Modelos de Francesco di Giorgio

Page 1

MODELOS DE FRANCESCO DI GIORGIO estudo de projeto e análise de edifícios renascentistas prescritos por Francesco di Giorgio em seu Tratado de Arquitetura



MODELOS DE FRANCESCO DI GIORGIO estudo de projeto e análise de edifícios renascentistas prescritos por Francesco di Giorgio em seu rtado de Arquitetura

LABTRI 2012


PROJETO INTEGRADO DE MODELOS TRIDIMENSIONAIS para estudos de arquitetura renascentista Modelos de Francesco di Giorgio (Templos e Colunas) Pesquisas desenvolvidas pelo Laboratório de Modelos Tridimensionais nos anos de 2010 a 2012

PROJETO APROVADO E FINANCIADO PELO CNPQ bolsas de pesquisa para iniciação científica no período de setembro de 2011 a agosto de 2012

LABTRI - Laboratório de modelos Tridimensionais da FAU - USP Coordenação: Prof. Dr. Mário Henrique Simão DAgostino Professores: Dra. Andea Buchidid Loewen Dr. Luis Antonio Jorge Dra. Ana Paula G. Pedro Pesquisadores: Gabriela Lotuffo Oliveira e Mariana Lunardi Vetrone


Agradecimentos

O desenvolvimento deste trabalho, desde as primeiras etapas de leitura do Tratado, até a elaboração dos produtos finais, incluindo o presente caderno, só foi possível graças ao Prof. Dr. Mário Henrique Simão D’Agostino. Agradecemos a sua paciência e amizade, sobretudo nos momentos desafiadores compartilhados, e por ter nos apresentado um modelo de professor e pessoa a ser seguido. Da mesma forma, agradecemos à Prof. Dra. Andrea Buchidid Loewen, e em especial, à Prof. Dra. Ana Paula G. Pedro, que auxiliaram o projeto desde seu início, compartilhando conosco seus conhecimentos e descobertas a respeito do tratadista aqui estudado. Agradecemos às outras pesquisadoras do laboratório: Bruna Bertuccelli, Carolina Junqueira e Gabriela Bacelar, cujo trabalho desenvolvido em paralelo possibilitou construtivas trocas ao longo do percurso. Também àqueles que de uma forma ou de outra foram imprecindíveis para que a pesquisa fosse concluída: Tatiane Teles, Rodolfo Macedo, Lucas Frech, Beatriz Lotuffo Oliveira, Bruno Dalera e a Família Azevedo: Tomás, José Osório e Cristina. Pelo apoio dado não somente nos momentos difíceis, mas também em todo decorrer do processo de execução deste trabalho, agradecemos a Desirée C. Lotuffo Oliveira, Jorge M. Palamin Oliveira; Laura Maria Lunardi e Luiz Carlos Vetrone, pais das pesquisadoras Gabriela e Mariana, respecivamente.



Índice

Prefácio

7

Introdução: Francesco di Giorgio, tratado e proporção

11

Parte I: Colunas e Pilastras

15

Colunas

17

Base

20

Fuste

26

Capitel

30

Pilastras

46

Parte II: Templos

51

Tratado I

54

Tratado II

58

Parte III: Estudos de modelagem

77

Projetos e modelagem eletrônica

79

Modelo Físico

90

Crédito das Imagens

105

Bibliografia

107


6


7

Prefácio

O projeto Modelos de Francesco di Giorgio Martini consiste em um “Kit pedagógico” destinado a alunos de graduação em Arquitetura, a fim de propiciar material de suporte ao estudo e entendimento das principais vertentes históricas da denominada Arquitetura Clássica do Renascimento Italiano. Composto por Libreto sobre o tratadista e suas prescrições arquitetônicas, DVD e Maquetes, o produto resulta de pesquisas de iniciação científica desenvolvidas junto ao Laboratório de Modelos Tridimencionais da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - LABTRI-FAUUSP. Dando continuidade ao projeto Modelos de Vitrúvio, o presente debruça-se sobre os Trattati di Architettura, Ingegneria e Arte Militare martinianos, elaborando jogos de modelagem física e eletrônica, exercícios gráficos com estudos de proporção das espécies de colunas e simulações com animação em 3D dos esquemas compositivos de templos prescritos por Francesco di Giorgio Martini. A equipe de pesquisadores responsável pela viabilização do produto final contou com o apoio financeiro da Reitoria da USP (bolsas de iniciação científica), sendo composta pelas alunas Gabriela Lotuffo Oliveira e Mariana Lunardi Vetrone. A coordenação do projeto coube ao prof. Dr. Mário Henrique Simão D’Agostino, contando também com a colaboração dos professores Dra. Andrea Buchidid Loewen, Dr. Luís Antônio Jorge e Dra. Ana Paula G. Pedro.




10

Figura 1: Foto panor창mica da cidade de urbino


11

Introdução Francesco di Giorgio, tratado e proporção Nascido em Siena, em 1439, Francesco di Giorgio Martini inicia sua produção teórica com o propósito de traduzir a obra De Architectura (c. 27 a.C.) de Vitruvio, único remanescente da antiguidade que tratava de arquitetura. Junto de outros arquitetos e estudiosos a ele contemporâneos, como Leon Battista Alberti, Martini inicia uma nova leitura do tratado vitruviano. Distanciando-se de sua utilização até então fragmentada, com viés filológico, passam a estudar o escrito em sua totalidade, vinculando-o ao exercício da arquitetura propriamente dito, de maneira inovadora. A primeira tentativa de elaborar um tratado de maior envergadura, iniciada por di Giorgio em 1476 na cidade de Urbino, apresenta muitos equívocos, possuindo ainda uma ligação muito forte com o texto antigo. Na tentativa de transcrever trechos de Vitrúvio, o autor chega, constantemente, a resultados insatisfatórios e a uma redação obscura, muitas vezes suprimindo frases inteiras do tratado antigo, o que impossibilita

a compreensão total do texto. As enormes dificuldades de exegese do escrito vitruviano e a constituição de uma terminologia extremamente sofisticada pelo próprio tratadista dilatam, pois, os desafios de interpretação da obra e a compreensão de seu lugar no quadro do pensamento arquitetônico da época. Interrompendo seu primeiro trabalho em 1487, o tratadista inicia uma nova composição logo em seguida. Decisivo para a consumação do projeto foi o contato tardio de di Giorgio com o escrito De Re Aedificatoria (1452), de Leon Battista Alberti, ocorrido, possivelmente em torno de 1485, após a chegada de uma cópia do tratado albertiano à biblioteca de Urbino, em 1483. “O tratado moderno desempenha tal papel, seja por realizar uma leitura do texto antigo, não apenas filológica, mas motivada pelo interesse no entendimento da Arquitetura, seja por Alberti ser um dos poucos arquitetos do Quatrocentos que dispunha da erudição necessária para atenuar as dificuldades do enfrentamento filológico que o escrito vitruviano exigia. Seu De Re Aedificatoria foi usado como instrumento que amparou a leitura e interpretação do De Architectura pelos arquitetos que o sucederam.“ (PEDRO, 2010, p. 35)


12

A comparação de seu próprio tratado com aquele produzido por Alberti, que por igual auxiliava na melhor compreensão do escrito de Vitrúvio, deixa evidente a sua inferioridade. Francesco observa, então, a necessidade de reelaborar seu trabalho, ambicionando, desta vez, a realização de um tratado mais moderno que o albertiano.

