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Noronha PLANO DE EMERGÊNCIA CONTRA A FALTA D’ÁGUA O sistema de abastecimento de Fernando de Noronha será ampliado. As obras serão iniciadas em caráter de urgência até o fim do mês. VIDA URBANA C4
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d e P E R N A M B U C O - Recife, terça-feira, 11 de março de 2014 DIARIOd vida urbana IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
Plano de urgência para gerar água Arquipélago de Fernando de Noronha, que sofre pior seca em 50 anos, vai ampliar dessalinização para reverter problema
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Fechamos o restaurante na quinta-feira e estamos atendendo só os hóspedes” Ju Medeiros, dono de pousada
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sistema de abastecimento de água de Fernando de Noronha será ampliado para proporcionar a captação durante 24 horas por dia e aumentar a capacidade de tratamento dos dessalinizadores. As obras serão iniciadas em caráter de urgência até o fim deste mês e deverão durar cerca de seis meses, com orçamento de R$ 4,7 milhões. O anúncio foi feito ontem pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), um dia depois de um fim de semana de protestos por falta d’água no arquipélago. Sem chuvas desde junho de 2013, a ilha enfrenta a maior estiagem dos últimos 50 anos. Uma nova manifestação de moradores está marcada para acontecer amanhã. Uma audiência púdificuldades enfrenblica sobre as dificuldades tadas em Noronha também acontecerá no próximo dia 2 de abril, às 9h, na escola estadual do local. Com cerca de 700 turistas hospedados e 3.450 moradores, o arquipélago duplicou o tempo médio do rodízio desde que o açude do Xaréu - responsável por 41% da demanda - secou, no fim de fevereiro. A maior parte da população esperava cinco dias para a água chegar e agora espera nove, com algumas situações mais críticas de até 20 dias sem abastecimento. “Acreditamos que o agravamento seja decorrente do carnaval. A ilha recebeu muitos visitan-
tes e houve aumento de cerca de 20% no consumo de água”, explica o diretor da Compesa, Fernando Lôbo. A água em distribuição em Noronha é oferecida por quatro carros-pipa (um deles, particular), além do sistema de dessalinização que transforma água do mar em água portável. Por só captar água com a maré cheia, ele é alvo de críticas dos moradores. A obra da Compesa visa aumentar a produção das quatro baterias de dessalinização de 27m3 por hora para 60 m3 por hora. O projeto contratado em 2013 está pronto e a expectativa da companhia é de que até o fim do mês o processo de dispensa de licitação esteja concluído e o órgão consiga as licenças de implantação do empreendimento com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
pipa com mais de 5 mil litros de capacidade será alugado para início da operação na próxima semana. “Cerca de uma tonelada de material chegará na próxima segunda-feira para início da revitalização dos poços. Também iremos fazer um novo calendário de distribuição”, ressaltou o diretor de Articulação e Infraestrutura da Administração da Ilha, Gustavo Araújo. Os ilhéus criticam o sistema de dessalinização atual e culpam o crescimento desordenado de pessoas na ilha como agravante à falta d’água. “Sempre passamos por isso. O dessalinizador amenizou o
ROSANGELA OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO
Chegada de água mineral pelo porto é uma das únicas esperanças dos ilhéus atualmente. Protestos vêm pedindo melhor estrutura na ilha
Problemaantigo
Essa não é a primeira vez que o sistema passa por intervenções. Em 2011, a produção dos dessalinizadores foi duplicada, com investimento de R$ 2,7 milhões. “Ocorre uma osmose reversa. Eles fazem a água do mar passar por finas membranas porosas de material polimérico para reter a parte sólida e liberar a parte pura”, explica o coordenador do curso de engenharia ambiental da Unicap, José Edson Souza.
Empresários deixam ilha Diante da falta d’água, alguns empresários locais resolveram deixar a ilha. “Fechamos o restaurante na quinta-feira e estamos atendendo só os hóspedes. Não chega água da rrua. ua. Saí de Noronha por ser um consumidor a mais. De água, a ilha está cercada. O que falta é capacidade administrativa”, pontuou o dono de pousada Ju Medeiros. Em reunião realizada ontem, um comitê foi instituído para acompanhar as obras do sistema de dessalinização. Outras medidas foram anunciadas. Quatro poços com capacidade de até 30 mil litros serão reativados e um novo carro-
TERESA MAIA/DP/D.A PRESS
quadro, mas ficou obsoleto diante da quantidade de gente aqui”, explicou o conselheiro distrital Ailton Júnior. Segundo ele, a população está lavando pratos na Bica do Cachorro e usando garrafões de 20 litros para a higiene pessoal. “Felizmente, tenho uma caixa d’água que segura até um banho por dia. Mas a roupa só estamos lavando uma vez por mês. E a água da máquina é reaproveitada para lavar banheiros e calçada. Vivo aqui há 30 anos e nunca vi nada igual”, reclamou o presidente da Assembleia Popular Noronhense, Ailton Araújo.
+ saibamais Fernando de Noronha Distância para o Recife: 543 km Área: 17,017 km2 Densidade demográfica 154,55 hab/km2 População (permanente e temporária): 3.450 habitantes
60 mil chegadas por ano por via aérea 700 turistas no arquipélago neste momento 3,4 dias é o tempo médio de visitação ao arquipélago
Sistema de abastecimento 4 carros-pipa com capacidade de 5 mil a 12 mil litros
Demanda do arquipélago: 52 m3 por hora
Oferta de acúmulo do açude do Xaréu: 411 mil metros cúbicos de água (41% da demanda necessária)
Tempo médio de rodízio: 1 dia com água para 5 sem água
Oferta de produção do sistema de dessalinização: 27 m3 por hora
Tempo médio de rodízio durante estiagem: 1 dia com água para 9 a 20 sem água