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CENTRO DE ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO PARA REFUGIADOS
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Nícolas Pisteco
BANCA EXAMINADORA
Universidade de Mogi das Cruzes Mogi das Cruzes 2021
___________________________________ Paulo Pinhal Professor Orientador
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes como parte da avaliação semestral.
___________________________________
Aprovado em:
___________________________________
_________________________________
Celso Ledo Professor Convidado
Simone Ikeda Assanuma Arquiteta Convidada
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Este trabalho de conclusão de curso é dedicado aos meus pais. Por todo o apoio e paciência, e por toda sua dedicação em me oferecer a melhor educação em todas as etapas da minha vida. Sei de todo esforço e de toda luta para manter a melhor qualidade possível durante minha vida educacional, e por isso sou muito grato. Agradeço também pela educação que não se aprende em instituições de ensino. O que sou hoje, como ser humano, é graças a eles e disso tenho muito orgulho. "A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem.” - Paulo Freire
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AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer meus pais, Regina Pisteco e Márcio Cardoso por todo o suporte e por todas as vezes em que estiveram do meu lado. Aos professores e mestres também agradeço, que durante 5 anos de curso compartilharam seus conhecimentos e ajudaram nessa longa caminhada em busca da formação na profissão de arquiteto e urbanista. Um agradecimento especial para os dois melhores amigos que a faculdade poderia ter me apresentado, Leonardo Araújo e Lucas Porto. Sem a ajuda e o empenho dos dois tenho certeza que essa caminhada seria muito mais difícil e menos prazerosa. Tenho muito orgulho da nossa trajetória juntos e espero ansioso pelos próximos caminhos a serem norteados pela nossa amizade, tendo a certeza que permaneceremos juntos. Também tenho a agradecer um grupo especial de mulheres que, apesar de não estarem comigo desde o começo do curso, foram fundamentais para minha evolução durante o curso. Ive Caroline, Letícia Lelis, Mariana Ferraz, Mariana Lira, Marina Melícia, Thayná Nascimento, Virgínia Segundo e Yasmin Paradiso, muito obrigado pela ajuda, pelos ensinamentos e principalmente pela amizade. Quero agradecer também três pessoas muito importantes na minha formação pessoal e que estão comigo desde muito antes da faculdade. Maria Beatriz e Rúbia Militão, muito obrigado pela paciência e compreensão durante essa jornada. Caio Vinícius, meu melhor amigo desde a infância, agradeço nossa amizade que serve de estrutura para tudo que faço na minha vida. Tê-los ao meu lado, como sempre, me encorajou a seguir em frente. Agradeço ao Augusto Kapritchkoff, meu segundo pai, que sempre me ajudou muito em diversos aspectos da minha vida. Gostaria também de agradecer a três amigos que seguiram caminhos diferentes, mas que foram importante para o começo dessa jornada. Vitor Pessoa, Vitor Hugo e Leonardo Diro, que infelizmente não está mais conosco em presença, mas sei que está orgulhoso dessa trajetória, observando de algum lugar.
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RESUMO
ABSTRACT
Esse trabalho tem o intuito de apresentar a fundamentação do projeto de um centro de acolhimento aos refugiados que chegam ao Brasil. Por meio de pesquisas e estudos sobre a realidade desses refugiados, foram analisados diversos dados, entre eles a origem e os motivos que fazem com que essas pessoas abandonem seu país natal. Através desses estudos foi possível entender melhor as necessidades e os problemas enfrentados pelos refugiados, possibilitando uma noção mais assertiva do que é necessário para atender os refugiados. Foram feitos estudos de casos que se encaixam no projeto, para melhor entendimento das funções que existirão no edifício, assim como também foram feitas análises da cidade de Mogi das Cruzes - local do projeto - e da área de intervenção em que será projetada o centro. Esses estudos foram aliados à pesquisas sobre legislações competentes para um projeto desse tipo, e também foram pesquisados os perfis de todos os usuários possíveis para esse projeto. Também foram propostos esquemas para melhor entender a proposta desse projeto, identificando todos os setores e ambientes necessários para esse projeto.Essa fundamentação indica possíveis caminhos a se seguir para um projeto de um centro de acolhimento e integração do refugiado na sociedade.
This paperwork has the purpose to show the theoretical reasoning of the project of a reception center for the refugees that arrive in Brazil. Through research and studies on the reality of these refugees, several data were analysed, including where they came from and the reasons that make these people leave their home country. By these studies, it was possible to better understand the needs and the problems faced by refugees, enabling a more assertive notion of what is necessary to assist them. Some case studies that fits the project were made for a better understanding of the functions that the building will have. Also analyses were made of the city of Mogi das Cruzes - where the project is located - and of the intervention area where the project is placed. These studies were combined with research on competent legislation for such a project, and the profiles of all possible users for that project were also researched. It was also proposed schemes to better understand the purpose of this project, identifying all sectors and environments needed for this project. This reasoning indicates possible paths to follow for a project of a center for reception and integration of refugees in society.
Palavras-chave: Refugiados, Centro de acolhimento, Integração, Qualidade de vida.
Keywords: Refugees, Reception center, Integration, Quality of life.
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LISTA DE FIGURAS
Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura
01 - Fachada do Centro Comunitário São Cirilo ________________19 02 - Entrada do Centro Comunitário ________________________19 03 - Pátio central ________________________________________20 04 - Corredor interno ____________________________________20 05 - Planta baixa ________________________________________21 06 - Planta baixa editada pelo autor ________________________22 07 - Fachada do edifício __________________________________23 08 - Entrada de pedestre _________________________________23 09 - Terraço no quinto andar ______________________________24 10 - Implantação editada pelo autor _________________________25 11 - Planta térreo editada pelo autor _________________________26 12 - Planta tipo editada pelo autor __________________________26 13 - Fachada do Centro Comunitário ________________________27 14 - Perspectiva axonométrica do projeto ____________________27 15 - Planta editada pelo autor ______________________________28 16 - Fachada do Instituto__________________________________29 17 - Pavimento superior do Instituto _________________________29 18 - Pavimento térreo ____________________________________30 19 - Planta térreo editada pelo autor ________________________30 20 - Planta 1º pavimento editada pelo autor ___________________31 21 - Planta 2º pavimento editada pelo autor ___________________31 22 - Igreja Nossa Senhora da Paz ___________________________32 23 - Complexo da Missão Paz ______________________________33 24 - Corredor interno ____________________________________33 25 - Sala de atendimentos ________________________________33 26 - Corredor de acesso aos alojamentos ____________________33 27 - Entrada principal da Casa do Migrante ___________________33 28 - Pátio central da área dos alojamentos ___________________33 29 - Corredor das áreas de uso comum do alojamento _________34 30 - Slide de setorização da apresentação do Missão Paz _______34 31 - Autor na entrada principal da Casa do Migrante ____________35 32 - Alunos na frente do complexo _________________________35 33 - Mapa de inserção da cidade no estado editado pelo auto ___35 34 - Mapa dos municípios limítrofes _________________________36 35 - Vista aérea do terreno editada pelo autor ________________36 36 - Indicação das ruas de ligação do distrito de Brás Cubas, editado pelo autor ______________________37 Figura 37 - Tabela de índices da Zona Central _______________________37
Figura 38 - Mapa da cidade com a divisão territorial dos distritos, editado pelo autor ________________________38 Figura 39 - Frente do terreno em 2010 ____________________________39 Figura 40 - Entrada do terreno em 2010 ___________________________39 Figura 41 - Vista aérea do terreno em 2010, editada pelo autor _________39 Figura 42 - Frente do terreno em 2015 ____________________________40 Figura 43 - Vista aérea do terreno em 2015, editada pelo autor ________40 Figura 44 - Frente do terreno em 2020 ___________________________40 Figura 45 - Entrada do terreno em 2020 __________________________40 Figura 46 - Interior do terreno em 2020 ___________________________41 Figura 47 - Vista aérea do terreno em 2020, editada pelo autor ________41 Figura 48 - Mapa do terreno com análises micro-ambientais ___________42 Figura 49 - Mapa do terreno inserido no bairro _____________________43 Figura 50 - Mapa com usos do solo_______________________________44 Figura 51 - Mapa com pontos de ônibus e trem _____________________45 Figura 52 - Mapa com indicação de cheios e vazios __________________46 Figura 53 - Mapa com indicação das vias __________________________47 Figura 54 - Tabela do Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes ________________________49 Figura 55 - Tabela do Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes ________________________50 Figura 56 - Imagens do Anexo 5 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes ________________________51 Figura 57 - Tabela do Anexo 5 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes ________________________51 Figura 58 - Exemplo de ambiente amplo __________________________60 Figura 59 - Exemplo de ambiente amplo __________________________60 Figura 60 - Exemplo de integração _______________________________61 Figura 61 - Exemplo de integração ________________________________61 Figura 62- Exemplo de átrio _____________________________________61 Figura 63 - Exemplo do uso de vidro ______________________________62 Figura 64 - Exemplo de piso contínuo _____________________________62 Figura 65 - Exemplo de piso contínuo _____________________________62 Figura 66 - Exemplo de jardim vertical ____________________________63 Figura 67 - Exemplo de espelho d’água ___________________________63 Figura 68 - Exemplo do uso de madeira ___________________________63
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Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura
69 - Exemplo de paisagismo interno ________________________64 70 - Exemplo do uso de cobogó ___________________________64 71 - Exemplo de cerca viva ________________________________64 72 - Exemplo de piso drenante _____________________________65 73 - Exemplo da paginação do piso _________________________65 74 - Exemplo de paginação do piso _________________________65 75 - Exemplo de espelho d’água____________________________65 76 - Exemplo de mobiliário de madeira ______________________66 77 - Exemplo de mobiliário c/ concreto ______________________66 78 - Exemplo de percolado c/ bambu _______________________66 79 - Exemplo de escultura ________________________________67 80 - Exemplo de grama esmeralda__________________________67 81 - Exemplo de giesta ___________________________________67 82 - Exemplo de agave ___________________________________67 83 - Exemplo de capim-do-texas ___________________________68 84 - Exemplo de jacarandá ________________________________68 85 - Exemplo de sibipiruna ________________________________68 86 - Exemplo de magnólia ________________________________68 87 - Exemplo de árvore-samambaia _________________________68
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ________________________________________________________________________________________________________________________________12 2 OBJETIVOS __________________________________________________________________________________________________________________________________12 3 JUSTIFICATIVA _______________________________________________________________________________________________________________________________13 4 PROBLEMATIZAÇÃO __________________________________________________________________________________________________________________________14 5 DEFINIÇÃO DO TEMA _________________________________________________________________________________________________________________________14 6 ASPECTOS HISTÓRICOS _______________________________________________________________________________________________________________________16 7 ESTUDOS DE CASO ___________________________________________________________________________________________________________________________19 7.1 CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO __________________________________________________________________________________________________________19 7.1.1 Ficha Técnica __________________________________________________________________________________________________________________________19 7.1.2 Análise do Projeto ______________________________________________________________________________________________________________________19 7.2 CONJUNTO BOUCICAUT ____________________________________________________________________________________________________________________23 7.2.1 Ficha Técnica __________________________________________________________________________________________________________________________23 7.2.2 Análise do Projeto ______________________________________________________________________________________________________________________23 7.3 CENTRO COMUNITÁRIO CAMBURI ___________________________________________________________________________________________________________27 7.3.1 Ficha Técnica __________________________________________________________________________________________________________________________27 7.3.2 Análise do Projeto _____________________________________________________________________________________________________________________27 7.4 INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL _______________________________________________________________________________________________________________29 7.4.1 Ficha Técnica __________________________________________________________________________________________________________________________29 7.4.2 Análise do Projeto ______________________________________________________________________________________________________________________29 8 VISITA TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________32 8.1 CASA DO MIGRANTE MISSÃO PAZ ____________________________________________________________________________________________________________32 8.1.1 Ficha Técnica __________________________________________________________________________________________________________________________32 8.1.2 Análise da Visita _______________________________________________________________________________________________________________________32 9 ÁREA DE INTERVENÇÃO ______________________________________________________________________________________________________________________35 9.1 LOCAL ___________________________________________________________________________________________________________________________________35 9.1.1 Cidade ________________________________________________________________________________________________________________________________35 9.1.2.1 Zoneamento ________________________________________________________________________________________________________________________37 9.1.2.2 Análise do histórico do local ___________________________________________________________________________________________________________39 9.2 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO ________________________________________________________________________________________________________42
9
9.3 ANÁLISE MICRO-AMBIENTAL _______________________________________________________________________________________________________________43 9.4 ANÁLISE MACRO-AMBIENTAL_______________________________________________________________________________________________________________44 9.4.1 Análise de Uso do Solo __________________________________________________________________________________________________________________44 9.4.2 Transporte público _____________________________________________________________________________________________________________________45 9.4.3 Cheios e vazios________________________________________________________________________________________________________________________46 9.4.4 Sistema viário _________________________________________________________________________________________________________________________47 10 DIRETRIZES E PREMISSAS ____________________________________________________________________________________________________________________48 10.1 CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DE MOGI DAS CRUZES _____________________________________________________________________________________48 10.1.1 Dos Acessos, Circulação e Segurança ______________________________________________________________________________________________________48 10.1.1.1 Dos Espaços de Circulação ____________________________________________________________________________________________________________48 10.1.1.2 Das Escadas ________________________________________________________________________________________________________________________48 10.1.2 Do Dimensionamento dos Espaços de Circulação Coletiva ____________________________________________________________________________________48 10.1.3 Dos Compartimentos das Edificação ______________________________________________________________________________________________________48 10.1.3.1 Da Classificação e Dimensões __________________________________________________________________________________________________________48 10.1.3.2 Das Instalações Sanitárias ____________________________________________________________________________________________________________48 10.1.4 Do Conforto Ambiental da Edificação ______________________________________________________________________________________________________49 10.1.4.1 Da Insolação, Iluminação e Ventilação ___________________________________________________________________________________________________49 10.1.4.2 Das Aberturas de Iluminação e Ventilação dos Compartimentos _____________________________________________________________________________49 10.1.5 Do Conforto Térmico ___________________________________________________________________________________________________________________50 10.1.6 Das Obras Complementares à Edificação Principal ___________________________________________________________________________________________50 10.1.6.1 Dos Abrigos de Veículos ______________________________________________________________________________________________________________50 10.1.6.2 Das Portarias e Bilheterias ____________________________________________________________________________________________________________50 10.1.7 Dos Estacionamentos e Garagens_________________________________________________________________________________________________________50 10.1.7.1 Do Acesso _________________________________________________________________________________________________________________________50 10.1.7.2 Da Circulação ______________________________________________________________________________________________________________________50 10.1.7.3 Das Vagas _________________________________________________________________________________________________________________________51 10.1.8 Das Disposições Específicas Para as Edificações Por Uso ______________________________________________________________________________________51 10.1.8.1 Dos Prédios Comerciais e de Serviços ___________________________________________________________________________________________________51 10.1.8.2 Dos Serviços de Alimentação _________________________________________________________________________________________________________51 10.1.8.3 Dos Serviços de Hospedagem _________________________________________________________________________________________________________51 10.2 CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO ______________________________________________________________________________________________51 10.2.1 Dimensões Mínimas Dos Compartimentos __________________________________________________________________________________________________52
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10.2.2 Habitações Coletivas ___________________________________________________________________________________________________________________52 10.2.2.1 Asilos, Orfanatos, Albergues e Estabelecimentos Congêneres ________________________________________________________________________________52 10.2.2.2 Locais de trabalho _________________________________________________________________________________________________________________53 10.3 NBR 9050 - ACESSIBILIDADE_______________________________________________________________________________________________________________54 10.3.1 ACESSOS E CIRCULAÇÃO ______________________________________________________________________________________________________________54 10.3.1.1 Circulação - Condições gerais __________________________________________________________________________________________________________54 10.3.1.2 Acessos - Condições gerais ___________________________________________________________________________________________________________54 10.3.1.3 Vagas para veículos _________________________________________________________________________________________________________________54 10.3.1.4 Sanitários e vestiários ________________________________________________________________________________________________________________54 10.3.2 Equipamentos urbanos _________________________________________________________________________________________________________________55 10.3.2.1 Locais de reunião ___________________________________________________________________________________________________________________55 10.3.2.2 Locais de hospedagem ______________________________________________________________________________________________________________55 10.3.2.3 Cozinhas__________________________________________________________________________________________________________________________55 10.3.2.4 Bibliotecas e centros de leitura ________________________________________________________________________________________________________55 10.3.3 Mobiliário ____________________________________________________________________________________________________________________________55 10.3.3.1 Mesas ou superfícies para refeições ou trabalho ___________________________________________________________________________________________55 11 USUÁRIOS __________________________________________________________________________________________________________________________________56 11.1 PERFIL DO USUÁRIO _______________________________________________________________________________________________________________________56 11.2 FUNCIONÁRIOS E COLABORADORES ________________________________________________________________________________________________________56 11.2.1 Setor Administrativo ____________________________________________________________________________________________________________________56 11.2.1.1 Recepcionista _______________________________________________________________________________________________________________________56 11.2.1.2 Administrador ______________________________________________________________________________________________________________________56 11.2.1.3 Gerente ____________________________________________________________________________________________________________________________56 11.2.1.4 Diretor ____________________________________________________________________________________________________________________________57 11.2.1.4 Almoxarife _________________________________________________________________________________________________________________________57 11.2.2 Setor de Atendimentos _________________________________________________________________________________________________________________57 11.2.2.1 Enfermeiro _________________________________________________________________________________________________________________________57 11.2.2.3 Cirurgião Dentista ___________________________________________________________________________________________________________________57 11.2.2.4 Assistente Social ____________________________________________________________________________________________________________________57 11.2.2.5 Psicólogo __________________________________________________________________________________________________________________________57 11.2.2.6 Tradutor___________________________________________________________________________________________________________________________58 11.2.2.7 Assistente de Recursos Humanos ______________________________________________________________________________________________________58
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11.2.2.8 Advogado _________________________________________________________________________________________________________________________58 11.2.2.9 Assistente Religioso _________________________________________________________________________________________________________________58 11.2.3 Setor de Ensino _________________________________________________________________________________________________________________________58 11.2.3.1 Professor de português _______________________________________________________________________________________________________________58 11.2.3.2 Professores diversos _________________________________________________________________________________________________________________58 11.2.4 Setor de Serviços ______________________________________________________________________________________________________________________58 11.2.4.1 Porteiro ___________________________________________________________________________________________________________________________58 11.2.4.2 Segurança _________________________________________________________________________________________________________________________59 11.2.4.3 Auxiliar de Limpeza _________________________________________________________________________________________________________________59 11.2.4.4 Zelador ___________________________________________________________________________________________________________________________59 11.2.5 Setor de Visitação _______________________________________________________________________________________________________________________59 11.2.5.1 Estudantes _________________________________________________________________________________________________________________________59 11.2.5.2 Professores ________________________________________________________________________________________________________________________59 11.2.5.3 Público Geral _______________________________________________________________________________________________________________________59 12 ESQUEMAS ESTRUTURANTES __________________________________________________________________________________________________________________60 12.1 CONCEITO ARQUITETÔNICO________________________________________________________________________________________________________________60 12.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO ________________________________________________________________________________________________________________60 12.3 PARTIDO URBANÍSTICO ___________________________________________________________________________________________________________________64 12.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES ____________________________________________________________________________________________________________69 12.5 ORGANOGRAMA _________________________________________________________________________________________________________________________73 12.6 FLUXOGRAMA ___________________________________________________________________________________________________________________________74 CONCLUSÃO __________________________________________________________________________________________________________________________________77 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________________________________________________________________________________________78
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1 INTRODUÇÃO
inteiras que precisam de apoio. Desde pessoas de baixa renda e sem estudo, até pessoas formadas e pós graduadas, reconhecidas em suas áreas em seus países de
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas Para os Refugiados (ACNUR), são
origem. São os mais variados casos, cada um com sua peculiaridade, mas todos
considerados refugiados “pessoas que estão fora de seu país de origem devido a
demandando a mesma atenção e ajuda.
fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião,
Para que essa ajuda chegue a essas pessoas, ONGs e órgãos públicos se mobilizam
nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política,
para que algo seja feito em relação a essas situações. Dentre as formas de ajudar,
como também devido à grave e generalizada violação de direitos humanos e
existem os Centros de Acolhimento, no qual se baseia o projeto apresentado nesse
conflitos armados.”
trabalho.
