DIARIOde P E R N A M B U C O - Recife, segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
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Edição: Paula Losada FOTOS: BLENDA SOUTO MAIOR/ESP. DP/D.A PRESS
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JULIO JACOBINA/DP/D.A PRESS
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Felipe Carreras
Um Recife para os recifenses Em um dos melhores anos para o turismo brasileiro, com a realização da Copa do Mundo, sendo o Recife uma das cidades-sede, a Secretaria de Turismo da capital pernambucana tem feito tudo o que está ao seu alcance para atender da melhor forma possível à demanda externa. Mas “falta o governo federal fazer a sua parte”, diz o secretário de Turismo do Recife, Felipe Carreras, que acredita que o Brasil poderia estar sendo melhor divulgado lá fora. Enquanto isso, Carreras vem, em sua gestão, trabalhando e arrumando a casa para os estrangeiros, sim, mas principalmente para o próprio recifense. “É preciso, antes de mais nada, pensar numa cidade para sua população, e não para o turista", diz. É nessa linha que o secretário tem apresentado projetos que levam as famílias para o lazer fora de casa, despertando uma cultura - segundo ele - adormecida. O secretário fala ainda da divulgação do carnaval e da integração com outras pastas, deixando claro que esta gestão não está preocupada apenas com o cartão-postal da cidade, mas com a vida que acontece aqui. Com um lazer que envolve saúde, segurança e, por consequência, turismo.
De que maneira o governo federal deixa a desejar? Na medida que temos uma Copa do Mundo, com suas cidades-sede escolhidas há tanto tempo, poderíamos estar vendendo lá fora o potencial que o país tem para receber turistas. Estamos praticamente estagnados na recepção de turistas, há dez anos. Dados da Organização Mundial de Turismo mostram que o mundo passou de 500 milhões de turistas circulando, em 2003, para mais de um bilhão no ano passado. O Brasil contava com cerca de 5 milhões de turistas há dez anos e continua recebendo esse mesmo número. Ou seja, o mundo duplicou e o Brasil parou para o potencial turístico que nós temos. Os números mostram que o país está com uma política equivocada no que diz respeito à divulgação do país como destino turístico.
Cabe à pasta captação de investimentos públicos e privados destinados ao apoio e promoção de novas oportunidades de trabalho e renda; Ainda financia projetos e eventos, cria parcerias com empresas privadas, e promove intercâmbio de ações com outros municípios, estados, órgãos federais e instituições internacionais; A partir de 2013, a secretaria passou a incorporar as opções de lazer oferecidas pela Prefeitura do Recife à população.
“Temos que fazer uma cidade boa para a população” BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS
Independentemente de garantir a visita dos turistas, o foco da secretaria parece estar em proporcionar lazer aos recifenses. É isso mesmo? Temos que pensar primeiro em fazer uma cidade boa para a gente, para depois ser boa para o turista. Conseguimos fazer com que a população vivenciasse o Recife de maneira diferente. No final de março começamos com a Ciclofaixa Turismo e Lazer e o Recife Antigo de Coração. Os domingos e feriados já têm uma cara diferente, com programas para todas as idades e atividades esportivas e de lazer. Em outubro, lançamos o projeto Lazer na Rua, com a interdição de 39 ruas para a prática de lazer.
A Secretaria de Turismo do Recife constitui o núcleo central dos sistemas de Turismo e de Esportes do Município; Tem por função planejar, elaborar e acompanhar políticas de desenvolvimentos na área de turismo e fomentar o potencial turístico do Recife;
SARAH ELEUTÉRIO saraheleuterio.pe@dabr.com.br
Este ano é de Copa do Mundo no Brasil e não há como negar que seria a grande chance de se mostrar ao mundo e poder garantir o retorno de milhares de turistas estrangeiros a curto e longo prazo. O Recife está pronto para isso? O governador Eduardo Campos foi muito feliz em ter antecipado a conclusão da Arena e ter incluído o Recife na Copa das Confederações. Com isso nós pudemos detectar onde erramos e o que podemos corrigir. Já existem secretarias para cuidar especificamente da Copa, mas nós, enquanto Turismo, vamos agir de maneira integrada. Estamos trabalhando com qualificação profissional e cursos voltados para a cadeia produtiva do turismo. Mas tudo dentro de nossas limitações. O governo federal, aliás, poderia ajudar mais nesse sentido.
+ saibamais
E estamos falando de uma era da tecnologia, com crianças que não largam os computadores e os jogos eletrônicos. Essas ações mudaram a cultura do recifense? Eu acho que era uma demanda que estava adormecida. Plantamos uma semente e parece estar dando resultado. Inclusive, há algum tempo, recebi uma ligação de um professor querendo fazer um estudo sobre o impacto da ciclofaixa na saúde do recifense. Projetos como estes, inevitavelmente, envolvem outras secretarias. Houve resistência neste sentido? Ao contrário. O prefeito sabe juntar as pessoas e os secretários aqui trabalham se ajudando. A Secretaria de Segurança Urbana tem sido parceira da gente desde o início da ciclofaixa e temos o suporte da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano também com o projeto Lazer na Rua. E em relação à limpeza da cidade? Levar as pessoas às ruas tem resultado em mais
Ciclofaixas implantadas pela Prefeitura do Recife fazem parte da valorização dos espaços de lazer para o recifense lixo no chão. O Rio Capibaribe, cartão-postal do Recife, é um mau exemplo. A prefeitura tem melhorado bastante a limpeza na cidade. E essa questão é importante, sim, para o turismo. Por isso, vamos entrar agora com uma campanha forte de conscientização da população. Recife tem um destaque inegável no carnaval. Como está se dando a divulgação deste ano?
Estamos fazendo um investimento recorde de R$ 2,5 milhões divulgando o carnaval do Recife nos principais destinos emissores, como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. Desde dezembro começamos essa mídia na TV e em todas as revistas de bordo das principais companhias aéreas. Mas não basta trazer o folião
para brincar o carnaval. O que está sendo feito para que o visitante conheça melhor a cidade e queira retornar? Temos receptivos no aeroporto e no TIP e haverá um totem com toda a programação do carnaval, os principais pontos turísticos e informações sobre nossa gastronomia. Além disso, haverá grupos de promotores com placas luminosas e sinalizando que ali as pessoas podem pegar informações, com atendimento bilíngue.
O que ainda está por vir em sua gestão? Para os próximos anos, até 2017, estamos finalizando um planejamento estratégico, pensando no turismo de forma profissional, com metas e indicadores. Fizemos fóruns com a comunidade acadêmica, ouvindo todos que têm ligação com o turismo e gastronomia. As dificuldades existem, mas estamos nos esforçando para consolidar o Recife como destino turístico.