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jc nas ruas

Desnível em avenida é álibi de motorista

cavalcanti.jorge@gmail.com twitter: @jc_jcnasruas telefone: (81) 3413.6103

Alexandre Gondim/JC Imagem

k O PSB “ambiental” resolverá?

A coluna publicou, no último dia 22, registro do fotógrafo Alexandre Gondim, deste JC, mostrando os dejetos que são despejados na Praia de Boa Viagem, bairro de metro quadrado residencial mais caro da cidade. A Compesa enviou equipe e constatou que não há problema na rede de esgoto. “Há ponto de obstrução no sistema de galeria de águas pluviais, que não é administrado pela Compesa”, concluiu, responsabilizando a prefeitura. A coluna acredita que agora que o PSB, gerente da cidade e do Estado, recebeu a filiação da ambientalista Marina Silva, e com o governador Eduardo Campos dizendo ontem que a solução da crie econômica passa “pela questão ambiental”, o absurdo está com os dias contados. Com a palavra, a Emlurb.

PONTE D’UCHÔA Condutor que destruiu a antiga estação de maxambomba disse à polícia que dirigia a 80 km/h e que acidente aconteceu por causa de asfalto irregular

O

motorista Vinícius Freitas Cândido, 30 anos, que destruiu parcialmente a antiga estação Ponte D’Uchôa, nas Graças, Zona Norte do Recife, durante acidente automobilístico, afirmou à polícia que trafegava a 80 quilômetros por hora na Avenida Rosa e Silva e apontou um desnível na via como a causa da perda do controle do veículo. Em depoimento que durou aproximadamente duas horas, no fim da tarde de ontem, o homem contou que voltava de uma comemoração de aniversário de um amigo, mas negou ter ingerido bebida alcoólica, dizendo que apenas consumiu um energético. A delegada responsável pelas investigações, Silvana Carla, titular da Delegacia do Espinheiro, ouviu o depoimento de Vinícius no Hospital Memorial São José, onde ele está internado desde a madrugada da última segunda-feira, dia do acidente. O condutor contou que estava sozinho e teria como provar que só ingeriu um energético, porque tem cópia da comanda do estabelecimento. “Vamos intimar algumas testemunhas, inclusive citadas por ele, amigos que estariam na balada, para que a gente possa investigar se ele realmente não ingeriu bebida alcoólica. Além disso, vamos encaminhar as imagens fornecidas pela CTTU (Companhia de Trânsito e Transporte Urbano) ao Instituto de Criminalística para que possa ser feita uma perícia em relação à velocidade em que estava o veículo no momento do acidente”, explicou a delegada. O teste do bafômetro, no

Hélia Scheppa/JC Imagem/29-10-2013

Jorge Cavalcanti (Interino)

Vamos intimar ainda algumas testemunhas e encaminhar as imagens da CTTU ao Instituto de Criminalística”, explicou a delegada titular do Espinheiro, Silvana Carla

ESTRAGO Antiga estação Ponte D’Uchôa foi tapumada para reforma, após acidente na segunda

cluído até o fim do próximo mês. Ainda serão intimados para prestar depoimento os agentes de trânsito, policiais militares e socorristas que estiveram no local do acidente. As investigações pretendem verificar se houve dolo, quando o suspeito assume o risco de cometer o crime. Se confirmado, ele deve ser indiciado por crime qualificado ao patrimônio, cuja pena é de seis meses a três anos de detenção mais multa. O crime, no entanto, é afiançável. Vinícius deve pagar pelo restauro da antiga estação da Ponte D’Uchôa.