Hoje estima-se que existem 25,9 milhões de refugiados em todo o mundo. Essas
A intenção é que seja elaborado um projeto que envolva todas as etapas da
pessoas saíram de seus países de origem para tentar sobreviver em outro lugar, já
chegada do refugiado, desde a habitação, até a ajuda na formação profissional e na
que continuar aonde estavam representava um perigo de vida maior.
inclusão social e cultural, que pode ser muito difícil por diversos fatores, desde o
Dessas 24,5 milhões de pessoas em necessidade de refúgio, a grande maioria é
idioma falado até a xenofobia enfrentada por essas pessoas nos novos lugares.
originaria da Síria, país que está enfrentando uma guerra civil desde meados de
Essas ajudas porém serão verdadeiras trocas, aonde os refugiados, além de
2011. Em seguida temos o
conhecer e aprender novos costumes, línguas e habilidades, poderão também
Afeganistão, que também sofre com conflitos internos a mais de três décadas. E o
ensinar e apresentar os seus próprios comportamentos, suas próprias
terceiro maior país em números de refugiados é o Sudão do Sul, que sofre com a
competências, e assim se envolver mais com a sociedade em si. E esse intercâmbio
guerra civil que começou em 2013.
só é possível em um espaço em que eles se sintam confortáveis e acolhidos.
No Brasil, existem cerca de 11 mil refugiados reconhecidos pelo governo, aonde 56%
E é nesse momento em que se faz tão importante um projeto bem elaborado,
são sírios. Recentemente porém, com a crise política e econômica que começou em
visando essa troca da forma mais natural e harmoniosa possível, com espaços
2014 e se intensificou em 2017, nossa vizinha Venezuela vem sendo o principal país
pensados para que a integração seja fácil e não traumática, tanto para os refugiados
de onde vem as solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. Estima-
quanto para a população local, que deve acolher e ajudar nessa nova etapa da vida
se que quase 3 milhões de venezuelanos tenham deixado o país desde que a crise
dessas pessoas.
se agravou. E apenas em 2018, de um total de 80 mil solicitações de refúgio no Brasil, pouco mais de 61 mil foram de venezuelanos.
2 OBJETIVOS
Todas essas crises de migração ao redor do mundo refletem a importância de se abordar o tema dos refugiados. Muitas pessoas estão se deslocando para salvarem
O trabalho visa apresentar uma solução de projeto alternativo ao que existe hoje no
suas vidas, e elas precisam ser acolhidas e assistidas em algum lugar, com alguma
Brasil para lidar com a questão de alojamento e inclusão para refugiados. O Centro
dignidade.
de Acolhimento e Integração aos Refugiados tem como meta ajudar a solucionar a
A questão sobre o tema é como ajudar essas pessoas, não apenas fornecendo a
questão de falta de moradia e assistência direta e exclusiva para pessoas em
habitação temporária que eles precisam, mas também englobar todos os outros
situação de refúgio.
tipos de auxílio que eles possam precisar, como a ajuda legal em relação a
O objetivo geral do tema escolhido é integrar e abrigar pessoas em situação de
documentos, a ajuda psicológica para tratar todos os traumas que essas pessoas
refúgio, através de habitações temporárias contemporâneas e atividades abertas a
passaram, a ajuda social para facilitar a integração dos refugiados com a sociedade
toda a população, facilitando o intercâmbio de cultura, social, esportivo e
que agora é nova pra eles, entre outras formas de assistência.
pedagógico.
São diversos casos de pessoas em situação de refúgio, desde pessoas desacompanhadas que fugiram do seu país sozinhas, até mesmo casos de famílias
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Com tudo ocorrendo no mesmo espaço, respeitando os limites que as respectivas
Segundo o coordenador-geral do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE),
áreas e atividades demandam, a intenção é trazer uma sensação de acolhimento e
Bernardo Laferté, três ondas migratórias recentes chamam mais atenção no Brasil: a
pertencimento aos refugiados.
do Haiti, iniciada em 2010; a de Sírios e, mais recentemente, a dos venezuelanos.
Criando um projeto integrado, focado em habitação temporária, o Centro aborda
No começo de 2020, o CONARE concedeu o status de refugiado a 17 mil
também questões pertinentes a vida dos refugiados no seu novo país, com a
venezuelanos. Graças a alterações feitas nos critérios de avaliação para a obtenção
intenção de integrá-los a sociedade para facilitar a nova experiência de vida dessas
do status, foi possível reconhecer um número expressivo de forma mais rápida e
pessoas. Para isso, é importante entender as situações em que os refugiados
eficiente. O total de pedidos de refúgio no Brasil por parte de venezuelanos foi de
chegam no país, desde os motivos em que os levaram a fugir de seus lugares de
aproximadamente 100 mil.
origem, até os meios que foram utilizados para esse translado. Entender os
Levando em conta todos esses dados, podemos concluir que o Brasil tem grandes
problemas que levaram o refugiado até aquela situação ajudam a chegar a
chances de receber cada vez mais refugiados. E essas pessoas, desde o momento
conclusão de quais são os melhores tipos de assistência que ele pode receber
em que aguardam a aprovação ou não da condição de refugiado, recebem um
naquele momento. Através disso é possível planejar habitações mais acertavas,
protocolo que dá a eles todos os direitos dos residentes no Brasil — exceto
assim como outros tipos de assistências e ajudas que pode fazer a diferença,
prerrogativas inerentes à cidadania brasileira como o direito de votar e de ser
indicando melhores formas de recuperação, desde físicas a mentais.
votado.
Na outra mão, é importante entender também como funciona a vida das pessoas
Nesse contexto, é necessário aumentar a capacidade de acolhimento e de melhora
que serão afetadas diretamente pela implantação do Centro. Infelizmente a falta de
de vida dos refugiados. Por possuir politicas mais abertas com refugiados, o Brasil
informação ajudam a aumentar a xenofobia e o preconceito com essas pessoas. E
se torna um destino em potencial, podendo ser escolhido como opção para cada
trabalhando em cima dessas informações através da integração e interação mais
vez mais refugiados.
direta entre os refugiados e a sociedade ao seu entorno, o projeto pode simplificar a
Aumentando a quantidade de pessoas chegando é necessário aumentar também a
troca de experiências e proporcionar mais inclusão, tanto dos refugiados com a
capacidade de absorção dessas pessoas, entregando também qualidade de vida e
população local, como contrário também, da população com os refugiados.
as ajudas necessárias, além de apenas moradia, para que seja mais fácil que o
Mantendo o foco em habitação temporária, o projeto visa ajudar o refugiado a se
refugiado se encontre no novo país e passe a ser uma pessoa presente na
capacitar para poder integrar a sociedade, se tornando ativo para a coletividade e
comunidade.
para o país.
Ao mesmo tempo em que é preciso acolher essas pessoas, é necessário também oferecer boas condições, porém sem afetar as pessoas que estão ajudando a
3 JUSTIFICATIVA
receber os refugiados, a população do local em que eles se instalarem. É preciso que, ao aceitar o refugiado, sejam dadas condições para que ele, depois de todas as
Em dezembro de 2018, o Brasil contabilizava 11.231 pessoas com o status de
assistências necessárias, consiga caminhar com as próprias pernas e consiga se
refugiados. Nesse mesmo mês, 161.057 era o número de novas solicitações para
reerguer no novo país. E isso não significa prejudicar os cidadãos que aqui já estão.
obtenção desse status.
Portanto é necessário encontrar o equilíbrio na equação em que um não afete de
É fácil perceber o aumento desse números de pessoas reconhecidas legalmente
maneira negativa a vida do outro.
como refugiadas quando analisamos os números de anos anteriores. Em 2011, o
Um dos pontos mais importantes para um centro de acolhimento para refugiados é
Brasil havia reconhecido um total de 4.035 refugiados, número que subiu para 7.262
a sua localização. Por estar próximo da capital do estado, que é a cidade com maior
em 2014.
números de solicitações de refúgio do Brasil, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), o projeto será locado em Mogi das Cruzes. Mogi pode se tornar uma importante opção para desafogar o sistema de
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acolhimentos aos refugiados de São Paulo. A proximidade da cidade do Aeroporto
necessidades dos refugiados, ao mesmo tempo em que ele se integre e se relacione
de Guarulhos também é uma vantagem, já que, segundo o ACNUR, o aeroporto é
com a sociedade, de uma forma a trazer benefícios a todos os envolvidos nessa
um dos principais meios de entrada dos refugiados no país. A proximidade entre a
convivência?
cidade e São Paulo e também a facilidade de acessar a cidade por meios de
É possível responder essa questão através de um projeto que seja assertivo no
transporte públicos como o trem e os ônibus são talvez as principais vantagens de
programa de necessidades, atendendo toda a demanda necessária do refugiado, ao
escolher Mogi das Cruzes como cidade para receber o projeto.
mesmo tempo em que seja um projeto que inclua a sociedade nesse processo, fazendo com que todos façam parte dessa reabilitação das pessoas em refúgio, e
4 PROBLEMATIZAÇÃO
também auxilie e ajude as pessoas a entenderem e se envolverem com essa questão, criando a inclusão e a empatia com essas pessoas. Segundo Magalhães
As migrações internacionais, seja quais forem suas causas e efeitos, não podem ser reduzidas a números, a dados estatísticos. Elas são protagonizadas por seres humanos. Não por coletividades abstratas, uniformes e padronizadas – “os” migrantes, “os” estrangeiros, “os” refugiados
(2018) é necessário interpretar o direito à cidade não só como o direito de usufruir os vários serviços locais oferecidos, mas também como o direito de territorialidade formado a partir das próprias referencias étnicas, culturais e valores.
– e sim por sujeitos concretos que possuem biografias singulares, trajetórias existenciais específicas, recursos materiais, simbólicos e sociais peculiares. O
5 DEFINIÇÃO DO TEMA
ser humano que sai de sua terra é um ser único e irrepetível, portador de uma identidade moldada no decorrer de sua inédita história, em interação
O tema escolhido para ser desenvolvido nesse trabalho é um Centro de
constante com o meio ambiente social, político, econômico e cultural em que
Acolhimento e Integração para Refugiados.
viveu. (MARINUCCI, 2019, p. 07)
Desde a crise migratória de 2015 na Europa, e mais recentemente em 2019, com os
Recentes crises migratórias tem acontecido ao redor de todo o mundo. Conflitos,
venezuelanos abandonando em massa o seu país, o tema refugiados tem sido
guerras civis, perseguições de origem religiosas, políticas ou raciais e étnicas, entre
constante em noticiários e jornais, levantando essa séria discussão entorno das
outros motivos, influenciam pessoas a deixarem seus lares e sua vida pra trás em
pessoas que são obrigadas a deixar seu país de origem para tentar buscar mínimas
busca de ajuda e refúgio. Porém as dificuldades não acabam a partir do momento
condições de vida em outro lugar.
em que o refugiado abandona o seu país. Pelo contrário, é nesse momento em que
Para entendermos a importância do tema escolhido a ser apresentado, precisamos
outros obstáculos aparecem. Cruzar fronteiras, viagens em longas e em condições
primeiro compreender algumas definições que envolvem o tema.
precárias, riscos de vida durante translados, são muitas as problemáticas que
Primeiro, é importante entender a diferença entre migrantes e refugiados. Com a
envolvem fugir e buscar refúgio.
popularização do tema, esses dois termos tem sido cada vez mais usados como
Ao chegar no local de destino, ainda mais complicações podem surgir. Conseguir
sinônimos, tanto pela mídia quanto por outros meios de discussões, porém eles não
solicitar refúgio a um país, ser aceito na condição de refugiado, encontrar
retratam a mesma situação e essa confusão pode trazer problemas para refugiados
acolhimento e assistência, além do claro e explícito preconceito que os refugiados
e solicitantes de refúgio, assim como pode dificultar o entendimento em debates
sofrem da população local do país em que eles chegam.
sobre migração e refúgio.
Uma pessoa que prefere passar por tudo isso, arriscando sua vida e muitas vezes de
Refugiados são, especificamente, pessoas que estão fora de seu país de origem por
seus familiares também, chegou em um momento em que prefere tentar todas
diversas questões como perseguição, conflito, violência e outras circunstâncias que
essas variáveis ado que continuar sofrendo aonde está. É preciso entender a
trazem temor e que, portanto, precisam de proteção internacional. Essas diversas
relevância que o atendimento e a ajuda a essas pessoas tem em suas vidas.
questões são frequentemente tão perigosas e intoleráveis que faz com que essas
Com a ideia de tentar minimizar os problemas que envolvem todas as situações dos
pessoas prefiram muitas vezes arriscar a vida tentando cruzar fronteiras nacionais
refugiados, seria possível criar um espaço de habitação que atenda a demanda e as
para buscar segurança e apoio em outros países. Essas pessoas são reconhecidas
15
internacionalmente como refugiados, e passam a ter assistência dos países, do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e de outras
As crises econômicas e politicas pelo mundo tem se expressado e
organizações relevantes que tratam de refugiados.
culminado na ascensão de governos populistas e nacionalistas que
Por ser extremamente perigoso retornar ao seu país de origem, essas pessoas
estimulam e endossam a grita xenofóbica contrária ao direito de
precisam de refúgio em outro lugar. A recusa de refúgio a essas pessoas pode ser
migrar, por um lado, e, por outro, também em políticas esquizofrênicas que tentam articular ações de Direitos Humanos à securitização e à
potencialmente fatal para suas vidas.
criminalização de migrantes. (PEREIRA, 2018, p. 01).
Já o termo migrante não possui uma definição legal que seja reconhecida a nível internacional. Algumas organizações e meios de comunicação tratam o termo como generalista e o utilizam para tratar tanto de migrantes de fato quanto de refugiados. O fato é que existem até estatísticas globais sobre migrações internacionais que utilizam a definição incluindo também os solicitantes de refúgio e os refugiados. O problema é que, em se tratando de discussões públicas, essa prática pode atrapalhar e trazer sérias consequências para a vida e segurança de refugiados. O termo migração denota um processo voluntário, alguém que escolhe cruzar uma fronteira para tentar melhorar sua condição econômica ou de qualidade de vida, por exemplo. Em nenhum momento esse migrante corre risco de vida em seu país por questões de conflito, guerra, violência, perseguição política, racial, religiosa, entre outros. O migrante pode voltar para sua casa sempre que necessário, sem que isso represente um potencial perigo a sua vida. Por isso o termo se difere do refugiado, que não pode retornar a sua casa em segurança, e que por esse motivo, tem proteções específicas nos direitos humanos internacionais. São vários os motivos que podem levar uma pessoa a migrar voluntariamente para outro país, sendo que muitas vezes são mais de um motivo que encorajam esse movimento. Os migrantes podem estar atrás de melhores condições de vida, seja através de melhores empregos, por educação melhor, às vezes por reencontros familiares, entre outros. A migração pode acontecer também para alivias dificuldades ocasionadas por desastres naturais, fome ou extrema pobreza. De acordo com o direito internacional, as pessoas que deixam seus países por esses motivos não são consideradas refugiadas. Essas pessoas porém são protegidas pelos direitos dispostos na lei internacional de direitos humanos. Muitas vezes a falta de proteção por essas leis podem trazer sérias consequências para os migrantes, violando os direitos humanos. Discriminação, xenofobia, prisão ou detenção, trabalho forçado ou em condições análogas à escravidão são alguns dos efeitos que a falta de proteção das leis pode acarretar aos migrantes. Os refugiados porém não estão isentos desses problemas.
