Aves em frente e verso no câmpus da Unesp em São José do Rio Preto

Page 1




Edição João Paulo Vani MTB 60.596/SP Concepção do Projeto HN Editora & Publieditorial Revisão HN Editora & Publieditorial Capa HN Editora & Publieditorial Foto da capa Reinaldo Feres Produção gráfica HN Editora & Publieditorial Editora HN Editora & Publieditorial

Todos os direitos desta edição são reservados à HN Editora & Publieditorial. Rua Cap. José Maria, 164, Jd. Europa São José do Rio Preto (SP) CEP 15014-460 Site:www.editorahn.com.br e-mail: contato@editorahn.com.br Todas as fotografias deste livro são de Reinaldo Feres, exceto pág. 12 - Ligya Aliberti / SAEPE - IBILCE/ UNESP/ CSJRP.

Conselho Editorial Acadêmico (2009-2011) Profa. Dra. Claudia Regina Bonini Domingos (Rep. Acadêmico - IBILCE/UNESP) Prof. Dr. Claudio Aguinaldo Buzzi (Rep. Acadêmico - IBILCE/UNESP) Prof. Dr. Douglas Altamiro Consolo (Rep. Acadêmico - IBILCE/UNESP) Prof. Dr. Eduardo Alves de Almeida (Rep. Acadêmico - IBILCE/UNESP) Prof. Dr. Luiz Carlos de Mattos (Rep. Acadêmico - FAMERP) Profa. Dra. Maria Eliza Brefere Arnoni (Rep. Acadêmico - IBILCE/UNESP) Profa. Dra. Maria Tercília V. A. Oliveira (Rep. Acadêmico - IBILCE/UNESP) João Paulo Vani (Rep. Administrativo - Editora HN) Ligya Aliberti Barbosa da Silva (Rep. Sociedade Civil - Comunicação)

F391a Feres, Reinaldo, 1953 Aves em frente e verso: no câmpus da UNESP em São José do Rio Preto. - São José do Rio Preto, SP: HN, 2011. retrats. Inclui bibliografia ISBN 978-85-60521-18-0 1. Ave - Poesia. 2. Poesia brasileira. I. Título. 11-2558.

CDD: 869.91 CDU: 821.134.3(81)-1


Dedico este trabalho ao meu neto, nova fonte de ensinamentos, inspiração e alegrias.

Dádiva da vida tempo de recomeço bem vindo Davi (01/12/2009)



Reinaldo Feres

AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual Paulista (UNESP), por ter proporcionado minha sólida formação profissional e, em especial, ao Câmpus de São José do Rio Preto, por ter me acolhido como docente, possibilitando o desenvolvimento da minha carreira acadêmica e, na pluralidade de suas áreas, me inspirado e contribuído para que “navegasse” por diferentes caminhos do conhecimento.

-5-



Reinaldo Feres

PREFÁCIO Sinto-me honrado pela oportunidade de prefaciar o livro do Prof. Dr. Reinaldo José Fazzio Feres, do Departamento de Zoologia e Botânica do IBILCE/UNESP. A ideia deste livro surgiu de conversas, tempos atrás, quando o Prof. Reinaldo veio até a Direção para manifestar sua preocupação com a diminuição da biodiversidade do Câmpus, em grande parte, devido ao aumento desordenado da população de animais aqui abandonados, especialmente gatos. Naquele momento vivíamos uma situação de conflito em relação à presença desses animais no Instituto, com alguns querendo exterminá-los e outros tentando alimentálos e protegê-los sem qualquer critério. O Prof. Reinaldo enviou-me vários artigos da literatura sobre controle e manejo animal e felizmente das nossas conversas iniciais resultaram ações positivas como, por exemplo, a implantação de um programa de controle de animais no Câmpus, envolvendo a captura, castração e doação, de forma que, atualmente, essa questão está bem encaminhada. Tais conversas contribuiram também para a realização deste projeto. Não conhecia o “hobby” do Prof. Reinaldo de fotografar as aves do Câmpus, muitas delas raras, preocupando-se in-7-


Aves em frente e verso

clusive em providenciar o registro de sua ocorrência em sites específicos de aves do Brasil, tampouco conhecia seu dom poético. Ao descobrir esses talentos, incentivei-o a publicar este livro. Nas fotos e haicais selecionados para esta obra, pode-se entrever que, por detrás do olhar do zoólogo competente, especialista em acarologia, esconde-se o olhar sensível e a veia poética de quem se permite, ao menos momentaneamente, deixar o rigor da pesquisa e penetrar nos mistérios da natureza e poesia, produzindo belas fotos e delicados poemas. Espero que o “trabalho” do Prof. Reinaldo – as aspas se devem ao fato de ele considerar essa atividade apenas um prazer, embora requeira muito tempo, paciência e energia – seja apreciado por todos. Prof. Dr. Carlos Roberto Ceron Diretor – IBILCE/UNESP

-8-


Reinaldo Feres

APRESENTAÇÃO É indiscutível a importância e o valor de levantamentos faunísticos nas diferentes regiões brasileiras. É significativa a contribuição do Projeto Biota-FAPESP o qual remete a esse levantamento no estado de São Paulo, através da publicação de inúmeros trabalhos. O Prof. Dr. Reinaldo J. F. Feres, zoólogo dos mais reconhecidos nos meios acadêmicos, realizou um levantamento da avifauna no câmpus do IBILCE-UNESP, de São José do Rio Preto. Além da apresentação de um trabalho fotográfico, com suas respectivas súmulas, acrescenta os nomes científicos e populares das aves. Cada uma das espécies é acompanhada pelos seus “haikais”, numa demonstração do sentimento de admiração às aves, como já haviam feito alguns poetas na nossa antologia: Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira e Zé Dantas, Zequinha de Abreu, Gilberto Gil e Torquato Neto, Tom Jobim e Chico Buarque. Essa obra de grande valia, junta-se à contribuição de antigos naturalistas e novos ornitólogos, ampliando assim o patrimônio da ornitofauna brasílica.

-9-


Aves em frente e verso

Devido às alterações originais dos ambientes naturais, por inúmeros fatores, entre os quais as ações antrópicas, muitas aves silvestres e outros grupos de animais acaba-ram ocupando espaços urbanos (parques, praças, jardins e câmpus universitários), adaptando-se às novas condições. As aves nativas partilham o ambiente urbano com aves migradoras sazonais e as exóticas, como a pomba-doméstica (Columba livia), bico-de-lacre (Estrilda astrild), pardal (Passer domesticus), periquito-australiano (Melapsitacus undulatus), garçaboiadeira (Bubulcus ibis). As aves migradoras do Hemisfério Norte passam temporada em nosso país e regressam as suas áreas de origem, para o período da reprodução. Dentre elas destacam-se: andorinha-azul (Progne subis), andorinha-dechaminé (Hirundo rústica), andorinha-de-barranco (Riparia riparia), andorinha-de-penhasco (Petrochelidon pyrrhonota), falcão-peregrino (Falco peregrinus). A migração de aves dentro do território brasileiro e aquelas vindas do exterior elegem áreas urbanas, onde permanecem meses ou anos, cuja temporalidade de permanência dá-se em diferentes períodos do ano. No câmpus universitário do IBILCE-UNESP, com cerca de oito alqueires e pequena diversidade florística, o autor, em um trabalho eficiente e paciencioso, identificou 67 espécies de aves, desde 2009, que vem juntar-se ao levantamento de 31 espécies realizado em 1968 (Vizotto, L.D.), nesse mesmo câmpus, perfazendo um registro significativo. Outra pesquisa sobre avifauna da Represa Municipal de - 10 -


Reinaldo Feres

São José do Rio Preto (Vizotto, L.D. 1985-1990), demonstra 85 espécies entre residentes, nativas, migradoras (visitantes sazonais), ilustradas com fotos e manifestações sonoras. Considero pois, o trabalho do Prof. Dr. Reinaldo J.F. Feres uma importante contribuição para o conhecimento da avifauna regional e um estímulo para os estudiosos prosseguirem na ampliação de novos registros de outras aves. Prof. Dr. Luiz Dino Vizotto Professor Emérito da UNESP de São José do Rio Preto

- 11 -


Aves em frente e verso

O AUTOR Biólogo formado na UNESP - Câmpus de Botucatu, mestre em Artropodologia e doutor em Zoologia pelo mesmo Câmpus. Livre- Docente em Invertebrados: Arthropoda a Hemichordata, pela UNESP- Câmpus de São José do Rio Preto. Professor universitário, lotado no Depto. de Zoologia e Botânica, do Câmpus de S.J. do Rio Preto-UNESP, desde outubro de 1984. Fotógrafo amador, com interesse especial em elementos da nossa fauna e flora. Tem ainda como hobby cultivar bonsais e elaborar haicais enfocando, em especial, aspectos interessantes de animais e plantas, com preocupação artística e didática. É co-autor do livro “Zoopoesia – haicais, poemas & animais” (Editora Rio-pretense, 1999).

