Caderno do Professor

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RIO+20

e eu com isso? CADERNO DO EDUCADOR


“Quando o sonho é forte, o pensamento vem. O amor é o pai da inteligência. Mas sem amor todo o conhecimento permanece adormecido, inerte, impotente. [...] As escolas: imensas oficinas, ferramentas de todos os tipos, capazes dos maiores milagres. Mas de nada valem para aqueles que não sabem sonhar. Os profissionais da educação pensam que o problema da educação se resolverá com a melhoria das oficinas: mais verbas, mais artefatos técnicos, mais computadores (ah! o fascínio dos computadores!). Não percebem que não é aí que o pensamento nasce. O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.” Rubem Alves


CADERNO DO EDUCADOR Conteúdo e textos: Maria Betânia Ferreira e Dora Carrasse

pag. 05 01 aoINTRODUÇÃO 3º Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade

ASSUNTO DE CONVERSA: pag. 07 02 Rio + 20 - E Eu com isso? PARTICIPAR 03 eCOMO escrever seu projeto

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Fonte de inspiração

E DE TROCA Precisamos muito destas duas coisas – inspiração e trocas – para montar um ENORME quebra-cabeça, sem perder nenhuma das peças (e algumas são tão pequenininhas!). Por onde começar? Talvez por aqui: olhar com atenção a parte que está pronta e boa. Em seguida, sair em busca do novo e do melhor: novas ideias para identificar e unir as peças. Todas elas.

Desmatamento, contaminação dos recursos hídricos e do ar – estes são os problemas ambientais mais lembrados no país. No entanto, mais da metade das pessoas são incapazes de identificar os problemas ambientais do bairro em que vivem. (Pesquisa do Ministério do Meio Ambiente, 2006) Pois é: enquanto não formos capazes de identificar as fragilidades e potencialidades nas quais estamos mergulhados todo santo dia, vai ser impossível completar o quebra-cabeça que é viver na Terra sem destruí-la e sem nos destruirmos uns aos outros. Sem competição, porque o objetivo é cooperar. Sem jogar contra, sem deixar de lado, sem isolar nem separar. Com dominação, todos perdem. A chave é sustentabilidade (palavra que já foi muito usada e distorcida, mas continua válida, porque o desenvolvimento sustentável ainda não aconteceu em lugar nenhum).


Junho de 2012,

RIO+20: Conferência da ONU: governos reunidos para discutir o que fazer e em quanto tempo. Cúpula dos Povos: sociedade civil global (movimentos sociais e ONGs) reunida para trocar experiências e pressionar instituições e governos.

A verdadeira mudança não vem dos grandes encontros oficiais: são as pessoas que aprendem e mudam as coisas quando as entendem ou têm acesso às informações. A maior força não estará no Rio Centro, onde os chefes de Estado vão se reunir, e sim nos locais onde se encontrará a sociedade civil (cidadãos em ação em ONGs e movimentos sociais), em oficinas, assembleias, palestras, diálogos... Ali quem fala são as pessoas cuja vida é diretamente atingida pelos desequilíbrios ambientais e sociais. Por isso mesmo, a ONU lançou uma pergunta à sociedade civil, em novembro de 2011: “Se você pudesse construir o futuro, o que gostaria de fazer?” As respostas que pessoas de todo o mundo deram a essa pergunta até abril de 2012 devem virar filmes e documentos que serão divulgados na Rio+20 e depois dela. O Kit de Conversação O Futuro que Queremos, que se encontra no site da ONU na área Rio+20, pode despertar boas ideias aplicáveis à sua comunidade: http://www.onu.org.br/rio20/futuroquequeremos/


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Acompanhar e organizar debates dessa natureza é uma das formas de aprender a jogar. Igualmente importante é levar essas ideias de o que fazer e de como fazer para dentro da sua casa, da sua escola, da sua rede, da sua comunidade. Isso é jogar para ganhar em um jogo que não se joga sozinho. É esse o caminho da sua participação nesta 3ª edição do Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade.

Algumas ideias começam a cintilar? Ambiciosas? Minúsculas? Engraçadas? Desafiadoras? Simples e boas como feijão com arroz? Guarde-as para compartilhar no desenvolvimento do seu projeto.


