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As fortes chuvas que caíram ontem pela manhã mais uma vez expuseram os problemas da cidade com as inundações, afetando milhares de recifenses. Durante todo o dia, a população sofreu e encontrou nas redes sociais um meio de denunciar e extravasar a indignação com uma situação que vive se repetindo e continua sem solução. VIDA URBANA C2 e C3 ERICA DE PAULA/TWITTER
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d e P E R N A M B U C O - Recife, quarta-feira, 23 de abril de 2014 DIARIOd
Imagem enviada para o WhatsApp do Diario mostra inundação na Mascarenhas de Morais: complexidade do clima tropical não permite previsão com grande antecedência
Recifense refém da natureza Mesmo com novos métodos de alerta, previsão de chuvas continuará sendo dada em cima da hora
V
inte e oito anos depois do maior registro de chuvas do Recife, quando 235mm de precipitação atingiram a cidade, em maio de 1986, a desagradável “surpresa” com as tempestades inesperadas ainda faz parte do cotidiano do recifense. Fenômenos naturais como o registrado ontem, quando até 123mm de águas atingiram o município, não foram nem serão previstos pela Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), ao menos pelos próximos anos. Para se ter ideia, esse índice indica que até 120 litros de água foram desaguados em cada metro quadrado da capital e, ainda assim, não puderam ser detectados pelos atuais sistemas de medição até dezenas de minutos antes de efetivamente cair. Para o futuro, a agência conta com a aquisição de um radar meteorológico - anunciado e prometido desde 2010 -, que só deve chegar ao estado no próximo ano. Enquanto a Defesa Civil da capital pretende dar acesso aos boletins da agência a praticamente toda a população, disparando um total de um milhão de SMS com avisos de chuvas, previsto para começar a
funcionar dentro dos próximos três meses. Ainda assim, no melhor cenário, as grandes precipitações “imprevisíveis” seriam de conhecimento público no máximo duas horas antes de ocorrerem. De acordo com o diretor-presidente da Apac, Marcelo Asfora, o modelo de previsão do tempo atualmente utilizado em Pernambuco não é suficiente para verificar fenômenos locais, de menor escala, como o de ontem. Acontece que os modelos são baseados em padrões internacionais adaptados para uma previsão de toda a Re-
Sistema atual não considera fatores como variações de umidade gião Nordeste e não levam em conta instabilidades no encontro de ventos ou grandes variações da umidade do ar, verificado apenas na microrregião. “Começamos a desenvolver um modelo local de previsão, mas isso demanda tempo. Um ano, talvez dois. Além de testes e ajustes para a realidade local. Sendo assim, a medição seria feita em um sistema específico para a região”, explica. Segundo ele, chuvas decorrentes de grandes sistemas, como frentes frias ou convergentes de leste ou do Atlântico Norte e Sul,
por exemplo, podem ser aferidas com precisão, em relatórios emitidos com até 72 horas de antecedência. O que ocorreu nesta terça-feira, no entanto, seguiu num sentido contrário, já que a previsão indicava pancadas de chuvas esparsas e sem muita significância até dez horas antes do início da precipitação. “O modelo usado demanda muito processamento e o resultado sai muitas horas depois. O relatório das 5h usa dados da meia-noite e, ainda assim, não foi possível prever a chuva que caiu”, justifica. O geógrafo da Universidade Federal de Pernambuco Lucivânio Jatobá explica que, sem nebulosidade no feriadão e com forte insolação, as águas oceânicas ficaram muito aquecidas, formando massas de ar ascendentes muito úmidas. Esse efeito de brisa, relativamente comum no litoral, coincidiu com a presença de ventos vindos do sul, de direções opostas e vindos de áreas de pressões distintas, causando forte instabilidade na atmosfera e, por consequência, as fortes chuvas. “A climatologia tropical é muito mais complexa que a temperada, inf influen luenciada por sistemas de todo o planeta”, completa o professor, o que contribuiria para uma maior facilidade de países desenvolvidos em identificarem, com antecedência, fenômenos de precipitação, inclusive com informações de horários e volumes previstos.
+ saibamais O que ocorreu ontem Recife (Santo Amaro)
*No Cabo de Santo Agostino, 146mm (7 garrafões de 20l e 4 garrafas de 1,5l)
123mm em 4 horas* O que isso significa? Para cada metro quadrado da cidade (aproximadamente seis páginas deste jornal) caíram pouco mais de 120 litros de água (O equivalente a 6 garrafões de 20l e 2 garrafas de 1,5 litro de água)
Média histórica de precipitação Janeiro
105,8 mm
Fevereiro
139,7
Março
235,4
Abril
305,4
Maio
318,2 388,1
Junho Julho
359,9
Agosto
198,3
Setembro
108,4
Outubro Novembro
58,4 39,1
Dezembro
55,2
Locais onde mais choveu (entre 4h e 8h) 1- Cabo de Santo Agostinho
146mm
2 1
2- Recife (média de toda
3
4
profissionais da prefeitura e um total de 2,7 mil famílias residentes em áreas de risco, serão ampliadas para um milhão, contemplando a população como um todo. “O processo de licitação será aberto em maio e a ideia é oferecer um sistema em que qualquer um possa se registrar para receber os alertas tão logo forem emitidos pela Apac”, expli-
ca. Atualmente, a prefeitura depende da propagação de informações sobre os riscos de chuva por meio da imprensa e das redes sociais oficiais. O custo médio de cada SMS é de R$ 0,07. O próprio alerta da Apac deve passar por melhorias até 2015. Um radar meteorológico, com raio entre 250 km e 300 km de alcance, deve ser licitado até o fim deste ano e instalado antes
a cidade)**
92,6mm
3- Jaboatão dos Guararapes
75mm
4- Ipojuca
75mm
** Santo Amaro- 123mm ; Boa Vista- 110mm ;
Comparação (últimas grandes chuvas no Recife) Até 135,8mm
SERVIÇO
Até 123mm Até 117,8mm
17/05/13
22/04/14
05/05/11
do próximo período de chuvas. Atualmente, o estado conta com quatro recursos de previsão: modelos de monitoramento, imagens de satélite, atualizadas a cada 15 minutos, registros em estações pluviométricas e observação por parte dos profissionais de meteorologia. A diferença pretendida com o novo equipamento é que seria possível identificar exatamen-
Várzea81mm
Até 149,7mm
18/06/10
SMS chegará a um milhão de pessoas O plano de alertar a população, por meio do aparelho celular, sobre o risco de fortes precipitações no Recife, deve ter início entre junho e julho, ainda em tempo útil para período chuvoso de 2014. De acordo com o secretárioexecutivo da Defesa Civil da capital, coronel Adalberto Freitas, as cerca de três mil mensagens de texto, hoje restritas a
Em um dia, choveu o esperado para 12 dias do mês de abril O equivalente a 40% da média histórica do mês
te onde as chuvas desaguariam e o volume total que deveria ser esperado, mesmo em caso de instabilidades locais do clima, realidade hoje impossível. “Ainda assim, o alerta seria dado com duas horas de antecedência. Não seria uma previsão do dia anterior. Mas duas horas é tempo suficiente para prevenir incidentes”, garante o presidente da APAC, Marcelo Asfora.
Em caso de emergência Defesa Civil do Recife: 0800.081.3400 Defesa Civil do Cabo: 0800.281.8531
“
Começamos a desenvolver um modelo local de previsão, mas isso leva tempo” Marcelo Asfora, diretor-presidente da Apac