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n.º 34 janeiro 2015

notícias do Museu Municipal de Palmela A NÃO PERDER...

MUSEUS: AS COLEÇÕES CRIAM CONEXÕES

PEÇA DO MÊS

O Programa Pedagógico do Serviço Educativo do Museu Municipal de Palmela encontra-se disponível para consulta na página da internet da autarquia. Destacamos como novidades, este ano, a nova maleta pedagógica «Arte2. O Património Azulejar do Concelho de Palmela», e o conjunto de visitas ao Grupo de Teatro O Bando. Passado o primeiro período letivo, é com entusiasmo que constatamos que o nosso calendário de atividades está quase totalmente preenchido até junho, o que vem comprovar uma relação de parceria cada vez mais forte entre o Museu Municipal e a Comunidade Educativa. Estamos certos de que este trabalho conjunto resulta na qualificação do conhecimento e na valorização do Património do nosso concelho, assim como imprime às crianças e jovens, desde cedo, o gosto e o interesse pela nossa História e Identidades. Porque o nosso Património reflete aquilo que somos, e também o que queremos ser, convidamos-vos a participarem na sua salvaguarda e divulgação. Visite-nos!

Palmela: um Concelho, um Museu Museu Municipal de Palmela - Serviço Educativo Ano letivo 2014/15


n.º 34 janeiro 2015

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MUSEUS: AS COLEÇÕES CRIAM CONEXÕES

PEÇA DO MÊS

A Natureza é, em absoluto, uma força bruta que nos domina. Contemplamo-la, estudamo-la, tentamos influenciá-la, mas desejamos que ela se mantenha serena. Todavia, é em dias como os que passaram em novembro e dezembro, na ilha do Fogo em Cabo Verde, que ela se revela, tirando-nos do estado de letargia. A população da ilha acordou, no dia 23 de novembro, com um cheiro a enxofre que se intensificava gradualmente. Em poucas horas, a intensidade do vulcão passou do nível 1 para o nível 3. Com um agravamento progressivo, a comunicação social, ao 10º dia, caracterizava como «dantesco» o cenário de lava. Foi em 2006, que o Museu Municipal de Palmela teve o privilégio de poder contribuir para a conceção e abertura do primeiro Museu Municipal em Cabo Verde, por meio de um protocolo de cooperação com o município geminado de S. Filipe, precisamente na ilha do Fogo. As entrevistas, realizadas naquela data no âmbito da recolha do património imaterial, não puderem deixar de abordar a últimas erupções do vulcão (1951 e 1995) que dá o nome à ilha. Constatámos, na altura, que eram ainda memórias que faziam estremecer a vida de quem as sentiu. Não obstante, em Chã das Caldeiras - localidade erguida no seio do próprio vulcão, o «Homi Grandi» - a população vivia uma aparente normalidade. Foi pois, com ansiedade, que nestas últimas semanas fomos assistindo ao desenrolar da informação que nos era vinculada pela comunicação social, que nos dava conta, quase em tempo real, da destruição de casas, infraestruturas – cisternas, sede do Parque Natural do Fogo, escola, adega cooperativa, unidades hoteleiras… - e campos de cultivo. Neste mês de janeiro, em que o calendário pelo qual nos regemos inicia mais um ano, trata-se literalmente, para a população da ilha, de um começar de novo… Para saber mais: http://museumsaofilipe-fogo.blogspot.pt http://www.orlando-ribeiro.info/viagens/caboverde/caboverde.htm «Teve muito alvoroço, porque há cerca de cem anos que o vulcão estava adormecido. E todos os científicos diziam que o vulcão já estava extinto. E então quando ele apareceu de surpresa… porque nesta última erupção que apareceu [1995], quase não se deu conta, mas naquela de 1951 deu-se. Porque ouviu-se um barulho e um estrondo… foi então que a capota abriu-se e começou então a sair aquela fumaça, a sair atrás da serra. E o povo assustou-se […] E veio cá o professor Orlando Ribeiro [1911-1997], que disse que felizmente aquilo abriu-se. Que se não tivesse aberto era um terramoto que não deixava nenhuma casa aqui em pé.» Ubaldo Prata, Ilha do Fogo, Cabo Verde, outubro de 2006

Família de Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo, Cabo Verde, dezembro de 2008. Fotografia: Patricia Soares


n.º 34 janeiro 2015

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MUSEUS: AS COLEÇÕES CRIAM CONEXÕES

PEÇA DO MÊS

Designação: Podoa Proveniência: Castelo de Palmela (Galeria 1) Inventário: C.PAL.98.07 (MATRIZ 1998.01.591) Matéria: Ferro Cronologia: Finais do séc. XII - Inícios do séc. XIII Dimensões: comprimento: 113 mm; largura: 21 mm e espessura: 10 mm. Podoa em ferro forjado, de lâmina curva na ponta, com orelha lisa e arranque do espigão para encabamento. A podoa ou foice podadeira é sobretudo usada para podar e limpar pomares e vinhas. A peça faz parte dos achados recolhidos na Galeria 1, do Castelo de Palmela, associada a uma sepultura (G 1-7) do período da reconquista cristã. Na segunda metade do século XII e primeira metade do século XIII, acentua-se a vocação militar do castelo de Palmela, que em pleno período da Reconquista, no ano de 1186, é doado à Ordem de Santiago, que aqui instala um primitivo convento-sede com valências militares para defesa do território ao sul. Bibliografia FERNANDES, I. C. F. e SANTOS, M. T. (2008) - Palmela Arqueológica. Espaços. Vivências. Poderes. Roteiro de Exposição. Palmela: Câmara Municipal de Palmela / Museu Municipal, pp. 53-55. FERNANDES, I. C. F. (2004) - O Castelo de Palmela: do Islâmico ao Cristão. Lisboa/Palmela: Edições Colibri / Câmara Municipal de Palmela, pp. 80-85. Fotografia: Bruno Damas, 2014


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