Dp 12052014 fozcapa

Page 1

DIARIOdeP ER NA M BUCO FUNDADOR FUND ADOR DOS DIÁRIOS ASS ASSOCIADOS: OCIADOS: ASSIS ASSIS CHATEA CHATEAUBRIAND UBRIAND

Negligência

JEFFERSON BERNARDES/AFP

Estádio BEIRA RIO

EDUARDO MAIA/D.A PRESS

Arena DAS DUNAS

A um mês da Copa...

CHRISTOPHE SIMON /AFP

Arena PANTANAL

MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Arena CORINTHIANS

HEULER ANDREY/AFP

Arena DA BAIXADA

DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Arena AMAZONAS

O Brasil teve 79 meses para se preparar para o Mundial de 2014. Nunca se gastou tanto em uma edição como agora: R$ 25 bilhões. Ainda assim, a infraestrutura em todas as sedes não ficará pronta a tempo. SUPERESPORTES B6 e B7


b6

DIARIO d e P E R N A M B U C O

superesportes ■ ■ ■

Recife, SEG - 12/05/2014

Atrasada até no “jeitinho” Faltam 30 dias para a bo bola rolar na Copa do Mundo. Porém, com inúmeras obras inacabadas, evento será realizado sem a estrutura prometida

MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

CASSIO ZIRPOLI Cassiozirpoli.pe@dabr.com.br

F

alta apenas um mês para a bola voltar a rolar na Copa do Mundo, desta vez bem aqui no Brasil. Em 12 de junho, a Seleção Brasileira fará a sua estreia contra a Croácia, diante de 60 mil torcedores em São Paulo. O fato de o jogo ser na Arena Corinthians é emblemático para a organização do torneio, no pior sentido. Mesmo com o orçamento estourado, chegando a R$ 1,1 bilhão, o estádio ainda não está pronto. A montagem dos vinte mil lugares provisórios segue em andamento, fora o trabalho de acabamento, interno e na cobertura. Não houve sequer um jogo-teste. No sábado, foi realizada uma festa com ex-jogadores do Timão com 17 mil pessoas presentes. Nada muito diferente do que houve há um ano, na Arena Pernambuco, na partida de operários com sete mil pessoas no anel inferior. A pressa local era enorme para a Copa das Confederações. No evento-teste da Fifa, o plano de mobilidade emperrou e o estádio foi maquiado internamente, para encobrir áreas inacabadas. Voltando ao presente, a situação se estende aos outros cinco palcos programados para este ano. A Arena da Baixada, em Curitiba, quase foi cortada da lista.

Arena Corinthinas, mais conhecida como Itaquerão, será o palco da abertura do Mundial em 12 de junho O estádio do Atlético-PR está num estágio ainda mais atrasado que São Paulo, aguardando a chegada de centenas de assentos. O mesmo cenário aplicado em Cuiabá. E assim caminha a “Copa das Copas”, já com um plano de divulgação do governo federal nas redes de televisão e rádio, mostrando um legado que dificilmente veremos durante o Mundial. Ao todo, o país teve 79 meses para se preparar. Faltando um, a situação é temerária na infraestrutura. Nunca se teve tanto tempo para organizar um torneio, nunca se gastou tanto. O investimento total, de acordo com a última revisão da matriz de responsabilidades,

de 2013, é e R$ 25,6 bilhões, sendo R$ 17,6 bi em infraestrutura e R$ 8 bi nos doze estádios.

O que faltou?

Competência e compromisso, o que falta em boa parte das grandes obras do país. Na base da burocracia, dos aditivos e da maquiagem, a Copa do Mundo vai sair. Um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), encomendado pelo Ministério do Turismo, aponta um acréscimo de R$ 30 bilhões no produto interno bruto brasileiro por causa da Copa. A expectativa é de que 3,34 milhões de pessoas assistam in loco às 64 partidas, atingindo

a carga máxima. Prontas (algumas) e maquiadas (as demais), as arenas receberão festas há muito aguardadas pelos brasileiros. Até a chegada no estádio, uma dura missão para cada um, com planos de mobilidade refeitos de última justamente pela falta da estrutura prometida.

