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Lisboa à Noite

Em 1965 Manuel de Almeida torna-se cantador residente no Restaurante “Lisboa à Noite” onde permaneceu onze anos. “Lisboa à Noite” era o local preferido dos empresários e políticos; dos amantes do “castiço” e dos deslumbrados por Fernanda Maria. Quem visitava Lisboa era convidado a jantar e a escutar Fado naquele espaço, na Rua das Gáveas, 69, no coração do Bairro Alto

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Meu querido Manuel de Almeida !

Começo por agradecer a oportunidade que me é dada para falar um pouco de tão brilhante colega e tão caro amigo.

Estou numa posição privilegiada. Fui sua colega e empresária durante anos (11!) e desse tempo guardo a recordação do homem “cavalheiro”, bem humorado, afectuoso e profissional.

Manuel de Almeida foi um intérprete com “alma”. Daqueles que nos fazem reconhecer que - tal como ele cantava“…não é fadista quem quer / mas sim quem nasceu fadista”.

Ali, no coração do Bairro Alto, no meu Restaurante “Lisboa à Noite”, foram passadas noites, meses… anos de franca e leal camaradagem. Ninguém competia com ninguém e todos se entregavam ao Fado e a quem o escutava, dando o seu melhor.

O “Manel” – como era carinhosamente tratado por nós – arrastava para o ouvir o que podemos chamar de “nobres e plebeus”.

A sua figura era imponente e o seu estilo/modo de cantar era pessoalíssimo. Não lembrava ninguém; não imitava ninguém.

Afastada que estou das chamadas “Casas de Fado”, não sei como se vivem hoje esses ambientes, mas desejo, sinceramente, que não se tornem muito diferentes do que eram então – lugares onde se trabalhava com requinte, camaradagem e profissionalismo.

Um saudoso beijo, Fernanda Maria Fadista /Autora Lisboa, 2016

Ao Manuel de Almeida

Pela colaboração honesta, leal e amiga Prestada ao “Lisboa à Noite” de 10 de Setembro de 1965 a 31 de Outubro de 1976.

O reconhecimento dos seus proprietários.

Fernanda e Romão

Fernanda Maria Romão Martins

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