Existem ainda outros tipos de movimentação de migrantes, que se dão por tráfico de pessoas ou ainda menores separados ou desacompanhados. Essas pessoas podem necessitar de assistência e proteção específicas, e tem direito a esses anteparos. Cabe a gestão de migração de cada país garantir os direitos humanos a todas as pessoas em deslocamento. Um dos maiores perigos de confundir os dois termos é a falta de atenção necessária que isso pode trazer para os casos que realmente demandam de uma proteção legal, no caso dos refugiados. Proteção essa contra penalização por cruzar fronteiras sem autorização, assim como o non refoulement (princípio de não devolução de refugiados, com consequência de que os refugiados não podem ser extraditados, previsto no Direito Internacional dos Refugiados), por exemplo, que garantem ao refugiado seu direito humano universal de procurar refúgio quando necessário. A mistura dos termos migrante e refugiado pode enfraquecem o apoio ao refúgio institucionalizado em um momento em que o refugiado mais precisa de proteção. É necessário que se faça valer os direitos humanos do migrantes, mas ao mesmo tempo é preciso também garantir uma resposta legal e operacional para os refugiados, dada sua delicada situação, evitando que responsabilidades estatais sejam ignoradas e fornecendo possibilidades de vida e segurança para eles. Para isso, é importante que seja respeitada a diferença entre migrantes e refugiados, mantendo claro os motivos e características dos movimentos de refúgio, não esquecendo as obrigações específicas voltadas aos refugiados nos termos do direito internacional. Alguns sociólogos e pesquisadores da área utilizam o termo “migração forçada” para tratar diversos tipos de deslocamento ou movimentos involuntários, englobando o cruzamento de fronteiras internacionais e os deslocamentos dentro do mesmo país. A expressão tem sido utilizada referindo-se a pessoas que se
16
deslocam em razão de desastres ambientas, conflitos, fome ou projetos de
A definição de um centro de acolhimento seria um local para abrigo temporário de
desenvolvimento em larga escala.
pessoas solicitantes de refúgio, composto por áreas íntimas, como quartos com
Esse conceito porém não é universalmente definido e aceito, já que ele abrange uma
banheiros para acomodação de famílias, áreas de convivência e uso comum como
ampla condição de movimentação. Referir-se a refugiados como “migrantes
refeitório, áreas de lazer entre outros. Já a parte de inclusão teria o foco em trazer a
forçados” traz novamente o problema de falta de atenção necessária aos casos
sociedade para o centro de integração com atividades relevantes tanto para os
específicos de refúgios, que possuem definição clara no direito internacional e
locais quanto os refugiados. Oficinas de intercâmbio cultural, educacional e
regional, já que os Estados concordaram com um regime particular e bem definido
esportivo fazem parte do plano de integrar e trocar experiências, aproximando os
de medidas e obrigações legais em relação a eles.
vínculos sociais e ajudando na incorporação dos refugiados pela sociedade.
Como já mencionado, existem diversos motivos que fazer uma pessoa procurar
Além disso, diversas assistências estão previstas para ajudar na transição dos
refúgio em outro país. Esses motivos variam de acordo com a situação de cada país
refugiados para a nova vida: a assistência social, responsável por auxiliar no bem
e seus cidadãos, porém as causas mais comuns que fazem com que essa
estar social, promovendo ações efetivas para a melhoria na qualidade de vida e bem
movimentação seja necessária inclui causas políticas, aonde as pessoas fogem por
estar do refugiado; a assistência psicológica que é de extrema importância para
questões de perseguições políticas ligadas na maioria das vezes a oposição de
essas pessoas que passam por situações traumatizastes e podem ter dificuldades
governos autoritários; as perseguições religiosas, aonde crenças diferentes da
em seguir com uma nova vida em um novo lugar; e a assistência jurídica, necessária
maioria são perseguidas, muitas vezes violentamente, o que obrigam as pessoas a
para auxiliar os refugiados nos quesitos legais de suas situações, como a obtenção
buscar refúgio; as guerras, que foi um dos principais motivos da crise migratória na
de documentos. Além desses auxílios, está previsto no escopo do projeto postos de
Europa em 2015, quando a Guerra Civil da Síria, que teve início em 2011, levou a
informação e ajuda para a sociedade entender e auxiliar nessa trajetória de
milhões de sírios a procurarem refúgio em países vizinhos e da Europa; a questão
acolhimento e integração.
étnica e racial, que obriga as pessoas a fugirem por perseguições e massacres
Trabalhando em conjunto com ONGs e instituições que auxiliam os refugiados
contra sua etnia, que são seus aspectos socioculturais, e contra sua raça, que são
quando chegam ao país, o centro de acolhimento visa dar abrigo e condições para
suas características físicas e biológicas; e mais recentemente existem os refugiados
que essas pessoas possam ter uma nova oportunidade de vida.
ambientais, que são pessoas forçadas a sair de sua terra natal devido as mudanças no meio ambiente. Algumas dessas mudanças incluem a desertificação, a subida do
6 ASPECTOS HISTÓRICOS
nível do mar, as secas e a interrupção de eventos climáticos, como as monções. Para lidar com essas questões sobre refugiados, um centro de acolhimento e
Desde os princípios das sociedades, pessoas sofrem perseguições pelos mais
integração foi pensado para ajudar a receber e alojar essas pessoas com o mínimo
diversos motivos, sendo forçadas a abandonar suas casas em busca de melhores
de conforto e dignidade, para que elas possam se sentir mais a vontade para
condições de vida.
começar uma nova vida.
Em sociedades antigas, como a Grécia e a Roma, a proteção a pessoas nessas
A parte de acolhimento é importante relevância para o projeto, trazendo o bem-
situações já aconteciam em templos. O cristianismo também praticava essa
estar as famílias refugiadas, oferecendo toda a comodidade que uma casa, dada as
proteção nas igrejas, assim como os senhores feudais, na Idade Média, que
circunstâncias, poderia oferecer. Porém o foco do centro seria na parte de
concediam acolhida para pessoas que fossem merecedoras de acordo com seus
integração, que é de extrema importância para a continuidade dos refugiados no
entendimentos.
país acolhedor, assim como para a inserção deles na sociedade, tentando minimizar
O início da proteção internacional para pessoas em situação de refúgio aconteceu
os problemas oriundos desse tipo de situação, como o preconceito, a falta de
em 1921, quando foi formado o Alto Comissariado para Refugiados Russos, por
oportunidades e os maus tratos.
conta da decorrência do surgimento de refugiados da queda do Império Otomano e da Revolução Russa. À época, o Dr. Fridtjof Nansen (1861-1930), que era
17
representante da Noruega na Liga das Nações, vinha conduzindo desde 1919, a
Essas limitações acabaram por reconhecer refugiados em decorrência de eventos
repatriação de prisioneiros de guerra. Como primeiro Alto Comissário, ele conseguiu
antes da data da convenção, mas com o tempo essas definições se tornariam
garantir assistência para refugiados com ajuda de governos e organizações
ineficazes.
voluntárias, e foi também o responsável pela criação do Passaporte Nansen, um
A partir disso, em 1967, foi definido o Protocolo de 1967 relativo ao Estatuto dos
documento de identificação pessoal reconhecido internacionalmente, emitido pela
Refugiados, que visava ampliar a definição de refugiados para suprir as lacunas do
Liga das Nações a refugiados apátridas. Em 1923, como reconhecimento por todo
estatuto.
seu trabalho realizado, Nansen foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz.
O Brasil adotou à Convenção do Estatuto dos Refugiados por meio de decreto
Com o crescimento e ascensão do socialismo nacionalista na Alemanha, novas
assinado em 1961. Contudo a adesão foi parcial, tendo sido estabelecidas ressalvas
situações de refúgio acontecem, tendo os judeus não arianos e os opositores ao
geográficas e temporais, além de limitações em relação aos direitos de associação e
regime como refugiados buscando assistência. Com a evolução da situação, a Liga
de trabalho remunerado.
das Nações criou uma administração em Londres para garantir uma realocação na
O Protocolo de 1967 foi considerado pelo Brasil apenas em 1972, quando a ressalva
Europa ou em outros países, para os perseguidos. Foi em 1933 que ocorreu a
temporal foi derrubada. Entretanto a ressalva geográfica e as limitações de direitos
Convenção de Genebra, uma das primeiras medidas jurídicas internacionais para
de associação e trabalho remunerado foram desconsideradas apenas em outros
lidar com os refugiados, dando mais proteção para essas pessoas.
decretos presidenciais, assinados no final da década de 80 e começo da década de
Em 1938 foi criado o Comitê Intergovernamental para Refugiados, com a intenção
90.
de fixar os refugiados em novos lugares. A partir de 1943, uma organização criada
O Brasil é considerado um dos países com as melhores políticas públicas para
pelos Aliados começou a trabalhar junto com esse Comitê, com a intenção de
acolhimento de refugiados, tendo sua lei específica, a Lei 9.474, sendo criada em
repatriar as vítimas da guerra dos territórios ocupados. Ambas organizações foram
1997, e estabelecendo os procedimentos para a aceitação, cessação e perda de
substituídas, em 1947, pela Organização Internacional para Refugiados. O Brasil foi
condição de refugiado, assim como os direitos e deveres dos solicitantes de refúgio
um dos poucos países da América Latina a integrar essa organização, que foi
e as soluções permanentes para essa população.
extinta em 1951.
Os pedidos de refúgio no Brasil são analisados pelo Comitê Nacional para
Em 1950, em Assembléia Geral das Nações Unidas, foi aprovada uma resolução que
Refugiados (CONARE), órgão esse subordinado ao Ministério da Justiça e formado
implantou o Estatuto do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para
por representantes de diversas pastas como o Ministério das Relações Exteriores,
Refugiados (ACNUR). que entrou em vigor no ano seguinte. O artigo primeiro desse
do Trabalho, da Saúde, da Educação, da Polícia Federal e de organizações
estatuto diz que o Alto Comissariado deve proporcionar proteção internacional aos
dedicadas a assistência, integração e proteção dos refugiados no Brasil. O Alto
refugiados e buscar soluções concretas para o problema dos refugiados, em
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados e a Defensoria Pública da União
trabalho conjunto com os governos, para facilitar a repatriação ou aceitação
também possuem assentos no CONARE, porém com direito apenas a voz, e não
voluntária dos refugiados em outros países.
voto.
No mesmo ano em que o estatuto entrou em vigor, foi aprovada e convocada pela
Em um panorama geopolítico atual sobre os pedidos de refúgio no Brasil, segundo
Assembléia Geral das Nações Unidas, a Convenção relativa ao Estatuto dos
dados do CONARE, podemos analisar as seguintes informações: 17.800 pedidos de
Refugiados, que é considerada a Carta Magna da organização, definindo quem vem
refúgio vieram de venezuelanos em 2017, devido as crises
a ser um refugiado e esclarecendo os direitos e deveres entre os refugiados e os
políticas e sociais enfrentadas no país; no mesmo ano, 2.373
países que os acolhem. Porém a convenção estabelecia um limite temporal e
cubanos solicitaram refúgio no Brasil por conta da dificuldade
geográfico para a definição dos refugiados.
econômica no país; também por questões econômicas, ainda reflexo do terremoto em 2010, 2.362 haitianos entraram com pedido de refúgio no Brasil em 2017; na Angola, o conflito civil e
18
a dificuldade econômica forçaram 2.036 pessoas a pedirem refúgio no Brasil em 2017; supreendentemente, 1.462 chineses solicitaram refúgio no Brasil em 2017, despertando uma atenção especial do CONARE para os casos, já que o perfil desses refugiados não é claro e a bonança econômica chinesa descarta esse motivo; pessoas de outros países como Senegal, Síria, Nigéria, Bangladesh, República Democrática do Congo, entre outros, também tiveram solicitações de refúgio aplicadas para o Brasil em 2017. Os motivos são quase sempre os mesmos, como crises políticas e/ou econômicas, perseguição religiosa, conflitos armados e/ou étnicos, etc.
19
7 ESTUDOS DE CASO
Como não existia nenhum centro construído para as mesmas finalidades, apenas adaptações feitas em outros edifícios, várias questões foram aparecendo e sendo
7.1 CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO
resolvidas conforme o tempo e o desenvolvimento do projeto. Junto com o centro, foi projetado uma volumetria em uma parte do prédio, para ser
7.1.1
-
Ficha Técnica
alocado o edifício de escritórios de quatro pavimentos. Esse edifício está localizado na frente do terreno, já que seria comercialmente mais interessante que os
Nome do Projeto: Centro Comunitário São Cirilo
escritórios ficassem de frente pra rua, facilitando o acesso, e servindo de barreira
Localização: Porto, Portugal
para o centro, que ocupa o interior do quarteirão.
Arquiteto Responsável: Nuno Valentim e Frederico Eça Área Construída: 2.215 m2
Figura 02 - Entrada do Centro Comunitário
Ano do Projeto: 2002
7.1.2 Análise do Projeto O projeto está localizado na cidade de Porto, em Portugal, e nasceu da necessidade de atender o fluxo migratório enfrentado por Portugal no final dos anos 90. O crescimento da imigração em Portugal deixava clara deficiência dos processos de acolhimento e integração desses novos cidadãos. Alocado em um terreno com 2.000 m2, sendo a frente de 20 metros e 100 metros de profundidade, o perímetro do terreno era completamente irregular. Figura 01 - Fachada do Centro Comunitário São Cirilo
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-50452/centro-comunitario-saocirilo-e-edificio-de-escritorios-nuno-valentim-e-frederico-eca-arquitectos
O projeto foi desenvolvido de forma a ocupar todos os espaços do terreno, mesmo esse sendo irregular na sua forma. Para viabilizar o projeto dessa forma, foram pensados vários pátios para atender a necessidade de iluminação e ventilação natural, bem como o programa de necessidades e as exigências legais. O primeiro pátio encontra-se logo após o edifício de escritórios, de forma que serve para indicar a entrada do centro comunitário, com a abertura para a rua, e também Fonte: http://arquitecturafotos.blogspot.com/2012/04/centrocomunitario-sao-cirilo-portugal.html
para separar as duas funções do projeto. O segundo pátio foi pensado para iluminar e ventilar as salas de atendimentos diversos (médico, jurídico, empregatício, religioso, entre outros) e os alojamentos temporários individuais e familiares.
20
Figura 03 - Pátio central
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-50452/centro-comunitario-sao-cirilo-eedificio-de-escritorios-nuno-valentim-e-frederico-eca-arquitectos
O terceiro pátio é a abertura mais expressiva do projeto, um pátio central que serve como jardim e como integrador dos espaços do centro comunitário. O quarto e último pátio fica ao fundo do terreno e é utilizado como uma área de serviço e apoio para a lavanderia. Figura 04 - Corredor interno
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-50452/centro-comunitario-sao-cirilo-eedificio-de-escritorios-nuno-valentim-e-frederico-eca-arquitectos
21
Figura 05 - Planta baixa
23 22
6
5
29 22
3
28
10
20
20
20
20
20
27
30 32
12
22 13
9 2
20
20
7
4
20
31
14
15
16
17
19
18
34
11
35
32
8 21
1
23
22
24
25
33 22
37
34
22 36
26
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-50452/centro-comunitario-sao-cirilo-e-edificio-de-escritorios-nuno-valentim-e-frederico-eca-arquitectos
Legendas: 1.
Entrada do Centro Comunitário
11. Sala técnica
21. Corredor para exposições
31. Ateliê
2. Acesso ao estacionamento
12. Pátio central
22. Banheiro
32. Vestiário
3. Átrio exterior
13. Enfermaria/farmácia
23. Apoio
33. Galeria de serviços
4. Átrio do edifício de escritórios
14. Atendimento médico
24. Cozinha
34. Lavanderia/rouparia
5. Antecâmara
15. Atendimento social
25. Bar
35. Pátio de serviço
6. Depósito de lixo
16. Atendimento empregatício
26. Despensa/frigorífico
36. Pátio central
7. Sala de escritório
17. Atendimento jurídico
27. Salão
37. Capela
8. Pátrio de entrada
18. Atendimento religioso
28. Palco
9. Recepção/atendimento
19. Sala de reuniões/direção
29. Biblioteca/videoteca
10. Sala de aula/espera
20. Alojamento
30. Galeria
22
Figura 06 - Setorização da planta baixa editada pelo autor
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-50452/centro-comunitario-sao-cirilo-e-edificio-de-escritorios-nuno-valentim-e-frederico-eca-arquitectos
Legendas:
- Acessos
- Serviços
- Áreas comuns
- Atendimentos
- Pátios
- Alojamentos
23
7.2 CONJUNTO BOUCICAUT Foi levando em consideração, além da escolha dos materiais e das cores, um padrão 7.2.1 Ficha Técnica
de aberturas na fachada e a natureza dos espaços públicos na hora de desenvolver o projeto.
-
Nome do Projeto: Conjunto Boucicaut
O programa proposto engloba três diferentes distinções para o projeto. No
Localização: Paris, França
pavimento térreo encontra-se a Agência de Curta Metragem, comércios e serviços.
Arquiteto Responsável: Michel Guthmann
Já nos outros pavimentos então distribuídos 49 apartamentos-estúdio para
Paisagismo: Sophie Alexinsky
trabalhadores migrantes e 57 unidade de habitação social.