RIO menos 20:

Em que Terra vivíamos em 1992? Há 20 anos, onde é mesmo que você estava? Fazendo o quê? Sonhando com quê? Consumindo o quê? E como? Que objetos havia ao seu redor? Que medos, que alegrias, que dúvidas? Que ferramentas? Que conhecimentos? Como se formavam as redes nessa sociedade 20 anos mais nova, em que o Muro de Berlim tinha acabado de cair? Um novo ser humano surgiu entre os anos de 1970 e 2000. Seu corpo não é mais o mesmo. Sua expectativa de vida mudou. Sua maneira de comunicar não é mais a mesma. Ele não percebe mais o mundo do mesmo jeito, nem vive na mesma natureza, nem habita o mesmo espaço. Ele não tem mais o mesmo espaço. Sua cabeça é diferente da cabeça de seus pais, e por isso ele conhece de outro modo. Ele escreve de outro modo. Ele fala uma língua que muda a uma velocidade vertiginosa. Como é, mesmo, que se vai pensar a educação desse novo humano, na mesma sala de aula da mesma escola de sempre?


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E os alunos de cuja educação você participa hoje, onde estavam? E os alunos de 1992, que diferenças havia em relação aos de hoje? Que tecnologias estavam no cotidiano deles? Como eles conversavam? Sobre o quê? Como faziam para se reunir? O que mudou?

Surpreso com suas respostas? Muito? Nem tanto? Guarde-as para compartilhar na introdução do seu projeto, que é exatamente a parte que vai “fisgar” o leitor.


RIO + 20:

Em que Terra vivemos em 2012?

E EU COM ISSO?

Está escrito lá atrás: mais da metade das pessoas são incapazes de identificar os problemas do bairro em que vivem. A palavra “ambientais” sumiu dessa frase de propósito, porque sustentabilidade envolve muito mais coisas, coisas essas que o hábito de situar “ambiente“ fora das pessoas às vezes faz esquecer. Quando alguém é vítima de bullying, racismo, discriminação e outros tipos de privação de direitos humanos, o que fazer pela sustentabilidade dessa vida? E pela sustentabilidade da trama social? As questões ambientais não são as únicas a levar em conta. Dedicar palavras e mais palavras à preservação das florestas e das águas enquanto se vai minando descuidadamente a integridade e o bem-estar do vizinho ao lado não tem pé nem cabeça. Não faz sentido:

Somos malhas da mesma rede, e nenhum mundo em que as ações de uns ferirem os outros pode ser bem-sucedido. Pela primeira vez na história da humanidade, que hoje engloba 7 bilhões de pessoas, a maioria vive em cidades; bilhões de pessoas podem se comunicar instantaneamente entre si, sem barreiras geográficas.

Há um único grupo espalhado por todo o planeta a montar o quebracabeça. Os desafios: a busca do consenso e da cooperação pelos cuidados com todas as vidas.


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Qual é para você, educador, o evento +20 possível e pertinente no seu pedaço de mundo? Essa é a resposta de onde sairá a ideia central do seu projeto neste 3º Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade.

COMO REPERCUTIR a RIO+20 no meu pedaço do planeta?

As melhores coisas que esse tipo de evento traz são diálogo, ação conjunta em causas que têm a ver com as necessidades e dificuldades locais e, consequentemente, inclusão de pessoas que, sem isso, se sentem distantes das decisões e dos caminhos que determinam sua vida.


De onde vem a Rio+20:

DE ROMA 1968 A RIO 2012 1968 Publicação em Roma, Itália, do primeiro documento oficial que fala de crescimento e questões ambientais: é preciso buscar equilíbrio num planeta que é um sistema finito de recursos, pressionado pelo grande aumento da população e da produção econômica. (Os limites do crescimento, org. Dennis L. Meadows)

1972 Começa em Estocolmo, Suécia, o diálogo entre países industrializados e países em desenvolvimento sobre a relação entre crescimento econômico, poluição e bemestar dos povos: proposta de adoção de um conjunto de princípios para o manejo ecologicamente racional do meio ambiente. (Primeira Conferência Mundial sobre Meio Ambiente Humano e Desenvolvimento) 1977 Unesco define educação ambiental como “um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente– e resolver problemas ambientais presentes e futuros”.