- 12 -


Reinaldo Feres

UM INÍCIO Desde que me dei como gente, sou interessado em coisas da Natureza, com maiúscula mesmo, e apaixonado por animais e plantas. Devo muito a meus pais, pela paciência e gastos com meu pequeno zoológico de fundo de quintal, onde só não me permitiram a inclusão de uma coruja, pelo início da minha “aprendizagem nas coisas dos bichos”. Desse interesse primário fui acabar Biólogo - Zoólogo, que era a coisa mais apropriada e sensata para alguém como eu me dedicar. Além desse forte interesse, sempre gostei de arte. Não daquela que exige muita exposição pessoal, mas daquela mais contida, principalmente oriental, e que faz muito bem à alma. Daí combinar bichos, plantas, fotografia e haicais em meus ensaios. A primeira incursão pública nessa área foi com meu colega e amigo Sidnei Olívio na produção, inicialmente, de uma brochura: “Animalia Animata” que acabou por ser o embrião de nosso livro “Zoopoesia”. Agora, ainda movido pelo encantamento com a Natureza, me arrisco em mais esse projeto de levar conhecimento zoológico de forma não convencional, buscando fazer com

- 13 -


Aves em frente e verso

que outras pessoas também se encantem com as “coisas da Natureza”. Nesse modus vivendi, em que decisões políticas atropelam princípios, é necessário despertar a sensibilidade e o respeito para as coisas belas e simples da vida. MAS, POR QUE AVES? Talvez por não me permitirem ficar com aquela coruja? Claro que não, pois criei passarinhos, galinhas, patos e marrecos. Há tempos as aves me chamam a atenção pela beleza, diversidade e, porque não, disparidade. Outro aspecto importante é que facilmente pode-se eleger dentre elas “espécies emblemáticas” ou “carismáticas” para a defesa de ecossistemas importantes não só para elas, mas para todos os seres vivos do planeta. Nesse sentido, este livro objetiva sensibilizar as pessoas, não só as da comunidade acadêmica, para a necessidade de preservação dos ambientes degradados e, se possível, sua recuperação. Dessa forma, o passo inicial é “arrumar a própria casa” buscando sensibilizar o maior número possível de pessoas para a necessidade de promover a recuperação das poucas áreas vegetadas de nossa vizinhança e município. Áreas como o nosso Arboreto ainda abrigam a mais bela ave da região, o udu-de-coroa-azul. Poderá ser ela a nossa “ave emblemática”, muito embora seja de opinião - 14 -


Reinaldo Feres

que muitas outras irão sensibilizar as pessoas por sua beleza e características ímpares, despertando nelas o respeito e, quem sabe, o engajamento nessa nobre causa. Em meados de 2009 iniciei o estudo e registro fotográfico das espécies de aves no nosso Câmpus, sempre aos finais de semana, período em que o ambiente fica mais tranquilo, para poder agora, dois anos depois, divulgar imagens e informações básicas sobre 67 espécies de 30 famílias que convivem conosco. São, na verdade, aves da cidade e região que ainda encontram por aqui alguns ambientes e recursos alimentares necessários para sua manutenção e reprodução. Acredito ser essa uma contribuição original, que servirá para melhor informar a população a respeito da importância das aves, da necessidade de sua proteção e conservação dos ambientes que ocupam. Só se respeita o que se conhece! Reinaldo J. F. Feres

- 15 -


Aves em frente e verso

Câmpus da UNESP, São José do Rio Preto, SP (Google EarthTM, Image © 2010 GeoEye © 2010 Maplink Tele Atlas): 1. Arboreto e área contígua atrás do prédio “Central de Salas de Aulas”, 2. Jardins da Biblioteca, 3. Área vegetada às margens da área esportiva, 4.Jardins do Prédio Central do Instituto, 5. Área Experimental do Depto. de Zoologia e Botânica, 6. Área do Viveiro de Mudas e área vegetada contígua, 7. Jardim em frente ao Lab. Didático de Zoologia, Herbário e Laboratórios de Microscopia, 8. Calçadas arborizadas em frente aos prédios do Restaurante Universitário, ADUNESP e “Cantina do Gil”, 9. Campos de Futebol, 10. Áreas vegetadas no entorno do Prédio do Laboratório de Biologia Animal e da Casa do Zelador, 11. Tanques de Piscicultura e área vegetada contígua ao lado da Garagem do Instituto, 12. Área vegetada em frente ao Prédio do SINTUNESP e jardim do Laboratório de Hemoglobinas, 13. Área gramada nos arredores do Prédio dos Laboratórios Didáticos de Química.

- 16 -


Reinaldo Feres

O CÂMPUS Em 1970, o governo do estado de São Paulo adquiriu a área de pouco mais de 17 hectares situada no Jardim Nazareth (20º 47’S, 49º 21’W), da Cúria Diocesana, para alojar a antiga “Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras” (FAFI) de São José do Rio Preto. Criada como Faculdade Municipal em agosto de 1955, em maio de 1957 a FAFI passou a ser um Instituto Isolado de Ensino Superior do estado, mas somente em 1974 é que a mudança para o Câmpus atual foi realizada. Em 30 de janeiro de 1976, com a criação da UNESP, foi a ela incorporada, recebendo então seu nome atual: “Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas” (IBILCE). Atualmente, o Câmpus Universitário possui cerca de quatro hectares de área construída, 1,3 hectares de áreas pavimentadas, restando 12 hectares de área verde, na maioria de gramados, e mais 2,44 hectares de um terreno vizinho, ainda não ocupado, adquirido pela Reitoria em 2009. Dessa forma, ainda restam algumas áreas importantes de refúgio e reprodução para algumas espécies de aves da região, que é a mais desmatada do estado, possuindo somente cerca de 3% de cobertura vegetal. Dentro do Instituto, são importantes as áreas do Arboreto e a área

- 17 -


Aves em frente e verso

contígua a ela, localizada atrás da Central de Salas de Aula; do Viveiro de Mudas e áreas vizinhas; Tanques de Piscicultura e vegetação marginal, incluindo o fragmento que vai até a lateral da garagem do Câmpus; área experimental do Depto. de Zoologia e Botânica; dos campos de futebol e vegetação vizinha nas suas laterais; além de toda a arborização das ruas, jardins e gramados. Como o câmpus é cercado e protegido, é importante que sua área verde seja bem conservada, revitalizada e ampliada, para que as aves continuem a encontrar ambientes favoráveis à sua manutenção e reprodução, nos presenteando com suas cores, seus cantos e exibições (displays), voos acrobáticos na caça a insetos, a dispersão de sementes...

- 18 -


AS AVES Seres alados migrantes iridescentes multivariados voando ou planando Ă?caros aprovados


Aves em frente e verso

Vis茫o acurada afiadas garras cravadas presa empalada De carij贸, a cor predador eficaz no labor sem rancor

- 20 -


Acciptridae Reinaldo Feres

Gavião-carijó (Rupornis magnirostris) – 35 cm Espécie comum em cidades, é visitante esporádica de nosso Câmpus. Este exemplar acabara de capturar um lagarto que carregou para o belo guapuruvu (Schizolobium parahyba), localizado na área arborizada ao lado da garagem do Câmpus. Alimento: artrópodes e pequenos vertebrados.

- 21 -


Alcedinidae Aves em frente e verso

Martim-pescador-pequeno (Chloroceryle americana) - 20 cm Visitante menos assíduo dos tanques de piscicultura do que seu “primo” maior, o Martim-pescador-pequeno costuma realizar voos rasantes sobre a água. A fêmea distingue-se do macho por não possuir a área castanha no peito. Alimento: peixes.

- 22 -


Reinaldo Feres

Rasantes voos vulto esverdeado peixes alarmados Pequeno Martim peixe no bico pesca no fim Mergulhos tantos o jorro d’ågua relaxa poleiro de encantos

- 23 -


Aves em frente e verso

Manhã de calor feito flecha mergulha martim-pescador Grande Martim robusto bico reto apressa o fim Hidrodinâmico rasga o espelho d’água peixes em pânico

- 24 -


Alcedinidae Reinaldo Feres

Martim-pescador-grande (Megaceryle torquata) - 40 cm De fácil identificação pelo grande tamanho e coloração cinzaazulada do dorso da cabeça e asas, é um visitante frequente dos tanques de piscicultura de nosso Câmpus. A fêmea difere do macho pela presença de uma faixa de coloração cinza-azulada no peito. Alimento: peixes.