Área construída: 6.500 m2
Os três programas estão distribuídos em um edifício com formato em U, o que
Ano do Projeto: 2013
permite a entrada de iluminação natural e a ventilação. Os apartamentos que abrigam os migrantes possui uma entrada independente e de
7.2.2 Análise do Projeto
fácil acesso, não interferindo nas outras funções do edifício. Um corredor para ciruclação atravessa o edifício, ligando a rua a uma passarela. Esse corredor dá
O projeto está localizado em Paris, na França, em um terreno aonde antes
acesso aos halls de entrada, que ficam em torno de duas escadas.
funcionava o Hôpital Boucicaut, que era um bloco bem uniforme em relação ao
A Agência de Curta Metragem, que possui um pequeno cinema para 42 lugares,
entorno. O projeto de desenvolvimento urbano proposto para a área mantém a
está localizada em uma unidade separada no térreo do edifício, com acessos
uniformidade do lado de dentro do edifício, contrastando com o entorno, que é
independentes. Apesar de ser completamente integrado com todo o edifício, a
cercado dos diferentes estilos arquitetônicos existentes. O projeto urbano propõe
agência funciona de forma independente do resto do conjunto.
uma organização em relação aos volumes, cores e materiais, todos acordando com uma certa continuidade histórica, preservando a característica residencial do bairro. Figura 08 - Entrada de pedestre Figura 07 - Fachada do edifício
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/evdUTwBNVU/conjunto-boucicaut-slash-mg-au? ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/evdUTwBNVU/conjunto-boucicaut-slash-mg-au? ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
24
Todo o pavimento térreo está elevado cerca de 50 cm do nível da rua, prevendo
Os apartamentos tipo estúdio para os migrantes são simples e econômicos. Estão
possíveis inundações. Essa diferença é facilmente vencida por uma inclinação suave
distribuídos em sete pavimentos, que são completamente independentes do resto
de cerca de 2% da calçada em relação aos halls.
da estrutura. Cada pavimento conta com sete estúdios, que também possuem
O acesso aos apartamentos da habitação social acontece na passagem de
grandes aberturas, facilitando a camuflagem desses apartamentos em relação aos
pedestres dentro do edifício, que é privada, com portões de acesso em cada
outros do edifício. Essa uniformidade nas aberturas ajudam a evitar a diferenciação
entrada. Os dois halls de entrada ficam opostos um ao outros.
dos tipos de apartamentos, evitando o risco de estigma e xenofobia com os
Nos pavimentos superiores então dispostos 57 apartamentos, distribuídos em 6
migrantes.
pavimentos, que estão organizados ao redor das duas escadas. Uma delas dá
Os espaços em comum ficam localizados no térreo, ao longo do jardim que é
acesso a 34 apartamentos, e a outra à 23. As orientações dos apartamentos variam,
exclusivo dos residentes da parte dos estúdios
e cada pavimento possui uma variedade de apartamentos, incentivando a integração social entre as gerações. Todos os apartamentos possuem um pavimento, com excessão de quatro apartamentos de cinco dormitórios, que são duplex e também possuem um terraço particular. Todos os apartamentos valorizam a conexão do interior com o exterior através de grandes aberturas. No quinto pavimento existe um terraço de acesso livre aos moradores, que funciona como um jardim suspenso. Esse terraço, que oferece vista para a Torre Eiffel, possui um amplo deck de madeira, pequenas árvores e uma fonte d’água.
Figura 09 - Terraço no quinto andar
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/evdUTwBNVU/conjunto-boucicautslash-mg-au?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
25
Figura 10 - Implantação editada pelo autor
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/evdUTwBNVU/conjunto-boucicaut-slash-mg-au?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Legendas:
- Acesso Agência de Curta Metragem
- Acesso apartamentos estúdio, comércio e serviços
- Acesso apartamentos de habitação social, comércio e serviços
- Accesso garagem
26
Figura 11 - Planta térreo editada pelo autor
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/evdUTwBNVU/conjunto-boucicaut-slash-mg-au? ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Figura 12 - Planta tipo editada pelo autor
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/evdUTwBNVU/conjunto-boucicaut-slash-mg-au? ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Legendas:
- Acessos
- Apartamento estúdio
- Comércios e serviços
- Agência de Curta Metragem
- Apartamento de habitação social
- Circulação vertical
- Circulação horizontal
27
7.3 CENTRO COMUNITÁRIO CAMBURI
O projeto teve três principais requisitos apresentados pela associação local de Cambury, que é possibilitar um espaço comunitário para reuniões, atividades
7.3.1 Ficha Técnica
escolares e outros eventos, ainda contando com salas separadas para classes e espaços para armazenamento de materiais; a formação de uma percepção de
-
Nome do Projeto: Centro Comunitário Camburi
centro geográfico do bairro; e a integração do edifício dentro da paisagem do
Localização: São Sebastião, São Paulo, Brasil
entorno e com a escola existente no mesmo terreno.
Arquiteto Responsável: Sven Mouton
Aproveitando os ventos predominantes, o edifício é voltado para a direção do mar,
Área construída: 175 m2
possui um teto elevado e paredes posicionadas para evitar o bloqueio do fluxo do ar
Ano do Projeto: 2018
no interior do edifício. Em momentos quentes e úmidos, as correntes de vento ajudam no bem-estar dos usuários.
7.3.2 Análise do Projeto Figura 14 - Perspectiva axonométrica do projeto O projeto fica localizado na praia de Cambury em São Sebastião, São Paulo. Fica em uma área da mata Atlântica, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar. O desenvolvimento da área no início dos anos 70 acabou por expulsar cerca de 80% da população local, que teve que se deslocar para áreas menos acessíveis ou até mesmo para outras cidades na costa. Com o intuito de proteger os remanescentes florestais, o governo criou vários parques de reservas, porém isso acabou por restringir significativamente as atividades dos moradores locais. Figura 13 - Fachada do Centro Comunitário
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cruarchitects?ad_medium=gallery
Para contar com um contraventamento adequado, a construção teve de ser bem estudada e executada. O uso de quatro colunas, com a cinta transversal em ambas as treliças laterais é o suficiente para garantir a boa ação em relação ao contraventamento. Utilizando uma técnica de construção característica, o bambu foi amplamente utilizado, assim como a taipa que foi reintroduzidas no projeto. A cooperativa local de eco-construção recebeu treinamento para a execução do Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cruarchitects?ad_medium=gallery
projeto e estão capacitados a prestar serviços de manutenção e construção com essas técnicas.
28
Figura 15 - Planta editada pelo autor
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cru-architects? ad_medium=gallery
Legendas:
- Despensa
- Pátio
- Salas de ensino
- Cozinha
- Loja
- Praça central
- Administração
- Espaço multiuso coberto
- Centro comunitário
- Entrada
29
7.4 INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL
O edifício se abre para a população como um equipamento de uso público e coletivo, assim como reverencia a paisagem natural que o cerca, com o rio e suas
7.4.1 Ficha Técnica
praias de areia branca e a grande extensão da mata amazônica. Esse conceito fica claro no último piso do edifício, que é um grande espaço de convivência que
-
Nome do Projeto: Instituto Socioambiental
aproveita a paisagem local.
Localização: São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil
O projeto teve como fatores importante e até norteadores o fato da cidade ser
Arquiteto Responsável: Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz
isolada geograficamente, além da poucas opções de materiais para serem usados
Área total: 1.083 m2
na construção.
Ano do Projeto: 2006
A estética do edifício é simples, sendo um cubo branco de 16 metros por 16 metros, com três pavimentos construídos usando técnicas tradicionais de alvenaria
7.4.2 Análise do Projeto
revestida e caiada. Uma pele de madeira foi projetada para proteger a edificação das chuvas de ventos
Com uma população de aproximadamente 20.000 habitantes, a cidade de São
fortes e uma grande cobertura de palha piaçava traz o conforto térmico.
Gabriel da Cachoeira recebeu a execução do projeto da seda o Instituto
Madeiras e cipós foram usados para a cobertura e também para uma estrutura
Socioambiental, que foi pensado para estabelecer uma conexão entre mais amigável
adjacente que veste a construção central que, além de protegê-la das condições
entre a ocupação humana e o meio ambiente.
climáticas, abriga toda a circulação vertical e horizontal formando marquises, balcões e escadas.Desse modo, a vida no edifício se relaciona com o entorno o tempo todo, visualmente e também construtivamente, com o uso de materiais
Figura 16 - Fachada do Instituto
locais.
Figura 17 - Pavimento superior do Instituto
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/797777/instituto-socioambiental-nil-isa-brasilarquitetura?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/797777/instituto-socioambiental-nil-isa-brasilarquitetura?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
30
O pavimento térreo abriga um grande salão multiuso para trabalhos, exposições,
Figura 19 - Planta térreo editada pelo autor
projeções, conferências e biblioteca, e conta também com um telecentro aberto a população. No primeiro andar, ficam os apartamentos que abrigam pesquisadores e visitantes, e no piso superior fica uma grande sala de convivência com um redário para descanso ou reuniões, uma cozinha coletiva e uma sala. Com suas varandas, seu salão aberto e acolhedor no térreo, e seu terraço panorâmico na cobertura, podemos afirmar que todo o edifício é uma grande área de encontros de trabalho e lazer dos usuários e visitantes. Podemos afirmar ainda que todo o projeto, também em sua relação com a cidade e com a natureza, está fundado nos princípios da convivência.
Figura 18 - Pavimento térreo
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/797777/instituto-socioambiental-nil-isa-brasilarquitetura?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Legendas:
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/797777/instituto-socioambiental-nil-isa-brasil-
- Sala multiuso
arquitetura?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
- Circulação vertical
- Telecentro
31
Figura 20 - Planta 1º pavimento editada pelo autor
Figura 21 - Planta 2º pavimento editada pelo autor
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/797777/instituto-socioambiental-nil-isa-brasilarquitetura?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/797777/instituto-socioambiental-nil-isa-brasilarquitetura?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Legendas:
- Sala multiuso
- Cozinha
- Circulação vertical
- Apartamentos
- Espaço de convivência
32
8 VISITA TÉCNICA
Segundo o padre, diversas empresas participam dessas dinâmicas e contratam os acolhidos pelo centro.
8.1 CASA DO MIGRANTE MISSÃO PAZ
Em relação os serviços de saúde, primeiros atendimentos em pediatria e clínica geral são feitos no centro, porém existe o auxílio para que os migrantes consigam
8.1.1
Ficha Técnica
- Nome do Projeto: Casa do Migrante - Localização: São Paulo, São Paulo, Brasil
utilizar dos sistemas públicos de saúde da cidade. Existem também os auxílios para encaminhamento das crianças para creches e escolas, assim como cursos de português nos níveis básico e intermediário. Para níveis avançados, a Missão Paz trabalha em parceria com universidades para oferecer o curso.
8.1.2 Análise da Visita
O Centro de Estudos Migratórios é o espaço de estudos e pesquisas da Missão Paz. Ele possui uma biblioteca especializada em migração, publica a revista Travessia,
Realizada no dia 11 de março de 2020, a visita técnica à Casa do Migrante foi
oferece cursos à distância, organiza seminários, assessora momentos de formação e
monitorada pelo Padre Paolo Parise, italiano que está a mais de 10 anos a frente da
organiza visitas monitoradas para que estudantes e pesquisadores possam
Missão Paz.
conhecer a estrutura e atuação da Missão Paz.
A Missão Paz é formada por quatro vertentes localizadas todas no mesmo espaço,
E a Igreja Nossa Senhora da Paz, que é a paróquia que fica no complexo e atende
utilizando todo o quarteirão para formar um único local de atendimento, auxílio e
católicos migrantes que procuram pela religião católica. Na Missão Paz são
acolhimento ao migrante. São essas vertentes a Casa do Migrante, o Centro Pastoral
respeitadas todas as religiões e ninguém é obrigado a participar de nenhuma delas,
e de Mediação do Migrante, o Centro de Estudos Migratórios e a Igreja Nossa
sendo todos os migrantes livres para exercer sua religião dentro do centro.
Senhora da Paz. A Casa do Migrante, aonde foi realizada a visita técnica, é o abrigo da Missão Paz, servindo de acolhimento para os migrantes. O Centro Pastoral e de Mediação dos Migrantes é o eixo de atendimento e serviços voltados aos imigrantes, estruturado nos seguintes temas: documentação e jurídico;
Figura 22 - Igreja Nossa Senhora da Paz
Figura 23 - Complexo da Missão Paz
trabalho, capacitação e cidadania; saúde; serviço social; família e comunidade. É nesse centro que são oferecidos os serviços de atendimento jurídico e de documentação, aonde a Missão Paz, em trabalho com os consulados das diversas nacionalidades dos migrantes e com os poderes públicos, providenciam e auxiliam na obtenção de vistos e de documentos de permanência para essas pessoas. O auxilio jurídico também acontece nesse centro. São feitos também encaminhamentos para instituições de ensino e de capacitação profissional, para que o migrante possa ter uma formação técnica que o ajude a encontrar trabalho. São ministradas também palestras tanto para os migrantes quanto para os contratantes, a fim de auxiliar e facilitar essa integração entre o mercado de trabalho e o trabalhador migrante, explicando os direitos e deveres de ambos.
Fonte: Fotos tiradas por Nícolas Pisteco
33
A Casa do Migrante tem capacidade para acolher 110 pessoas, porém segundo o padre Parise, houveram épocas de crises migratórias em que a Casa acolheu mais
Figura 26 - Corredor de acesso aos alojamentos
Figura 27 - Entrada principal da Casa do Migrante
de 200 pessoas. Nela são oferecidos alimentação, material de higiene pessoal, roupas, aulas de português, acompanhamento de assistentes sociais e apoio psicológico. A Casa disponibiliza uma sala de TV, uma biblioteca, uma brinquedoteca e uma lavanderia para uso coletivo entre os moradores. Hoje são 16 nacionalidades diferentes que são abrigadas na Casa do Migrante, dentre esses são venezuelanos, haitianos, bolivianos, paraguaios, angolanos, cubanos, entre outros.
Figura 24 - Corredor interno
Figura 25 - Sala de atendimentos Fonte: Fotos tiradas por Nícolas Pisteco
A área dos alojamentos fica separada das demais áreas do edifício, ajudando na privacidade dos acolhidos. Os alojamentos ficam no piso superior do edifício, e as áreas comuns como refeitório, salas de estudo, lavanderia, entre outros, ficam no térreo. Todo o anexo do alojamento fica em volta de um pátio central, que funciona como uma área de convivência e ajuda a trazer luz e ventilação natural ao edifício. Infelizmente não foi possível visitar os alojamentos, assim como as fotos foram em Fonte: Fotos tiradas por Nícolas Pisteco
lugares pontuais da edificação, já que os migrantes não se sentem confortáveis sendo registrados. Figura 28 - Pátio central da área dos alojamentos
Os alojamentos são divididos em duas alas, a masculina e feminina, aonde se encontram os dormitórios compartilhados como vagas para 8 a 10 pessoas. No caso de mulheres com crianças, elas sempre ficam com seus filhos. Os quartos são exclusivos para o período da noite, não sendo permitido a permanência neles durante o dia, para estimular a procura por emprego e outras atividades. Por esse motivo, durante o dia, os pátios estão sempre movimentados.
Fonte: Foto tirada por Mariana Lira
34
Apesar da visita ser restringida a apenas algumas áreas de uso comum do complexo
Figura 30 - Slide de setorização da apresentação do Missão Paz
da Missão Paz, foi possível perceber que todas as edificações estão bem setorizadas de acordo com suas funções. O foco maior da visita foi a Casa do Migrante, aonde ficam os alojamentos e as áreas pertinentes ao seu funcionamento. O espaço é bem distribuído e bem arejado, graças ao pátio central.
Figura 29 - Corredor das áreas de uso comum do alojamento
Fonte: Imagens disponibilizada pela Missão Paz
Fonte: Foto tirada por Mariana Lira
Na figura a seguir podemos entender melhor a setorização do complexo, apesar de
Legendas:
termos visitado apenas algumas áreas. A parte representada azul é aonde fica o Centro de Estudos Migratórios, e foi por onde foi feito o acesso no dia da visita. A parte amarela é aonde se encontra o Centro Pastoral e de Mediação dos Migrantes, que possui também um pátio central
- Área de Administração da
- Casa do Migrante
Igreja, palestras e eventos
nos mesmo moldes da Casa do Migrante, e que tem acesso direto tanto para a Igreja, representada em roxo, quanto para a Casa do Migrante, representada em
- Centro de Estudos Migratórios
- Futuro edifício anexo
- Centro Pastoral e de
- Entrada de automóveis
vermelho. É possível perceber como o pátio central funciona na Casa do Migrante, trazendo a abertura dentro do bloco. As demais áreas não foram possíveis visitar durante o percurso monitorado.
Mediação dos Migrantes
- Igreja Nossa Senhora da Paz
e pedestres
35
Figura 31 - Autor na entrada principal da Casa do Migrante
9 ÁREA DE INTERVENÇÃO 9.1 LOCAL 9.1.1
Cidade
Mogi das Cruzes é um município da Microrregião de Mogi das Cruzes, na Mesorregião Metropolitana de São Paulo, no Estado de São Paulo, no Brasil (Figura 33). Pertence a Região Metropolitana de São Paulo e está localizada a 60 km da capital. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada da cidade em 2019 era de 445.842 habitantes. Mogi também foi considerada a 7ª melhor cidade para se viver do país, em ranking feito em 2014 pela organização Delta Economics & Finance. Mogi das Cruzes acolhe colônias de todos os cantos do mundo, com destaque especial para a colonização japonesa, com uma grande quantidade de japoneses e seus descendentes (aproximadamente 20%, segundo a prefeitura), que já estão em sua terceira geração no município. Fonte: Fotos tirada por Nícolas Pisteco
Figura 32 - Alunos na frente do complexo
Mogi das Cruzes faz limite a oeste com as cidades de Arujá, Itaquaquecetuba, Suzano e Santo André. Ao sul, as cidades limítrofes são Santos e Bertioga. À leste temos as cidades de Biritiba Mirim e Guararema e finalizando as fronteiras da cidade, ao norte temos Santa Isabel (confirme Figura 34). Figura 33 - Mapa de inserção da cidade no estado editado pelo autor
Fonte: Fotos tirada por Nícolas Pisteco
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mogi_das_Cruzes
36
Figura 34 - Mapa dos municípios limítrofes
também facilitaram a escolha, já que os refugiados que precisam de acolhimento quase sempre se locomovem através desses meios. Além de estar próximo da cidade de São Paulo em si, Mogi das Cruzes também está bem próxima do Aeroporto de Guarulhos - um dos principais pontos de entrada de
Santa Isabel
imigrantes no país - e também é acessível facilmente pelo litoral do estado, fazendo fronteira com a cidade de Santos, outro ponto importante de entrada de refugiados no país.
Arujá
O terreno escolhido fica localizado bem no centro da cidade, na Rua Ipiranga Guararema
Itaquaquecetuba
(Figura 35), que é bem movimentada e considerada uma das vias mais importantes da cidade, que faz a ligação do Distrito de Brás Cubas a região central da cidade, junto com a Avenida Francisco Ferreira Lopes (conforme Figura 36).
