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vida urbana

Capibaribe: da foz ao mar, retratado em livro

EDUARDO QUEIROGA/DIVULGAÇÃO

Obra registra toda a dimensão do rio em fotos e textos. A Foz, da Odebrecht Ambiental, doará livro a escolas

R

ecifense radicado em São Paulo, o fotógrafo independente Alexandre Severo chegou em julho a Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, e perguntou aqui e ali, aleatoriamente, por onde passa o Capibaribe. Severo sabia a resposta. Havia estudado o percurso do rio e estava com um GPS. Com a pergunta, ele queria tudo, menos saber a localização daquelas águas. “Muita gente disse: o rio não passa por aqui”, contou o fotógrafo. Elas não sabiam que o Capibaribe chega a Camaragibe. Vai muito além, aliás. Não tinham consciência do rio. Como não têm centenas de pernambucanos, recifenses até. Ainda que cruzem ou vejam o Capibaribe quase que diariamente, gaguejam quando alguém de fora chega à cidade que um dia ganhou o apelido de “Veneza brasileira” e pergunta alguma coisa sobre o rio de O cão sem plumas. Um dia, a designer Gisela Abad e o arquiteto e urbanista Márcio Erlich conversavam sobre isso. Sobre como se falava tanto no Capibaribe - ainda mais com o projeto de navegabilidade -, mas como tão pouco a respeito. Daí, nasceu o livro Eu Capibaribe, que mostra um rio que é um e é vários. Gisela queria dar aos olhos o rio de hoje, em toda a sua extensão. Para o projeto, quatro fotógrafos foram convidados - Alexandre Severo, Beto Figueiroa, Eduardo Queiroga e Maíra Erlich - e o rio de 250 km foi dividido em quatro. “Cada um abraçou um pedaço, com certa liberdade de linguagem”, disse Severo. Assim, trouxeram seus Capibaribes e, com textos de outros três autores - Anco Márcio Tenório Vieira, Antonio Carlos de Barros Correa e Julien Ineichen - fizeram o Eu Capibaribe, que agora fará parte dos acervos das bibliotecas de 200 escolas municipais. A Foz, empresa da Odebrecht Ambiental que opera sistemas de água e esgoto, apoiou o projeto e resolveu doar, até janeiro, 200 exemplares a unidades públicas de ensino do Recife. “Os livros não serão enviados pelo correio. Serão presenteados em cada uma das escolas”, disse o presidente da Foz, Pedro Leão, em visita ao Diario na última sexta-feira. A Foz desenvolve trabalhos de educação sanitária e ambiental e também está desenvolvendo um aplicativo para ser baixado nos tablets dos alunos da rede municipal do Recife e usado em sala de aula. O app, onde o Rio Capibaribe também será abordado, deve ficar ficar pronto até março. Severo, que retratou o rio da Barragem de Carpina a Camaragibe, gostou de saber que o livro iria para bibliotecas de escolas públicas. “É uma forma de despertar a consciência das pessoas de que o rio é muito mais do que a gente está acostumado a ver no diaa-dia”, disse. Ele mesmo viu um Capibaribe que desconhecia. Esperou encontrar alguns cenários e viu outros. Nas fotos que percorrem o Capibaribe da foz ao mar, há quem não entre na água e há quem pesque. Há rio que corre e rio que seca. E há gente, cada um com o seu Capibaribe, com formas diferentes de enxergar um rio que, como disse Severo nesta entrevista ao Dia-

BETO FIQUEIROA/DIVULGAÇÃO

Quatro fotógrafos registraram as suas visões sobre o rio, em diferentes pontos. Os textos foram feitos por três autores

MAIRA ERLICH/DIVULGAÇÃO

ALEXANDRE SEVERO/DIVULGAÇÃO

Doaremos 200 exemplares a escolas públicas do Recife até janeiro do próximo ano” Pedro Leão, presidente da Foz

rio, é muito mais que suas águas. “Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem”, escreveu Bertolt Breecht, referência usada por Alexandre Severo no trabalho fotográfico.“As margens eram tanto o rio quanto a própria água”, disse ele, que fotografou o que é e o que não é água (ainda que também seja). Responsável pela organização do livro junto com Márcio Erlich, Gisela Abad explicou que as dezenas de pessoas que tiveram seus nomes impressos nas ‘margens’ da publicação, deram contribuições financeir financeiras para a publicação,

assim como a Foz, a Prefeitura do Recife e a rede de laboratórios Boris Berenstein. Eles “capibaribaram”, como os autores preferem dizer, sem interferir no conteúdo. O livro está à venda no www.caleidoscopio.com.br/eucapibaribe.

Saneamento

Em fevereiro deste ano, a Foz e a Compesa assinaram um contrato de Parceria Público-Privada (PPP) e, em julho, deram início ao projeto de esgotamento sanitário da RMR mais o município de Goiana, na Mata Norte. A meta é fazer com que, em 12 anos, 90% da população dessas 15 cidades sejam

atendidas com serviços de esgoto, além de tratar a totalidade do volume coletado na área beneficiada. Os investimentos são da ordem de R$ 4 bilhões e incluem aumento do número de estações de tratamento (de 54 para 69) e das estações elevatórias (de 139 para 418), além da implantação de 8,1 mil km de redes de esgoto. Sexta-feira, em visita ao Diario, Pedro Leão disse que no dia 23 de janeiro irá inaugurar um laboratório central de análise química e ffisicoq isicoquímica, em Peixinhos, onde serão testados os esgotos tratados antes de serem despejados em corpos hídricos do estado.


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