- 25 -


Ardeidae Aves em frente e verso

Garça-branca-grande (Ardea alba) – 90 cm Ave aquática bastante comum no Brasil, frequenta a margem de praticamente todos os tipos de corpos d’água. Figura constante nos tanques de piscicultura de nosso Câmpus, é comum vê-la se aproximar cuidadosamente, com o pescoço recolhido, e desferir sua bicada na presa, projetanto seu pescoço longo. Alimento: invertebrados aquáticos, peixes, anfíbios e répteis.

- 26 -


Reinaldo Feres

Pesco莽o sinuoso na margem, calma espreita bote proveitoso De surpresa, im贸vel presa vista indefesa posta a mesa Feito bala dispara o bico grosso Ardea alba

- 27 -


Aves em frente e verso

Atento, sozinho a margem reflete imagem vai socozinho! Sozinho, triste te prepara, vai! bico em riste Tristonho e s贸 olhos perdidos buscam outro carente soc贸

- 28 -


Ardeidae Reinaldo Feres

Socozinho (Butorides striata) - 35cm

Comuns em áreas alagadas com vegetação abundante, deslocase abaixado, movendo a cabeça para frente e para trás. Alimenta-se tanto dentro d’água ou imóvel, à espreita, na margem. O exemplar registrado é um jovem que pousou, possivelmente para descanso, em árvore na margem dos tanques de piscicultura. Alimento: invertebrados aquáticos, peixes, anfíbios e répteis.

- 29 -


Cathartidae Aves em frente e verso

Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) – 60 cm Bastante comum nas cidades onde o acúmulo de lixo favorece o aumento de sua população, possui importante função sanitária por se alimentar de matéria em decomposição, que pode ser fonte de pragas e doenças. São exímios planadores, alcançando grandes altitudes usando as correntes ascendentes de ar quente para, com sua excelente visão, localizar alimento. A grade que protege a borda da caixa d’água da praça central do Câmpus é seu local frequente de pouso. Alimento: ovos, animais mortos em decomposição e alguns frutos em decomposição.

- 30 -


Reinaldo Feres

Injustiçado carniceiro - lixeiro pescoço pelado Voo planado fétida carne avistada problema sanado Mal afamado limpeza sem tristeza lixeiro alado

- 31 -


Aves em frente e verso

Artr贸podes no solo busca na fome brusca quero, quero... Corridas em alarde espor玫es em guarda me aguarde Elegantes e belas longas pernas desfilam como em passarelas

- 32 -


Charadriidae Reinaldo Feres

Quero-quero (Vanellus chilensis) – 40 cm Espécie muito comum, encontrada nas áreas descampadas e gramadas, inclusive dos campos de futebol. Seu nome popular tem origem onomatopéica na vocalização de defesa territorial dos indivíduos dessa espécie, que vocalizam antes de atacar o invasor com voos rasantes. Apresenta esporão avermelhado na dobra das asas (encontro), encoberto pela plumagem, que ficam evidentes quando em atitudes de ataque ou defesa. Alimento: artrópodes capturados no solo.

- 33 -


Coerebidae Aves em frente e verso

Cambacica (Coereba flaveola) - 10 cm Ocorre tanto em áreas florestadas como pouco arborizadas de cidades, sendo comum em nosso Câmpus. De movimentos rápidos, costuma fazer malabarismos, ficando até de cabeça para baixo, à procura de alimento entre ramos e folhagens da vegetação. Aqui, perfurava frutos de uma calabura (Muntingia calabura) próxima ao prédio do Depto. de Matemática. Alimento: néctar, frutos e artrópodes.

- 34 -


Reinaldo Feres

Cereba atento da flor pilha o nĂŠctar foge do colibri Ă gil cambacica artista contorcionista a fruta petisca Malabarista cardĂĄpio variado oportunista

- 35 -


Aves em frente e verso

Pomba da paz povos e continente novos pudesses, voltarias atrĂĄs? Pomba domĂŠstica variadas formas e cores boa genĂŠtica

- 36 -


Columbidae Reinaldo Feres

Pombo-doméstico (Columba livia) – 40 cm Introduzida no Brasil no século XVI, a espécie tornou-se abundante em praças públicas, onde seus exemplares de diversificados padrões de cores e tamanho, conseguem restos de alimentos ou são alimentados por frequentadores. Atualmente, representa problema de saúde pública em várias cidades. Alimento: restos de alimentos, sementes e frutos.

- 37 -


Columbidae Aves em frente e verso

Asa-branca, pombão (Patagioenas picazuro) – 35 cm Com os intensos desmatamentos, esta espécie invadiu áreas cultivadas e cidades, aumentando sua população e área de ocorrência. Já ocupa o espaço antes dominado pela exótica pomba doméstica (C. livia). Alimento: sementes e frutos.

- 38 -


Reinaldo Feres

Muita destruição matas desprotegidas fuja pombão Asa branca bateu asas do sertão antes, inspirou baião

- 39 -


Aves em frente e verso

Desmatamentos que duro futuro terão teus rebentos Risco de extinção em bando, a saída foi readaptação Extinção? alteração de rota arribação

- 40 -


Columbidae Reinaldo Feres

Pomba-de-bando, avoante, arribação (Zenaida auriculata) – 20 cm Os desmatamentos também forçaram esta espécie a se tornar comum nas cidades. Sua população tem aumentado em nosso Câmpus e cidade. Alimento: sementes.

- 41 -


Columbidae Aves em frente e verso

Fogo-apagou, rola-cascavel (Columbina squammata) – 19 cm Seu canto, de onde deriva um de seus nomes populares (fogoapagou), pode ser ouvido com frequência em todo o Câmpus. Podemos vê-las pousadas em plantas ou andando no chão em busca de alimento. Esse exemplar pousou no belo ipê-amarelo (Tabebuia ochracea) do canteiro circular em frente à área dos tanques de piscicultura. Apesar do padrão da plumagem, é o forte ruído do bater de asas que deu origem ao seu nome popular relacionado com a cascavel. Alimento: itens diversos capturados no chão.

- 42 -


Reinaldo Feres

NĂŁo tem errata pena deriva de escama Columbina squammata Cuidado! Cascavel? chocalhada forte de asas :pombinha no cĂŠu

- 43 -


Aves em frente e verso

Roxa rolinha o que temes por aqui? bela pombinha Caldo-de-feijão que gozado nome dado haja inspiração

- 44 -


Columbidae Reinaldo Feres

Rolinha-roxa, rolinha-caldo-de-feijão (Columbina talpacoti) – 15 a 17 cm É uma das pombas mais comuns no Brasil. Embora esteja bem adaptada à vida na cidade, sua população tem diminuído sensivelmente em nosso Câmpus, e os exemplares existentes são bastante ariscos. Ainda encontram refúgio na área pouco arborizada que margeia os campos de futebol e piscina. Alimento: sementes e frutos obtidos no chão.

- 45 -


Cuculidae Aves em frente e verso

Anu-branco (Guira guira) – 38 cm Vive em bandos, com cerca de seis a doze indivíduos ou mais, sempre em áreas abertas. O bando se alimenta no solo enquanto um dos componentes do grupo permanece em poleiro alto como sentinela. Possuem um complexo sistema de vocalização (“i-i-i-i”= advertência/alarme; “iä-iä-iä”= chamada em voo; “gluu”= canto; cacarejo baixo). Esse exemplar estava de sentinela em uma palmeira localizada ao lado do prédio da Associação dos Docentes. Alimento: artrópodes, pequenos vertebrados e na época seca, frutos e sementes.

- 46 -


Reinaldo Feres

Sentinela esperta bando caçando no chão ela pronta à dar o alerta Do alto poleiro visão ampla dá proteção “i-i-i-i” = predador matreiro

- 47 -


Aves em frente e verso

Desacompanhado o que deves ter feito anu isolado? Canto choroso de luto negro reluzente ovo azul celeste

- 48 -


Cuculidae Reinaldo Feres

Anu-preto (Crotophaga ani) – 36 cm Espécie mais comum de anu, possui hábitos parecidos com o anu-branco. Vivem em bandos, principalmente em áreas abertas, com cerca de dez indivíduos. De voos curtos, são frequentemente encontrados no solo, onde buscam alimento. Alimento: artrópodes, principalmente insetos, pequenos vertebrados e eventualmente, frutos.