Mogi das Cruzes Suzano Biritiba Mirim
Santo André
Figura 35 - Vista aérea do terreno editada pelo autor
Bertioga
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Fonte: Mapa criado pelo autor
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Santos
9.1.2 Terreno A importância da escolha do terreno pode ser considerar ponto chave em um projeto que aborda o acolhimento de refugiados, que dão entrada no país por diversos pontos diferentes, como aeroportos, portos e por terra, através das fronteiras com outros países. O principal motivo que norteou a escolha do terreno na cidade de Mogi das Cruzes é a sua localização. Por estar bem próximo da cidade de São Paulo, que é hoje a cidade com maior número de refugiados do país segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Mogi se torna uma opção viável para ajudar São Paulo a desafogar o alto número de pessoas em busca de refúgio. O fácil acesso a cidade através de meios de transporte públicos, como ônibus e trem,
Fonte: Google Maps (23°31'37.4" S 46°11'40.9" W)
37
Figura 36 - Indicação das ruas de ligação do distrito de Brás Cubas, editado pelo autor
Já o Coeficiente de Aproveitamento básico é 3, o que significa que pode ser construída uma área de 11.919,60 m2 contando todas as áreas edificadas do projeto. Já o Coeficiente de Aproveitamento máximo é 6, resultando em 23.839,20 m2. O gabarito de altura da Zona Central é igual ao da Zona Especial de Interesse Urbanístico (ZEIU). No caso da localização do terreno, é necessário seguir as orientações de zoneamento do ZEIU-1A, que permite um gabarito de até 72 m de altura para as condições do terreno escolhido. Os recuos também são indicados pelo ZEIU-1A, que indica recuo frontal de 5 metros e de fundos de 2 metros. Já os recuos laterais não são obrigatórios nessa zona. A Taxa de Permeabilidade é de 20%, totalizando uma área de 794,64 m2. Analisando esses números do zoneamento, podemos perceber que o terreno possibilita grandes construções. Com um programa de necessidades que gira em torno de 1.500 m2, o projeto também inclui um grande espaço público, funcionando como praça, incentivando a integração da sociedade com o empreendimento. A escolha do terreno passa, além da localização estratégica, pelo fato de que esse terreno apresenta espaço suficiente para a construção do edifício e também dessa
Fonte: Google Maps (23°32'22.4" S 46°12'57.1" W)
praça.
Legendas: Figura 37 - Tabela de índices da Zona Central
- Terreno
- Rua Ipiranga
- Brás Cubas
- Av. Francisco Ferreira Lopes
9.1.2.1 Zoneamento Localizado na Zona Central (ZC) do zoneamento da cidade, o terreno possui uma área total de 3.973,20 m2 e fica localizado em uma via arterial. Por conta disso a Taxa de Ocupação básica é de 70%, o que significa 2.781,24 Ocupação máxima é de 80%, totalizando 3.178,56 m2.
m2,
e a Taxa de
Fonte: Anexo VI da Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo de Mogi das Cruzes
38 Figura 38 - Mapa da cidade com a divisão territorial dos distritos, editado pelo autor
Legendas:
- Distrito Taboão - Distrito Alto Parateí - Distrito Sede - Distrito Sabaúna - Distrito César de Souza - Distrito Braz Cubas - Distrito Jundiapeba - Distrito Cocuera - Distrito Biritiba Ussú - Distrito Taiaçupeba - Distrito Quatinga - Distrito Zona Central
- Rio Tietê N Fonte: http:// www.mogidascruzes.sp.gov.br/pagina/secretaria-de-planejamento-e-urbanismo/ plano-diretor-vigente
- Linha Férrea
39
9.1.2.2 Análise do histórico do local
Figura 40 - Entrada do terreno em 2010
O terreno sofreu algumas alterações no seu uso conforme o tempo. Para essa análise, foi escolhido um período de uma década dividido em três anos chave com cinco anos de diferença de um para o outro (2010, 2015 e 2020), que foi o tempo em que o terreno mais se modificou. Na década passada, o terreno era utilizado para comércio, tendo na parte da frente do terreno os maiores lotes, que eram dois, apresentados na Figura 39 abaixo. Em um funcionava uma loja de motos e no outro funcionava um estacionamento e lava rápido. O terreno foi subdividido em diversos lotes para abrigar as diferentes funções que aconteciam no terreno, conforme é possível observar nas Figura 40 e 41 abaixo. Essa ocupação do terreno aconteceu até meados de 2015.
Figura 39 - Frente do terreno em 2010 Fonte: Google Street View, através da ferramenta de histórico do Google Earth. (23°31'37.4" S 46°11'40.9" W)
Figura 41 - Vista aérea do terreno em 2010, editada pelo autor
Fonte: Google Street View, através da ferramenta de histórico do Google Earth. (23°31'37.4" S 46°11'40.9" W)
Fonte: Google Earth, através da ferramenta de histórico. (23°31'37.4" S 46°11'40.9" W)
40
A partir de 2015, o terreno sofreu uma grande mudança, tendo todas as edificações
O terreno continuou funcionando como estacionamento até meados de 2017,
demolidas (conforme Figura 42), deixando o terreno apenas com uma construção,
quando o espaço foi fechado e colocado a venda, permanecendo nessa situação até
que servia de guarita, tanto para abrigo de seguranças que guardavam o terreno
hoje (Figuras 44 e 45).
quando para funcionários do estacionamento que começou a funcionar ali. Figura 44 - Frente do terreno em 2020 Figura 42 - Frente do terreno em 2015
Fonte: Google Street View, através da ferramenta de histórico do Google Earth. (23°31'37.4" S
Fonte: Fotos tiradas pelo autor
46°11'40.9" W)
Figura 45 - Entrada do terreno em 2020 Figura 43 - Vista aérea do terreno em 2015, editada pelo autor
Fonte: Google Earth, através da ferramenta de histórico. (23°31'37.4" S 46°11'40.9" W)
Fonte: Fotos tiradas pelo autor
41
Figura 46 - Interior do terreno em 2021
Fonte: Foto tirada pelo autor
Figura 47 - Vista aérea do terreno em 2020, editada pelo autor
Fonte: Google Maps (23°31'37.4" S 46°11'40.9" W)
42
9.2 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO O levantamento planialtimétrico nos mostra interessantes informações sobre o terreno escolhido. Conforme é possível observar na Figura 48, o terreno tem sua fachada voltada para a face noroeste, mesma direção dos ventos predominantes,
Figura 48 - Mapa do terreno com análises micro-ambientais
que partem do sudeste. Como não existem edificações altas no entorno do terreno, é possível aproveitar a insolação a qualquer período do dia.
Legendas:
- Estudo de insolação
- Ventos predominantes
Fonte: Mapa feito pelo autor
43
9.3 ANÁLISE MICRO-AMBIENTAL É possível observar na Figura 49 que o terreno é praticamente plano, tendo apenas Figura 49 - Mapa do terreno inserido no bairro
duas curvas de nível passando pelo seu interior. Isso pode ser considerada uma vantagem, já que oferece mais liberdade para o projeto, sem necessariamente precisar de muita movimentação de terra.
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Área total: 3.973,20 m2
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- Curvas de nível
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Fonte: Mapa feito pelo autor
44
9.4 ANÁLISE MACRO-AMBIENTAL 9.4.1 Análise de Uso do Solo Na Figura 50 abaixo, podemos analisar o uso do solo do entorno do terreno. É
Figura 50 - Mapa com usos do solo
possível perceber uma predominância residencial na parte de trás do terreno. Como o terreno se encontra no centro da cidade, e também está localizado em uma importante via arterial, na parte da frente, temos na grande maioria edifícios comerciais.
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45
9.4.2 Transporte público Tendo a localização como uma das suas características mais importantes, podemos ver através do mapa abaixo na Figura 51, que o terreno é bem localizado, estando apenas 10 minutos a pé da estação de trem Mogi das Cruzes. Também é possível notar no mapa que o terreno está bem servido de pontos de ônibus. Figura 51 - Mapa com pontos de ônibus e trem
Legendas:
- Terreno
- Estação de trem
- Pontos de ônibus
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- Trajeto a pé (aprox. 10 min.) Fonte: Mapa feito pelo autor
46
9.4.3 Cheios e vazios Por estar localizado na região central da cidade, podemos perceber na Figura 52 que existem poucos espaços vazios nas proximidades do terreno. Essa alta densidade de construções se deu pela forma como a cidade evoluiu, deixando o
Figura 52 - Mapa com indicação de cheios e vazios
centro com poucos espaços livres. A previsão de uma praça no projeto irá ajudar a aumentar essa quantidade de espaços vazios, proporcionando melhor qualidade pra área em que o terreno está localizado.
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Legendas:
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- Cheios
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- Vazios
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- Praça
Fonte: Mapa feito pelo autor
47
9.4.4 Sistema viário O terreno está localizado em uma importante via arterial da cidade. Essa via é bem movimentada nos períodos da manhã e no final da tarde. Por conta dessa movimentação intensa, é necessário o planejamento de uma significativa pista de
Figura 53 - Mapa com indicação das vias
desaceleração para acesso de veículos ao projeto.
Legendas:
- Terreno
- Vias arteriais
- Vias coletoras
- Vias locais N Fonte: Mapa feito pelo autor
48
10 DIRETRIZES E PREMISSAS
10.1.2 Do Dimensionamento dos Espaços de Circulação Coletiva
10.1 CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DE MOGI DAS CRUZES
O espaço de frente com a saída das escadas deverá ter dimensão mínima de uma vez a largura da escada.
O Código de Obras e Edificações do município de Mogi das Cruzes estabelece
As portas de escoamento devem abrir no sentido da saída, não podendo reduzir as
normas gerais e específicas a serem obedecidas para a elaboração de projetos,
dimensões da circulação.
licenciamentos, execução, manutenção e utilização de obras, edificações e
Os espaços de circulação para acesso aos elevadores devem ter largura não inferior
instalações, públicas ou privadas, nos imóveis inseridos em todo o território
a 1,50m.
municipal.
O hall de acesso a pelo menos um elevador deve ser interligado à circulação vertical por espaço de circulação coletiva.
10.1.1 Dos Acessos, Circulação e Segurança 10.1.3 Dos Compartimentos das Edificação 10.1.1.1 Dos Espaços de Circulação 10.1.3.1 Da Classificação e Dimensões Consideram-se espaços de circulação as escadas, rampas, os corredores e os vestíbulos.
Os compartimentos nas edificações são classificados em grupos de acordo com a
Os de uso público ou coletivo devem possuir largura mínima de 1,20m.
função e permanência, o que determinará seu dimensionamento mínimo e a necessidade de ventilação e iluminação natural.
10.1.1.2 Das Escadas
No Grupo A estão os compartimentos de permanência prolongada destinados a repouso, em edificações de uso residencial ou de prestação de serviço de saude e
As escadas devem atender, conforme a classificação, às seguintes determinações:
educação.
A escada de uso coletivo deve ter largura mínima recomendável de 1,50m, sendo
No Grupo B estão os compartimentos destinados ao estudo em edificações
1,20m o mínimo admissível.
destinadas a prestação de serviços educacionais.
O espelho dos degraus das escadas de uso coletivo devem estar entre 0,16m e
No Grupo C estão os compartimentos destinados a cozinha, copa e de permanência
0,18m.
transitória como despensas, lavanderias e áreas de serviço.
Serão obrigatórios patamares intermediários sempre que a escada vencer desnível
No Grupo D estão os compartimentos que podem ser iluminados e ventilados por
superior a 3,20m ou quando houver mudança de direção.
meios artificiais, como instalações sanitárias, vestuários, casas de maquinas, áreas
O patamar deve ter dimensão mínima de 1,20m.
de circulação e depósitos em geral.
As escadas deverão ter corrimão com 0,92m de altura, com largura máxima de 6cm, e afastado da parede no mínimo 4cm.
10.1.3.2 Das Instalações Sanitárias
Escada com 1,20m de largura terá corrimão de apenas um lado. Escadas com mais de 1,20m de largura deverão ter corrimão de ambos os lados.
São consideradas instalações sanitárias os compartimentos de higiene pessoal dos
As escadas de uso coletivo devem ser interrompidas a partir do pavimento
diversos usuários das edificações destinadas a todos os usos.
correspondente a soleira do ingresso da edificação, orientando o usuário ao exterior.
As instalações são definidas e classificadas quanto ao uso: Residencial: aquelas integradas às unidades de uso uni e multirresidencial.
49
Público e coletivo: aquelas integradas às edificações de uso comercial, de serviço,
Para serem consideradas áreas de ventilação e insolação, os pátios descobertos
especial ou socioinstitucional, localizadas preferencialmente próximas a circulação
para edificações entre 4m e 7m de altura deverão ter área de 10m2 e largura de
coletiva da edificação.
1,50m.
Os tipos de instalações sanitárias são: Banheiro: de uso residencial, com uma bacia sanitária, um lavatório e um chuveiro.
10.1.4.2 Das Aberturas de Iluminação e Ventilação dos Compartimentos
Sanitário: uso privativo ou publico e coletivo, com uma bacia sanitário e um lavatório. Quando se tratar de sanitário masculino poderá ter um mictório.
As aberturas estão descritas no Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi
Vestiário: de uso privativo, publico e coletivo com pelo menos um chuveiro e área
das Cruzes, apresentadas nas Figuras 54 e 55 abaixo:
para troca de roupa com armários, podendo ser conjugado com sanitário, com uma bacia sanitária e um lavatório. As instalações sanitárias deverão seguir, no mínimo, as seguintes condições: dispor de vãos de ventilação, iluminação e insolação; ter pisos e paredes revestidos; ter faixa de circulação interna de 0,90cm quando possuirem até duas bacias, e 1,20m quando possuirem mais de duas bacias.
Figura 54 - Tabela do Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes
Nas edificações de uso coletivo, as instalações sanitárias não podem ter acessos diretos aos locais de trabalho e os locais de refeição. 10.1.4 Do Conforto Ambiental da Edificação 10.1.4.1 Da Insolação, Iluminação e Ventilação Todos os compartimentos que se enquadram nos Grupos A e B , das Classificações e Dimensões dos Compartimentos da Edificação, deverão possuir vãos para insolação, iluminação e ventilação direta, abrindo para o exterior da construção ou pátio. Os compartimentos dos Grupos C e D poderão ser ventilados e iluminados por abertura zenital com área equivalente a 50% da área mínima exigida para os vãos desses compartimentos. Os corredores, circulações, patamares e similares podem ter ventilação vinda da abertura de acessos a outro compartimento com abertura exterior. Não serão consideradas para efeito de insolação e iluminação de quartos e dormitórios, aberturas voltadas para o sul com ângulos menores que 30o com direção leste-oeste. Deverão ser explorados de preferência o uso de iluminação e renovação do ar natural para conforto térmico das edificações, incluindo a ventilação cruzada.
Fonte: Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes
50
Figura 55 - Tabela do Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das
Para o uso multirresidencial, os abrigos de veículos poderão ser executados nas faixas dos recuos mínimos obrigatórios das divisas e dos alinhamentos, devendo ter acesso por via interna. 10.1.6.2 Das Portarias e Bilheterias As portarias, guaritas e abrigos para guarda poderão ser localizados nas faixas de recuos mínimos obrigatórios, com pé-direito mínimo de 2,60m; qualquer de suas dimensões nao poderá ser superior a 5m; área máxima de 15m2; deve dispor internamente de instalação sanitária. 10.1.7 Dos Estacionamentos e Garagens 10.1.7.1 Do Acesso O acesso de veículos compreende o espaço situado entre o alinhamento de guias
Fonte: Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes
do logradouro e o alinhamento da construção, devendo ter acessos independentes para pedestres e veículos.
Será permitida a iluminação e/ou ventilação artificial e/ou por meios mecânicos em
O acesso de veículos deverá respeitar um afastamento de no mínimo 6m dos
qualquer compartimento, desde que respeitando as Normas Técnicas.
alinhamentos do meio fio da via. As aberturas para entrada e saída deverão ser separadas, podendo ser em ruas
10.1.5 Do Conforto Térmico
diferentes. Quando o estacionamento tiver capacidade para 12 vagas em imóveis comerciais e 24 vagas para imóveis residenciais, a entrada e a saída poderão ser
Considerando as condições climáticas locais, o partido arquitetônico deverá
feitas por um único acesso, de no mínimo 3,50m.
proteger as aberturas das radiações diretas; permitir a ventilação cruzada no
Os acessos deverão contar com área de acumulação para um veículo quando tiver
interior da edificação; a vegetação não poderá impedir a passagem dos ventos, mas
até 30 vagas de estacionamento.
deverá garantir sombreamento; evitar usar materiais com baixa inércia térmica. 10.1.7.2 Da Circulação 10.1.6 Das Obras Complementares à Edificação Principal Os corredores de circulação deverão seguir o Anexo 5 dos Código de Obras e 10.1.6.1 Dos Abrigos de Veículos Os abrigos de veículos deverão ter pé-direito mínimo de 2,30m e recuos mínimos obrigatórios.
Edificações de Mogi das Cruzes, conforme é possível observar na Figura 56 a seguir:
51
Figura 56 - Imagens do Anexo 5 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes
Os estacionamentos descobertos com área superior a 150m2 entre vagas e área de circulação deverão ter piso permeável com no mínimo 20% de permeabilidade. 10.1.8 Das Disposições Específicas Para as Edificações Por Uso 10.1.8.1 Dos Prédios Comerciais e de Serviços As edificações deverão ter pé-direito mínimo de 3m no pavimento térreo. As edificações para usos comerciais e de serviços deverão observar o programa mínimo de uma copa (até 30 usuários) ou refeitório (mais de 30 usuários) com ponto de água para lavagem das mãos; sanitário publico; vestiário quando
Fonte: Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes
necessário; deposito de material de limpeza; sala para administração. 10.1.8.2 Dos Serviços de Alimentação
10.1.7.3 Das Vagas As edificações que contenham serviços de alimentação, mesmo não sendo a As vagas deverão atender as seguintes medidas:
atividade principal do estabelecimento, deverão ter cozinha ou copa e despensa ou
Vaga para automóveis: 2,50m x 4,80m;
depósito.