Unidade de saúde vai ter mais 50 leitos

entanto, não foi realizado, porque o condutor acabou sendo socorrido e hospitalizado. Questionado pela polícia sobre as multas associadas ao carro, Vinícius disse que é autor de duas delas, mas atribuiu as demais aos parentes

que também fazem uso do veículo. Em uma das ocorrências, ele fez o teste do bafômetro, que teria detectado 0,22 miligrama por litro. Esse valor gera como penalidade apenas autuação administrativa. O inquérito deve ser con-

q Mais na web Veja entrevista com a delegada: www.jconline.com.br/cidades

Em busca de mudanças no HGV Leonardo Teixeira/Especial para o JC

Leonardo Teixeira lteixeira@jc.com.br

N

Reincidência

Armadilha

A empresa envolvida no acidente de ontem em que um vigilante foi atropelado quando pedalava, a Vera Cruz, é a mesma que, há 15 dias, foi condenada pela Justiça a pagar R$ 20 mil a uma passageira porque o motorista deu partida antes do desembarque seguro.

Embora o motorista da linha Prazeres/Barro não tenha prestado socorro, o vigilante Marcelo José repetiu hábito perigoso para quem pedala: ir na contramão por achar mais seguro. Na verdade, além das luzes contra os olhos, o impacto da colisão é mais forte.

a semana passada, a comerciante Ivonete Tertuliano acompanhou a amiga Simone da Silva, que estava com crise de vesícula e inflamação no pâncreas, à emergência do Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife. Ao chegarem à unidade de saúde, constataram: corredores superlotados com pacientes atendidos em macas, cadeiras e até em pé. “Ela só conseguiu ser atendida após cinco horas. Foi internada e passou três dias sentada numa cadeira recebendo a medicação, só depois consegui uma maca para ela”, contou Ivonete. As reclamações de superlotação no HGV fizeram o Conselho Regional de Medicina (Cremepe) se reunir para discutir o assunto e cobrar melhorias ao governo. Segundo os médicos do HGV, o setor de ortopedia é o mais prejudicado por causa do excesso de vítimas de acidentes de moto e número insuficiente de leitos. Os problemas são vistos assim que os pacientes chegam à recepção da emergência. Macas ocupadas, enfermeiros e socorristas dividem espaço com os funcionários e filas de cadeiras de acompanhantes. Um funcionário do hospital, que não quis ser identificado, relatou que apenas um enfermeiro atende os 18 idosos internados na emergência, em um setor chamado área verde. Os outros ido-

IMPROVISO Doentes atendidos em macas, cadeiras e até em pé

Cremepe se reuniu com representantes do hospital para cobrar ações do governo sos que precisam de internação terminam ficando nos corredores. Outro funcionário comentou que pacientes em estado crítico esperam mais de 15 dias para serem transferidos para a UTI. De acordo com o Cremepe, dois terços dos pacientes acu-

mulados são do setor de ortopedia, área mais afetada com a superlotação. Alguns esperam há mais de 70 dias por cirurgia. Presidente do Cremepe, o médico Silvio Rodrigues, explicou que o maior problema está na superlotação da sala de recuperação (pós-operatório). “Esta sala deveria ser usada apenas pelos pacientes operados, não pelos que esperam cirurgia. Além disso, não existem leitos de UTI para eles depois da operação.” Ele reclamou ainda da falta de anestesistas, de instrumentação e da demora na entrega de exames e pareceres. O Cremepe se reuniu com médicos e gestores do HGV para identificar as deficiências e cobrar ao governo aumento do número de leitos.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, por meio de nota, que o governo está investindo R$ 5,2 milhões na reestruturação e ampliação da emergência do Hospital Getúlio Vargas, para aumentar de 50 para 100 o número de leitos. As obras devem ser concluídas no primeiro semestre do ano que vem. De acordo a secretaria, o hospital conta ainda com 80 leitos de retaguarda alternativos em unidades de saúde conveniadas (Hospitais Santo Amaro e Português, na área central, e Hospitais Maria Lucinda e Evangélico, na Zona Norte), que recebem, por mês, cerca de 450 pacientes com casos de média complexidade. A direção do Hospital Getúlio Vargas está negociando com a rede conveniada a contratação de novos leitos para ampliação dessa rede de assistência complementar. A secretaria reconhece a grande demanda na emergência do HGV e, apesar da sobrecarga, garantiu que todos os pacientes internados na unidade são assistidos por uma equipe multidisciplinar e contam com aparelhos e medicamentos de última geração.


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