Além da segunda versão da obra, a qual será concluída em torno de 1490, apre-sentar-se mais clara e compreensível em diversos trechos, nela Martini propõe e desenvolve um tipo de arquitetura sacra da maior relevância para a história da Arquitetura do Renascimento: a combinação do esquema de planta central com o esquema basilical. Nas duas versões do tratado martiniano, a figura humana é tida como o basilar para a concepção de edifícios ou cidades. Reiterando a clássica analogia entre os elementos arquitetônicos e o corpo humano, considerada por Vitrúvio a mais perfeita dentre as obras da natureza, o autor cria uma sistematização própria do léxico arquitetônico e dos gêneros de templos, franqueando novas perspectivas, próprias ao seu momento histórico. “E porque como é dito, a figura humana é a mais proporcionada e perfeita que existe, decidiu-se assimilar daquela o que era possível para essa [arquitetura].” (MARTINI, 1967, p. 375)

Figura 2: Estudos de di Giorgio sobre a proporção humana

Apesar da figura humana ter sido considerada como referência para as medidas utilizadas na arquitetura desde a Antiguidade, em nenhum outro tratadista a questão antro-


13

pométrica foi levada a tal grau de de-

As homologias entre micro e macrocos-

talhamento como em di Giorgio. Todos os gêneros de edificação são por ele considerados a partir das medidas do corpo humano, diretriz para os posteriores estudos renascentistas, como o homem vitruviano de Leonardo da Vinci.

mo, entre corpo, ordem da natureza e edificação consolidam amplamente a normativa da linguagem clássica da arquitetura e dão lastro ao florescimento pleno da renovatio artística do Renascimento italiano.

Figura 3: Desenho de di Giorgio do homem inserido no círculo e no quadrado.

Figura 4: Interpretação de Leonardo da Vinci do homem vitruviano (c. 1490).


Figura 5: Detalhe das colunas na Igreja de S達o Bernardino, Urbino.


15

Parte I Colunas e Pilastras



17

Colunas

Segundo o tratadista, Doro, edificando um templo a Juno, na cidade antiga de Argo localizada no Peloponeso, cria, a princípio

em forma de templo, o estilo denominado dórico. Para as colunas inseridas posteriormente nessas tipologias de edificação, utilizou-se a proporção humana na intenção de transmitir-lhes um belo aspecto. Assim, aplicou-se na coluna dórica a relação proporcional encontrada no homem entre o tamanho de seu pé e a altura total do corpo. O diâmetro de sua base passou a corresponder a um sexto da altura total (Figura 6), assemelhando-se a um corpo masculino e viril. Posteriormente, em decorrência da aparência grosseira desta espécie, deliberou-se que sua proporção seria de um diâmetro de largura para sete diâmetros de altura. (Figura 7)

Figura 6: Coluna dórica com altura de seis diâmetros

Figura 7: Coluna dórica com altura de sete diâmetros

As três espécies de colunas

No seu segundo tratado Martini prescreve três espécies de colunas: dórica, jônica e coríntia. Narrando sobre sua origem mítica, explica a transmissão das proporções humanas às diferentes colunas.


18

Da mesma maneira, di Giorgio memora o relato vitruviano da edificaçõ de um templo a Diana, no qual foram utilizadas as proporções do corpo de uma mulher para, assim, transmitir-lhe um aspecto mais gracioso. Com a medição do pé feminino, descobriu-se que esse correspondia a um oitavo da altura total da mulher, transmitindo-se para a coluna a mesma proporção. Esse segundo estilo de coluna, sendo concebido na Jônia, foi denominado jônico. (Figura 8)

Para a terceira espécie de coluna, denominada coríntia, buscou-se a semelhança ao corpo de uma jovem, o qual se apresenta mais delgado e esbelto que o de uma mulher de mais idade. Por esse motivo, partindo da coluna jônica, acrescentou-se um diâmetro em altura, obtendo-se para a coríntia a proporção de um diâmetro de base para nove de altura. Consoante o mesmo princípio, Francesco di Giorgio considera que a base, o fuste e o capitel, elementos constituintes das colunas, remetem também a figura humana. O capitel, localizado na parcela superior da coluna representa a cabeça do homem, o fuste, adquire caneluras na coluna jônica como forma de representar as vestes femininas e, por fim, a base está para a coluna como os pés para o ser humano. Convém observar que, no De Architetura, Vitrúvio, não prescreve base para as colunas dóricas, tal como originalmente eram construídas em solo helênico.

Figura 8: Coluna jônica com sua respectiva proporção


19

Capitel

Fuste

Base

Figura 9: Colunas d贸rica, j么nica e cor铆ntia. (direita para esquerda)


20

Colunas Base

ao todo quatro tipologias. Dentre elas, apenas uma será estudada neste caderno, por apresentar proporções mais costumeiras em relação às três restantes.

As bases prescritas por Francesco di Giorgio Martini podem ser de dois tipos: simples ou duplas, sendo a última relatada em menor grau. No que diz respeito às bases simples, são descritas

As quatro diferenciam-se apenas em sua largura, pois no que diz respeito à altura possuem as mesmas dimensões: meio diâmetro de altura acrescido de um plinto, com altura de três sétimos de diâmetro, disposto abaixo da base.

Figura 10: Base com projeção de 1/4 de diâmetro

Figura 11: Base com projeção de 3/8 de diâmetro

Figura 12: Base com projeção de 5/12 de diâmetro

Figura 13: Base com projeção de 1/2 de diâmetro


21

A base martiniana é composta por elementos assim distribuídos: plinto, toro inferior, astragolo e toro superior. O plinto apresenta forma quadrada, sem ornamentação. O toro é a parte convexa e o astragolo, assim denominado pelo tratadista, porém conhecido como escócia, é a parte côncava. Sobre cada uma dessas partes é alocado um troquilo, como designa Francesco, elemento nomeado por outros tratadistas como listel.

Já em relação a base dupla, devido à vaga especificação do tratadista, sabe-se apenas que é composta pelo dobro dos elementos presentes na base simples, possuindo, portanto, o dobro de sua altura, ou seja, um diâmetro inteiro. De forma semelhante, possui um plinto com as mesmas dimensões. A projeção de seus elementos também dobra, atingindo meio diâmetro em cada lado da base, ou seja, uma largura total da base de 2 diâmetros.

Troquilo Toro Astragolo Toro / Bastone Plínto

Figura 14: Base com a indicação de seus elementos

Figura 15: Base dupla


22

Figura 16: Modelo tridimensional da base.

Figura 17: Imagem de uma base retirada do tratado.

Figura 18: Modelo tridimensional da base.

Figura 19: Imagem de uma base retirada do tratado.


23

A base descrita anteriormente possui a mesma projeção da base ática descrita por Vitrúvio, ou seja, um quarto de diâmetro de cada lado, resultando em uma largura total de um diâmetro e meio de largura. Di Giorgio não ignora nenhum dos ornamentos da base vitruviana, modificando apenas suas alturas.

Figura 20: Base ática como prescrita por Vitrúvio.

Contudo, enquanto Vitrúvio inclui o plinto na altura total da base, de meio diâmetro, Francesco exclui tal elemento, resultando em uma base com altura maior que aquela proposta pelo primeiro tratadista. Ainda assim, as bases descritas por Francesco são os elementos constituintes das colunas que mais se aproximam dos escritos de Vitrúvio.


24

Procedimento Base simples com 1/4 de projeção Para realizar a projeção da base para além do fuste, divide-se sua dimensão maior em 4 partes iguais.

2

Acrescenta-se uma dessas partes em cada lado da base, resultando em uma projeção de 1/4 de diâmetro.

1/2

1

1

3

Para a inserção dos elementos da base, divide-se sua altura total, igual a ½ diâmetro, em 28 partes.

1/4

4

1

1/4

As 9 parcelas inferiores são reservadas ao toro inferior. Acima desse, uma parte é dada ao troquilho.


25

5

O astrágalo localiza-se acima do troquilho, ocupando nove partes. Sobre ele vem um novo troquilho.

6

O toro superior ocupa 7 partes no total, acima dele é posicionado o troquilho supremo.

7

Por último, a definição do plinto, situado abaixo da base, contendo 12 partes de altura.

8

Cumprem-se assim as 7 etapas do procedimento para a configuração integral da base.


26

Colunas Fuste: caneluras e entasis

Para configurar o fuste das colunas, Vitrúvio descreve dois principais procedimentos: as caneluras e a entasis. Os mesmo procedimentos são citados por di Giorgio, embora com níveis de detalhamento diferentes. O processo de redução da coluna, a entasis, tem como objetivo a compensação óptica das distorções do olho humano. Após a aplicação da entasis no fuste, o diâmetro superior do fuste (sumoscapo) é um sexto menor do que o diâmetro inferior (imoscapo), que descansa na base.

Figura 21: Esquema de explicação da redução do fuste.

O procedimento apresentado por Martini difere muito do proposto por Vitrúvio. Pode-se afirmar que a diferença maior está no fato de o arquiteto antigo realizar o processo de entasis como abaulamento aplicado no fuste inteiro, enquanto Martini mantém um terço inferior do fuste intacto, reduzindo o diâmetro apenas nos dois terços superiores. Entretanto, ambos se aproximam ao reduzir o diâmetro superior do fuste (sumoscapo) em um sexto. Já as caneluras são concavidades presentes nos fustes das colunas jônicas. No começo de seu tratado, Francesco cita a existência de tais concavidades, que representariam nas colunas jônicas as vestes femininas. Entretando, posteriormente, na descrição específica dessas colunas, ignora a existência de tal procedimento.

Figura 22: Representação do arranque do fuste com 24 caneluras.


27

Figura 23: Colunas j么nicas lisa (esquerda) e com cane- luras (direita).

Figura 24: Coluna d贸rica sobreposta ao processo de realiza莽茫o da entasis.


28

Procedimento Entasis

1

A partir de um círculo com dimensões equivalentes ao immoscapo da coluna (diâmetro inferior), divida seu diâmetro, em seis partes iguais.

2

Deve-se então traçar um círculo concênctrico ao primeiro, cujo diâmetro seja de quatro das partes resultantes da divisão anterior.

3

Traçar uma linha reta AB, tangente ao círculo construído, dividindo o menor arco resultante (marcado em azul) com 17 marcações equidistantes.

4

Unir as marcações com retas paralelas a AB, de modo que a primeira marcação conecte-se a última, a segunda a ante-penúltima, e assim por diante.


29

5

Partindo do fuste, divida-o em três partes iguais (a). Mantenha a parte infeior intacta, dividindo as duas porções superiores em 7 partes iguais (b).

a

7

6

A redução da coluna será resultado da ligação entre as retas paralelas traçadas a partir do cículo e as sete porções superiores da divisão do fuste.

b

A conexão dos pontos de intersecção entre as linhas traçadas no círculo e as divisões do fuste, resultará em seu contorno com a aplicação da entasis.

8

O mesmo procedimento deve ser respeitado nos fustes dos três gêneros de colunas. O resultado, após a redução, é mostrado abaixo.


30

Colunas Capitel

Para cada umas das três espécies de colunas descritas, tem-se uma tipologia de capitel, que se diferenciam em seus ornamentos e dimensões. Na coluna dórica, o capitel possui a altura de um terço de diâmetro, na jônica dois terços e na coríntia um diâmetro inteiro. Já a largura é a mesma para os três capitéis, ou seja, 2/3 de diâmetro, considerando o fuste com entasis.

Figura 25: Modelo eletrônico do capitel jônico.

Figura 26: Modelo eletrônico do capitel coríntio.

Figura 27: Modelo eletrônico do capitel dórico.


1

31

2/3

Figura 28: Capitel coríntio.

2/3

Figura 29: Capitel coríntio retirado do tratado.

2/3

Figura 30: Capitel jônico.

1/3

Figura 31: Capitel jônico retirado do tratado.

2/3

Figura 32: Capitel dórico.

Figura 33: Capitel dórico retirado do tratado.


32

Colunas Capitel Coríntio

Dentre as três espécies, o capitel coríntio é o mais detalhado pelo tratadista. Seus ornamentos, compostos por folhas de acanto, volutas, gavinhas e caulículos, dispõem-se no capitel de modo a seguir as proporções encontradas na face humana.

Figura 35: Desenhos de di Giorgio sobre a proporção humana no capitel coríntio.

Ábaco Gavinha Voluta

Caulículo

Folhas de Acanto

Figura 34: Modelo eletônico do capitel coríntio.

Figura 36: Capitel coríntio.


33

No que diz respeito às proporções específicas do capitel coríntio Francesco segue, em parte, o escrito de Vitrúvio. Ambos dividem a altura do capitel em sete partes iguais, sendo que a espessura do ábaco corresponderá à sétima parte superior, como afirma Vitrúvio no primeiro capítulo do quarto livro do De Architectura. Diferem-se, entretanto, no que diz respeito à disposição das folhas de acanto. Vitrúvio reserva duas partes para cada uma das camadas de folhagem enquanto Francesco di Giorgio atribui apenas uma parte para a camada superior.

Figura 37: Capitel corítnio do Templo de Serapis, Roma.

Figura 38: Modelo eletrônico da coluna coríntia.


34

Procedimento Capitel Coríntio

1

Inicialmente, deve-se dividir a altura do capitel, equivalente a 1 diâmetro de base (imoscapo), em 7 partes iguais.

2

Reserva-se a parcela superior ao ábaco, equivalente no homem à distância entre topo da testa ao topo da cabeça.

Sumoscapo Vista Superior

3

Recomenda-se ainda a inserção do rotondo fiore (flor redonda) no ábaco, esquematizado na imagem abaixo.

Vista Superior

Vista Superior

Vista Frontal

Vista Frontal

4

Vista Frontal

As seis parcelas restantes, onde serão alocados os ornamentos, são divididas em três partes iguais.

Vista Superior

Vista Frontal


35

5

Na porção inferior é posicionada a primeira camada de acantos, composta por 8 folhas.

Vista Superior

7

Vista Frontal

A segunda camada de folhagem possui uma altura maior, atingindo a metade da parcela intermediária.

Vista Superior

Vista Frontal

As volutas, gavinhas e caulículos situam-se desde a metade da parcela intermediária até o final da parcela superior.

Vista Superior

6

8

Vista Frontal

Após a conclusão das 7 etapas do procedimento, tem-se então o capitel finalizado.


36

Colunas

Diversamente, os capitéis dórico e jônico martinianos são extremamente semelhantes entre si, divergindo apenas em sua altura e no acréscimo de alguns ornamentos ao primeiro.

Capitéis Dórico e Jônico

Esses capitéis podem ser divididos em três partes principais: as volutas, o ábaco e o equino, onde são dispostas algumas ornamentações como os óvalos. No caso do capitel jônico, acrescentam-se ainda caneluras abaixo do equino.

Diferente do que prescrevem Vitrúvio e praticamente todos os tratadista renascentistas, Francesco di Giorgio insere volutas tanto no capitel dórico quanto no jônico. Como expunha o tratadista antigo, esse ornamento representava os cabelos femininos na coluna jônica. Em contrapartida o capitel dórico caracterizava-se pela ausência de ornamentos, assemelhando-se a virilidade masculina.

Em relação às volutas observa-se certa contradição entre as descrições e os desenhos do tratadista. No texto, Francesco di Giorgio diz que a projeção do capitel, ou

Ábaco Óvalo Voluta Equino

Caneluras

1/3 de 2/3

2/3

1/3 de 2/3

1/3

2/3

Figura 39: Capitéis dórico (esquerda) e jônico (direita) com as indicações de seus ornamentos.

1/3


37

seja, o espaço onde a voluta deve se inserir é de um terço do diâmetro da extremidade superior da coluna, enquanto no desenho a projeção do mesmo ornamento é de um terço do diâmetro da extremidade inferior. Essa diferença ocorre, prova-

1/3 de 2/3

2/3

1/3 de 2/3

velmente, porque nos desenhos o arquiteto representa o capitel mais largo do que deveria ser ao desconsiderar a entasis, e consequentemente a redução do diâmetro superior da coluna, um sexto menor do que o inferior.

1/3

2/3

1/3

2/3

1/3

Figura 40: Capitel dórico com as duas interpretações de voluta.

1/3 de 2/3

2/3

1/3 de 2/3

1/3

Figura 41: Capitel jônico com as duas interpretações de voluta.


38

Figura 42: Capitel jônico do Teatro de Marcelo, Roma.

Figura 43: Modelo eletônico do capitel jônico.

Figura 44: Modelo eletônico da coluna jônica.


39

Figura 45: Capitel dórico do Teatro de Marcelo, Roma.

Figura 46: Modelo eletônico do capitel dórico.

Figura 47: Modelo eletônico da coluna dórica.


40

Procedimento Capitel Coríntio

1

Para o capitel com projeção menor, divide-se o diâmetro em três partes iguais, acrescentando uma dessas a cada lado do capitel.

2

Posteriormente, acrescenta-se as volutas, cujo procedimento construtivo, assim como dos demais ornamentos, não é detalhado pelo tratadista.

3

O ornamentos dispostos no equino (óvalos, caulículos, etc.) foram retirados dos desenhos presentes na segunda edição do tratado.

4

O ábaco, posicionado acima do capitel, também não é detalhado por Francesco, sendo apenas citado no tratado.


41

5

A execução do capitel jônico utiliza o mesmo procedimento. Após acrescentar 1/3 de sua largura a cada lado do capitel, colocam-se as volutas.

6

Posteriormente, é posicionado o restante dos ornamentos, incluindo os já citados anteriormente, como os óvalos e as caneluras .

7

Tem-se então os dois capitéis finalizados. O primeiro, dórico, sem caneluras, possui, como dito acima, volutas, afastando-se de Vitrúvio.

8

Após a colocação do colarinho estriado (caneluras do capitel) e a conclusão das etapas precedentes, temse então o capitel finalizado.


42

Colunas Elementos complementares: estilóbata Além das colunas, Francesco di Giorgio também prescreve outros dois elementos complementares: a estilóbata e o entablamento. A estilóbata é um corpo cúbico disposto abaixo da coluna quando se deseja proporcionar maior altura a essa. Em sua descrição, devido à insuficiência de detalhes propiciados pelo autor, especifica-se apenas o tamanho total, largura e altura, seja da estilobata como de sua cornija e base, sem menção às dimensões ou projeções dos elementos próprios à cornija ou base.

Figura 48: Desenho da estilóbata retirada do tratado. Cornija Cornija

Seu detalhamento, portanto, foi aqui realizado considerando o desenho que di Giorgio (ou melhor, o copista) apresenta no tratado. Além disso, o tratadista constantemente utiliza ambas as palavras estilóbata e esterióbata como sinônimas, embora as diferencie nas imagens do tratado, como pode ser observado ao lado.

Base Base

Figura 49: Modelo eletônico da estilóbata.


43

Procedimento Estilóbata

Inicialmente divide-se o corpo cúbico da estilobata, com dimensão de 1 diâmetro e meio, em seis partes iguais.

2

Dá-se uma dessas partes à cornija da estilobata, localizada acima do corpo cúbico e com projeção de 1/3 de diâmetro.

1 e 1/2

1

1/3

1 e 1/2

3

Para a base, localizada abaixo do corpo cúbico, dá-se uma e um quarto dessas seis partes.

1/3

1 e 1/2

1/3

4

1 e 1/2

1/3

Tem-se então a estilóbta finalizada, correspondente, em Francesco di Giorgio, ao pedestal da coluna.


44

Colunas Elementos complementares: estilóbata

corona e cimácios. Em relação a disposição e quantidade desses elementos, Francesco segue, em sua essência, o método vitruviano.

Acima das colunas encontra-se o entablamento, constituído por um epistilo ou arquitrave, zofaro ou friso e uma cornija. Essa última é composta por dentículos,

Diferencia-se dele, porém, em alguns dimensionamentos desses ornatos, bem como troca o nome de alguns, embora visualmente o entablamento final de di Giorgio apresenta-se muito próximo daquele proposto por Vitrúvio.

Figura 50: Imagem do entablamaneto, retirado do tratado

Figura 51: Imagem do entablamaneto, retirado do tratado


45

Acrotério Gola/ Sima Cornija

Cimácio superior Dentículo

Corona

Cimácio Zoforo Cimácio

Epistilo

Figura 52: Entablamento com indicação de seus elementos.

Figura 54: Maquete eletrônica do entablamento.

Figura 53: Entablamento do Teatro de Marcelo, Roma.


46

Pilastras

Além das colunas há também aquilo que Francesco denomina colunas angulares, elementos arquitetônicos que se diferenciam das primeiras por possuírem o corpo quadrado. Tais “colunas” possuem lados com dimensão de um diâmetro e um quarto, sendo que seus fustes não sofrem entasis, mantendo a mesma largura por toda sua altura.

Posto que o tratado não define integralmente a pilastra e os ajustes decorrentes do aumento de largura do fuste, optou-se pela manutenção do diâmetro da coluna. Considerando que a pilastra possui face plana, utilizou-se para sua execução as prescrições das colunas, não aplicando o processo de entasis, ou seja, mantendo igual largura em toda a extensão do fuste.

De acordo com o autor, essas pilastras angulares deveriam ser dispostas nos cantos dos templos. Di Giorgio estabelece para cada espécie de coluna sua respectiva pilastra angular, respeitando as proporções definidas para base, fuste e capitel. Contudo, o detalhamento do capitel e da base da pilastra, com todas as suas relações métrico-proporcionais, não é fornecido pelo tratadista, utilizando-se para a reconstituição aqui apresentada as mesmas partições referentes às colunas.

Figura 55: Pilastra presente na Igreja Sta Chiara, Urbino.


47

Figura 56: Pilastra d贸rica.

Figura 57: Modelo eletr6onico da pilastra d贸rica.


48

Figura 58: Pilastra j么nica.

Figura 59: Modelo eletr么nico da pilastra j么nica.


49

Figura 60: Pilastra corĂ­ntia.

Figura 61: Modelo eletrĂ´nico da pilastra corĂ­ntia.


Figura 62: Igreja de S達o Bernardino, Urbino.


51

Parte II Templos



53

Templos

Assim como muitos outros arquitetos de sua época, Francesco di Giorgio concebe o templo em analogia com as proporções humanas. Os procedimentos por ele adotados para o estudo dos templos assemelham-se, dessa maneira, ao das colunas, “em que a figura antrópica é sobreposta aos desenhos arquitetônicos” (PEDRO, 2011, p. 180).

aos esquemas basilicais. Trabalha, também, a classificação de templos em três partes distintas e discorre sobre procedimentos geométricos para a elaboração das plantas e a obtenção de módulos de construção da estrutura física dos templos.

Os templos martinianos possuem proporções fixadas através da métrica das colunas. Entretanto, seu esquema construtivo é o mais flexível em relação a seus contemporâneos, possibilitando “variada inventividade” ao arquiteto, sem perder, no entanto, a perspectiva antropométrica. Na primeira versão de seu tratado, Francesco trabalha com duas espécies formais de templos: a basilical e o templo de planta central. Na segunda versão, quando seus estudos são aprofundados, o tratadista apresenta sua solução de maior relevância: a combinação do esquema de planta central

Figura 63: Esquema de proporção para plantas basilicais e frontispício retirado do tratado.


54

Templos Tratado I

trema importância para o desenvolvimento da presente pesquisa, pois, além de ilustrarem possibilidades de composição de plantas dentro das classificações abordadas e

Em seu primeiro Tratado, Martini aborda a classificação dos templos segundo as prescrições vitruvianas quanto ao gênero (in antis, próstilos, anfipróstilos, perípteros, pseudodípteros, dípteros e hípetros) e ao intercolúnio (picnostilo, sistilo, diastilo, aerostilo e eustilo). Tais classificações foram abordadas no projeto Modelos de Vitrúvio, desenvolvido pelo LABTRI-FAUUSP. Com base nas proporções humanas, Martini classifica as basílicas em: nave única (senza navi), com ou sem transepto (a croce ou senza croce), e nave tripartida (tre navi). Classifica também os templos de planta central em poligonais (a faccia) e circulares (rotondo), sendo o último considerado a forma mais perfeita. Todas essas classificações estabelecidas no Livro I vêm acompanhadas por diversos desenhos como exempla, que ilustram algumas soluções possíveis dentro de cada caso. Os desenhos mostraram-se de ex-

Figura 64: Imagens de basílicas de nave única com e sem transepto, retiradas do tratado.

Figura 65: Imagens de basílicas de nave única com transepto, retiradas do tratado.


55

esclarecerem alguns pontos obscuros do Tratado, trazem ainda soluções inovadoras que não são incluídas no texto, como se

pode observar nas imagens a seguir, obtidas a partir de uma versão do códice Saluzziano, integrante da Biblioteca Real de Turim.

Figura 66, 67 e 68: Imagens de basílicas de nave trioartida com e sem transepto, retiradas do tratado.

Figura 69: Imagens de soluções de templos com plantas centrais, retiradas do tratado.


56

Os desenhos, além de ilustrarem possibilidades de composição de plantas dentro das classificações abordadas e esclarecerem alguns pontos obscuros do Tratado, trazem ainda soluções inovadoras não encontradas no texto, como é o caso de basílicas com diversas cúpulas.

Além da variedade de desenhos de plantas, Francesco di Giorgio apresenta, no quarto capítulo do Livro I, outras imagens com dimensionamento da capela-mor segundo as proporções da cabeça humana e alguns exemplos de fachadas. (Figuras 73, 74 e 76)

Figura 70: Imagens de soluções de templos com plantas centrais, retiradas do tratado.

Figura 71: Imagens de soluções de templos com plantas centrais, retiradas do tratado.


57

Figura 72: Imagens de soluções complementares de basílicas com várias cúpulas, retiradas do tratado.

Figura 73: Imagens com exemplos de fachadas, retiradas do tratado.

Figura 74: Imagens com exemplos de fachadas, retiradas do tratado.

Figura 75: Base. Fonte: Martini, 1967

Figura 76: Imagens com exemplos de fachadas, retiradas do tratado.


58

Templos Tratado II

silical, solução considerada de maior relevância para a História da Arquitetura do Renascimento.

A segunda versão do Tratado detalha as formas de composição de templos, nos quais se combinam plantas central e ba-

Martini trabalha a classificação de templos em três partes distintas: exteriores (esteriori), interiores (interiori) e médio (medie). Cada uma dessas partes possui suas respectivas subdivisões, sintetizadas no esquema gráfico a seguir.

Exterior

Interior Capela-Mor

Vestíbulo

Médio (Cela) Abóbada

Podium Nave Basilical Pórtico

Deambulatório

Central

Figura 77: Divisões dos edifícios sacros, presentes no Livro II.

Combinada

Capelas


59

Templos

Ante “é um deambulatório, ou espaço entre as colunas e a parede da cela, o qual circunda todo o templo, cujo pavimento deve seguir aquele do templo (se este for elevado, o ante também deverá ser elevado ou “in piano”). Pode ser feito de quatro formas: simples, como já foi dito; fazendo um parapeito alto, de cerca de 3 pés, no qual se colocam as colunas; fazendo a esteriobata sob as colu nas; ou fazendo com as colunas sem a esteriobata e depois murando o espaço entre as colunas, e deixando janelas proporcionais a cada espaço. A altura continua sendo a mesma da cela e a largura é proporcional a três quintos de sua altura.” (MARTINI, 1967, p. 392)

Exteriores

Pórtico “é um ornamento de colunas com teto ou cobertura, que antecede as portas principais, sem paredes laterais. Este pode ser de duas formas: simples (quando há apenas uma série de colunas) ou duplo (quando há duas). Como melhor se manifestar no desenho.” (MARTINI, 1967, p.391)

Vestíbulo “é uma simples cobertura e reduto anterior às portas principais, com duas colunas ou quatro, ou com paredes e janelas, ou com arcos de abóbodas, [...] cuja altura deve seguir a mesma das paredes da cela.” (MARTINI, 1967, p.391)

Poggio “o poggio é um deambulatório, ou espaço circundante de todo o templo, sem nenhuma coluna, desde onde termina a parede da cela até um parapeito, onde se tem uma ampla escadaria ornamentada.” (MARTINI. 1967, p.393)


60

Templos Médio (Cella)

Planta Central “a primeira e mais perfeita forma” “com todas as figuras compostas de linhas retas provenientes do círculo, como a hexagonal e a pentagonal, infinitamente multiplicando os ângulos e não decrescendo” (MARTINI, Trattati. 196, p.395)

Figura 78: Templo de planta central.

Basilical “composta de linhas mais retas” “com todas as outras figuras que a essa se assemelham” (MARTINI, Trattati. 1967, p.395)

Figura 79: Templo de planta basilical.

Solução Combinada “composta destas duas e como um meio de uma e de outra participa” “aquela que participa de uma e de outra” (MARTINI, Trattati. 1967, p.395)

Figura 80: Templo de planta com solução combinada.


61

Ainda sobre a cella, são descritas as proporções de elementos específicos:

Transepto (Croce) “adicionar um espaço transversal similar e em memória da cruz pela qual a sabedoria de Deus encarnou para resolver os pecados que a natureza humana por sua culpa merecia, que nenhum homem puro pode apoiar e satisfazer. Segue em altura e largura a proporção da nave principal, e em comprimento pode ter 3, 4 ou 5 vezes a largura da nave principal.” (MARTINI, 1967, p.404)

Figura 81: Igreja de Sta Maria delle Grazie, Cortona.

Cúpula (Tolo/Cupola) “sempre, sem exceção, sua altura deve ser a metade do diâmetro de sua largura” (MARTINI, 1967, p.396)

Lanternim (Lanterna/Puteo) “posto sobre a cúpula para ornar e decorar o templo seu diâmetro corresponde a 1/5 do diâmetro do templo, sua altura é 3/10 do diâmetro do templo (sem a cúspide).“ (MARTINI, 1967, p.399)

Figura 82: Vista interior da cúpula de Sta Chiara, Urbino.


62

Templos

Capela Mor

Interiores

Capelas (capelle) “Seja o templo circular ou oblongo, deve ser dividido em capelas. As capelas que há no circular são obviamente parte da figura circular, semi-círculos ou porções da circunferência. [...] Mas as capelas dos quadrangulares, devem ser quadradas.” (MARTINI, 1967, p.409)

Capelas

Simulacro ou Capela Mor (Capella Maggiore) “sendo o templo oblongo, não há dúvida de que seu local deve ser ao final do templo, oposto à porta principal. [...] Mas quando o templo for redondo, ou central, surge então uma dúvida quanto a sua localização, mas obviamente próximo ao centro deste.” (MARTINI, 1967, p.408)

Figura 83: Planta da Igreja de São Bernardino, Urbino.


63

Nave de colunata (navate di colonne) “A nave pode ser aplicada aos templos circulares e, da mesma forma, aos oblongos. [...] É da largura do templo oblongo que se retira a proporção das colunas de sua nave, assim como nos templos circulares deve-se proceder da mesma forma.” (MARTINI, 1967, p.410)

Figura 84: Vista da nave de São Bernardino, Urbino.

Abóbodas (volte/tegumenti) “As abóbodas que nos templos se faz, podem ser de tantas razões quanto seja necessário em cada caso: em forma de barris, similares a pratos, de cruzeiro, bacia, de luneta ou de vela. Podem ser ornadas com quadros e figuras diversas. [...] A inventividade pode ser infinita.” (MARTINI, 1967, p.411)

Figura 85: Abóbada de São Bernardino, Urbino.


64

Templos

Primeiro esquema

Tratado II: Procedimentos

O primeiro esquema consiste nas proporções de alturas presentes na elevação da basílica, sobretudo na basílica com nave tripartida. Partindo do quadrado, semicírculos e diagonais definem largura e altura das naves, dimensões das abóbadas, cúpula, lanternim (puteo) e porta principal. A figura a seguir ilustra esse esquema:

Geométricos

Também no Livro II, Martini discorre sobre procedimentos geométricos, de sua autoria, para a elaboração das plantas e para a obtenção de módulos de construção da estrutura física dos templos. Tais esquemas foram minuciosamente estudados durante a primeira fase da pesquisa, possibilitando um maior entendimento de sua lógica métrico-proporcional para o desenvolvimento de projetos posteriores. A partir das prescrições dos procedimentos contidos no texto original de Martini, foram desenvolvidos desenhos passo-a-passo (p. 69 - ss), para facilitar a compreensão das construções geométricas, tornando seu aprendizado mais claro e preciso, já que o texto, em alguns trechos, mostra-se de difícil interpretação.

Figura 86: Esquema de altura do templo basilical, retirado do tratado.


65

Segundo esquema

prescreve, dessa forma, que todas as pro-

O segundo esquema possui duas versões possíveis e trás o método geométrico para dimensionamento proporcional sobretudo de basílicas, mas também pode ser aplicado em plantas centrais, principalmente nos dimensionamentos de altura. Ambos são baseados nas propriedades construtivas do quadrado, partindo, assim como no anterior, de diagonais e semicírculos dentro do mesmo. Martini

projetadas a partir de um único método in-

Figura 87: Esquema de proporção para planta basilical, retarido do tratado.

Figura 88: Esquema de proporção para planta basilical, retarido do tratado.

porções e estruturas do templo devem ser tegrado, de forma que até mesmo a espessura das paredes é obtida em módulo por esse procedimento. A segunda versão do método é descrita passo-a-passo no texto e foi escolhida para o desenvolvimento da pesquisa por conter mais detalhes e propriedades métrico-proporcionais sobre os templos, incluindo as soluções com transepto.


66

Terceiro esquema

Quarto esquema

Também partindo do quadrado, mas dessa vez conjugado ao círculo, o terceiro esquema proposto por Francesco di Giorgio consiste na obtenção do templo de planta central.

O quarto esquema corresponde à planta longitudinal e é baseado num diagrama do corpo humano com 7 módulos de altura, tendo como módulo toda a cabeça.

Este é possivelmente o mais versátil dentre todos os esquemas apresentados, possibilitando a composição de diferentes tipos de plantas centrais, sejam elas circulares ou poligonais.

A largura total do templo possui 4 módulos e estão dimensionadas também as projeções da cúpula e do altar mor. Este esquema pode ser relacionado também a outro que dimensiona as proporções existentes no frontispício do templo a partir da mesma lógica.

Figura 89: Esquema de proporção para plantas centrais retirado do tratado.

Figura 90: Esquema de proporção para plantas basilicais e frontispício retirado do tratado.


67

Quinto esquema Finalmente, o quinto esquema trás a solução combinada de planta central juntamente com a basilical, contendo também um esquema de relações antropométricas.

porções do corpo humano. É importante ressaltar que esses esquemas não são fixos, mas passíveis de variações por adições de módulos ou continuação da lógica geométrica inicial.

Tal esquema é dimensionado em uma proporção de 1:9, a partir da razão entre a cabeça (até o nariz) e a altura total do corpo humano. Há, no entanto, uma adição na parte inferior de 1/3 de módulo, correspondente aos pés da figura humana. Este método possui uma clara visualização da solução combinada entre planta central e basilical, evidenciando as marcações já estudadas nos métodos apresentados previamente e ainda relaciona graficamente o esquema proporcional ao corpo humano. Por esta razão, foi o esquema escolhido para servir de base ao desenvolvimento da maquete física. Em todos os casos, Martini se baseia em grades modulares para obter as proporções corretas entre os espaços, sempre destacando as relações com as pro-

Figura 91: Esquema de proporção para a solução combinada retirado do tratado.



69

Procedimento Altura das naves

1

Para demonstrar algumas outras proporções e medidas do templo de nave oblonga (basilical), é feito primeiramente um quadrado de lados iguais, no qual, de ângulo a ângulo traça-se duas linhas diagonais.

2

A base do quadrado se divide em quatro partes iguais, e das partições C e D, traçam-se duas linhas retas que terminam nas linhas diagonais com uma transversal AB, definindo o espaço da nave principal.

A

C

B

D


70

Procedimento A altura das naves

3

Depois, traça-se um semicírculo a partir das extremidades dos ângulos da base, de modo que sua altura passe através da interseção da das linhas diagonais em X. Onde a linha do semicírculo cruza M e N (pontos dos segmentos AC e BD respectivamente), traça-se uma linha transversal, que será a justa altura e largura das naves laterais.

4

Em seguida, traça-se uma linha que passa pelo meio do maior e do menor quadrado e duas outras linhas retas que partem do ponto médio da base (ponto Q) e interceptam as retas e diagonais (no mesmo ponto) e seguem até encontrar a extremidade da porção do semicírculo. Aquela parte que sobra dentro da porção, ou seja EF, será módulo para todo o templo.

B

A

B

A X

X M

C

N

D

F

M

N

E

C

Q

D


71

5

O próximo passo, do estabelecimento da porta principal, respeita relações de proporção definidas a partrir do retângulo ABCD. Duas linhas partem do já mencionado ponto Q e seguem até a altura do ponto B, interceptando U e S (não assinalados no desenho de Francesco di Giorgio). Deste modo se obtem a largura e altura da porta principal.

6

A mesma largura se dá ao lanternim superior da cúpula. Porque o diâmetro da base de todo o templo se divide em sete pelo módulo EF, de modo que a altura do menor retângulo ABCD será 5 ½ deste. Na altura 4 ½ traça-se a linha OP, e no meio desta se coloca o centro da circunferência que estende-se até P. E esta será a altura de todo o templo.

B

A

A

B

O

P X

X F

M

N

E

C

Q

D

F

M E

N


72

Procedimento As proporções dos templos

1

Na construção seja do templo longitudinal seja do circular, para dar-lhe a devida altura e para garantir que a largura proporcionalmente possua correspondência, forma-se primeiramente um quadrado de lados iguais, em seguida deve-se dividi-lo em quatro partes.

2

Depois traça-se duas linhas de ângulo a ângulo e duas outras linhas que toquem todas as divisões do quadro, ou seja TSVX (no desenho original T corresponde a D), e faz-se um outro quadrado (com as extensões das linhas TV e SX) no ângulo ZD, e que este seja dividido em quatro como o maior quadrado.

T

S

V

X

Z

D


73

3

Na linha média, no ponto Q, traça-se um semicírculo que, entre as linhas, fará uma porção de círculo, no meio da qual se traça uma linha do ponto Q ao ponto G, chamada AB. Esta porção será o módulo de tudo no edifício, com o qual se parte a linha diagonal.

T

4

Em várias partes do edifício encontrar-se-á essa porção AB, como na definição da espessura das paredes. Também adicionando um módulo deste seguimento à base obtem-se a justa relação proporcional de altura e largura, seguindo a ordem da presente figura.

S

T

S

G

G

B

B

A V

Z

Q

A X

V

D

Z

Q

X

D


74

Procedimento As plantas centrais

1

3

Também se faz um quadrado de lados iguais e cada face é dividida em quatro e traça-se uma linha de uma divisão a outra (através do quadrado).

Tira-se quatro outras contra-linhas nas quais se traça quatro semi-círculos, com centros nos pontos dos vértices ABCD.

2

4

Traça-se um outro quadrado (contra-quadrado), de forma que os pontos médios de cada face do quadrado maior sejam os vértices do menor (ABCD).

D

A

C

B

Quatro outras linhas intermediarias são traçadas para cada lado deste (contra-quadrado). As contra-linhas são EFMIL.

E D

A

F

D

A

M

N

I C

B

L B

C G

H


75

5

Linhas transversais são traçadas pelos pontos EF, GH, MI e LN. Traça-se então quetro semi-círculos, proporcionais àuqeles de ABCD.

E

6

Para a cúpula, traça-se uma circunferência no centro dos quadrados. Figuras similares podem ser traçadas para outras formas de templos.

F

D

E A

M

I B

C G

H

F

D N

M

L

I

A N

L B

C G

H


Figura 92: Maquete física da basílica de nave única com transepto.


77

Parte III Estudos de Modelagem



79

Projetos e modelagem eletrônica

do capítulo sobre Templos do Livro I de seu Tratado: “Os templos sagrados são feitos das mais variadas formas segundo a invenção, sutileza, engenho e razão do arquiteto, sempre observando as medidas e pro-

A partir das prescrições de Francesco di Giorgio, foram desenvolvidos projetos das três tipologias de templos (central, basilical e combinada), que contemplam integralmente a relação entre esquemas proporcionais e a articulação das ordens de colunas. Os estudos aqui apresentados respeitam rigorosamente os esquemas proporcionais detalhados pelo arquiteto nas duas edições do Tratado. A articulação de todas as prescrições em um mesmo projeto, que engloba os elementos construtivos reais, não é uma tarefa simples, ainda mais considerando-se que Martini, ao contrário da maior parte dos tratadistas, não prescreve formas fechadas e finalizadas para seus templos, a exemplo de Alberti e Vitrúvio. Seus esquemas proporcionais abrem um leque de possibilidades compositivas, deixando o projeto em si a cargo da inventividade e engenho do arquiteto. Nas palavras do próprio Martini, extraídas da introdução

porções a estes indicadas, as quais, do corpo humano, extraídas são.” (MARTINI, 1967. p. 36)

Foi essa a metodologia adotada para o desenvolvimento de projetos para os templos, em plantas e cortes, que possibilita a espacialização das prescrições métrico-proporcionais e a visualização das soluções arquitetônicas características do período renascentista. No entanto, muitas vezes há problemas no cruzamento das proporções prescritas com a realidade construtiva, principalmente no que diz respeito a trechos obscuros do Tratado, sendo necessário um estudo mais aprofundado para solucioná-los, até mesmo por meio do cotejo com soluções adotadas em obras de outros mestres do período, como Filippo Brunelleschi e Leon Batista Alberti. Em sequência vêm apresentados os projetos em plantas, cortes e modelagens tridimensionais.


80

Templo de Planta Central

Figura 93: Planta (sem escala)


81

Figura 94: Corte (sem escala)


82

Templo de Planta Basilical

Figura 95: Planta (sem escala)


83

Figura 96: Corte (sem escala)


84

Templo de Planta com Solução Combinada

Figura 97: Planta (sem escala)


85

Figura 98: Corte (sem escala)


86

Figura 99: Vista da nave principal do modelo eletr么nico.


87

Figura 100: Vista da c煤pula do modelo eletr么nico.

Figura 101: Vista da nave lateral do modelo eletr么nico.


88

Figura 102: Vista da capela-mor do modelo eletr么nico.


89

Figura 103: Detalhe da nave lateral do modelo eletr么nico.


90

Modelo Físico

Cruzando as proporções encontradas nos esquemas de plantas e também no de elevações, o modelo físico que compõe o kit didático permite a articulação dos diversos tipos de templos prescritos em volu-

metria, mantendo suas principais relações métrico-proporcionais. O conjunto é composto por uma base quadrada de madeira e 58 peças modulares, de 15 tipos, com as quais é possível montar oito diferentes configurações de templos, sendo uma basílica de nave única sem transepto, uma com transepto, duas de nave tripartida com transepto, dois templos de planta central e duas soluções combinadas.

Figura 104: Modelo eletrônico das peças utilizadas no modelo físico.


91

Figura 105: Modelo fĂ­sico do templo de planta central.

Figura 107: Peças utilizadas na montagem do modelo físico.

Figura 106: Modelo fĂ­sico do templo de planta basilical.


92

Base

A partir dos módulos (1:9) existentes na solução de planta combinada de Martini e considerando o esquema antropométrico nele inserido, optou-se por manter o desenho original do homem, eliminando, no entanto, algumas das linhas presentes no esquema, como o posicionamento das colunas e das capelas, que possibilitou uma melhor visualização da grade.

Adotou-se a medida de 3 cm para o módulo, de modo que as peças pudessem ser dimensionadas de maneira satisfatória para seu manuseio e montagem. Adicionou-se uma sub-grade de módulos (em cinza), para facilitar o posicionamento das peças menores. Por fim, somaram-se dois módulos de cada lado do esquema para a marcação dos transeptos das basilicas e mais meio modulo em cada extremidade para as capelas, obtendo-se uma base quadrada de 27 cm de lado.

Figura 108: Base do modelo físico.

Figura 109: Base do modelo físico.


93

Figura 110: Desenho utilizado na base do modelo fĂ­sico.


94

Peças

Cada uma das 15 tipologias de peça foi desenvolvida a fim de representar um elemento compositivo da volumetria dos templos prescritos por Martini. Em alguns casos é possível utilizar a mesma peça para mais de uma função. As figuras abaixo demonstram como as peças respeitam a relação métrico-proporcional de altura e largura presentes nos esquemas construtivos já apreentados anteriormente.

Peça

Forma

Dimensões

Quantidade

1

Cubo

6 x 6 x 6 cm

7 peças

2

Paralelepípedo

6 x 6 x 1,5 cm

9 peças

3

Paralelepípedo

6 x 4,5 x 3 cm

4 peças

4

Paralelepípedo

4,5 x 3 x 3 cm

2 peças

5

Paralelepípedo

6 x 3 x 1,5 cm

1 peça

6

Meio cilíndro

6 x 6 x 3 cm

5 peças

7

Meio cilíndro

6 x 3 x 3 cm

7 peças

8

Meio cilíndro

6 x 3 x 3 cm

4 peças

9

Meio cilíndro

3 x 3 x 1,5 cm

4 peças

10

Meia esfera

3 cm de diâmetro

4 peças 4 peças

11

1/4 esfera

1,5 cm de raio

12

cilindro

6 cm de diâmetro x 2 cm de altura 3 cm de diâmetro x 1,5 de altura

13

cilindro

14

Meia esfera

15

paralelepipedo com pontas arredondadas

4 peças

6 cm de diâmetro

1 peça

6 x 6 x 3 cm

1 peça

Total

Figura 111: Peças do modelo físico.

1 peça

Figura 112: Peças do modelo físico.

58 peças


95

Peça 1 – Módulo para nave principal de todos os tipos de templo, com altura referente à basilica de nave simples.

Peça 8 – Módulo complementar para abóbada de nave principal de todos os tipos de templo.

Peça 2 – Ajuste de altura da nave principal para basilicas de nave tripartida; complemento para finalização da nave principal.

Peça 9 – Módulo complementar para abóbada de nave lateral de basilicas tripartidas.

Peça 3 – Módulo para naves laterais de basilicas tripartidas. Peça 4 - Módulo complementar para naves laterais de basilicas tripartidas. Peça 5 – Ajuste de altura da nave principal para basilicas de nave tripartida. Peça 6 – Módulo para abóbada de nave principal de todos os tipos de templo. Peça 7 – Módulo para abóbada de nave lateral de basilicas tripartidas; modulo para capelas.

Figura 113: Peças do modelo físico.

Peça 10 – Cúpula pequena para templos de planta central e combinada. Peça 11 – Meia cúpula para capelas. Peça 12 – Tambor grande para todos os tipos de templo. Peça 13 – Tambor pequeno para templos de planta central e combinada. Peça 14 – Cúpula grande para todos os tipos de templo. Peça 15 – Perchina (transição de nave para tambor) para todos os tipos de templo.


96

Basílica de nave simples sem transepto basílica de nave simples sem transepto

x3

x2

x3

x3

x1

x1 Figura 114: Peças utilizadas.

Figura 115: Modelo eletrônico.

Figura 116: Projeção do modelo físico na base.

x1


Basílica de nave tripartida com transepto de módulo 3 Basílica de nave tripartida com transepto de módulo 3

97

Basílica dede nave tripartida com transepto de módulode 3 módulo 3 Basílica nave tripartida com transepto x6 x6

x8 x8

x4 x4

x2 x2

x1 x1

x5 x5

x6

x8

x4

x2

x1

x5

x7 x7

x1 x1

x2 x2

x3 x3

x1 x1

x7

x1

x2

x3

x1

x1 x 1 utilizadas. Figura 117: Peças x1

Figura 118: Modelo eletrônico.

x1 x1 x1

Figura 119: Projeção do modelo físico na base.


Basílica de nave tripartida com transepto de módulo 4 98 Basílica de nave tripartida com transepto de módulo 4 Basílica dede nave tripartida com transepto de módulode 4 módulo 4 Basílica nave tripartida com transepto x7 x7

x9 x9

x4 x4

x2 x2

x1 x1

x5 x5

x7

x9

x4

x2

x1

x5

x7 x7

x3 x3

x2 x2

x3 x3

x1 x1

x7

x3

x2

x3

x1

x1 Figura 120: Peças x 1 utilizadas. x1

Figura 121: Modelo eletrônico.

x1 x1 x1

Figura 122: Projeção do modelo físico na base.


99

Basílica de nave única com transepto Basílica de nave única com transepto

x6

x1

x2

x1

x5

x3

x1

x1

Figura 123: Peças utilizadas.

Figura 124: Modelo eletrônico.

Figura 125: Projeção do modelo físico na base.

x3


100

Templo de Planta Central - Tipo 1 Templo de Planta Central – Tipo 1

x4

x4

x4

x4

x1

x4

x4

x1

Figura 126: Peças utilizadas.

Figura 127: Modelo eletrônico.

Figura 128: Projeção do modelo físico na base.

x1


101

Templo de Planta Central - Tipo 2 Templo de Planta Central – Tipo 2

x4

x4

x4

x1

x4

x4

x1

Figura 129: Peças utilizadas.

Figura 130: Modelo eletrônico.

Figura 131: Projeção do modelo físico na base.

x1


102

Templo dede planta combinada com navecom tripartida Templo Planta Combinada nave tripartida

x6

x3

x4

x1

x2

x4

x7

x1

x4

x4

x1

Figura 132: Peças utilizadas.

Figura 133: Modelo eletrônico.

Figura 134: Projeção do modelo físico na base.


103

Templo dede planta combinada com nave única Templo Planta Combinada com nave única

x2

x6

x3

x1

x3

x4

x4

x4

x1

Figura 135: Peças utilizadas.

Figura 136: Modelo eletrônico.

Figura 137: Projeção do modelo físico na base.

x1



105

Crédito das Imagens

1: Foto de Martim Passos (arquivo pessoal) 2, 3, 4: PEDRO, Ana Paula Giardini. A ideia de ordem: symmetria e decor nos tratados de Filarete, Francesco di Giorgio e Cesare Cesariano. Tese (Doutorado em Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP, 2011. 6, 7, 8: VITRUVIO. Tratado de Arquitectura. Tradução do latim, introdução e notas por M. Justino Maciel, Lisboa, Copryright Ist Press, 2006 17: MARTINI, Francesco di Giorgio. Trattati di architettura ingegneria e arte militare. Milano, Il Polifilo, 1967. 19: MARTINI. Op. Cit. 20, 21: VITRUVIO. Op. Cit. 29: MARTINI. Idem. 31: MARTINI. Idem. 33: MARTINI. Idem. 35: MARTINI. Idem. 37: NORMAND, Charles Pierre Joseph. Normand’s parallel of the orders of architecture : Greek, Roman and Renaissance / edited by R.A. Cordingley. London : Alec Tiranti, 1959.


106

42: NORMAND. Op Cit. 45: NORMAND. Idem. 48: MARTINI. Idem. 50, 51: MARTINI. Idem. 53: NORMAND. Idem. 55: Foto de Ana Paula G. Pedro (arquivo pessoal) 61: Foto de Ana Paula G. Pedro (arquivo pessoal) 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75: MARTINI. Idem. 81: DisponĂ­vel em http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fd/Calcinaio.jpg/220px-Calcinaio.jpg. Acesso em de 2012. 82: Foto de Ana Paula G. Pedro (arquivo pessoal) 84, 85: Foto de Ana Paula G. Pedro (arquivo pessoal) 86, 87, 88, 89, 90, 91: MARTINI. Idem. 92: Foto de Mariana L. Vetrone (arquivo pessoal) 105, 106, 107, 108, 109: Foto de Mariana L. Vetrone (arquivo pessoal)


107

Bibliografia

ALBERTI, Leon Battista. De Re Aedificatoria. Tradução de Javier Fresnillo Núñez. Akal, Madrid, 1991. BETTS, Richard J. Structural Innovation and Structural Design in Renaissance Architecture. The Journal of the Society of Architectural Historians, Vol. 52, No. 1. 1993 BRUNELLESCHI, Filippo. Brunelleschi : the complete work / Tradução de Eugenio Battisti. London: Thames and Hudson, 1981. MARTINI, Francesco di Giorgio. Trattati di architettura ingegneria e arte militare. Milano, Il Polifilo, 1967. D’AGOSTINO, Mário Henrique. A Beleza e o Mármore. O tratado De Architectura de Vitrúvio e o Renascimento, São Paulo: Annablume, 2010 MUSSINI, Massimo. Francesco di Giorgio e Vitruvio. Le Traduzioni Del “De Architectura” nei Codici Zichy, Spencer 129 e Magliabechiano II.1.141. Mantova: Leo S. Olschki/Fondazione Centro Studi L.B. Alberti, 2003. PEDRO, Ana Paula Giardini. A ideia de ordem: symmetria e decor nos tratados de Filarete, Francesco di Giorgio e Cesare Cesariano. Tese (Doutorado em Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP, 2011. VIGNOLA, Giacomo Barozio da. Tratado de los cinco ordenes de arquitectura. Buenos Aires: Construcciones Sudamericans, 1948. VITRUVIO. Tratado de Arquitectura. Tradução do latim, introdução e notas por M. Justino Maciel, Lisboa, Copryright Ist Press, 2006


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.