Pernambuco

Por aqui, a aposta era no sistema BRT (bus rapid transit), uma linha de ônibus expressa, complementar ao metrô. Das 45 estações projetadas, apenas três (três!) devem ficar prontas em junho. Para melhorar o flux f luxo, apenas torcedores com ingressos terão acesso. Das 40.605 pessoas

previstas em cada um dos cinco jogos na Arena, a expectativa é de que até 25 mil cheguem de metrô. O desembarque, porém, deve ser repartido entre as estações do Tip e Cosme e Damião. Por que? Porque a estação próxima ao estádio não foi construída para uma demanda deste tamanho. Quer exemplo maior sobre a falta de seriedade? Difícil mesmo é achar que tudo isso é culpa da Fifa, num discurso quase padrão. Bem diferente do que se imaginava em 30 de outubro de 2007, quando o Brasil escolhido como país-sede, o Mundial será feito no jeitinho. E até para isso estamos atrasados. Falta um mês.

> as arenas Arena Corinthians MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Arena da Baixada HEULER ANDREY/AFP

DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Arena Amazônia

Arena das Dunas

Arena Fonte Nova

Arena Pantanal

A Arena das Dunas foi inaugurada em 22 de janeiro e, além de ter suas obras totalmente concluídas, já recebeu o número necessário de eventos-testes Pendências: Apenas uma avenida de acesso ao estádio está funcionando. Todas as outras ruas ainda estão fechadas, em obras, e a organização ainda corre para entregar as vias em tempo. Inauguração: 22 de janeiro. Capacidade: 42 mil (32 mil depois da Copa). Custo: R$ 400 milhões.

Construído sobre as ruínas da antiga Fonte Nova, a arena manteve o formato oval e a abertura para o Dique de Tororó (durante a Copa, o local será ocupado por uma arquibancada provisória). Na inaguração, o Vitória goleou o Bahia por 5 a 1 sob os olhares de 37.410 torcedores. O estádio foi palco também de jogos da Copa das Confederações. Inauguração: 5 de abril de 2013 Capacidade: 55 mil (50 mil depois da Copa). Custo: R$ 689,4 milhões.

CHRISTOPHE SIMON /AFP

Questões políticas e burocráticas atrasaram bastante as obras do Itaquerão. Em novembro de 2013, dois operários morreram num acidente envolvendo um guindaste e em março, outro faleceu ao despencar da estrutura da arquibancada provisória. Entrega: O primeiro evento-teste em jogo oficial será em 18 de maio, com o jogo Corinthians x Figueirense, pela 5ª rodada da Série A, onde serão colocados 50 mil ingressos à venda. Capacidade: 69.160. Custo: Entre R$ 920 milhões e R$ 950 milhões.

PAULO PAIVA/DP/D.A PRESS

O gramado foi plantado pouco antes da última visita de Valcke e as estruturas temporárias ainda estão sendo instaladas. A Arena da Baixada chegou a ser ameaçada pela Fifa de ser excluída se não fossem observados avanços significativos até 18 de fevereiro. Depois do ultimato, as obras aceleraram. O número de operários aumentou de 980 para 1.380 e a construção do teto e dos acessos aos vestiários foi finalizada. Previsão de entrega: 21 de maio. Capacidade: 43 mil. Custo: 320 milhões de reais.

EDUARDO MAIA/D.A PRESS

Concluída, a Arena Amazônia foi inaugurada em 9 de março, com o empate por 2 a 2 entre Nacional e Remo pela Copa Verde. Além disso, o estádio recebeu dois eventos-teste em partidas válidas pela Copa do Brasil. Em 30 de abril, 35.773 pessoas acompanharam a vitória do Corinthians por 3 a 0 sobre o Nacional. O outro jogo foi a vitória do Santos por 2 a 0 sobre o Princesa de Solimões. Inauguração: 9 de março. Capacidade: 44 mil. Custo: 670 milhões de reais.

