nº 39 junho 2015
notícias do Museu Municipal de Palmela A NÃO PERDER...
MUSEUS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL
PEÇA DO MÊS
ACONTECEU SERRA DO LOURO (PALMELA) – SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO ALTO DA QUEIMADA
Visita encenada à Alcaria do Alto da Queimada
Primeira apresentação de uma parceria que nasce entre o Museu Municipal de Palmela e o Teatro O Bando, e aconteceu no âmbito das Comemorações do Dia do Concelho, a 1 de Junho, pelas 18h30. Este projeto visa a dinamização cultural, turística e artística de um sítio arqueológico emblemático do concelho. Através de uma visita encenada, explorámos o espaço e a história, inspirados nas memórias deste lugar de origem muçulmana, na sua ruralidade e documentação arqueológica. Venha viver esta experiência, logo que a veja de novo divulgada! Duração: 1h30 m. Frequência gratuita Org.: Câmara Municipal de Palmela/ Museu Municipal e Teatro O Bando
Prémio «Ação Pedagógica» para Museu Municipal de Palmela pelo SOS Azulejo
O Museu Municipal recebeu, no dia 27 de maio, o «Prémio Ação Pedagógica», no âmbito dos Prémios SOS Azulejo 2014, cuja cerimónia decorreu no Palácio Fronteira, em Lisboa. A distinção foi atribuída ao projeto Maleta Pedagógica «Arte2 - o Património Azulejar do concelho de Palmela», que caracteriza o nosso património azulejar, traduzindo a sua importância e presença nos monumentos do concelho e motivando para a promoção e criação artística. Em concreto, apresenta-se uma síntese da história do azulejo e do Património azulejar do concelho, entre os séculos XVII ao XX, o saber-fazer de oleiros e ceramistas, massas, pigmentos, metodologias de salvaguarda, jogos didáticos, um glossário e bibliografia. Os cadernos encontram-se disponíveis online na página da autarquia.
A NÃO PERDER 20 JUNHO | 15H00
À descoberta do Castelo (peddy-paper) e piquenique no Parque
(ponto de encontro na Praça de Armas) De forma lúdica, queremos dar a conhecer a história do Castelo de Palmela durante os períodos de ocupação medieval e moderno, e incentivar o usufruto do Castelo e do Parque Venâncio Ribeiro da Costa como espaços privilegiados e recreativos de atividades de família ao ar livre. No final da atividade sugerimos um piquenique livre no Parque Venâncio Ribeiro da Costa. Duração: 1h30 | Frequência gratuita Inscrições: patrimonio.cultural@cm-palmela.pt ou 21 233 6640, até dia 19, às 12h00. Org.: Câmara Municipal de Palmela
nº 39 junho 2015
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MUSEUS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL
PEÇA DO MÊS
As doenças transmitidas por vetores1 são um fator de risco e de saúde pública. A Malária, também conhecida por paludismo e sezonismo, surgiu em África há mais de um milhão de anos. Durante a Antiguidade, entrou na Europa, onde permaneceu até ao século XX. Portugal foi um país endémico; a doença atingia, sobretudo, as populações das zonas rurais nas bacias hidrográficas com vasto cultivo de arroz. A população do Vale do Rio Sado foi fortemente afetada. Todavia, em 1958, a malária endémica foi erradicada do país. Para isso contribuiu decisivamente o antigo Instituto de Malariologia, instalado em Águas de Moura, a partir de 1934, inicialmente como Estação para o Estudo do Sezonismo. Apesar dos significativos avanços científicos, estas doenças continuam, em 2015, a provocar a morte a milhões de pessoas. Embora com maior incidência no continente africano, prevê-se que sua a área geográfica de prevalência se estenda a outros pontos do globo, fruto das alterações climáticas. A 3 de junho reabriu a exposição do pólo do Museu da Saúde de Águas de Moura – do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge -, dedicada à erradicação da Malária em Portugal. Sugerimos que a visite! Escolas e outras entidades de carácter educativo poderão solicitar a marcação: patrimonio.cultural@cm-palmela.pt | 212 336 640 «Lá trabalhávamos no campo, mas era à moda de lá [Viseu]. Mas cá tivemos que aprender à moda de cá. A monda do arroz …primeiro era arranjar os canteiros. Lavravam - eram os bois que iam lavrar a terra - ó depois punham a gente a fazer os muros, que era a fazer canteiros …um canteiro leva um muro dali, leva outro muro daqui [para conter a água] e ali ficava para semear o arroz. (…) Depois daquele canteiro estar feito, com aquele muro ali, íamos para dentro daquela água compor a terra, rebaixar - que era a rebaixa - com as enxadas, até bater a enxada uma na outra. Para a terra ficar direita. Depois é que levava então o arroz, plantado de recuo. Andavam umas a dar os molhinhos da planta do arroz e outras a planta. Com estes dois dedos é que a gente plantava [o indicador e o médio], uma mão segurava [esquerda] outra mão plantava [direita, com o uso apenas dos dois referidos dedos], truca, truca, truca, truca, tudo encarreirado, tudo encarreirado, tudo encarreirado. (…) Eu nunca tive doença nenhuma, graças a Deus. Levávamos umas vacinas. Quando chegávamos cá éramos vacinadas. Éramos vacinadas e tinham um hospital [hospital da Herdade] (…) [quando adoeciam com sezões] tinham que ser internadas …Muitas febres, febres muito altas, febres muito altas…chegavam a estar às cinco às seis pessoas internadas do mesmo grupo.» Belmira Marques, de Viseu, veio trabalhar na Herdade de Rio Frio com 11 anos. Entrevista realizada em Pinhal Novo, em 2003. Por doença transmitida por vetores, entendem-se as doenças transmitidas ao homem por meio da picada de animais infetados, como mosquitos e carraças.
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Família de trabalhadores rurais, Rio Frio, anos 20 – 30 século XX. Autor: Manuel Giraldes da Silva. Arquivo Municipal do Montijo
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Inseticida à base de DDT (Dedetol molhável) Inventário: MS.EQP.00457 Coleção da Malária Inseticida à base de DDT (Dedetol molhável) em caixa de cartão, impressa a azul sobre fundo creme. No rótulo lê-se a descrição do conteúdo e as instruções de utilização. Substância comercializada pela Agência Comercial de Anilinas, Lda. Porto. Foi utilizado pelo Instituto de Malariologia como medida tóxica de combate ao mosquito. Estas campanhas tóxicas consistiram na aplicação de larvicidas como o Verde de Paris, o petróleo, o óleo, a parafina, o sulfato de cobre e o DDT. O DDT chegou ao Instituto em 1940 (durante a II Guerra Mundial), era aplicado através de pulverizadores. Maioritariamente exposta no Pólo de Águas de Moura, a coleção da Malária integra diferentes tipologias de objetos, apresentando o papel do Instituto de Malariologia de Águas de Moura, organismo criado em 1938, cuja ação foi crucial no processo de erradicação da Malária em Portugal. A peça do mês de Abril de 2015, do Museu virtual da Saúde, é uma caixa com sulfato de quinina em comprimidos, da mesma colecção. Pode vê-la aqui. Texto da autoria da equipa do Museu da Saúde do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.