1980 Surge a expressão “desenvolvimento sustentável”. 1981 Política Nacional do Meio Ambiente, Brasil, Lei 6.938: “Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

1987 Publicação de Nosso futuro comum, o relatório Brundtland, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU: desenvolvimento sustentável é “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.

1990 Estatuto da Criança e do Adolescente: as crianças brasileiras são “sujeitos de direitos”, “pessoas em desenvolvimento” a quem se deve assegurar “prioridade absoluta” nas políticas públicas e na destinação de recursos públicos, sem qualquer tipo de discriminação.

Rio-92 A Terra é uma só nação, e os seres humanos, seus cidadãos. A Conferência das


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Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento reuniu 175 países e mostrou as possibilidades de compreensão e entendimento entre eles. Nesse encontro, entre outros temas, discutiram-se as mudanças de clima, a perda de biodiversidade e o desmatamento. Veio daí, também, a “Agenda 21”, que é um programa de ação para que todos os países possam adotar o desenvolvimento sustentável e ambientalmente racional.

1997 Protocolo de Quioto: a maioria dos países desenvolvidos firma o compromisso de reduzir em cerca de 5% as emissões de gases de efeito estufa até 2012.

1997 Entre os brasileiros, 65% não aceitam a poluição como preço para a garantia de emprego; 47% acham que o meio ambiente deve ter prioridade sobre o crescimento econômico; 95% consideram que a educação ambiental deve ser obrigatória. 1999 Lei define educação ambiental: “Processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. 2000 191 países aprovam as 8 Metas para o Milênio, na maior reunião de governantes de toda a história: 1. Acabar com a fome e a miséria. 2. Educação básica e de qualidade para todos. 3. Igualdade entre sexos e valorização da mulher. 4. Reduzir a mortalidade infantil. 5. Melhorar a saúde das gestantes. 6. Combater a Aids, a malária e outras doenças. 7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. 8. Todos trabalhando pelo desenvolvimento. 2009 Conferência Climática de Copenhague, Dinamarca, busca (mas não consegue) um novo acordo para suceder ao de Quioto, que obrigaria 37 países industrializados a cumprir metas de redução de gases de efeito estufa. O prazo das metas de Quioto expira em 2012. 2012 Líderes de todo o mundo se reúnem na Rio+20 para uma dar uma olhada nas últimas duas décadas e discutir maneiras de recuperar os estragos, se possível sem deixar de progredir.


Parêntese com pontos a ponderar Não dá para resistir à tentação de compartilhar aqui um pensamento de David Orr, professor de Estudos Ambientais, estudioso e defensor de uma ecocultura. Ele não acredita que nossa salvação esteja na educação, e sim na educação de certo jeito:

O planeta não precisa mais de pessoas bem-sucedidas; precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todos os tipos. Necessita de pessoas que vivam bem no seu lugar. Precisa de pessoas com coragem moral querendo aderir à luta de fazer o mundo habitável e humano. E essas qualidades têm pouco a ver com o sucesso como nossa cultura o definiu. Outro educador que nos sopra ao ouvido um recado aos professores é Michel Serres, filósofo francês, no seu último livro, ainda não publicado no Brasil (Petite Poucette - em português Polegarina):

Queria ter 18 anos [...], pois tudo é a refazer, pois tudo está por inventar. Tomara que a vida me dê tempo suficiente para trabalhar nisso, na companhia desses pequenos, aos quais consagrei minha vida, porque eu sempre os amei com todo o respeito. Em uma sociedade em que tudo vai cada vez mais rápido, onde o virtual ocupa um lugar cada vez maior, acompanhar os jovens em um vínculo autêntico e generoso pode permitir que eles encontrem o sentido que os ajudará a escolher e realizar seus projetos, suas aspirações, para avançar rumo a uma vida totalmente escolhida e feliz. Viver no presente constitui a força e o luxo dos jovens. Preservá-los de nossos medos pessoais de adultos pode ajudá-los a preservar os ímpetos e os sonhos que lhes darão a energia para reinventar e reconstruir o mundo de amanhã.


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Para entender a

RIO + 20

E A CÚPULA DOS POVOS 13-15 de junho de 2012 Última reunião preparatória da ONU para a Rio+20, já no Rio de Janeiro. 15-23 de junho de 2012 Cúpula dos Povos, grande evento da sociedade civil paralelo à Rio+20. 20-22 de junho de 2012 Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.