As obras da Arena Pantanal deveriam ser concluídas em outubro de 2013, mas a instalação dos assentos e alguns acabamentos ainda estão sendo feitos. Na última quinta-feira, um operário morreu eletrocutado enquanto estava instalando o sistema de iluminação, o que provocou uma paralisação parcial da obra. Previsão de entrega: 21 de maio. Capacidade: 44 mil. Custo: R$ 570 milhões.


■■■

de P E R N A M B UC O DIARIOd

superesportes

Recife, SEG - 12/05/2014

b7

> as arenas Castelão JOKA MADRUGA/FUTURA PRESS/ PRESS/ESTADÃO

Beira Rio JEFFERSON BERNARDES /AFP

RICARDO FERNANDES/DP/D.A PRESS

Arena Pernambuco

Maracanã

Mineirão

Mané Garrincha

Após ficar dois anos e meio fechado para reformas, um dos maiores símbolos do futebol brasileiro reabriu suas portas em junho, para a Copa das Confederações, recebendo inclusive a final. Na ocasião, o Brasil atropelou a Espanha por 3 a 0. No Mundial, serão sete jogos, incluindo a decisão, em 13 de julho de 2014. Inaugurado: 2 de junho de 2013. Capacidade: 78.838. Custo: R$ 1,2 bilhão.

O Mineirão, que passou por três anos de reformas, receberá seis partidas da Copa, inclusive uma das semifinais. Desde então, vem recebendo várias partidas importantes, inclusive a final da Libertadores, em julho do ano passado. Na semana retrasada, a estrutura metálica sofreu danos por causa do vento e da chuva, mas sem consequências graves. Inauguração: 21 de dezembro de 2012. Capacidade: 62.160. Custo: R$ 695 milhões.

IANO ANDRADE/CB/D.A PRESS

Foi o primeiro dos 12 estádios a ser concluído. Em 28 de janeiro de 2013, uma rodada dupla pela Copa do Nordeste serviu como evento-teste: Ceará 0 x 0 Sport e Fortaleza 0 x 1 Bahia. Apesar de 55 mil ingressos terem sido colocados à venda, o público foi de 34.249 torcedores. Pendências: As duas principais avenidas – famosas pelas chegadas das torcidas de Ceará e Fortaleza nos clássicos -, ainda estão na fase final de calçamento. A obra se arrasta desde a Copa das Confederações Inaugurado: 16 de dezembro de 2012. Capacidade: 63.903. Custo: R$ 518,6 milhões.

RODRIGO CLEMENTE/EM/D.A PRESS

A presidente Dilma Rousseff inaugurou simbolicamente o Beira-Rio em 20 de fevereiro, onde o Inter-RS vem atuando na Série A. A vitória colorada por 2 a 1 sobre o Atlético-PR, no sábado, foi acompanhada por 33 mil torcedores e foi considerada um evento-teste pela Fifa. Porém, falta colocar asfalto em 50% de uma área de 20 mil metros quadrados no entorno do estádio. Pendências: Obras de mobilidade, incluindo alças viárias. Inauguração: Internacional 2 x 1 Peñarol, em 6 de abril. Capacidade: 49.989. Custo: R$ 330 milhões.

YASUYOSHI CHIBA/AFP

Inaugurada com o empate por 1 a 1 entre Náutico e Sporting-POR, a Arena Pernambuco foi um dos palcos da Copa das Confederações. A pressa local era enorme para viabilizar a inclusão do estádio no torneio. O plano de mobilidade emperrou no evento-teste da Fifa, e o estádio ainda foi maquiado internamente, para encobrir áreas inacabadas. Pendências: Dentro do perímetro do estádio, não há registro de pendências. O principal desafio continua sendo a questão da mobilidade. Inauguração: 22 de maio de 2013 Capacidade: 46 mil. Custo: R$ 532,6 milhões.

O estádio Mané Garrincha, da Capital Federal, receberá sete partidas da Copa. Em junho, foi o palco da vitória por 3 a 0 do Brasil sobre o Japão na partida de abertura da Copa das Confederações. Neste ano, chegou a ter problemas de goteiras, que foram resolvidos. Inauguração: 18 de maio de 2013. Capacidade: 72 mil. Custo: R$ 1,403 bilhão.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.