- 49 -


Dendrocolaptidae Aves em frente e verso

Arapaçu-do-cerrado (Lepidocolaptes angustirostris) - 20 cm Ave trepadora que procura alimento em troncos e galhos de árvores, circundando-os em movimento espiral, apoiando seu corpo nas duras penas da cauda (retrizes), o que dificulta muito fotografá-la. São confundidos com pica-paus, mas deles diferem-se pelo bico longo e estreito, e pela disposição dos dedos, três dirigidos para frente e um para trás. Alimento: artrópodes e pequenos vertebrados.

- 50 -


Reinaldo Feres

Em espiral escala รกgil o galho frรกgil seria pica-pau? Bico longo e fino da fresta retira o inseto sela seu destino A nos confundir arapaรงus sรฃo vรกrios mais os pica-paus

- 51 -


Aves em frente e verso

De coleira sim mas libertos e espertos enfeites no capim Belo coleirinho a parda fĂŞmea (a)guarda sementes no ninho Hastes do capim poleiros que vergam inteiros busca sem fim

- 52 -


Emberizidae Reinaldo Feres

Coleirinho (Sporophila caerulescens) - 10 cm Ocorrem em áreas abertas com capim ou plantações. Como é comum no gênero, as fêmeas são de coloração parda. Esses exemplares faziam parte de um bando que se alimentava das sementes de capim crescido em frente ao Arboreto. Alimento: sementes

- 53 -


Emberizidae Aves em frente e verso

Tiziu (Volatina jacarina) – 10 cm Na época de reprodução, os machos adquirem coloração negra brilhante (o exemplar registrado apresenta plumagem “eclipse”, ou de repouso reprodutivo). Pousados sobre galho seco ou mourão de cerca, realizam pulos verticais de até 1m quando vocalizam (“tiziu”), exibindo as manchas brancas que possuem sob as asas. Dessa forma, delimitam território e atraem fêmeas para o acasalamento. Fêmeas e imaturos apresentam coloração parda. Alimento: sementes.

- 54 -


Reinaldo Feres

Enferrujado espera o tiziu ansioso o traje de namorado Pequenos tizius de ligeiros e voos curtos (en)cantam meu dia No galho seco a cada salto dado o canto do tiziu

- 55 -


Aves em frente e verso

Nada arisco o pardal te fez mal pobre tico-tico Ouรงa! Tik, tik... pequeno saltitante surge o tico-tico

- 56 -


Emberizidae Reinaldo Feres

Tico-tico (Zonotrichia capensis) – 15 cm Bela espécie nativa, comum em áreas abertas, onde perdeu espaço para o pardal (P. domesticus), trazido da Europa pelos portugueses. Aparentemente, está recuperando sua população em nosso Câmpus, onde são raros os pardais. Alimento: sementes e artrópodes.

- 57 -


Estrildidae Aves em frente e verso

Bico-de-lacre (Estrilda astrild) – 10 cm Nativa da África, esta espécie foi introduzida no Brasil no final do século XIX. Vive em bandos, preferindo áreas com capinzais. Esses estavam juntos com bando de coleirinhos (S. caerulescens), na copa de uma sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides). Alimento: sementes.

- 58 -


Reinaldo Feres

M谩scara vermelha bela ex贸tica africana bico lacrado? Vermelho coral bico de lacre em destaque adorna meu quintal

- 59 -


Aves em frente e verso

Falcão elegante do cerrado à cidade presença constante Carcará malvado? desconhecem teu presente e teu passado

- 60 -


Falconidae Reinaldo Feres

Caracará (Caracara plancus) – 60 cm Característica de lugares abertos, são comuns em margens de rodovias, onde aproveitam carcaças de animais atropelados. Cada vez mais comum na cidade e em nosso Câmpus. Esse exemplar foi documentado sobre eucalipto (Eucalyptus sp.) do Arboreto. Alimento: artrópodes, pequenos vertebrados e carniça.

- 61 -


Falconidae Aves em frente e verso

Carrapateiro (Milvago chimachima) – 40 cm Ocorre em áreas abertas. Possui o hábito de acompanhar o gado, pousando sobre os animais para caçar bernes e carrapatos. Sua vocalização, “pinhé”, é semelhante à do gavião-carijó (R. magnirostris). Esse exemplar pousou em um colmo de bambu da área verde localizada entre os tanques de piscicultura e a garagem do Câmpus. Alimento: artrópodes, pequenos vertebrados e carniça.

- 62 -


Reinaldo Feres

Falc達o matreiro parasitado o gado carrapateiro Belo falc達o atento obt辿m sustento sem confus達o

- 63 -


Aves em frente e verso

Vivi ĂŠ seu canto ĂĄgil entre a ramagem vi que espanto! Cores contrastantes no macho sim, na fĂŞmea menos vibrantes

- 64 -


Fringilidae Reinaldo Feres

Vivi (Euphonia chlorotica) – 10 cm Espécie mais comum do gênero, são muito ágeis nas copas das árvores, em busca de frutos, onde frequentemente vocalizam o som que deu origem ao seu nome popular. A fêmea apresenta coloração amarelo-esverdeada. Alimento: frutos.

- 65 -


Furnariidae Aves em frente e verso

João-de-barro (Furnarius rufus) - 20 cm Bastante popular, é conhecido pelo seu ninho de barro em forma de forno, de onde deriva seu nome genérico. O andar no chão, balançando a cabeça para frente e para trás é típico. Esse ninho foi construído em um angico (Anadenanthera macrocarpa) localizado ao lado da Biblioteca. Alimento: artrópodes e pequenos animais.

- 66 -


Reinaldo Feres

Como ninho Ă aquecer seus ovos belo forninho Para ser feliz com lama faz a cama suja o nariz

- 67 -


Aves em frente e verso

Ao sol nascente anseia pegar insetos voo eficiente Pequena andorinha atĂŠ mal acompanhada nunca sozinha

- 68 -


Hirundinidae Reinaldo Feres

Andorinha-pequena-de-casa (Pygochelidon cyanoleuca) – 10 cm Esta é a espécie de andorinha mais comum nas cidades. Ocorre em grandes bandos, voando baixo, vocalizando e pousando em fios da rede elétrica. Essas aqui resolveram se acomodar nos tubos de escoamento de água dos corredores internos do prédio central de nosso Câmpus. Alimento: insetos.

- 69 -


Hirundinidae Aves em frente e verso

Andorinha-do-campo (Progne tapera) – 17 cm Espécie migratória, ocorrendo em nossa região durante a primavera e verão. Costuma utilizar ninhos abandonados de joãode-barro (F. rufus), o que pode ser observado em um ninho construído em poste localizado em frente à garagem de nosso Câmpus. Alimento: insetos.

- 70 -


Reinaldo Feres

No crepúsculo com calor, do céu despencam as andorinhas Das ruínas saída tapera andorinha espera campos em vida

- 71 -


Aves em frente e verso

Na densa ramagem no esconde-esconde quase n達o encontro Eras aguardado formoso, canto melodioso encontro marcado

- 72 -


Icteridae Reinaldo Feres

Encontro (Icterus cayanensis) – 20 cm Ocorre solitário na copa das árvores, onde realiza movimentos acrobáticos na busca por alimento. Todo negro, apresenta na dobra das asas (encontro), penas de coloração amarela a castanha, dependendo da região de ocorrência. O exemplar foi registrado em uma palmeira do gênero Livistona localizada em frente ao prédio do Depto. de Computação, onde construiu ninho típico em formato de bolsa pendente. Alimento: artrópodes e frutos.

- 73 -


Icteridae Aves em frente e verso

Vira-bosta, chopim (Molothrus bonariensis) – 20 cm A fêmea não tem o brilho azulado da plumagem do macho. Espécie conhecida por botar seus ovos em ninhos de outras aves, que acabam criando os filhotes como se fossem seus. O primeiro nome popular deriva do hábito dessa espécie em revirar esterco a procura de sementes e larvas de insetos. Do segundo, derivou “chupim”, termo para designar pessoas que vivem à custa de outras. Alimento: sementes e artrópodes.

- 74 -


Reinaldo Feres

É gozado pequeno tico-tico cuida de chupim criado Cor azulada brilhante, porte elegante vires outra coisa!

- 75 -


Aves em frente e verso

Asas lampejando belo sabiรก campestre e seus en(cantos) De longa cauda branca sobrancelha na carranca ave sisuda

- 76 -


Mimidae Reinaldo Feres

Sabiá-do-campo (Mimus saturninus) - 25 cm Vivem em grupos próximos ao solo. Em algumas ocasiões, podemos observar indivíduos isolados empoleirados em galhos altos de árvores ou na ponta de brotos eretos de folhas de palmeiras. Possui o hábito de abrir parcialmente as asas (lampejo) enquanto caminha. Também ocorrem em bandos mistos nessa calicarpa (Callicarpa reevesi) localizada em frente ao Laboratório de Hemoglobinas, cujos frutinhos são muito apreciados por várias espécies de aves. Alimento: artrópodes e frutos.

- 77 -


Momotidae Aves em frente e verso

Udu-de-coroa-azul (Momotus momota) – 44 cm É, sem dúvida, a mais bela ave que visita nosso Câmpus. A oportunidade de encontrá-la quieta, pousada em um galho a meia altura e em área sombreada da vegetação é uma experiência única. Ocorre em florestas densas ou abertas, matas de galeria, cerradões, com preferência para áreas sombreadas. O nosso Arboreto e área contígua atrás da “Central de Salas de Aula” onde é encontrada, vem sofrendo um processo sério de deterioração na sua conservação. É necessária sua revitalização para que, dentre outras coisas, não percamos esta belíssima companhia. Alimento: onívoros, principalmente frutos e artrópodes, minhocas, pequenos vertebrados, inclusive passarinhos e seus filhotes.

- 78 -


Reinaldo Feres

Udu coroado da mata preservada depende seu reinado Sombreada mata sobrevivĂŞncia na dependĂŞncia Momotus momota Mata sombreada udu-de-coroa-azul tem sua morada

- 79 -


Aves em frente e verso

Assim disfarçado só musgos e liquens serão seus enamorados Mãe-da-lua,Urutau seu futuro depende desses vivos pedaços de pau Pálpebras fendidas amarelados olhos cerrados vêem a vida

- 80 -


Nyctibiidae

Mãe-da-lua, Urutau (Nyctibius griseus) – 35 cm Ativa à noite, fica imóvel e camuflada durante o dia apoiada em galhos de árvore ou sobre a extremidade quebrada de algum deles, no topo do qual a fêmea pode botar um único ovo. As pálpebras superiores apresentam duas pequenas fendas verticais que permitem à ave vigiar o ambiente com os olhos fechados. É comum encontrá-la em algumas árvores do nosso Câmpus. No entanto, na maioria das vezes, passa despercebida, devido à eficiência da sua camuflagem. Alimento: insetos.


Passeridae Aves em frente e verso

Pardal (Passer domesticus) – 15 cm De origem européia, foi trazido para o Brasil pelos portugueses na época da colonização. O macho apresenta mancha negra na garganta e peito. Hoje é das mais numerosas espécies no ambiente urbano. É pouco abundante em nosso Câmpus onde o tico-tico (Z. capensis) recompõe sua população. Alimento: sementes e artrópodes, além de se adaptar com restos de alimentos. Já pude observar exemplares se alimentando de frutas em comedouro, principalmente, banana.

- 82 -


Reinaldo Feres

De t達o comum poucos notam encantos em pardal algum Culpa n達o tem vinda para diferente continente cabe a outrem

- 83 -


Aves em frente e verso

Recurso não há forte bico e língua pegajosa pobre irapuá Dos sons emitidos onomatopaico apelido birro foi escolhido

- 84 -


ReinaldoPicidae Feres

Pica-pau-branco, birro (Melanerpes candidus) – 25 cm Campestre, é encontrado em cerrados, bordas de matas, capoeiras e pomares. De fácil identificação pela cor alvinegra (cabeça, ventre e peito brancos e asas e cauda negras) com crisso amarelado e, no macho, nuca também amarelada. Vivem em bandos e pousam com frequência em postes e árvores mortas. Seu canto é descrito como “birro-birro”, “trrr-trrr”, “kirr-kirr” ou “girrä”. Abrem ninhos de irapuá (Trigona spinipes) para predar larvas e adultos, sendo assim úteis aos citricultores, pois essas abelhas cortam botões florais das laranjeiras. Esses exemplares foram registrados empoleirados sobre poste localizado em frente ao prédio da Associação dos Funcionários do IBILCE. Alimento: frutos, artrópodes e mel.

- 85 -


Picidaeem frente e verso Aves

Pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros) – 25 cm Típico de áreas abertas, pode ser encontrado também em matas e capoeiras. Esse exemplar macho (apresenta a região malar de coloração vermelha) foi registrado em uma paineira (Chorisia speciosa) do Arboreto. Um exemplar já foi observado também se alimentando em sibipirunas (Caesalpinia peltophoroides) na calçada ao lado da “cantina do Gil”, em final de semana. Alimento: artrópodes

- 86 -


Reinaldo Feres

Bico martelando insetos corticĂ­colas vai desalojando De verde barrado madeira dura o bico perfura inseto achado

- 87 -


Aves em frente e verso

Pequena mascarada de assalto, cauda pro alto presa capturada  Sempre agitada entre a ramagem, num åtimo surge mascarada

- 88 -


Polioptilidae Reinaldo Feres

Balança-rabo-de-máscara (Polioptila dumicola) – 11 cm Espécie muito ativa e irrequieta, de difícil registro fotográfico, persegue insetos nos ramos mais externos das copas das árvores e arbustos, balançando a cauda para cima e para baixo com grande frequência. A fêmea não possui a máscara negra característica do macho. O exemplar registrado procurava alimento na ramagem desse belo Machaerium sp., localizado na borda de entrada do Arboreto. Alimento: insetos.

- 89 -


Psittacidae Aves em frente e verso

Jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga auricapillus) – 30 cm Aos finais de tarde reúnem-se, em bandos mistos com o periquitão-maracanã e outras aves, para se alimentar dos frutinhos de santa-bárbara (Melia azedarach), localizada no pequeno jardim em frente ao Laboratório Didático de Zoologia e Herbário. Alimento: frutos e sementes.

- 90 -


Reinaldo Feres

Testa vermelha ao chegar é só festa assim permaneça Não supliques é justo teu direito imploro, fiques!

- 91 -


Aves em frente e verso

Olhos atentos margeados de branco e o bico? Adunco Verde maritaca ao vento busca sustento come ou matraca?

- 92 -


Psittacidae Reinaldo Feres

Periquitão-maracanã (Aratinga leucophtalma) – 32 cm Ocorre em todo Brasil e está se tornando comum em áreas arborizadas do nosso Câmpus. Aos finais de tarde, reúnem-se em bandos mistos com A. auricapillus e outras aves, para se alimentar dos frutinhos de santa-bárbara (Melia azedarach), localizada no pequeno jardim em frente ao Laboratório Didático de Zoologia e Herbário. Alimento: frutos e sementes.

- 93 -


Psittacidae Aves em frente e verso

Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri) – 25 cm Espécie bastante comum e abundante na cidade e em nosso Câmpus, é distinguível pelo belo colorido das asas verdes com penas amarelas nas bordas anteriores (encontro). O exemplar da foto comia a base das flores (com nectário) do ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa), que fica na esquina da área ocupada pelo prédio de Laboratórios de Biologia Animal. Alimento: néctar, frutos e sementes.

- 94 -


Reinaldo Feres

Verdes asas belo contraste amarelo encontro singelo Da bela bandeira duas das cores suas ave brasileira

- 95 -


Aves em frente e verso

Vi enfim delicado e relaxado pequeno tuim Em bando pousam biquinhos versus frutinhos felizes repousam

- 96 -


Psittacidae Reinaldo Feres

Tuim (Forpus xanthopterigius) – 10 cm São os menores representantes da família no Brasil. Vivem em pequenos bandos formados por casais, concentrando-se nas fontes de alimento. As fêmeas são inteiramente verdes e os machos apresentam penas azuis na borda das asas (coberteiras) e na região posterior do dorso (uropígio). O exemplar da foto fazia parte de um bando de cerca de dez indivíduos que se alimentavam dos frutinhos de um exemplar de cafezinho-do-mato (Casearia sylvestris), localizado ao lado do prédio da Biblioteca. Alimento: frutos, brotos e sementes.

- 97 -


Strigidae Aves em frente e verso

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia) - 25 cm Espécie mais comum de coruja no Brasil. Ao contrário das demais, é ativa também ao dia e mais comum nas áreas descampadas e gramadas, em especial dos campos de futebol da nossa área esportiva, onde nidifica em buracos no solo. Alimento: artrópodes e pequenos vertebrados.

- 98 -


Reinaldo Feres

Intrigada coruja seriam seus os buracos da lua? Deusa da sabedoria saberia ela os destinos da lua fria? Espantada a coruja mira a lua redonda garatuja

- 99 -


Aves em frente e verso

Chorozinho bicudo alaranjada a fĂŞmea macho mais sisudo Bico comprido insetos inquietos petisco colhido

- 100 -


Thamnophilidae Reinaldo Feres

Chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris) – 13 cm A plumagem, que difere entre ambos os sexos, é semelhante a de várias espécies que compõem o gênero, podendo essa espécie ser diferenciada das demais pelo bico mais longo. Vivem geralmente em casais. Podem ser encontrados em arbustos ao lado do prédio de Laboratórios de Biologia Animal, onde uma fêmea foi observada comendo formigas no chão, e no Arboreto. Alimento: insetos.

- 101 -


Thraupidae Aves em frente e verso

Saíra-amarela (Tangara cayana) – 15 cm A mancha escura na região ventral da cabeça, prolongando-se pelo peito, contrastando com a coloração amarelo-mostarda nos machos, é distintiva. Fêmeas apresentam coloração menos intensa sem a região escura ventral. São comuns em áreas abertas e jardins. Visitante assídua da calicarpa (Callicarpa reevesi) localizada em frente ao Laboratório de Hemoglobinas. Alimento: frutos e artrópodes.

- 102 -


Reinaldo Feres

Saíra amarela exóticos frutos esféricos rolam pela goela Macho mostarda no ninho, com filhotinhos a fêmea te aguarda

- 103 -


Aves em frente e verso

ChapĂŠu preto, normal: no empertigado macho - fĂŞmea menos formal Dieta diversa ansiosa busca na copa frondosa sem muita conversa

- 104 -


Thraupidae Reinaldo Feres

Saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata) - 12 cm Comum em cidades, áreas abertas, parques e em diversos tipos de vegetação. No macho, chama a atenção o amarelo vivo dos olhos, mais apagado na fêmea, em contraste com a coloração negra da cabeça e lados do pescoço (ausente na fêmea). Busca seu alimento na copa das árvores. Alimento: Frutos, insetos e néctar

- 105 -


Thraupidae Aves em frente e verso

Sanhaçu-cinzento (Thraupis sayaca) – 17 cm Espécie rara em matas, mas considerada a mais comum do gênero nas cidades, parques, pomares e jardins. É visitante assíduo, na época da frutificação, da calicarpa (Callicarpa reevesi) localizada em frente ao Laboratório de Hemoglobinas, também ocorrendo em bandos mistos. Alimento: flores, frutos e artrópodes.

- 106 -


Reinaldo Feres

Cinza-azulada plumagem menos bela mas camuflada Perfumes no vento puros frutos maduros ser達o teu sustento

- 107 -


Aves em frente e verso

Sanhaรงos vรกrios diferenciรก-los como? verdes os do coqueiro Na penca de frutinhos eles ou insetos alimentarรฃo frutos de seu ninho

- 108 -


Thraupidae Reinaldo Feres

Sanhaçu-do-coqueiro (Thraupis palmarum) - 17 cm Espécie associada a palmeiras, daí seu nome popular. É talvez a espécie mais insetívora do gênero. Vem se tornando comum no Câmpus pela presença de palmeiras ornamentais utilizadas na arborização de ruas e jardins. Esse exemplar visitava uma das palmeiras-leque (Livistona sp.) localizada na calçada em frente à sede da ADUNESP. Alimento: frutos e artrópodes.

- 109 -


Trochilidae Aves em frente e verso

Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura) – 15 cm Espécie mais comum de beija-flor. É territorial, defendendo com agressividade o espaço nas proximidades de sua fonte de alimento. O exemplar registrado coletava néctar nas flores do ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa) da esquina da área ocupada pelo prédio de Laboratórios de Biologia Animal. Alimento: néctar, aranhas e insetos pequenos.

- 110 -


Reinaldo Feres

Suspenso no espaço no beijo suga provento poliniza a flor Beijas as flores os açúcares que sorves nutrem teus amores

- 111 -


Aves em frente e verso

Bico avermelhado fĂŞmea de sobrancelha macho dourado Surges e some triscado de nĂŠctar matastes a fome

- 112 -


Thamnophilidae Reinaldo Feres

Besourinho-de-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus) – 8,5 cm Menos comum que o beija-flor-tesoura, encanta pelo pequeno tamanho e cores iridescentes, sendo que o macho exibe brilho dourado sob a luz do sol. A fêmea apresenta uma distinta linha branca, originando-se sobre os olhos e prolongando-se para trás deles, além de área ventral clara. Macho e fêmea possuem a base do bico avermelhado. Essa fêmea descansava após sugar o néctar de várias flores do ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa), que fica na esquina ao lado do prédio de Laboratórios de Biologia Animal. Alimento: néctar e insetos pequenos.

- 113 -


Turdidae Aves em frente e verso

Sabiá-poca (Turdus amaurochalinus) – 20 cm Difere dos demais sabiás, além do canto típico (“pok”, do Tupi: poka = estalar), pela garganta com estrias pardas bem contrastantes, e área escura à frente dos olhos. O macho apresenta o bico de coloração amarela na época de reprodução. É bastante comum encontrar exemplares nas árvores e gramados no entorno da área experimental e prédio de Laboratórios de Biologia Animal, no Arboreto e área contígua atrás da “Central de Salas de Aula”. Alimento: frutos, minhocas e artrópodes.

- 114 -


Reinaldo Feres

Porte enérgico em aparente prontidão “pok, pok, pok...” Bico amarelo deixe muitos herdeiros pássaro belo

- 115 -


Aves em frente e verso

Ouça! Tcha, tcha, tcha... no chão ou na árvore será o sabiá? Cinza a cabeça me encanto com teu canto assim permaneça

- 116 -


Turdidae Reinaldo Feres

Sabiá-de-cabeça-cinza, sabiá-barranco (Turdus leucomelas) - 25 cm Prefere as áreas arborizadas e sombreadas, mas não é comum no interior de fragmentos de mata. É comum vê-la procurando alimento no chão e nas árvores das calçadas da rua em frente ao Restaurante Universitário. Alimento: frutos, minhocas e artrópodes.

- 117 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Risadinha (Camptostoma obsoletum) – 10 cm Comum nos campos, cerrados, pomares e nas áreas mais arborizadas das cidades, é bastante ágil ao se locomover na ramagem da copa das árvores. Sua vocalização lembra uma risada. Alimento: insetos e frutos.

- 118 -


Reinaldo Feres

Sempre alegre delicada risadinha sempre serelepe Risadinha valente na busca de insetos sempre contente

- 119 -


Aves em frente e verso

Pequenininho sempre รกgil e atento alegrinho Folhas vasculhadas insetos descobertos pรกginas viradas

- 120 -


Tyrannidae Reinaldo Feres

Alegrinho (Serpophaga subcristata) – 11 cm Tem hábito solitário. Apresenta topete com penas brancas escondidas na base e que, quando eriçado é dividido em duas partes, e uma distinta linha branca sobre os olhos. Procura alimento, em deslocamentos rápidos, na copa das árvores. Alimento: insetos.

- 121 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Guaracava-de-barriga-amarela (Elaenia flavogaster) - 15 cm Apresenta pequeno topete, não dividido, com penas brancas ocultas sob as mais escuras. Boa dispersora de sementes, é comum encontrá-la nas manhãs e finais de tarde, junto com bandos mistos de bem-te-vizinhos, sanhaços e saíras, se alimentando dos frutinhos da calicarpa (Callicarpa reevesi) localizada em frente ao Laboratório de Hemoglobinas. Alimento: frutos e artrópodes.

- 122 -


Reinaldo Feres

Belo topete esse frutinho é seu saíra, não te mete Barriga amarela excitado, topete eriçado uma ave bela

- 123 -


Aves em frente e verso

De peito rajado pirateando insetos voando fui enganado! Florido poleiro insetos em doces flores petisco maneiro

- 124 -


Tyrannidae Reinaldo Feres

Peitica (Empidonomus varius) – 20 cm Pode ser confundido com o bem-te-vi-pirata (Legatus leucophaius), ainda não registrado no nosso Câmpus, mas dele difere principalmente pelas coberteiras da cauda de coloração ferrugínea ou castanho-escura. Esse exemplar pousou no belo ipê-amarelo (Tabebuia ochracea) do canteiro circular em frente à área dos tanques de piscicultura. Alimento: artrópodes.

- 125 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Peitica-de-chapéu-preto (Griseotyrannus aurantioatrocristatus) – 18 cm Espécie de vasta distribuição no Brasil, é migratória nas regiões sul e sudeste, não ocorrendo durante o inverno. Esse exemplar foi flagrado empoleirado na cerca divisória da área experimental do Depto. de Zoologia e Botânica. Alimento: insetos.

- 126 -


Reinaldo Feres

De boina preta no inverno vai pro norte vi antes - sorte! Poleiro farpado antecipa as agruras de duras aventuras

- 127 -


Aves em frente e verso

Que confusão! vi lá o bem-te-vi? pelo bico, não Fazem confusão? colorido e tamanho parecido notem o bicão!

- 128 -


Tyrannidae Reinaldo Feres Neinei; bem-te-vi-de-bico-chato (Megarynchus pitangua) – 23 cm O bico achatado e largo é a principal característica que o difere do bem-te-vi (P. sulphuratus), além de ser maior em tamanho. É encontrado empoleirado em fios da rede elétrica ou em ramos altos das árvores, solitário ou em casais. Alimento: frutos, artrópodes e pequenos vertebrados.

- 129 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Maria-irré (Myiarchus swainsoni) – 18 cm Parecidíssima com a maria-cavaleira (M. ferox), não registrada, pode ser distinguida pelos tons pardacentos da região dorsal e pela base da mandíbula de coloração pálida. Ou, mais seguramente, pelo canto. Alimento: frutos e insetos.

- 130 -


Reinaldo Feres

Vocalizando marias que pouco diferem são irrés ou enferrujadas Na ramagem nua ação na competição nua e crua

- 131 -


Aves em frente e verso

Vocalizando marias que pouco diferem sĂŁo irrĂŠs ou enferrujadas No seco poleiro o petisco passa arisco voo certeiro

- 132 -


Tyrannidae Reinaldo Feres

Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado (Myiarchus tyrannulus) – 19 cm Ocorrem em matas secas, cerrados e matas de galeria. Difere das outras espécies do gênero por possuir as penas das asas e cauda com margens de coloração castanho-avermelhada. Geralmente ocorre solitário. Alimento: frutos e artrópodes.

- 133 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Bem-te-vizinho-de-penacho-vermelho (Myiozetetes similis) – 17 cm Espécie parecida com o bem-te-vi (P. sulphuratus), mas bem menor. Possui, como indica seu nome popular, um topete vermelho no dorso da cabeça (píleo), mas que é de difícil visualização, sendo melhor diferenciada de M. cayanensis, de topete amarelo, pelo canto. Alimento: artrópodes e frutos.

- 134 -


Reinaldo Feres

Teu canto indica pequenino bem-te-vi a cor do teu topete Surges de mansinho oculto o topete e mudo s贸 bem-te-vizinho

- 135 -


Aves em frente e verso

De belo rajado és também bem-te-vi diferentemente trajado? Mal encarado o jeitão é de brigão só pose!

- 136 -


Tyrannidae Reinaldo Feres

Bem-te-vi-rajado (Myodynastes maculatus) – 20 cm Espécie florestal que também ocupa áreas desmatadas, é comum nas áreas arborizadas de nosso Câmpus e cidade. Assim como o neinei (M. pitangua), é migratório. Alimento: artrópodes e frutos.

- 137 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) – 23 cm Ave das mais populares do Brasil. Seu nome popular tem origem onomatopaica na vocalização mais comumente emitida pela espécie. Chegam a ser agressivos com outras espécies de aves e mesmo com répteis. Alimento: onívoros, principalmente artrópodes, pequenos vertebrados e frutos.

- 138 -


Reinaldo Feres

Bem-te-vi euf贸rico denuncia o que v锚 pelo dia Sempre presente diz que bem tudo viu canto potente

- 139 -


Aves em frente e verso

Cascos pesados insetos que pulam s達o capturados Corredor atento companheiro do gado consegue sustento

- 140 -


Tyrannidae Reinaldo Feres

Suiriri-cavaleiro (Machetornis rixosa) – 19 cm Bastante comum em nosso Câmpus, com alguns exemplares bem mansos chegando a se aproximar das pessoas para aproveitar migalhas de lanches, o que não é alimento normal da espécie. É comum observálos nos nossos gramados e corredores externos, em corridas rápidas intercaladas por curtas paradas. Esse exemplar estava empoleirado no hidrômetro da caixa d’água localizada no jardim do prédio central do Instituto. Alimento: artrópodes.

- 141 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Príncipe; verão (Pyrocephalus rubinus) – 12 cm Das mais belas espécies de tiranídeos. As populações do sul do Brasil, migram para o norte no inverno. Pousa a pouca altura em ramos sem ou com poucas folhas, de onde parte para capturar insetos em pleno voo, retornando ao poleiro de onde partiu, comportamento apresentado também por outras espécies dessa família. Fora do período de acasalamento, o macho muda de plumagem, de vermelho intenso, para a de descanso reprodutivo ou eclipse, semelhante à da fêmea, amarronzada. Alimento: insetos.

- 142 -


Reinaldo Feres

Só no verão plumagem de príncipe em especial ocasião “Cabeça de fogo” assim se apresenta enfim namoro em jogo

- 143 -


Aves em frente e verso

Não se atrase filhotes aguardam comida relógio pontual Cauda pendulando canto de “dar corda” soando as horas vão passando

- 144 -


Tyrannidae Reinaldo Feres

Relógio (Todirostrum cinerium) – 8 cm De ambientes abertos, vive escondido entre folhas e ramos da vegetação. Apresenta movimentos rápidos, sempre balançando lateralmente a cauda. Seu ninho tem forma de saco pendente, com entrada circular lateral protegida por um “alpendre”. O comportamento de cuidado parental de um casal foi observado em um oiti (Licania tomentosa), ao lado do prédio de Laboratórios de Biologia Animal, desde o nascimento até a saída do ninho de dois filhotes. Alimento: artrópodes.

- 145 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Tesoura; tesourinha (Tyrannus savana) – 40 cm A cauda longa e bifurcada e o dorso da cabeça negra até abaixo dos olhos facilita sua identificação. De voo acrobático, captura insetos no ar. É migratória, surgindo em grande número na região entre agosto e setembro. Alimento: insetos.

- 146 -


Reinaldo Feres

Sem ser de aรงo acrobรกtica tesoura corta o espaรงo Quantas manobras! insetos que voem corretos senรฃo... sem sobras

- 147 -


Aves em frente e verso

Melanc贸lico aguarda insetos no poleiro seco Melanc贸lico discreto ao ca莽ar insetos nada euf贸rico

- 148 -


Tyrannidae Reinaldo Feres

Suiriri (Tyrannus melancholicus) – 20 cm Espécie bastante comum e frequentemente confundida com o suiriri-cavaleiro (M. rixosa), embora não tenha o hábito de descer ao solo para se alimentar. Pousa em galhos secos e altos, de onde se lança em voos acrobáticos, capturando insetos e retornando em seguida para o mesmo poleiro. Alimento: insetos, principalmente capturados no voo.

- 149 -


Tyrannidae Aves em frente e verso

Primavera (Xolmis cinereus) – 23 cm Os olhos vermelhos se destacam e favorecem sua identificação mesmo à distância. Ocorre nas áreas abertas com gramados. É comum encontrá-la nas proximidades de corpos d’água. Esse exemplar resolveu empoleirar sobre luminária próxima do prédio de Laboratórios Didáticos de Química. Alimento: artrópodes.

- 150 -


Reinaldo Feres

Ă?ris vermelhas em destaque denunciam ĂŠ primavera Belo cinzento plumagem em contraste com olhos sanguinolentos

- 151 -


Aves em frente e verso

Seria miragem? vi arisco pitiguari entre ramagem Cabeรงudo potente bico martelante carrancudo

- 152 -


Vireonidae Reinaldo Feres

Pitiguari (Cyclarhis gujanensis) – 15 cm Bela ave, de difícil observação. Fica geralmente escondida entre a ramagem da copa das árvores, onde busca alimento. Esse exemplar buscava insetos nos galhos de um dos exemplares de pata-de-vaca-rosa (Bauhinia variegata) localizada na calçada do Restaurante Universitário. Alimento: artrópodes e frutos.