Rio+20 é a combinação de acontecimentos ligados à sustentabilidade que acontecem entre 11 e 24 de junho de 2012, com foco no Rio de Janeiro: A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, 20 anos depois da conferência de 1992 (por isso, +20), é, possivelmente, a maior reunião da ONU já realizada. O que se pretende é amadurecer as discussões e propostas favoráveis ao novo mercado verde, com uso de energia limpa, e gerar soluções para a diminuição da poluição. A Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental é um evento paralelo da sociedade civil, com uma Assembleia Permanente dos Povos para debater temas relacionados às causas estruturais da crise ambiental e ecológica e discutir o nível de soluções indicadas pela ONU. Também acontecem oficinas, palestras e propostas para encontrar e compartilhar novos jeitos de organizar a produção, manejar os recursos naturais e solucionar problemas sociais, jeitos esses que mudem de verdade a estrutura poluidora e massificadora de consumo que criou os problemas atuais. Um dos recursos mais ricos da Cúpula dos Povos é que os estudiosos, as ONGs, as associações e os movimentos sociais locais presentes contam o que conceberam e fizeram para resolver seus problemas em comunidades espalhadas pelo mundo e com quais resultados. Esse compartilhamento de experiências práticas, dificuldades encontradas e soluções adaptadas – as quais são, na maioria, exemplos de autogestão – é uma verdadeira mina de ideias para um mundo sustentável, e, nessa mina, a simplicidade e a desburocratização imperam.


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5 temas mais importantes

QUE A ONU

VAI DEBATER NA RIO+20 Regimes de governança à altura do desafio ambiental e climático do século 21 (Como governar e organizar as instituições para não desaparecerem da face da Terra?). Transformação dos recursos humanos para o século 21: novas especialidades, modos de aprender e administrar, mais pesquisa, nova educação (Como educar para as novas maneiras de viver juntos, ser, conhecer, consumir?). A segurança alimentar para 9 bilhões de pessoas (Diante da mudança climática, da escassez de água, das contaminações e das doenças, como alimentar todos esses terráqueos? Como consumir?). A “ponte quebrada” entre os cientistas e os responsáveis pelas políticas (Sem ela, como encontrar sustentabilidade? Como trabalhar juntos?). Pontos de virada sociais, graças a mudanças de atitudes coletivas (Quem sabe, assim, muda o jeito de consumir que é destrutivo?).

4 eixos de discussão da assembleia permanente dos povos na cúpula dos povos: energia, finanças, alimentação e ambiente. 16 outros temas podem ser encontrados no site ECOPOLITICA http://www.ecopolitica.com.br/2012/02/24/os-temas-ambientaiscriticos-neste-seculo-e-a-rio20/


13 outras fontes de informação

SOBRE A RIO+20

VOCÊ ENCONTRA NOS SITES: Site da ONU sobre a Rio+20: http://www.onu.org.br/rio20/info Site oficial da conferência em português: http://www.rio20.info Facebook oficial da Rio+20: http://www.facebook.com/UNRioplus20 Twitter oficial da Rio+20 (em inglês): http://www.twitter.com/UN_Rioplus20 Site da ONU para contribuições da sociedade civil (em inglês): http://www.un.org/sustainablefuture Site do Governo Federal e do Governo do Rio de Janeiro para a Rio+20: http://www.rio20.gov.br Site do Ministério do Meio Ambiente para a Rio+20: http://hotsite.mma.gov.br/rio20 Site da Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental: http://www.cupuladospovos.org.br Facebook oficial da Cúpula dos Povos: http://www.facebook.com/cupuladospovos?ref=ts Videoaula “Entendendo a Rio+20”: http://bit.ly/rio20videoaula Site de eventos paralelos: http://www.onu.org.br/rio20/eventos O Futuro que Queremos: http://www.onu.org.br/img/2011/11/rio20_kit-conversacao.pdf Portal e publicação “Radar Rio+20”: http://www.radarrio20.org.br

3 endereços para descobrir a dimensão da mobilização dos jovens para a para a RIO+20 Brasil: http://bit.ly/rio20juvbrasil América Latina: http://bit.ly/rio20juval Mundo: http://bit.ly/rio20juvmundo, e mais informações estão disponíveis em: http://bit.ly/rio20youth


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Como participar do

3º PRÊMIO ECOFUTURO

DE EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE Educadores* são pessoas que decidiram trilhar um caminho que obrigatoriamente é percorrido de mãos dadas. A palavra escrita é sua ferramenta para relatar, transmitir, construir, avaliar, comunicar, tecer redes e recriar o que se passa. Seu trabalho é abençoado com a possibilidade de insights constantes sobre a

natureza humana.

Sua tarefa (e também sua grande oportunidade de impacto no mundo) é semear ideias e sonhos em muita gente. O que se passa nas salas de aula e na escola e se estende às comunidades escolares pode fazer enorme diferença na formação de gente competente para resolver

conflitos, estabelecer prioridades, entender diferentes perspectivas e descobrir que tudo se inter-relaciona, se amplia, avança em alguma direção e, por isso, precisa de nossa atenção e intenção. *Na tradição budista Theravadin, um educador é Kalyana Mitta, “amigo espiritual”: uma pessoa sábia, capaz de demonstrar leveza de coração, graça na adversidade e compaixão.

A ideia desta 3ª edição do Prêmio Ecofuturo é que você realize com seus alunos a “Rio+20 local”. Dirija os olhares para a realidade da escola e da comunidade, localize os desafios desse debate planetário para encontrar caminhos de sensibilização, ganho de competência e potencial de ação. Para quê? Para melhorar o mundo a partir da melhoria de qualidade de vida que é possível em qualquer tipo de ambiente.


O formato da ação é de livre escolha, porque tem de estar de acordo com as possibilidades locais. Não há modelos a seguir: a força da ideia criativa da educação para a sustentabilidade está na conexão entre conhecimento, compartilhamento, aplicabilidade e boa dose de autoralidade. Os temas da sustentabilidade são infinitos. Os mais comuns no dia a dia das instituições ligadas à educação (reciclagem, lixo, poluição, desmatamento) estão longe de esgotar o assunto. O modo de consumir*, o papel da propaganda no incentivo ao consumo excessivo, a fome, o bullying, as discriminações, as..., os... (nada como reticências para deixar claro que ninguém sabe até onde vai a lista...). Seu olhar e a realidade é que determinam os temas. Lembre-se:

Somos malhas da mesma rede, e nenhum mundo em que as ações de uns ferirem os outros pode ser bem-sucedido. * O Manual de Educação para o Consumo Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente, traz boas indicações sobre o tema consumo sustentável. Você pode encontrá-lo em: http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/og/pog/arqs/consumo_sustentavel.pdf.


21 Este mundo

NÃO TEM MAIS JEITO. O MUNDO

ESTÁ PERDIDO!

Sua ideia de educar para a sustentabilidade no contexto de Rio+20: E EU COM ISSO? Tem hora em que tudo parece quase impossível de consertar. Mas devemos a todos, em especial às crianças e aos jovens, um compartilhamento de esperanças, um aceno de luz e de alegria. Escola é um lugar por excelência para: descobrir descobrirasaspróprias própriasforças, forças, construir-se construir-seem emgrupo, grupo, entender-se, entender-se, entender entendercomo comoo omundo mundofunciona funcionae e vislumbrar vislumbrarcomo comoele elepode podevirvira afuncionar. funcionar.

Não se acanhe nem se desencoraje se sua ideia parecer muito pequenininha. O tamanho da semente nunca foi critério para antecipar a qualidade dos frutos.

Aqui, aguardamos ansiosamente as palavras animadas e animadoras de quem olha ao seu redor com atenção, dispõe-se a agir e a estimular a ação conjunta necessária e encontra um jeito interessante de contar isso por escrito (para, quem sabe, convencer possíveis seguidores a multiplicar!).


Antes,

DURANTE E DEPOIS 01.É com os gestos e as palavras de CUIDADO, guiados pelo princípio de fazer o máximo de bem e causar o mínimo de mal, que o “era uma vez” da humanidade vai se corrigindo e melhorando.

02.Ler o regulamento é preciso, para saber onde se pisa e o que se espera. 03.Bisbilhotar e mergulhar nas sugestões de leitura na Biblioteca Virtual do Ecofuturo, em vídeos, áudios, artigos e sites, para buscar inspiração e alimentar as ideias. Dar uma olhada carinhosa, gentil, empática no escrito alheio, em busca de segredos, iscas, mistérios e achados.

