5 minute read

serviço educativo

EUSOUPAISAGEM – EDUCAÇÃO E TERRITÓRIO

A base da ação assenta na pesquisa de relações de experiência entre as pessoas e as paisagens.

Advertisement

Aposta-se na criação de contextos de experimentação, com caráter de continuidade, para a presença de crianças, adolescentes, jovens, adultos e seniores em atividades de experiência e conhecimento.

Pesquisa-se com o território e a paisagem, com o corpo e o lugar, em diálogo e tensão com diferentes linguagens e falas.

Interpelam-se as paisagens e as pessoas com o teatro, com a dança, com o vídeo, com a imagem animada, com a escrita, a geografia, a antropologia e a literatura, com a arquitetura paisagista e o cinema, com o desenho, com a fotografia e com o som.

eu sou paisagem é, desde 2006, um convite, uma convicção e uma vontade para atuar e refletir sobre a educação neste território e nestas paisagens.

CAFÉ CENTRAL. ALFÂNDEGA DA FÉ.

Todas as terras têm um (ou mais) Café Central.

Os cafés são lugares de fronteira e de encontro. Que centralidades, que periferias?

ONDE FICA O INTERIOR?

MOSTRA EM CARTAZES

MUSEU DO DOURO MARÇO – ABRIL 2023 oficinas ou encontros? marcamos um ponto de encontro, conversamos sobre fotografia, sobre o lugar e saímos para andar com as câmaras... talvez com a câmara o olhar fique mais atento, vemos o lugar sobre diferentes olhares e perspetivas... questionamos. no regresso ao ponto de encontro, analisamos e voltamos a conversar sobre as imagens... pode ser sobre profundidade de campo, ou sobre o que nos faz falta no lugar, sobre a textura da madeira, o brilho da pedra, sobre ser mais velho, sobre ser jovem, sobre as políticas governamentais para fixar pessoas, ou a falta delas... voltamos a questionar, tenho de pertencer a algum lugar, alguém perguntou... a fixação é económica, alguém disse... o que não há neste lugar e te faz falta? perguntamos...

Doismaisum

PROGRAMA DE OFICINAS

Grupos do Pré-Escolar e 1º Ciclo do Centro Escolar da Alameda e das Alagoas | JI de Galafura | JI de Loureiro • Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia | Peso da Régua • Grupos do Pré-Escolar e 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião

Este programa propõe a cada grupo de crianças, jovens ou seniores um percurso pedestre (ou uma visita às exposições e aos espaços do edifício sede do Museu do Douro) + duas oficinas temáticas. Estas ações realizam-se em 3 momentos diferentes do ano e permitem que o grupo, como coletivo, possa ser colocado mediante linguagens e experiências para a escuta dos corpos e dos lugares.

Educação Pré-escolar | Ensino Básico | Ensino Secundário e Profissional | Associações Recreativas | Grupos Seniores

BIBLIOTECAS.

Agrupamento De Escolas Jo O De Ara Jo Correia

Oficinas em contexto do espaço da biblioteca escolar onde se constroem novos textos, novas oralidades, novos livros com os 5ºs e 9ºs anos da EB2,3 de Peso da Régua e Escola Secundária João de Araújo Correia.

PÚBLICO COMUM.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS LATINO COELHO.

Centro Escolar de Lamego nº 1, Lamego

Programa em articulação com instituições pares: museus, teatros ou centros culturais da região para percorrer e conhecer diferentes espaços no território local e regional.

PRÁTICAS PARTILHADAS.

PRÉ-ESCOLAR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DIOGO CÃO. VILA REAL.

As áreas de trabalho como a escrita, o movimento, o som, a palavra, o registo gráfico e o teatro permitem que os grupos possam ser colocados perante novas linguagens e experiências em articulação com o trabalho preparatório e de regulação com o grupo de educadoras da primeira infância do Agrupamento de Escolas Diogo Cão, Vila Real e serviço de educação do Museu do Douro.

PERCURSO.

Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua.

Trovar O Povo

Oficinas de voz e recolha etnográfica do folclore português. Organizadas pelo Aurum et Purpura, Núcleo de Criação Artístico com a colaboração do serviço de educação do Museu do Douro, Universidade Sénior de Peso da Régua.

BIBLIOTECAS. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTA MARTA DE PENAGUIÃO

Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com turmas dos 7ºs e 8ºs anos da Escola Básica 2º,3º Ciclos De Santa Marta De Penaguião. Biblioteca Escolar da Escola Básica 2º,3º Ciclos

De Santa Marta De Penaguião. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião.

Dizer ALTO

[A vessada]

As mulheres dormem a sono solto. Fazem contas de cabeça, nestes dias ninguém quer passar por vergonhas, vão-se os anéis ficam os dedos, é costume dizer-se. A comida tem de ser distribuída nas horas certas e com fartura, muita fartura de conduto e de vinho. Nestes anos o talho é um nome estranho, quase inacessível, só lá vai quem tem muitas posses ou foi a consulta médica.

Estamos nos anos sessenta, não há frigorífico, nem arca. Para contrabalançar, em cada casa há a salgadeira que se abre todos os dias em momentos mais delicados; parto, casamento, doença, súbita visita de alguém que mora na cidade, há o galo, os frangos, as galinhas em fim de postura. Sim, em fim de postura, seria quase um crime cortar a cabeça e arrancar as penas a um bico que põe o seu ovo diário. E esse ovo junto com outros ovos, fará uma dúzia, que se pode trocar por petróleo, por azeite, por dinheiro. Quase todos os ovos são para ser vendidos, poderá ficar um ou outro, que será estrelado na sertã para a canalha, ou para um peito necessitado de uma gemada, que leva açúcar amarelo, canela, vinho. Tudo muito bem batido e engolido, dizem que levanta a espinhela do mais derreado. (…)

Levanta-se a mulher de sua cama, veste a saia e a blusa e depois avental, apanha o cabelo no carrapito que segura com ganchos, e vai para a cozinha. Ali acende o lume na lareira, põe as panelas de ferro à volta, grandes panelas, e enche-as de água. (…) Anda ligeirinha, o dia mal despontou, e há muita coisa para fazer.

(…) E já começam a chegar os ajudantes para a vessada. Venha a gente que vier, que não traz outra ideia que não a de ajudar. Não se paga jorna na vessada. Hoje ajudo-te, a ti, amanhã ajudas-me tu, a mim, temos de ser uns para os outros. A mulher serva então a primeira refeição da manhã. (…) Cada um se serve à sua vontade, come um naco de pão, um pedacinho mais avantajado, bebe um cálice de bagaço, ou dois ou três, ou um pequenino gole seguido de uma careta, porque a aguardente queima por onde passa. Os moços, mesmo os mais miúdos, têm direito a semelhante tratamento, também são filhos de Deus.

Tomado o mata-bicho, toda a gente caminha agora para o campo, onde, nas vésperas, se fez cadavulho e se despejou o estrume.

No carro de bois são postos o arado, a grade, os sacos de milho e do feijão, também chamados sacos da semente. O carro fica no portal do campo, e cada um sabe da sua tarefa. (…) Sabe lavrar todo aquele que deixa as aseitas acamadas por si mesmas, o verde da erva e o estrume bem enterrados no fundo do rego que fez o arado. (…)

(…) São nove horas, é tempo de fazer uma pausa para o almoço.

Arreemos todos para ir à bucha. Que não haja demoras, ainda o dia está uma criança, mas muita coisa há para fazer, e esta vessada tem de ficar hoje pronta, custe o que custar!

António Mota, OUTROS TEMPOS

Canelas, VNG: Edições Gailivro.2006

This article is from: