado). Inscrições gratuitas (vagas limitadas): 3026-3913 ou agendamento@mcb.org.br.
Museu da Casa Brasileira av. brigadeiro faria lima, 2705 - S達o Paulo (11) 3032 3727 | www.mcb.org.br