04.Consultar o Blog Educação para a Sustentabilidade, atualizado semanalmente. 05.Cair na malha das redes sociais e interagir (afinal, esta é uma sociedade imaterial livremente conectada!): estamos no Facebook e Twitter.

06.Identificar educadores que podem construir o projeto com você e compor saberes e fazeres. (Se não encontrar um par, componha com seus alunos.)

07.Antes de escrever, usar a orelha: converse, compartilhe, ouça, pergunte. É no cotidiano das pessoas que a história se concretiza, que a geografia se localiza, que a matemática se equaciona, que os valores se aplicam, que a grande realidade se revela, que o universo se exemplifica. Na publicação Fazendo mágica com as palavras você encontra as vozes de crianças e jovens sobre cuidados com a vida

08.Escrever o projeto concebido (mais detalhes a seguir). 09.Fazer a inscrição on-line, até 30 de setembro de 2012, às 24h. Além do projeto escrito, você pode também enviar fotos de até 2M e o link para um vídeo.


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Para escrever seu projeto:

OS PONTOS NOS ‘ii’ O que você vai fazer: escrever um texto organizado de certo modo para comunicar coisas que, num planeta de 7 bilhões de humanos, só existem, por enquanto, dentro de você e dos coautores da ideia.

Isso deve ser compartilhado em forma de narrativa: seu texto conta a ideia a ser colocada em prática, desde sua origem até seu desfecho. Nem dissertação, nem discurso: conte a história do seu projeto.

O texto deve ter no máximo 6 laudas, em fonte Times New Roman, corpo 12, espaço simples. Quem vai ler deve ser “fisgado”: procure fazer do seu texto um material de leitura atraente. Não se deixe aprisionar pelos caminhos conhecidos. Coragem! Ouse, sim! A delicadeza do CUIDADO combina com leveza, originalidade, inventividade, voo... Que venham as ideias, vestidas com toda a diversidade e a liberdade que a criação implica!

Ajude quem vai ler a ter uma ideia de conjunto do seu projeto e, ao mesmo tempo, a identificar os pontos fundamentais: quando terminar de escrever, procure reler tomando distância, como se fosse escrito por outra pessoa, para ver se está de acordo com o que você quer transmitir e se está interessante de ler. Você também pode pedir para outra pessoa ler e trocar ideias com ela.


Estruture a redação do seu projeto

TENDO EM MENTE

ESTES BLOCOS DE CONTEÚDOS Eu em 1992, eu +20 (ou eu em 2012): a primeira pessoa da narrativa, que é você mesmo. Onde estava o personagem-VOCÊ, o que fazia, que ideias tinha, como vivia em 1992, e o que é e faz hoje, e onde, e como... (Convite à liberdade no modo de fazer isso!) Eles em 1992, eles +20 (ou eles em 2012): seus alunos, seus colegas, outras pessoas ou iniciativas da comunidade eventualmente envolvidas no projeto. Esses personagens-ELES em 1992 e hoje. Se seus alunos são crianças e jovens, imagine seu entorno familiar e social em 1992, e isso pode vir a ser muito interessante: eles já nasceram em um mundo bem diferente daquele em que você mesmo nasceu, talvez...

O contexto e o cenário onde tudo deve acontecer: apresentados e delineados os personagens, é o momento de apresentar e delinear onde a narrativa de desenrola, desenrolou, desenrolaria ou desenrolará. Aqui o conteúdo é sua comunidade e sua região, o pedaço do mundo em que seu projeto nasce, suas necessidades e condições... Tudo o que seu olhar generoso e sensível registrou ali e que levou à ideia inicial que virou projeto. E não se esqueça do espaço virtual à disposição no século 21!

