EM REVISTA ED. 1 – III TRIMESTRE DE 2018
EM FOCO
Conheça as novas regras de rastreabilidade e seus impactos no setor hortícola NO SETOR
Alternativa ao desperdício de hortaliças PERFIL DO ASSOCIADO
Tomita Hortaliças
ÍNDICE EM FOCO
Conheça as novas regras de rastreabilidade e seus impactos no setor hortícola Página 3
NO SETOR
Minimamente processados contribuem para a diminuição da perda de hortaliças na cadeia Página 5
PERFIL DO ASSOCIADO
Eliana Tomita Mendonça, da Tomita Hortaliças Página 7
A Revista do IBRAHORT é uma publicação digital do Instituto Brasileiro de Horticultura, que tem como objetivo divulgar informações institucionais, bem como relacionadas ao seu setor de atuação. Este veículo de comunicação possui periodicidade trimestral, com visualização gratuita e circulação livre na WEB. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente a visão do IBRAHORT. © Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução total ou parcial de textos e imagens sem autorização prévia.
EXPEDIENTE Conselho Editorial Luciano Vilela Stefan Coppelmans Jornalistas responsáveis Isabella Monteiro – MTB: 57224/SP Daniela Mattiaso – MTB: 47861/SP Projeto Editorial e Gráfico MyPress & Co.
EM DESTAQUE
Hortitec 2018 No período de 20 a 22 de junho, aconteceu a 25ª edição da Hortitec – maior feira do setor hortícola no país –, em Holambra (SP). O IBRAHORT participou com um estande institucional no local, com a distribuição de saladas e folhetos sobre o trabalho desenvolvido pela instituição para o público participante do evento. Membros da diretoria do instituto também estiveram reunidos no estande durante a programação para tratar de assuntos institucionais e conversar com os associados e outros profissionais ligados ao setor, que participaram da feira. No primeiro dia do evento, aconteceu também o Seminário de Comércio Exterior sobre Hortaliças (Interagro), realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Apex-Brasil, com o apoio do IBRAHORT. O Instituto encerrou sua participação na Hortitec 2018 de forma muito positiva, com vários novos associados.
Congresso Brasileiro de Olericultura e Congresso Latino Americano de Horticultura De 6 a 10 de agosto, aconteceu o 55º Congresso Brasileiro de Olericultura e o Encontro Latino-Americano de Horticultura, na cidade de Bonito (MS). O evento, que contou com o apoio do IBRAHORT, foi promovido pela Associação Brasileira de Horticultura (ABH) juntamente com a Agencia de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), o Sistema Famasul e a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Em sua 55º edição, o evento teve como foco o tema: “Produção sustentável, qualidade de vida e estímulo ao consumo”. Na ocasião, o presidente do IBRAHORT, Stefan Coppelmans, apresentou a palestra “Mapeamento e quantificação da cadeia produtiva de hortaliças no Brasil”, que abriu a programação do congresso no primeiro dia do evento. Já o diretor executivo do IBRAHORT, Luciano Vilela, ministrou a palestra “Estatísticas de perdas e desperdício de hortaliças no Brasil”.
3º Seminário Nacional de Folhosas O 3º Seminário Nacional de Folhosas, que aconteceu no dia 8 de agosto, em Campinas (SP), contou com palestras de dois diretores do IBRAHORT. Na ocasião, o diretor Marcio Hasegawa, ministrou uma palestra sobre os “Desafios na comercialização de folhosas na visão do produtor”. Já o diretor Paulo Schincariol abordou em sua apresentação o tema: “Os cuidados para entrar no segmento de folhosas minimamente processadas”. O evento, que foi realizado pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (Abcsem), reuniu vários produtores e profissionais do setor hortícola para tratar das principais temáticas que envolvem a cadeia de produção e comercialização de folhosas no Brasil, umas das principais hortaliças consumidas pelo brasileiro.
1 2
EM FOCO
Conheça as novas regras de rastreabilidade e seus impactos no setor hortícola Mudanças na legislação afetam diretamente os produtores de hortaliças a partir deste ano
Requisitos como segurança alimentar, sustentabilidade na produção e certificado de origem, têm sido cada vez mais demandados pelos consumidores em todo o mundo. E quando se trata de alimentos frescos e in natura, as exigências são ainda maiores. Neste sentido, os órgãos reguladores do Brasil estão se mobilizando de forma a atender as novas demandas que se apresentam neste mercado, como é o caso da nova Instrução Normativa Conjunta (INC) nº 02/2018, elaborada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estabelece um protocolo
de rastreabilidade para a cadeia de produtos in natura do segmento de Frutas, Legumes e Verduras (FLV). A INC 02/2018 está em vigor desde o dia 7 de agosto de 2018 para algumas espécies de hortifrútis, dentre as quais: citrus, maçã e uva (Frutas); batata (Raízes, Tubérculos e Bulbos); alface e repolho (Hortaliças Folhosas e Ervas Aromáticas Frescas); tomate e pepino (Hortaliças não Folhosas). Adequações na produção Estas novas exigências legais impactam diretamente no setor produtivo que, a partir de agora, passa a enfrentar alguns
4 3
desafios para conseguir cumprir a legislação corretamente, já que a INC esbarra em questões de ordem prática, que precisam de alguns ajustes e tempo de adaptação. Isto, porque, um dos principais problemas do setor, atualmente, é não ter defensivos agrícolas registrados e liberados especificamente para uso em cada uma das culturas.
sua aplicação correta, visando a necessidade da rastreabilidade, mas sem ônus de autuação ou multa aos produtores que se enquadrarem em caráter de excepcionalidade quanto aos registros, uma vez que não há no mercado número suficiente de defensivos específicos para uso em cada tipo de cultura”, aponta.
Neste contexto, o presidente do IBRAHORT, enfatiza que “o intuito do setor é cumprir a aplicação da norma, uma vez que é de interesse de toda a Stefan Coppelmans, presidente do IBRAHORT cadeia produtiva que haja mais transparência em todos os processos, a fim de assegurar a qualidade dos alimentos produzidos, Diante deste impasse, de acordo com o porém, é fundamental também, que haja presidente do Instituto Brasileiro de condições e tempo para que os Horticultura (IBRAHORT), Stefan produtores possam se estruturar para o Coppelmans, “seria importante que esta atendimento das novas exigências primeira fase de implantação da norma apresentadas”, conclui. tenha como objetivo, a orientação para a Uma situação que faz com que o produtor precise recorrer aos defensivos já registrados para outras espécies e culturas, a fim de conseguir viabilizar sua produção até o período da colheita.
ENTENDA MAIS SOBRE A INC Nº 02/2018 A INC nº 02/2018 estabelece os procedimentos para a aplicação da rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva de produtos vegetais frescos destinados à alimentação humana. Publicada em fevereiro, ela prevê que o processo de adequação aconteça em três etapas distintas, com a seleção de algumas espécies de hortifrútis separadas por grupos, de acordo com o cronograma pré-estabelecido em três datas: 7 de agosto de 2018; 03 de fevereiro de 2019 e 29 de janeiro de 2020. Os setores de produção, beneficiamento, transporte, manipulação, consolidação e armazenagem deverão realizar registros do produto, do fornecedor e do comprador que assegurem a rastreabilidade.