- 153 -


Aves em frente e verso

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Buzzetti, D. & Silva, S. 2008. Berços da vida: ninhos de aves brasileiras, 2ª ed. Editora Terceiro Nome, São Paulo, 247 p. Develey, P. & Endrigo, E. 2004. Aves da grande São Paulo – Guia de campo. Aves e Fotos Editora, São Paulo, 295 p. Frisch, J.D. 1981. Aves brasileiras, vol. 1, Editora DalgasEcoltec, São Paulo, 354p. Höfling, E. & Camargo, H.F.de A. 1996. Aves no Câmpus da cidade universitária Armando de Salles Oliveira, 2ª ed. Edusp, São Paulo, 126 p. Minns, J., Buzzetti, D., Albano, C., Grosset, A., Whittaker, A. & Parrini, R. 2010. Birds of Brazil/Aves do Brasil. DVD-ROM. Avis Brasilis Editora, Vinhedo. Pereira, J.F.M. 2005. Aves e pássaros comuns do Rio de Janeiro. 1ª edição. Technical Books Editora, Rio de Janeiro, 164 p.

- 154 -


Reinaldo Feres

Sigrist, T. 2006. Aves do Brasil – uma visão artística. 672 p. Sigrist, T. 2007. Aves do Brasil Oriental – Guia de campo. Avisbrasilis Editora, Vinhedo, 448 p. Sigrist, T. 2009. Avifauna brasileira – Guia de campo, vol. 1. Avesbrasilis Editora, Vinhedo, 492 p. Sigrist, T. 2009. Avifauna brasileira – Guia de campo, vol. 2. Avesbrasilis Editora, Vinhedo, 600 p. Weinberg, L.F. 1992. Observando aves do estado do Rio de Janeiro. 124 p. WikiAves – A enciclopédia http://www.wikiaves.com.br/

- 155 -

das

aves

do

Brasil.


Aves em frente e verso

Índice A Acciptridae 21 Alcedinidae 22, 25 alegrinho 120, 121 Anadenanthera macrocarpa 66 andorinha-do-campo 70 andorinha-pequena-de-casa 69 angico 66 anu-branco 46, 49 anu-preto 49 arapaçu-do-cerrado 50 Aratinga auricapillus 90 Aratinga leucophtalma 93 Ardea alba 26, 27 Ardeidae 26, 29 arribação 40, 41 asa-branca 38 Athene cunicularia 98 avoante 41 B balança-rabo-de-máscara 89 bambu 62 Bauhinia variegata 153 beija-flor-tesoura 110, 113 bem-te-vi 125, 128, 129, 134, 135, 136, 137, 138, 139 bem-te-vi-de-bico-chato 129 bem-te-vi-rajado 137 bem-te-vi-pirata 125 bem-te-vizinho-de-penacho-vermelho 134 besourinho-de-bico-vermelho 113 bico-de-lacre 10, 58 birro 84, 85 Brotogeris chiriri 94 Butorides striata 29

C Caesalpinia peltophoroides 58, 86 cafezinho-do-mato 97 calabura 34 calicarpa 77, 102, 106, 122 Callicarpa reevesi 77, 102, 106, 122 cambacica 34, 35 Camptostoma obsoletum 118 caracará 61 Caracara plancus 61 carrapateiro 62, 63 Casearia sylvestris 97 Cathartidae 30 Charadriidae 33 Chloroceryle americana 22 Chlorostilbon lucidus 113 Chopim 74 Chorisia speciosa 86 chorozinho-de-bico-comprido 101 Coereba flaveola 34 Coerebidae 34 Colaptes melanochloros 86 coleirinho 52, 53 Columba lívia 10, 37 Columbina squammata 42, 43 Columbina talpacoti 45 Columbidae 37, 38, 41, 42, 45 Coragyps atratus 30 coruja-buraqueira 98 Crotophaga ani 49 Cuculidae 46, 49 Cyclarhis gujanensis 153 D Dendrocolaptidae

- 156 -

50


Reinaldo Feres E Elaenia flavogaster 122 Emberizidae 53, 54, 57 encontro 33, 72, 73 Estrilda astrild 10, 58 Estrildidae 58 eucalipto 61 Eucalyptus sp. 61 Eupetomena macroura 110 Euphonia chlorotica 65 F Falconidae 61, 62 fogo-apagou 42 Forpus xanthopterygius 97 Fringillidae 65 Furnariidae 66 Furnarius rufus 66 G garça-branca-grande 26 gavião-carijó 21, 62 Griseotyrannus aurantioatrocristatus 126 guapuruvu 21 guaracava-de-barriga-amarela 122 Guira guira 46 H Herpsilochmus longirostris 101 Hirundinidae 69 I Icteridae 73, 74 Icterus cayanensis 73 ipê-amarelo 42, 125 ipê-roxo 94, 110, 113 irapuá 84, 85 J joão-de-barro jandaia-de-testa-vermelha

66, 70 90

L Legatus leucophaius Lepidocolaptes angustirostris Licania tomentosa Livistona sp.

125 50 145 109

M Machaerium sp. 89 Machetornis rixosa 141 mãe-da-lua 80, 81 maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado 133 maria-irré 130 martim-pescador-grande 25 martim-pescador-pequeno 22 Megaceryle torquata 25 Megarynchus pitangua 129 Melanerpes candidus 85 Melia azedarach 90, 93 Milvago chimachima 62 Mimidae 77 Mimus saturninus 77 Molothrus bonariensis 74 Momotidae 78 Momotus momota 78, 79 Muntingia calabura 34 Myiarchus swainsoni 130 Myiarchus tyrannulus 133 Myodynastes maculates 137 Myiozetetes similis 134 N neinei 129, 137 Nemosia pileata 105 Nyctibiidae 81 Nyctibius griseus 81 O oiti 145 P paineira 86 palmeiras-leque 109 pardal 10, 56, 59, 82, 83 Passer domesticus 10, 82 Passeridae 82 pata-de-vaca-rosa 153 peitica 125 peitica-de-chapéu-preto 126 periquitão-maracanã 90, 93 periquito-de-encontro-amarelo 94 pica-pau-branco 85 pica-pau-verde-barrado 86 Polioptila dumicola 89

- 157 -


Aves em frente e verso Polioptilidae 89 pomba-de-bando 41 pombão 38, 39 pombo-doméstico 37 Patagioenas picazuro 38 Pitangus sulphuratus 138 pitiguari 152, 153 primavera 70, 150, 151 príncipe 142, 143 Progne tapera 10, 70 Psittacidae 90, 93, 94, 97 Pygochelidon cyanoleuca 69 Pyrocephalus rubinus 142 Q quero-quero

33

R relógio 144, 145 risadinha 118, 119 rola-cascavel 42 rolinha-caldo-de-feijão 45 rolinha-roxa 45 Rupornis magnirostris 21 S sabiá-barranco 117 sabiá-de-cabeça-cinza 117 sabiá-do-campo 77 sabiá-poca 114 saíra-amarela 102 saíra-de-chapéu-preto 105 sanhaçu-cinzento 106 sanhaçu-do-coqueiro 109 santa-bárbara 90, 93 Schizolobium parahyba 21 Serpophaga subcristata 121 sibipiruna 58, 86 socozinho 28, 29 Sporophila caerulescens 53 Strigidae 98 suiriri 149 suiriri-cavaleiro 141, 149

Tangara cayana 102 tesoura, tesourinha 146 Thamnophilidae 101, 113 Thraupidae 102, 105, 106, 109 Thraupis palmarum 109 Thraupis sayaca 106 tico-tico 56, 57, 75, 85, tiziu 54, 55 Todirostrum cinerium 145 Trigona spinipes 85 Trochilidae 110 tuim 96, 97 Turdidae 114, 117 Turdus amaurochalinus 114 Turdus leucomelas 117 Tyrannidae 118, 121, 122, 125, 126, 129, 130, 133, 134, 137, 138, 141, 142, 145, 146, 149, 150 Tyrannus melancholicus 149 Tyrannus savana 146 U udu-de-coroa-azul 14, 78, 79 urubu-de-cabeça-preta 30 urutau 80, 81 V Vanellus chilensis 33 verão 70, 142, 143 vira-bosta 74 Vireonidae 153 vivi 64, 65 Volatina jacarina 54 X Xolmis cinereus

150

Z Zenaida auriculata Zonotrichia capensis

41 57

T Tabebuia impetiginosa 94, 110, 113 Tabebuia ochracea 42, 125

- 158 -



Este livro foi impresso em Fernand贸polis-SP, em maio de 2011, pela Fernangraf, para a Editora HN. Visite nosso site: www.editorahn.com.br



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.