Nós: os personagens EU e ELES, naquele CONTEXTO de tempo e espaço, viram NÓS em atividades compartilhadas com determinados objetivos. Aqui o conteúdo é aonde você pretende chegar e tudo o que acontece, tudo o que as pessoas envolvidas fazem, ou fizeram, ou fariam, ou farão para isso. Em outras palavras: aqui você conta o que acontece no projeto propriamente dito, as ações e as estratégias, os passos para chegar aos resultados que imaginou e/ou alcançou. Inventário: aqui o conteúdo é (1) como avaliar o projeto; (2) tudo o que você achar que pode ajudar a pessoa que lê seu projeto a entender melhor o que ele propõe; (3) suas próprias indagações e dúvidas, se houver; (4) a bibliografia e outras fontes de referência que usou, e como elas ajudaram.


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Que a participação no 3º Prêmio Ecofuturo para a Sustentabilidade seja uma celebração e uma oportunidade de narrar ideias sobre os cuidados com a vida com gosto, liberdade e espontaneidade! Tudo sobre conteúdo, participação, inscrição e esclarecimento de dúvidas no endereço

www.ecofuturo.org.br/premio Ainda alguma dúvida? Escreva para:

premio@ecofuturo.org.br /institutoecofuturo

/eco_futuro

/Instituto Ecofuturo


Realização: Instituto Ecofuturo Direção: Christine Castilho Fontelles Responsável pelo projeto: Palmira Petrocelli Nascimento Assistente do projeto: Amanda Garcia Silva Coordenação de comunicação: Alessandra Avanzo Assistente de comunicação: Patricia Mirabile Barbosa Banevicius Projeto Gráfico: Laika Design Produção Gráfica: DBeST Design Conteúdo e texto: Maria Betânia Ferreira e Dora Carasse EQUIPE DO INSTITUTO ECOFUTURO Daniel Feffer, Presidente Sergio Alves, Superintendente Christine Castilho Fontelles, Diretora de Educação e Cultura Paulo Groke, Diretor de Meio Ambiente Alessandra Avanzo, Coordenadora de Comunicação Edmar Moraes Barros Junior, Coordenador Financeiro Guilherme Rocha Dias, Coordenador do Projeto Parque das Neblinas Rachel Barbosa Gomes Carneiro, Coordenadora de Desenvolvimento Institucional Silvana Ferreira Silva, Contadora Crisangela Ayazian Martins, Analista de Desenvolvimento Institucional Daniele Juaçaba, Analista do Programa Ler é Preciso Julia de Lima Krahenbuhl, Analista de Projetos Maurício de Alcântara Marinho, Analista de Projetos Michele Cristina Martins, Analista de Projetos Palmira Petrocelli Nascimento, Analista do Programa Ler é Preciso Patricia Mirabile Barbosa Banevicius, Analista de Comunicação Regiane Basso, Analista Contábil Renato Guimarães de Oliveira, Analista Administrativo Financeiro Alexandre Oliveira da Silva, Assistente de Manutenção Amanda Garcia Silva, Assistente do Programa Ler é Preciso Carlos de Medeiros Delcidio, Assistente de Desenvolvimento Institucional Luciani Oliveira Santos, Assistente Administrativo Sandro Custódio da Silva, Assistente de Manutenção e Manejo Florestal Vanessa de Jesus Espindola, Assistente do Programa Ler é Preciso Cléia Marcia Ribeiro de Araújo, Auxiliar Administrativo Marcos José Rodrigues do Prado, Auxiliar de Manutenção e Manejo Florestal Mariana Limeira, Estagiária do Programa Ler é Preciso CONSELHO DIRETOR Daniel Feffer, Presidente; David Feffer e Jorge Feffer, Vice-Presidentes; Antonio Maciel Neto, Claudio Thomaz Lobo Sonder, Jacques Marcovitch, Murilo César Lemos dos Santos Passos, Paulo Lima, Sergio Arthur Ferreira Alves, Conselheiros. MANTENEDOR Suzano Papel e Celulose



REALIZAÇÃO

MANTENEDOR

PATROCÍNIO

PARCERIA Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Ministério do Meio Ambiente

APOIO Alfasol – Alfabetização Solidária | Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras | Vieira, Drigo e Vasconcellos Advogados | CDI – Centro de Democratização da Informática | OEI – Organização dos Estados Ibero-Americanos | Centro de Voluntariado São Paulo | Consed – Conselho Nacional dos Secretários de Educação | Estácio | FUNAP – Fundação de Amparo ao Preso de São Paulo | Editora Cortez | UMAPAZ | Instituto C&A | Secretaria Municipal de Educação de SP


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