Vaga para veículo de carga: 3m x 7m; Vaga para PNE: faixa de 1,20m + 2,50m x 5m
10.1.8.3 Dos Serviços de Hospedagem
Vagas para bicicleta: 0,70m x 1,85m Vaga para motos: 1,20m x 2,50m
As edificações destinadas a hotéis, flato, apart hotéis, pensões, hostes, pousadas,
O número mínimo de vagas obrigatórias segue o Anexo 5 dos Código de Obras e
motel e congêneres, além das disposições da presente lei complementar, deverão
Edificações de Mogi das Cruzes, conforme Figura 57 abaixo:
atender as seguintes exigências: Além de compartimentos destinados a habitação, deverão ter vestíbulo com local
Figura 57 - Tabela do Anexo 5 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes
para recepção; sala de estar geral; sanitários para os hospedes separados por sexo; sanitários e vestuários para funcionários separados por sexo; entrada de serviço. 10.2 CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO Aprova o regulamento do artigo 22 do Decreto-Lei no 211/1970, no qual dispõe normas de promoção, preservação e recuperação da saúde no campo de competência da Secretaria de Estado da Saúde.
Fonte: Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes
52
10.2.1 Dimensões Mínimas Dos Compartimentos
Pavimentos térreos: 3,00 m; Pavimentos superiores: 2,70 m;
Os compartimentos deverão ter conformação e dimensões adequadas à função ou
Garagens: 2,30 m.
atividade a que se destinam, atendidos os minimos estabelecidos neste
Instalações sanitárias: 2,50 m.
Regulamento e em suas Normas Técnicas Especiais. Os compartimentos não poderão ter áreas e dimensões inferiores aos valores
10.2.2 Habitações Coletivas
estabelecidos nas normas especificas para as respectivas edificações de que fazem parte, e, quando não previsto nas referidas normas específicas, aos valores abaixo:
10.2.2.1 Asilos, Orfanatos, Albergues e Estabelecimentos Congêneres
Salas em habitações: 8.00 m2; Salas para escritorios, comércio ou serviços: 10,00 m2;
Aos asilos, orfanatos, albergues e estabelecimentos congêneres aplicam-se normas
Dormitorios: 8.00 m2;
gerais referentes a edificações e as específicas das habitações no que couber,
Dormitorios coletivos: 5.00 m2 por leito;
complementadas pelo disposto nesta Seção.
Quartos de vestir, quando conjugados a dormitórios: 4,00 m2;
As paredes internas, até a altura mínima de 1,50 m, serão revestidas ou pintadas de
Cozinhas: 4,00 m2;
material impermeável não sendo permitidas divisões de madeira.
Compartimentos sanitários:
Os dormitórios coletivos deverão ter área não inferior a 5.00 m2 por leito: os
Contendo somente bacia sanitária: 1,20 m2, com dimensão mínima de 1,00 m;
dormitórios dos tipos quarto ou apartamento deverão ter área não inferior a 5,00
Contendo bacia sanitária e lavatório: 1,50 m2, com dimensão minima de 1,00m;
m2 por leito, com o mínimo de 8,00 m2.
Contendo bacia sanitária e área para banho, com chuveiro: 2,00 m2, com dimensão
As instalações sanitárias serão na proporção mínima de uma bacia sanitária, um
minima de 1,00 m;
lavatório e um chuveiro para cada 10 leitos, além de mictório na proporção de 1 para
Contendo bacia sanitária, área para banho, com chuveiro e lavatório: 2,50 m2, com
cada 20 leitos.
dimensão minima de 1,00 m;
Os locais destinados ao armazenamento, preparo manipulação e consumo de
Contendo somente chuveiro: 1,20 m2, com dimensão minima de 1,00 m;
alimentos deverão atender às exigências para estabelecimentos comerciais de
Vestiários: 6,00 m2;
alimentos, no que aplicáveis.
Largura de corredores e passagens:
Quando tiverem 50 ou mais leitos, deverão ter locais apropriados para consultórios,
Habitações unitamiliares e unidades autônomas de habitações multifamiliares: 0,90
medico e odontológico, bem como quarto para doentes.
m;
Deverão ter área para recreação e lazer, não inferior a 10% da área edificada. A área
Outros tipos de edificação:
prevista neste artigo terá espaço coberto destinado a lazer, não inferior à sua quinta
Uso comum ou coletivo: 1,20 m;
parte e o restante será arborizado ou ajardinado ou, ainda, destinado a atividades
Uso restrito: poderá ser admitida redução até 0,90 m.
esportivas.
Os pés-direitos não poderão ser inferiores aos estabelecidos nas normas específicas
Se houver locais para atividades escolares, estes deverão atender às normas
para a respectiva edificação e, quando não previstos, aos valores a seguir:
estabelecidas para as escolas, no que aplicáveis.
Habitações: Salas e dormitórios: 2,70 m; Garagens: 2,30 m; Demais compartimentos: 2,50 m. Edificações destinadas a comércio e serviços:
53
10.2.2.2 Locais de trabalho
10.2.2.2.4 Instalações Sanitárias
10.2.2.2.1 Iluminação
Os locais de trabalho terão instalações sanitárias separadas, para cada sexo, e dimensionadas por turno de trabalho, nas seguintes proporções:
Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação natural ou artificial,
uma bacia sanitária, um mictório, um lavatório e um chuveiro para cada 20
apropriada à natureza da atividade.
empregados do sexo masculino; uma bacia sanitária, um lavatório e um chuveiro
A área para iluminação natural de um local de trabalho deve corresponder, no
para cada 20 empregados do sexo feminino.
mínimo, a um quinto da área total do piso.
Os compartimentos das bacias sanitárias e dos mictórios deverão ser ventilados
Para a iluminação artificial, quando justificada tecnicamente, deverão ser
para o exterior não poderão ter comunicação direta com os locais de trabalho nem
observadas as normas previstas na legislação sobre higiene e segurança do
com os locais destinados às refeições; e deverá existir, entre eles, antecâmaras com
trabalho.
abertura para o exterior.
A iluminação deve ser adequada ao trabalho a ser executado, evitando-se o
As instalações sanitárias deverão ter piso revestido de material resistente, liso,
ofuscamento, reflexos fortes, sombras e contrastes excessivos.
lavável e impermeável, inclinado para os ralos, os quais serão providos de sifões; paredes revestidas de material resistente, liso, impermeável e lavável, até a altura de
10.2.2.2.2 Ventilação
2,00 m, no mínimo; portas que impeçam o seu devassamento. Os compartimentos com bacias sanitárias deverão ter área mínima de 1,20 m2, com
Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural ou artificial que proporcionem
largura mínima de 1,00 m.
ambiente compatível com o trabalho realizado. A área total das aberturas de ventilação natural dos locais de trabalho deverá ser, no
10.2.2.2.5 Vestiários
mínimo, correspondente a dois terços da área iluminante natural. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a ventilação natural não
Junto aos locais de trabalho serão exigidos vestiários separados para cada sexo.
preencher as condições e conforto térmico a juízo da autoridade competente.
Os vestiários terão área correspondente a 0,35 m2 por empregado que neles deva ter armário, com o mínimo de 6,00 m2;
10.2.2.2.3 Circulação
As áreas para vestiários deverão ter comunicação com as de chuveiros, ou ser a estas conjugadas.
Os corredores, quando houver, deverão ser livres, dimensionados para proporcionar o escoamento seguro dos empregos, e dirigidos para saídas de emergência.
10.2.2.2.6 Refeitórios
A largura dos corredores não poderá ser inferior a 1,20 m. As saídas de emergência terão portas abrindo para o exterior e largura não menor
Nos estabelecimentos em que trabalhem mais de 30 empregados é obrigatória a
que as dimensionadas para os corredores.
existência de refeitório, ou local adequado a refeições, atendendo aos requisitos
As rampas e as escadas deverão ser construídas com largura mínima da escada de
estabelecidos.
1,20 m, devendo ser de 16, no máximo, o número de degraus entre patamares; a
O refeitório ou local adequado para refeições deverá ter piso revestido com material
altura máxima do degraus (espelho) deverá ser de 0,16 m, e a largura (piso) de 0,30
resistente, liso e impermeável; forro de material adequado, podendo ser dispensado
m; serão permitidas rampas com 1,20 m de largura, no mínimo, e declividade
em casos de cobertura que ofereça proteção suficiente; paredes revestidas com
máxima de 15%.
material liso, lavável, resistente e impermeável, até a altura de 2,00 m, no mínimo; ventilação e iluminação de acordo com as normas fixadas no presente
54
Regulamento; água potável; lavatórios individuais ou coletivos; cozinha, no caso de
Quando existirem catracas ou cancelas, pelo menos uma em cada conjunto deve ser
refeições preparadas no estabelecimento; ou local adequado com fogão, estufa ou
acessível. Deve ser prevista a sinalização informativa, indicativa e direcional da
similar, quando se tratar de simples aquecimento das refeições.
localização das entradas acessíveis.
O refeitório ou local adequado a refeições não poderá comunicar-se diretamente
Acessos de uso restrito, tais como carga e descarga, acesso a equipamentos de
com os locais de trabalho, instalações sanitárias e com locais insalubres ou
medição, guarda e coleta de lixo e outras com funções similares, não necessitam
perigosos.
obrigatoriamente atender às condições de acessibilidade.
10.3 NBR 9050 - ACESSIBILIDADE
10.3.1.3 Vagas para veículos
A norma estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem analisados no projeto,
As vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por
na construção, na instalação e na adaptação de edificações, no mobiliário e nos
pessoas com deficiência devem ter sinalização horizontal; contar com um espaço
espaços e equipamentos urbanos, referente às condições de acessibilidade.
adicional de circulação com no mínimo 1,20 m de largura, quando afastada da faixa de travessia de pedestres. Esse espaço pode ser compartilhado por duas vagas, no
10.3.1 ACESSOS E CIRCULAÇÃO
caso de estacionamento paralelo, ou perpendicular ao meio fio; ter sinalização vertical para vagas em via pública e para vagas fora da via pública; quando
10.3.1.1 Circulação - Condições gerais
afastadas da faixa de travessia de pedestres, conter espaço adicional para circulação de cadeira de rodas e estar associadas à rampa de acesso à calçada;
Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante sob qualquer
estar localizadas de forma a evitar a circulação entre veículos.
condição, que não provoque trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê). Admite-se inclinação transversal da superfície até 2%
10.3.1.4 Sanitários e vestiários
para pisos internos e 3% para pisos externos e inclinação longitudinal máxima de 5%. Inclinações superiores a 5% são consideradas rampas e, portanto, devem
Os valores identificados como máximos e mínimos nesta seção devem ser
atender especificações próprias. Recomenda-se evitar a utilização de padronagem
considerados absolutos. Demais dimensões devem ter tolerâncias de mais ou menos
na superfície do piso que possa causar sensação de insegurança (por exemplo,
10 mm.
estampas que pelo contraste de cores possam causar a impressão de
Os sanitários e vestiários acessíveis devem localizar-se em rotas acessíveis,
tridimensionalidade).
próximos à circulação principal, preferencialmente próximo ou integrados às demais instalações sanitárias, e ser devidamente sinalizados.
10.3.1.2 Acessos - Condições gerais
Os sanitários e vestiários de uso comum ou uso público devem ter no mínimo 5% do total de cada peça instalada acessível, respeitada no mínimo uma de cada. Quando
Nas edificações e equipamentos urbanos todas as entradas devem ser acessíveis,
houver divisão por sexo, as peças devem ser consideradas separadamente para
bem como as rotas de interligação às principais funções do edifício.
efeito de cálculo.
O percurso entre o estacionamento de veículos e a entrada principal deve compor uma rota acessível. Quando da impraticabilidade de se executar rota acessível entre o estacionamento e as entradas acessíveis, devem ser previstas vagas de estacionamento exclusivas para pessoas com deficiência, interligadas à entrada através de rota acessível.
55
10.3.2 Equipamentos urbanos 10.3.2.4 Bibliotecas e centros de leitura 10.3.2.1 Locais de reunião Nas bibliotecas e centros de leitura, os locais de pesquisa, fichários, salas para Restaurantes, refeitórios, bares e similares
estudo e leitura, terminais de consulta, balcões de atendimento e áreas de
Os restaurantes, refeitórios e bares devem possuir pelo menos 5% do total de
convivência devem ser acessíveis.
mesas, com no mínimo uma, acessíveis a P.C.R.
Pelo menos 5%, com no mínimo uma das mesas devem ser acessíveis, conforme 9.3.
As mesas devem ser distribuídas de forma a estar integradas às demais e em locais
Recomenda- se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para
onde sejam oferecidos todas as comodidades e serviços disponíveis no
acessibilidade.
estabelecimento.
A distância entre estantes de livros deve ser de no mínimo 0,90 m de largura. Nos corredores entre as estantes, a cada 15 m, deve haver um espaço que permita a
10.3.2.2 Locais de hospedagem
manobra da cadeira de rodas. Recomenda-se a rotação de 180°. A altura dos fichários deve atender às faixas de alcance manual e parâmetros
Em hotéis, motéis, pousadas e similares, os auditórios, salas de convenções, salas de
visuais.
ginástica, piscinas, entre outros, devem ser acessíveis. Pelo menos 5%, com no mínimo um do total de dormitórios com sanitário, devem
10.3.3 Mobiliário
ser acessíveis. Estes dormitórios não devem estar isolados dos demais, mas distribuídos em toda a edificação, por todos os níveis de serviços e localizados em
10.3.3.1 Mesas ou superfícies para refeições ou trabalho
rota acessível. Recomenda-se, além disso, que outros 10% do total de dormitórios sejam adaptáveis para acessibilidade.
Quando mesas ou superfícies para refeições ou trabalho são previstas em espaços
As dimensões do mobiliário dos dormitórios acessíveis devem atender às condições
acessíveis, pelo menos 5% delas, com no mínimo uma do total, deve ser acessível.
de alcance manual e visual previstos e ser dispostos de forma a não obstruírem uma
Recomenda-se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para
faixa livre mínima de circulação interna de 0,90 m de largura, prevendo área de
acessibilidade.
manobras para o acesso ao sanitário, camas e armários. Deve haver pelo menos
As mesas ou superfícies devem estar localizadas junto às rotas acessíveis e,
uma área com diâmetro de no mínimo 1,50 m que possibilite um giro de 360°. A
preferencialmente, distribuídas por todo o espaço.
altura das camas deve ser de 0,46 m.
As mesas ou superfícies devem possuir altura livre inferior de no mínimo 0,73 m do
Os dispositivos de sinalização e alarme de emergência devem alertar as pessoas
piso.
com deficiência visual e as pessoas com deficiência auditiva.
Deve ser garantida uma faixa livre de circulação de 0,90 m e área de manobra para
O sanitário deve possuir dispositivo de chamada para casos de emergências.
o acesso as mesmas.
10.3.2.3 Cozinhas Quando nas unidades acessíveis forem previstas cozinhas ou similares, deve ser garantida a condição de circulação, aproximação e alcance dos utensílios. As pias devem possuir altura de no máximo 0,85 m, com altura livre inferior de no mínimo 0,73 m.
56
11 USUÁRIOS
31,33% possuem ensino superior completo e 3,11% possuem especialização, mestrado ou doutorado completos.
11.1 PERFIL DO USUÁRIO
Com os dados expostos acima, é possível identificar melhor quem são os refugiados atualmente no Brasil, e dessa forma entender quais os perfis dos principais usuário
Os principais usuários do Centro são os refugiados e imigrantes que, por algum
do Centro de Acolhimento e Integração.
motivo, tiveram que abandonar seu país de origem e que precisam de um novo local para reiniciar suas vidas. Os perfis desses refugiados podem variar em vários
11.2 FUNCIONÁRIOS E COLABORADORES
aspectos, como o gênero e idade, por exemplo. Para uma noção mais exata dos diferentes perfis de usuários que o Centro de Acolhimento e Integração pode
Além dos refugiados, que são os usuários principais do projeto, temos também
atender, é possível analisar os dados do Comitê Nacional para os Refugiados, de
outros usuários que realizam funções específicas dentro do edifício.
2017. Dos mais de 11 mil refugiados reconhecidos no Brasil, 71% são homens e 29% são mulheres. A distribuição da faixa etária ocorre da seguinte maneira: 14% tem de
11.2.1 Setor Administrativo
0 a 12 anos; 6% de 13 a 17 anos; 33% de 18 a 29 anos; 44% de 30 a 59 anos e apenas 3% possuem mais de 60 anos. As nacionalidades são as mais diversas, tendo
11.2.1.1 Recepcionista
refugiados da Venezuela, Colômbia, Síria, Haiti, Angola, República Democrática do Congo, entre outros países.
É o profissional responsável pelo primeiro contato de quem entra no edifício. É o
Um levantamento mais recente, de 2019, realizado pelo ACNUR (Alto Comissariado
recepcionista que dá informações, faz cadastros, encaminha para outras áreas de
das Nações Unidas para os Refugiados) analisou o perfil socioeconômico dos
atendimento, mantém a organização da recepção e a ordem dos atendimentos,
refugiados reconhecidos no Brasil. Foram entrevistados 487 refugiados, de 14
realiza atendimentos por telefone e direciona chamadas, anota e passa recados, faz
cidades diferentes, distribuídas em 8 Unidades da Federação: São Paulo, Rio de
o controle e compra de suprimentos variados para a rotina do edifício, arquiva
Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Santa Catarina, Minas Gerais e
documentos e presta apoio geral para as demais atividades.
Amazonas. Esses estados concentram 94% dos refugiados sob a proteção do governo brasileiro. Esse levantamento também auxilia no entendimento do principal
11.2.1.2 Administrador
usuário do Centro. Em relação ao estado civil, 479 entrevistados responderam a pergunta, aonde 49,2%
É o funcionário que administra toda a rotina do edifício, tanto dos funcionários
se declararam solteiros, 46,3% são casados ou estão em união consensual e 4,5%
quanto dos usuários fixos do local. É responsável por coordenar materiais,
são viúvos ou divorciados.
patrimônios, finanças, fluxos de atividades, entre outras tarefas pertinentes ao dia a
Para a pergunta sobre religião, foram obtidas 402 respostas distribuídas da seguinte
dia e do funcionamento do Centro. Garante a realização das atividades, e organiza
maneira: 43% são islâmicos, 30,6% são evangélicos, 20% são católicos, 4,7% são
os documentos e materiais necessários. É o contato direto entre o Centro de
protestantes tradicionais e 1,7% são hinduístas.