O arquivo com as instruções completas sobre a nova INC nº 02/2018, estão disponíveis no site do Ministério da Agricultura, no link abaixo: www.agricultura.gov.br/noticias/comeca-a-valer-em-agosto-sistema-de-rastreabilidade-de-vegetaisfrescos/InstruoNormativaConjuntaINC02MAPAANVISA07022018.pdf
1 2
NO SETOR
Minimamente processados contribuem para a diminuição da perda de hortaliças na cadeia Resíduos obtidos durante as etapas do processamento mínimo podem ser reaproveitados na produção de novos produtos alimentícios
Na cadeia produtiva, o elo da “Distribuição” manuseio, acondicionamento, transporte é o responsável por fazer o produto chegar e distribuição das hortaliças por grande até o consumidor final. No setor hortícola, parte do setor, impacta negativamente na por exemplo, há diferentes possibilidades qualidade e também na disponibilidade do para este processo, como a venda direta produto para o consumidor final, em do produtor para o consumidor final por função da grande perda de produtos ao meio de feiras ou através das longo da cadeia”, alerta. redes de varejo. “Há ainda uma modalidade que tem crescido Dados do estudo “Mapeamento cada vez mais que é a das e Quantificação da Cadeia redes de distribuição, que Produtiva de Hortaliças”, comercializam as hortaliças publicado pela Confederação adquiridas tanto do produtor, Nacional de Agricultura (CNA) e quanto do atacado, para os pela Associação Brasileira do canais de varejo. Contudo, a Comércio de Sementes e forma mais comum é ainda a Mudas (Abcsem) em 2017, venda direta dos produtos para revelam que boa parte do o atacado, com foco nas desperdício das hortaliças Centrais Estaduais de acontece nas próprias centrais Luciano Vilela, diretor Abastecimento (Ceasas)”, de abastecimento. Segundo o executivo do explica Luciano Vilela, Diretor estudo, cerca de 28% de todas IBRAHORT Executivo do Instituto Brasileiro as hortaliças comercializadas de Horticultura (IBRAHORT). passam pelas Ceasas, sendo que deste percentual, cerca de 30% das hortaliças De acordo com o diretor, o setor enfrenta, são perdidas e apenas 70% dos produtos atualmente, um grande desafio no que se são comercializados de fato, o que refere à parte logística da cadeia produtiva impacta diretamente na disponibilidade e de hortaliças. “A falta de padronização, consequentemente no valor desses conhecimento e também de investimentos produtos. Por isto, “é fundamental a no processo de armazenamento, adoção de medidas preventivas como uso
4 3
de embalagens corretas, adoção da cadeia de frio ao longo de todo o processo, estrutura adequada de packing house, dentre outras”, assegura Vilela. Minimamente Processados: alternativa ao desperdício Para Paulo Romano Schincariol, diretor do IBRAHORT, uma outra medida que pode contribuir para reduzir as perdas e desperdícios na horticultura é o processamento mínimo. Ele explica que assim que o vegetal é colhido, ele vai para o packing house (central de processamento), muitas vezes, já instalada na própria propriedade. Os produtos passam por pré-preparo, lavagem, desinfecção, corte, secagem e embalamento. Aparas, cascas e partes “feias” são retiradas e todo o resíduo fica separado e concentrado em um único local.
econômico. “No Brasil, 60% do FLV produzido é descartado como perdas e desperdícios, chegando à mesa do consumidor apenas 40% do volume total plantado. Por isso, o ideal seria concentrar e aproveitar todo este resíduo em um único lugar para transformá-lo novamente em produtos altamente nutritivos, com potencial de alimentar milhares de pessoas”, pondera o profissional. Mudanças necessárias Por meio da ampliação do consumo dos vegetais minimamente processados é possível diminuir drasticamente o nível de desperdício e criar oportunidades para a geração de novos alimentos, no entanto, ainda há dúvidas por parte do consumidor em relação aos produtos prontos para consumo no que se refere à aspectos de higiene e valor do produtor.
“Os produtos a serem comercializados são embalados Na opinião de Paulo Romano e distribuídos, chegando a mesa Schincariol, “para resolver o do consumidor já pronto para ser Paulo Romano da segurança consumido, sem desperdício, Schincariol, diretor do problema alimentar são necessárias leis sem lixo e sem coleta. Todo IBRAHORT especificas para este aquele resíduo que ficou no segmento e, talvez, até a criação de um processamento, pode se transformar selo de qualidade, que resulte em um ainda em novos produtos, como sopa padrão de produção adequado, gerando, desidratada, polpa de frutas, farináceos, assim, mais segurança ao consumidor”, ração animal, dentre outros. Além disso, o afirma. resíduo final desse processamento passa por um processo de compostagem, Já em relação ao preço, o profissional virando adubo de alta qualidade, que volta destaca que existem dois pontos a serem para o campo. Desta forma, fecha-se um trabalhados: “É necessário ganhar ciclo, onde nada é jogado fora. Assim economia de escala, com o aumento do podemos alimentar mais pessoas e gerar consumo e, consequentemente, da maior rentabilidade para o produtor”, produção. Além disso, muitas vezes o garante Schincariol. consumidor não percebe que ao comprar um produto pronto para o consumo, está Outro ponto muito importante a ser economizando tempo, água, energia e destacado é que todo o lixo gerado pelo evitando perdas na hora do consumo, segmento de Frutas, Legumes e Vegetais uma vez que este alimento já foi (FLV) gerado na cadeia é muito rico em selecionado e tem maior durabilidade”, nutrientes, ou seja, representa um impacto afirma. não apenas social, mas também
1 2
PERFIL DO ASSOCIADO
Eliana Tomita Mendonça, da Tomita Hortaliças
- Como a Tomita Hortaliças surgiu e se estabeleceu no mercado? R: A Tomita Hortaliças é uma empresa familiar, que está em sua terceira geração. Começou com o meu avô produzindo legumes e comercializando-os para as Centrais de Abastecimento (Ceasas) dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. No decorrer dos anos, meu pai deu continuidade à produção de hortaliças e,
A entrevistada da seção “Perfil do Associado” nesta primeira edição é Eliana Harumi Tomita Mendonça, diretora administrativa da Tomita Hortaliças, uma das primeiras empresas a se associarem ao instituto e a colaborarem para a sua estruturação. A profissional ocupou o cargo de tesoureira do IBRAHORT de 2010, quando foi fundada a entidade, até março deste ano. Confira a entrevista completa a seguir.
em 1995, iniciou a entrega direta para supermercados. Desde então, sempre prezamos pelo ótimo atendimento e qualidade dos produtos e, com isso, conquistamos o universo supermercadista. Assumi a empresa em 2005, com o foco em reestruturação. A partir daí, realizamos investimentos em estufas de hidroponia, ampliação da estrutura do packing house, do administrativo e a construção da
4 3
cozinha para minimamente processados. - Quais são os principais diferenciais da empresa? R: Relacionamento com o cliente e um atendimento de excelência mesmo no pósvendas. Como lidamos com produtos altamente perecíveis, é necessário este estreitamento de laços para que o cliente (supermercadista) possa compreender melhor a produção e o manejo destes produtos no mercado. - O que fortaleceu a empresa e possibilitou o seu crescimento no setor? R: Procuramos sempre atender as necessidades dos consumidores, seja em praticidade ou em produtos, prezando pela segurança dos alimentos. Acredito que nosso fortalecimento no setor se dê pela perseverança em produzir e oferecer alimentos saudáveis e por acreditar que este trabalho é o que alimenta o país e pode contribuir para a sociedade ter uma população mais saudável. - Desde quando a empresa é associada do IBRAHORT e como surgiu esta parceria? R: A Tomita Hortaliças foi uma das fundadoras do Instituto e o que motivou a sua participação foi a busca pelo fortalecimento da cadeia produtiva e a representatividade política e técnica proporcionadas pela entidade. Desde a sua fundação, procuramos estar bem
próximos do IBRAHORT, participando das reuniões e assembleias. Além disso, ocupei o cargo de tesoureira até início deste ano. - Qual é a importância de ser um associado do IBRAHORT para os negócios da empresa? R: É de suma importância participar de um instituto como o IBRAHORT, a fim de obter mais conhecimentos técnicos, conhecer pessoas de outros elos da cadeia produtiva, trocar experiências e, claro, tornar o nosso trabalho cada vez mais reconhecido, de forma profissional, além de contribuir para que o setor hortícola se fortaleça ainda mais e tenha a atenção merecida. - Qual é relevância estratégica do trabalho conduzido pelo IBRAHORT em prol do setor? R: O IBRAHORT promove debates sobre assuntos importantes para a cadeia produtiva, como por exemplo, minor crops, que reflete para qualquer produtor de oleráceas. É um instituto forte e sério, que busca fomentar o incentivo à alimentação saudável, para fortalecer a comercialização destes produtos, e que atua fortemente também em questões políticas, necessárias para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Convido as demais empresas a se associarem também, para ajudar a promover um maior crescimento do setor e torná-lo ainda mais abrangente no país.
Uma das áreas de produção da Tomita Hortaliças
Â
|
www.ibrahort.com.br
|
contato@ibrahort.com.br
|
(11) 4723-8233
|