Acolhimento e Integração e os prestadores de serviços, administrando todas as
Seguindo a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de
atividades.
auto-declaração, foram 463 respostas para raça e cor dos refugiados sendo: 46% negros, 40% brancos, 12,74% pardos, 0,76% indígenas e 0,5% asiáticos. Já sobre a escolaridade dos refugiados entrevistados, 482 responderam da seguinte maneira: 0,62% são analfabetos, 2,7% possuem o ensino fundamental incompleto, 12,03% completaram o ensino fundamental, 50,21% completaram o ensino médio,
11.2.1.3 Gerente
57
Funcionário responsável por gerenciar todo o funcionamento do edifício. É o
auxílio ao médico quando necessário e está disponível sempre para atendimentos
encarregado pela coordenação das equipes, pela delegação de atividades e
emergenciais ou não.
funções, e pela verificação da realização das atividades necessárias do dia a dia e do funcionamento do Centro. É o segundo principal cargo administrativo, depois
11.2.2.2 Médico
apenas do Diretor, e responde diretamente a ele, ajudando a controlar as atividades que acontecem no Centro.
É o profissional da saúde responsável por conservar ou restituir a saúde, tratar regularmente e efetivamente do enfermo. A função do médico é prestar
11.2.1.4 Diretor
atendimento aos usuários do Centro, prescrevendo receitas, realizando exames, diagnósticos e encaminhamento a outras unidades de tratamento médico quando
É o principal cargo administrativo do Centro, sendo responsável direta e
necessário. É encarregado por requisitar exames e avaliar pacientes.
indiretamente por todas as atividades e por todos os acontecimentos dentro do Centro de Acolhimento e Integração. É função do diretor o planejamento, a
11.2.2.3 Cirurgião Dentista
organização e a orientação sobre todos os setores do complexo, sendo o funcionário a tomar as medidas mais importantes. É responsável por buscar
É o profissional da saúde responsável por cuidar da saúde bucal, tratar problemas
soluções para os principais problemas administrativos, bem como o controle dos
dentários e restaurar ou substituir dentes danificados. O dentista cuida também da
gastos, das atividades e dos funcionários. É quem delega as atividades a serem
saúde e da estética da face, tratando dentes, gengivas, ossos, bochechas, lábios e
distribuídas e acompanhadas pela gerência.
língua. O profissional alocado no Centro irá realizar apenas tratamentos de baixa e média complexidade, a depender da capacidade de atendimento, de equipamentos
11.2.1.4 Almoxarife
e materiais disponíveis, encaminhando os casos mais complexos para unidades capazes de realizar esses tratamento. É responsável também pelo armazenamento,
É o funcionário responsável por receber, identificar, conferir, organizar e guardar os
controle e cuidado dos insumos necessários para a realização dos atendimentos.
materiais e insumos recebidos no Centro. Registra as movimentações de entrada e de saída de cada material ou produto. É encarregado de manter controle do
11.2.2.4 Assistente Social
estoque mínimo e de fazer as solicitações de ordem de comprar. Está sob sua responsabilidade todos os materiais e produtos armazenados no almoxarifado.
Profissional responsável por atuar com o bem estar social, planejando programas e projetos com esse objetivo. A função do profissional é promover ações para
11.2.2 Setor de Atendimentos
melhorar a condição de vida e de conscientização de todos os usuários do Centro. Ajudar na promoção da inclusão social é o principal objetivo do assistente social
11.2.2.1 Enfermeiro
designado a trabalhar no Centro de Acolhimento e Integração.
Profissional da saúde responsável pelo primeiro atendimento médico a quem
11.2.2.5 Psicólogo
necessitar. É função do enfermeiro fazer curativos, dar pontos, aplicar injeções, medir pressão, medicar e prestar cuidados e primeiros socorros quando necessário.
Profissional responsável por atuar com atendimentos psicoterapêuticos individuais
É encarregado também de cuidar de todos os insumos médicos necessários para
ou em grupo, tratando da saúde mental dos pacientes. As funções englobam a
sua função, bem como sua organização, sua listagem, e seu armazenamento. Presta
elaboração e aplicação de atividades e atendimentos, montando relatórios de acompanhamento e evolução dos tratados. É de extrema importância a atuação do
58
psicólogo, levando em conta os traumas e dificuldades que os refugiados podem ter
11.2.2.9 Assistente Religioso
enfrentado ao longo da vida. São pessoas ligadas a religiões diversas, que prestam serviços religiosos aos 11.2.2.6 Tradutor
refugiados. Por conta dos refugiados possuirem religiões diversas, esses assistentes não são fixos e podem variar de acordo com a solicitação de atendimento dos
Profissional responsável pela tradução oral entre os refugiados que não forem
refugiados. Podem ser líderes e devotos religiosos islâmicos, evangélicos, católicos,
fluentes em português. É função do tradutor auxiliar em qualquer etapa na que
entre outras religiões que possam ser de crença dos refugiados. Esses assistentes
engloba a vida do refugiado no país, traduzindo documentos, certidões, contratos e
prestam serviços de acordo com a demanda e o agendamento do Centro.
outros. Exerce sua função em conjunto com o assistente social, auxiliando nos atendimentos dos refugiados que não falam português. Presta serviços também em
11.2.3 Setor de Ensino
ajuda aos outros atendimentos que necessitem de tradução. Por conta dos diversos idiomas falados por refugiados de diferentes etnias, não são profissionais fixos,
11.2.3.1 Professor de português
sendo necessário o trabalho de tradutores de diversas línguas, disponíveis mediante solicitação e agendamento.
Profissional da educação responsável por ministrar aulas de português para os refugiados que não tiverem fluência no idioma, ensinando métodos de escrita e fala,
11.2.2.7 Assistente de Recursos Humanos
aplicando avaliações e garantindo a qualidade no desempenho de cada aluno, organizando atividades e sanando dúvidas. É responsável pela organização das
É o profissional encarregado da organização e controle de recursos humanos,
aulas, bem como pelos materiais didáticos utilizados durante o aprendizado.
realizando avaliações de desempenho, planejamento de carreira, otimização de tempo, entre outras funções. O profissional alocado no Centro de Acolhimento e
11.2.3.2 Professores diversos
Integração, será responsável pelo treinamento e auxílio aos refugiados na procura por empregos. Será o contato direto entre os refugiados e as empresas na
Profissional da educação responsável por ministrar aulas de diferentes matérias.
contratação de refugiados como funcionários. É responsável pelo auxílio na
Podem variar de acordo com a necessidade de aprendizado dos refugiados. Tem a
obtenção de documentos e procedimentos necessários para a validação dos
função de ministrar aulas, ensinando os mais diversos assuntos, de acordo com a
refugiados, como a Carteira de Trabalho, por exemplo.
solicitação dos refugiados. Também englobam nessa categoria os professores de atividades manuais ministradas no ateliê.
11.2.2.8 Advogado 11.2.4 Setor de Serviços A função do advogado junto ao Centro de Acolhimento e Integração é orientar e esclarecer juridicamente tudo o que engloba a vida do refugiado no novo país.
11.2.4.1 Porteiro
Atuando em diversas áreas do direito como o administrativo, o civil, o trabalhista, o eleitoral e o penal, o advogado é responsável pelos procedimentos jurídicos desde a
Profissional responsável pelo controle de acesso de pessoas, bens e
legalização do refugiado no país até a obtenção de documentos, entre outros
correspondências ao edifício. É encarregado de observar e monitorar a entrada e
auxílios legais que os refugiados possam necessitar.
saída de todos que acessam o Centro. O profissional também é encarregado de realizar cadastros das pessoas e veículos que acessam o edifício, avisando a recepção sobre esses acessos.
59
11.2.4.2 Segurança Profissional responsável por zelar pela guarda do patrimônio e seus usuários. O
11.2.5 Setor de Visitação
segurança promove e preserva a segurança dos usuários e colaboradores, realizando a vigilância do local. É encarregado de executar rondas nas
11.2.5.1 Estudantes
dependências do edifício, áreas e vias de acesso adjacentes, identificando qualquer movimento suspeito e tomando medidas cabíveis conforme norma do Centro.
Alunos, em sua maioria de cursos de graduação ou especialização, com o intuito de
Inspecionar as dependências para evitar incêndios, roubos e acesso de pessoas não
estudar e aprender sobre os refugiados para teses e trabalhos de seus respectivos
autorizadas, controlar o fluxo de pessoas, cuidar da segurança dos funcionários e
cursos. Podem estar acompanhados ou não de professores durante as visitas.
usuários, auxiliar operações, acompanhar imagens de câmeras de segurança, prestar
Buscam conhecer melhor a rotina dos principais usuários do Centro.
atendimento pessoal e deliberar pequenos problemas estão entre as funções do segurança.
11.2.5.2 Professores
11.2.4.3 Auxiliar de Limpeza
Acompanhantes de alunos ou não, que podem estar auxiliando na visita dos seus alunos, ou então podem estar realizando estudos para aplicação em aulas e
Profissional responsável pela limpeza e conservação do local e do ambiente. A
seminários de suas respectivas disciplinas ministradas.
manutenção com o foco em manter os locais limpos é a função desse funcionários, responsável por arrumar os locais e seus detalhes como portas, janelas, pisos,
11.2.5.3 Público Geral
móveis, entre outros. A atuação da limpeza ocorre nas áreas internas e externas do edifício, assim como a retirada dos lixos e a limpeza dos banheiros. Manter rotinas
Pessoas que querem participar de de programações abertas ao público, para
de higiene e limpeza é de responsabilidade desse profissional, que irá prestar seus
interação e integração dos refugiados com a sociedade. Podem estar
serviços nas áreas administrativas, de apoio e de uso comum do Centro.
acompanhadas ou não para participarem de palestras, aulas, utilizarem da biblioteca e telecentro, exposições entre outras atividades.
11.2.4.4 Zelador É o responsável por fiscalizar e manter o bom funcionamento do Centro de Acolhimento e Integração. Tem contato direto com os administradores e com os usuários, tendo por função manter a ordem e a organização de forma geral do edifício. Fazem parte da função do zelador fiscalizar as áreas comuns, realizar manutenções básicas e coordenar as equipes de serviço. É o responsável pela distribuição dos materiais de uso dos refugiados que são disponibilizados pelo Centro.
60
12 ESQUEMAS ESTRUTURANTES
Figura 58 - Exemplo de ambiente amplo
12.1 CONCEITO ARQUITETÔNICO O projeto é um centro que pretende, além de oferecer moradia temporária, facilitar a integração do refugiado a nova sociedade em que ele se encontra, dentro dos contextos sociais, culturais e econômicos, na cidade de Mogi das Cruzes. Um dos pontos mais importantes desse projeto é, de fato, a integração. É de extrema importância que o refugiado sinta-se abraçado pelo novo espaço e o seu entorno, devolvendo a essas pessoas o sentimento de pertencimento, fazendo com que eles façam parte novamente de um todo e deixando pra trás o sentimento de alguém perdido e alheio ao resto do mundo. Essa integração está prevista pra ocorrer desde dentro do edifício, com a amplitude dos espaços comuns e com poucos elementos de divisão entre os ambientes, até o exterior do prédio, com espaços convidativos ao uso desde os próprios refugiados, como também toda a sociedade. Ao mesmo tempo em que se busca essa integração como conceito, é necessário
Fonte: New Aalborg University Hospital - ArchDaily.com
pontuar também a relevância da privacidade que os refugiados precisam em certos momentos. Pessoas que muitas vezes saíram de situações extremas, deixando pra trás pessoas
Figura 59 - Exemplo de ambiente amplo
importantes e bens, tendo que começar sua vida novamente em um lugar novo e desconhecido. É natural que essas pessoas necessitem de privacidade e respeito para poderem assimilar todas as mudanças. Por isso é essencial que as áreas de uso restrito aos refugiados sejam elaboradas de forma a trazer as sensações de privacidade e segurança, tão importantes para essas pessoas nesse momento. Ambientes reservados, afastados do movimento externo, mas também aconchegantes, acolhedores e amplos, para evitar o sentimento de reclusão. O equilíbrio dessa dualidade entre integração e privacidade é a chave para o conceito desse projeto. 12.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO Para o atingir o objetivo do projeto ser o mais integrado possível em todos os ambientes de uso comum, a continuidade é de extrema importância. Essa característica pode ser alcançada utilizando de grandes espaços, amplos e abertos.
Fonte: Apple Store in Macau - Dezeen.com
61
Figura 60 - Exemplo de integração
Utilizando de técnicas estruturais e construtivas, bem como na escolha dos materiais, é possível alcançar esses grandes vãos. O uso de vidros é outro aliado na sensação de amplitude, passando a impressão de um espaço ainda maior, além de auxiliar na iluminação natural. A transparência do vidro faz com que o ambiente externo se integre ao interno, trazendo a paisagem e movimentação de fora pra dentro do ambiente, e aumentando a sensação de espaço. Outra solução para a percepção do espaço é a utilização de um átrio. Uma abertura na cobertura trazendo a luz de fora, assim como a ideia de um ambiente mais aberto.
Figura 62 - Exemplo de átrio
Fonte: Quinta Everest - ArchDaily.com.br
Figura 61 - Exemplo de integração
Fonte: Jockey Plaza Curitiba - Studio Arthur Casas
Fonte: Pavilhão Girassol - ArchDaily.com.br
62
Figura 63 - Exemplo do uso de vidro
Figura 64 - Exemplo de piso contínuo
Fonte: Sala Comercial YouInc - Sala 2 Arquitetura
Fonte: Galeria Luciana Brito - ArchDaily.com.br
Figura 65 - Exemplo de piso contínuo
A aplicação de revestimentos claros nas paredes ajudam na naturalidade, na clareza e também na fluência dos espaços. Outro partido a ser adotado para trazer integração aos ambientes é a utilização de revestimentos similares ou iguais para a paginação dos pisos internos e externos. Essa medida traz a sensação de fluidez, dando a impressão inconsciente de um espaço harmonioso e contínuo. A conversa entre o paisagismo interno e externo também pode trazer a noção de continuidade ao projeto. Jardins verticais internos que integram a parte de dentro do edifício à vegetação do lado externo auxiliam na integração do espaço interno e externo. Ainda nessa linha, é possível a utilização de espelhos d'água fazendo inclusão do lado de fora. Fonte: Marina Linhares Interiores - Pinterest.com
63
Figura 66 - Exemplo de jardim vertical
Para as áreas de uso não comum, exclusivas para funcionários e para os refugiados, as palavras conceitos são acolhimento e privacidade. Com tantos traumas carregados, as pessoas que irão utilizar do Centro de Acolhimento e Integração precisam, no seus momentos de intimidade, do acolhimento e da privacidade que tanto os ajudam a passar pelos momentos difíceis. Para alcançar esses objetivos, a utilização de materiais que passem essas sensações é muito importante. A utilização de madeira é uma solução para um ambiente mais acolhedor. A madeira como revestimento e mobiliário, aliada aos tons terrosos e pastéis, passa a sensação de um abrigo seguro e caloroso. A utilização de vegetação em espaços internos também trazem a sensação de um ambiente convidativo e agradável.
Figura 68 - Exemplo do uso de madeira Fonte: Sede Alliander - ArchDaily.com.br
Figura 67 - Exemplo de espelho d’água
Fonte: Youth Hostel Taiwan - PL Interior Design
Fonte: Ferrari Operational Headquarters and Research Centre - ArchDaily.com
64
Figura 69 - Exemplo de paisagismo interno
Figura 71 - Exemplo de cerca viva
Fonte: Casa das Sibipirunas - Studio Otto Felix Fonte: Bambu Gracilis - TrueGreenNursery.com.au
Em relação a privacidade, a utilização de vidros opacos pode ser uma solução interessante para agregar privacidade, mas ainda sim passar um sentimento de
12.3 PARTIDO URBANÍSTICO
integração. Os cobogós podem ser utilizados com a mesma intenção, trabalhando na sensação de um ambiente reservado, sem sacrificar a impressão de
Com o objetivo principal de integração entre o refugiado e a sociedade, o partido
pertencimento ao espaço.
urbanístico visa funcionar de forma convidativa, para que as pessoas que vivem e
Ainda na questão de privacidade com conforto e acolhimento, barreiras visuais
participam do entorno do projeto se sintam a vontade e confortável para participar
compostas por vegetação, e jardins privados podem trazer a privacidade necessária,
do dia a dia do edifício.
sem abrir mão de espaços abertos e acolhedores.
Para isso, é necessário um ambiente agregador e agradável, que acolha os visitantes. Como uma parte considerável do projeto é de acesso restrito, a melhor
Figura 70 - Exemplo do uso de
alternativa é criar um ambiente externo que funcione como uma praça, ou até mesmo um pequeno parque, aonde as pessoas que passam pelo local possam entrar sem restrições, para aproveitar o espaço comum e dessa forma trazer a integração ao projeto. Levando em conta que a taxa de permeabilidade é de 20%, segundo a legislação, a utilização de pisos drenastes nos passeios ajudam a manter essa porcentagem, proporcionando até mesmo uma área maior que a mínima exigida por lei para área permeabilizante. A proposta é intercalar esses pisos com áreas sem pavimentação, ajudando a criar um jogo de cheios e vazios, preenchendo o paisagismo com formas e dando vida ao ambiente externo, utilizando também de espelhos d’água.
Fonte: Cobogós Raízes - Oficina Ana Paula Castro
65
Figura 72 - Exemplo de piso drenante
Figura 74 - Exemplo de paginação do piso
Fonte: The Garden - ArchDaily.com Fonte: Piso drenante - Braston.com.br
Figura 75 - Exemplo de espelho d’água Figura 73 - Exemplo da paginação do piso
Fonte: BGU University - Landezine.com
Fonte: Zona Úmida Urbana Usaquén - ArchDaily.com.br
66
Pensando no conforto e entretenimento do espaço, o uso de mobiliários misturando
Figura 77 - Exemplo de mobiliário c/ concreto
madeira e concreto ajudam a trazer a sensação de acolhimento, ao mesmo tempo trazem um tom moderno e atual. Esses mobiliários aliados ao uso de percolados de madeira com cobertura de bambu passam um sentimento rústico que conversa com o conforto pretendido nesse espaço, além de proporcionar espaços cobertos para os usuários. A instalação de peças de arte e esculturas de diversas nacionalidades também está prevista para acrescentar o valor cultural ao espaço, que tem como intenção a integração também cultural entre os usuários do edifício. A vegetação também será utilizada como um partido urbanístico, ajudando a trazer o acolhimento junto aos outros elementos do espaço. Serão áreas preenchidas com grama esmeralda que possui boa resistência e pode até mesmo ser pisoteada, assim como arbustos com diversos tipos de plantas, prezando sempre a facilidade de manutenção, como por exemplo cactos, agulha-de-adão, heras, bulbines, giestas, patas-de-elefante, agaves, capim-do-texas, bambus, entre outras. Fonte: City in the City Park - ArchDaily.com
Figura 76 - Exemplo de mobiliário de madeira Figura 78 - Exemplo de percolado c/ bambu
Fonte: Pergolados - VendraminiArquitetura.wordpress.com Fonte: Calçada de Todas as Cores - ArchDaily.com.br
67
Figura 79 - Exemplo de escultura
Figura 81 - Exemplo de giesta
Fonte: Aeroporto Internacional de Guarulhos - Instituto Tomie Ohtake
Já para as árvores, são previstas poucas espécies de grande porte, criando focos de sombra com árvores maiores e mais altas, e outras de pequeno porte mais espalhadas pelo espaço, criando diferentes gabaritos de altura das plantas,
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/854909941740141231/
combinadas com os arbustos. Para as espécies maiores, árvores como a pau-ferro, sibipiruna, jacarandá, canafístula e ipês podem ser utilizadas.
Figura 82 - Exemplo de agave
As árvores de pequeno porte podem ser a magnólia, manacá da serra, árvoresamambaia, cipreste italiano, cornus florida, jasmim-manga, pinheiro-budista, entre outras. Figura 80 - Exemplo de grama esmeralda
Fonte: IGA Berlin - ArchDaily.com.br
Fonte: https://flores.culturamix.com/informacoes/ agave-agave-angustifolia-planta-paisagistica
68
Figura 83 - Exemplo de capim-do-texas
Fonte: http://umaflorpordia.blogspot.com/ 2015/02/capim-chorao-capim-do-texas.html
Figura 85 - Exemplo de sibipiruna
Fonte: https://www.jardineiros.net/sibipiruna-1.80-a-2.20-metros
Figura 84 - Exemplo de jacarandá
Fonte: https://www.fazfacil.com.br/jardim/jacaranda-mimosifolia
Figura 86 - Exemplo de magnólia
Figura 87 - Exemplo de árvore-samambaia
Fonte: https://blog.plantei.com.br/wp-content/uploads/ 2016/11/07.jpg
Fonte: http://treeworldwholesale.com/en/trees/74-filiciumdecipiens.html
69
12.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES
AMBIENTE
FUNÇÃO
Nº DE PESSOAS
COND. AMBIENTAIS
QTDE.
ÁREA MIN. (m2)
ÁREA MIN. TOTAL (m2)
Mesas, cadeiras e computadores
Sanitário anexo;
1 guarita
10
10
Vagas demarcadas por pintura no piso
1 vaga a cada 80 m2 de área construída;
19 vagas
12,5
237,5
Vaga demarcada por pintura no piso
Vaga coberta com acesso direto ao edifício
1 vaga
21
21
LAYOUT ACESSO
Guarita
Controle de acesso
Estacionamento
Guarda de veículos
Carga e descarga
Estacionamento para veículos de carga e descarga
2
4
ADMINISTRATIVO Recepção/ Atendimento
Dar informações e atender
2
Balcões, caderias, computadores, armários
Pé direito mín. 2,60 m; circulação mín. 1,20 m;
2 postos de atendiment o
10
10
Sala de espera
Espaço para aguardar atendimento
10
Cadeiras, mesa de centro
1 vaga para cadeirante; circulação mín. 1,20; pé direito mín. 2,60 m;
10 assentos
10
10
Salas administrativas
Local de trabalho para funcionários
4
Mesas, cadeiras, computadores, armários, balcão
Pé direito mín. 2,60 m;
1 sala
10
10
Sala de direção
Local de trabalho para funcionários
2
Mesas, cadeiras, computadores, armários
Pé direito mín. 2,60 m;
1 sala
10
10
Sala de reunião
Local de reunião de funcionários
6
Mesas, cadeiras
Pé direito mín. 2,60 m;
1 sala
10
10
Almoxarifado geral
Guarda de materiais
1
Mesas, cadeiras, computadores, armários
Pé direito mín. 2,40 m;
1 sala
4
4
ATENDIMENTOS
Enfermaria
Auxílio médico
2
Mesa, cadeiras, maca, armários
Lavatório; ventilação natural mín. 0,30 m2; pé direito mín. 2,70 m;
1 sala
10
10
Quarto para enfermo
Quarto para atendimento médico de doentes
1
Cama, cadeira, mesa, ármario
Ventilação natural mín. 0,30 m2; pé direito mín. 2,70 m;
1 quarto
10
10
Consultório médico
Atendimentos médicos
2
Mesa, cadeiras, maca, armários
Lavatório; ventilação natural mín. 0,30 m2; sanitário anexo; pé direito mín. 2,70 m;
1 sala
10
10
70
Nº DE PESSOAS
LAYOUT
COND. AMBIENTAIS
QTDE.
ÁREA MIN. (m2)
ÁREA MIN. TOTAL (m2)
Atendimentos odontológicos
2
Mesa, cadeiras, cadeira odontológica, armários
Lavatório; ventilação natural mín. 0,30 m2; pé direito mín. 2,70 m;
1 sala
10
10
Sala de atendimento
Atendimento social, psicológico, empregatício, jurídico e religioso;
5
Mesas, cadeiras, computadores, armários
Ventilação natural mín. 0,30 m2; pé direito mín. 2,70 m;
5 salas
10
10
Sala de reunião
Local de reunião de usuários
6
Mesas, cadeiras
Ventilação natural mín. 0,30 m2; pé direito mín. 2,70 m;
1 sala
10
10
Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE;
2 sanitários
10
20
AMBIENTE
FUNÇÃO
Consultório odontológico
APOIO AO ADMINISTRATIVO E ATENDIMENTOS Sanitários
Apoio aos usuários
4
Vasos sanitários, lavatórios ENSINO
Salas de aula
Espaço de ensino e estudo
12
Mesa, cadeiras, armários, lousa, retroprojetor, telão
1,20 m2 por aluno; pé direito mín. 3 m;
4 salas
14,4
57,6
Ateliê
Espaço de criação e experimentos
8
Mesas, cadeiras, armários, balcões
1,20 m2 por aluno; pé direito mín. 3 m;
1 sala
9,6
9,6
Sala multiuso
Espaço para uso variado
16
Mesas, cadeiras, armários
1,20 m2 por pessoa; pé direito mín. 3 m;
1 sala
19,2
19,2
USO COMUM Auditório pequeno
Espaço para apresentações
60
Palco, cadeiras, mesa, computador, retroprojetor, telão
Entrada externa;
1 auditório
80
80
Lounge para exposições
Espaço para exposição de venda de artigos
20
Bancos, mesas de canto
Circulação mín. 1,50 m;
1 lounge
25
25
Biblioteca/Telecentro
Espaço de leitura
20
Mesas, cadeiras, armários, estantes, computadores, impressora
1,20 m2 por pessoa; pé direito mín. 3 m;
1 sala
24
24
Sala multiuso
Espaço para uso variado
16
Mesas, cadeiras, armários
1,20 m2 por pessoa; pé direito mín. 3 m;
1 sala
19,2
19,2
71
AMBIENTE
FUNÇÃO
Nº DE PESSOAS
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. (m2)
ÁREA MIN. TOTAL (m2)
Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE; 1 a cada 2 sanitários 25 alunos
15
20
3 quartos
50
150
LAYOUT
QTDE.
APOIO AO ENSINO E USO COMUM Sanitários
Apoio aos usuários
6
Vasos sanitários, lavatórios ALOJAMENTOS
Quarto coletivo masculino
Abrigo coletivo
10
Beliches, mesas, cadeiras
Pé direito mín. 2,60 m; área mín. 5 m2 por leito; ventilação natural mín. 0,30 m2;
Quarto coletivo feminino
Abrigo coletivo
10
Beliches, mesas, cadeiras
Pé direito mín. 2,60 m; área mín. 5 m2 por leito; ventilação natural mín. 0,30 m2;
3 quartos
35
105
Camas, beliches, mesas, cadeiras
Pé direito mín. 2,60 m; área mín. 5 m2 por leito; ventilação natural mín. 0,30 m2;
8 quartos
30
240
Quarto familiar
Abrigo para famílias
6
SOCIAL
Cozinha
Espaço para preparo de alimentos
15
Mesas, cadeiras, balcões, geladeira, fogão, microondas, armários
Ventilação natural; altura mín. de 2 m p/ revestimento nas paredes;
1 cozinha
10
10
Refeitório
Espaço para refeições
40
Mesas, cadeiras
1 m2 por usuário; pé direito mín. 2,40 m;
1 refeitório
40
40
Sala de estar/TV
Local para descanso e entretenimento
16
Mesas de centro, sofás, poltronas, cadeiras, mesas
1 m2 por usuário; pé direito mín. 2,70 m;
1 sala
16
16
Brinquedoteca
Espaço para entretenimento de crianças
8
Mesas, cadeiras, armários, playground
Pé direito mín. 2,70 m;
1 sala
10
10
Pé direito mín. 2,40 m; ventilação natural mín. 0,30 m2;
1 sala
18
18
SERVIÇOS Lavanderia
Local para lavar e secar roupas
8
Balcões, cadeiras, máquinas de lavar, secadoras, ferro de passar
72
AMBIENTE
FUNÇÃO
Nº DE PESSOAS
COND. AMBIENTAIS
LAYOUT
QTDE.
ÁREA MIN. (m2)
ÁREA MIN. TOTAL (m2)
APOIO AO ALOJAMENTO, SOCIAL E SERVIÇOS Depósito
Espaço para guardar pertences
68
Armários
Pé direito mín. 2,40 m;
1 sala
40
40
Vestiários
Espaço para banho e troca de roupa
8
Balcões, cadeiras, armários, chuveiros
Pé direito mín. 2,40 m; acessíveis PNE;
2 vestiários
20
40
Sanitários
Apoio aos usuários
6
Vasos sanitários, lavatórios
Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE; 1 cuba e bacia a cada 20 leitos
2 sanitários
24
48
APOIO OPERACIONAL Sala do zelador
Local de trabalho para o zelador
1
Mesa, cadeira, computador, armários
Pé direito mín. 2,60 m;
1 sala
6
6
Refeitório para funcionários
Espaço para refeições
10
Mesas, cadeiras
1 m2 por usuário; pé direito mín. 2,40 m;
1 refeitório
10
10
DML
Local para armazenamento de materiais de limpeza
Armários, balcão
Tanque; pé direito mín. 2,40 m; ventilação natural mín. 0,30 m2;
1 sala
4
4
Guarda equipamentos
Sala para guarda de equipamentos
2
Armários, mesas, cadeiras
Pé direito mín. 2,40 m;
1 sala
4
4
Rouparia
Local para armazenamento de roupas de cama e banho
2
Armários, mesa, cadeira, balcão
Pé direito mín. 2,40 m;
1 sala
4
4
Vestiários para funcionários
Espaço para banho e troca de roupa
4
Balcões, cadeiras, armários, chuveiros
Pé direito mín. 2,40 m; acessíveis PNE;
2 vestiários
10
20
Depósito de lixo
Local para armazenamento de lixo
1
Lixeiras
Externo ao edifício; separação de lixo reciclável;
1 depósito
4
4
SUBTOTAL
1167,60
350,28
350,28
TOTAL
1517,88
Circulação
Espaço para circulação
-
-
Aproximadamente 30% do total
-
73
12.5 ORGANOGRAMA
ACESSO
USO COMUM
ATENDIMENTOS
ENSINO
ADMINISTRATIVO
SOCIAL
APOIO OPERACIONAL
SERVIÇOS
ALOJAMENTO
APOIO SOCIAL
74
12.6 FLUXOGRAMA
Legendas: 1
2
1
3
2
4
3 3
4
1
5
6 5 1
3
4
5
ACESSO 1. Acesso pedestres 2. Acesso veículos 3. Estacionamento 4. Carga e descarga
4
2
2
EDIFÍCIO
1
2
USO COMUM 1. Praça 2. Lounge p/ exposições 3. Biblioteca / Telecentro 4. Auditório 5. Sala multiuso
3
1
2
3
3
4
4
1
5
ADMINISTRATIVO 1. Recepção / Espera 2. Sala administrativa 3. Almoxarifado 4. Sala direção 5. Sala de reunião
ENSINO 1. Salas de aula 2. Ateliê 3. Sala multiuso
1
2
ATENDIMENTOS 1. Consultório odontológico 2. Enfermaria 3. Quarto para enfermo 4. Salas de atendimento 5. Consultório médico 6. Sala de reunião
ALOJAMENTO 1. Quarto familiar 2. Quarto coletivo masc. 3. Quarto coletivo fem.
SOCIAL 1. Sala de estar / TV 2. Brinquedoteca 3. Cozinha 4. Refeitório
1
1
Planta chave
2
3
2
APOIO OPERACIONAL 1. Sala do zelador 2. Refeitório funcionários 3. Guarda equipamentos 4. Vestiários funcionários 5. Rouparia
APOIO SOCIAL 1. Depósito 2. Vestiários
SERVIÇO 1. Lavanderia
75
ACESSO PEDESTRES
ACESSO VEÍCULOS
CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO ESTACIONAMENTO ENFERMARIA
SALAS DE ATENDIMENTO
CARGA E DESCARGA
BIBLIOTECA/ TELECENTRO PRAÇA
CONSULTÓRIO MÉDICO
SALA DE REUNIÃO LOUNGE P/ EXPOSIÇÕES
AUDITÓRIO
EDIFÍCIO
QUARTO P/ ENFERMO
SALA MULTIUSO
RECEPÇÃO/ ESPERA SALAS DE AULA
SALA ADMINISTRATIVA
ALMORARIFADO
SALA DIREÇÃO
SALA DE REUNIÃO
ATELIÊ
SALA MULTIUSO
76
SALA DE ESTAR/TV
SALA DO ZELADOR
BRINQUEDOTECA
REFEITÓRIO FUNCIONÁRIOS
COZINHA
GUARDA EQUIPAMENTOS
REFEITÓRIO
VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS
LAVANDERIA
ROUPARIA
DEPÓSITO
QUARTO FAMILIAR
QUARTO COLETIVO MASC.
QUARTO COLETIVO FEM.
VESTIÁRIOS
77
CONCLUSÃO A questão dos refugiados é hoje um assunto tratado com cada vez mais relevância por todas as sociedades. Diversos são os motivos para que pessoas abandonem seu país de origem para tentar a vida em outro lugar. Todos esses motivos buscam apenas um objetivo: a qualidade de vida. É imprescindível que as pessoas possam viver sem medo, sem fome, sem conflitos. E esse é o objetivo desse projeto, oferecer dignidade no começo da nova jornada de refugiados, auxiliando em todas as etapas da adaptação do refugiado no Brasil. A integração do refugiado a sociedade, através de auxílios diversos desde moradia temporária até assistência jurídica, por exemplo, é necessária para oferecer essa qualidade de vida que essas pessoas buscam. O Centro de Acolhida e Integração para Refugiado traz para Mogi das Cruzes a missão de auxiliar essas pessoas, aliviando a absorção dessas pessoas pela cidade de São Paulo, que nem sempre consegue atender os refugiados de maneira ampla e com qualidade. Esse projeto visa trazer a integração do refugiado à sociedade, o reconhecendo como cidadão e o auxiliando durante o processo de começar uma nova vida. O conforto nesses primeiros passos, o sentimento de acolhimento e de pertencimento, tão importante para o ser humano na busca pelo seu lugar no mundo, é o que norteia esse projeto na busca de ajudar os refugiados.
78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
noticia/2020/01/31/brasil-reconhece-em-bloco-17-mil-venezuelanos-comorefugiados.ghtml>. Acesso em: 02 de março de 2020.
Qual a diferença entre ‘refugiados’ e ‘migrantes’? Disponível em <https:// nacoesunidas.org/qual-a-diferenca-entre-refugiados-migrantes/>. Acesso em: 28 de
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Refugiados. Disponível
fevereiro de 2020.
em <https://www.acnur.org/portugues/quem-ajudamos/refugiados/>. Acesso em: 04 de março de 2020.
SOARES, Carina de O. A extradição e o princípio de não-devolução (nonrefoulement) no direito internacional dos refugiados. Disponível em <https://
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ASSUNTO: Planta de Planimetria ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
N
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
01
ASSUNTO: Perfil Natural do Terreno ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
N
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
02
ASSUNTO: Cortes Perfil Natural do Terreno ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
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ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
03
ASSUNTO: Perfil Proposto do Terreno ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
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ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
04
ASSUNTO: Cortes Perfil Proposto do Terreno ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
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ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
05
ASSUNTO: Implantação ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
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ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
06
ASSUNTO: Planta Baixa Térreo ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
N
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
07
ASSUNTO: Planta Baixa 1º Pavimento ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
N
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
08
ASSUNTO: Planta Baixa 2º Pavimento ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
N
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
09
ASSUNTO: Planta Layout Térreo ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
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ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
10
ASSUNTO: Planta Layout 1º e 2º Pavimento ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
N
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
11
ASSUNTO: Planta Pré Estrutural ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
N
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
12
ASSUNTO: Planta de Cobertura ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
N
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
13
ASSUNTO: Cortes ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
14
CENTRO DE ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO AO REFUGIADO
ASSUNTO: Elevações ESCALA: Indicada PROJETO: Centro de Acolhimento e Integração para Refugiados ENDEREÇO: Rua Ipiranga, 395, Centro - Mogi das Cruzes / SP
ALUNO: Nícolas Pisteco RGM: 11161502740 ORIENTADOR: Paulo Pinhal UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PRANCHA:
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