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Recife I 6 de abril de 2014 I domingo

jornal do commercio

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Hoje vai dar praia no Coque CAPIBARIBE Movimento convoca população para evento que será realizado, a partir das 8h, na descida da Ponte Gregório Bezerra Ricardo B. Labastier/JC Imagem

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oje é dia de praia no Capibaribe, o rio que nasce no Agreste pernambucano e termina no Recife. O evento, criado em 2011, chega à 18ª edição neste domingo e ocupa um trecho de quase 80 metros de extensão da margem do rio, na comunidade do Coque, localizada na Ilha Joana Bezerra, área central da cidade. A programação começa às 8h e se estende até as 17h, com música, oficina de dança e exposição de fotos, avisa o arquiteto Márcio Erlich, integrante do movimento Eu quero nadar no Capibaribe. E você?, lançado em 2008 e que deu origem às Praias do Capibaribe. A atividade é realizada no primeiro domingo de cada mês (antes era no último) e recebe o nome do lugar. “Começamos com a Praia do La Greca (ao lado do Museu Murillo La Greca), em Parnamirim. Depois, fizemos a Praia do Derby (nos jardins da seccional pernambucana do Instituto de Arquitetos do Brasil) e a Praia da Aurora (Rua da Aurora)”, diz Márcio Erlich. A Praia do Coque será instalada na descida da Ponte Gregório Bezerra, que liga a Ilha do Retiro à Ilha Joana Bezerra, perto do campo de futebol da comunidade. O grupo de choro Seu Rocha e o Som na Rural de Roger de Renor estarão lá. O bailarino Dielson Pessoa, ex-integrante da Companhia Débora Colker, se encarregará da oficina de dança. Chico Ludermir e Sandokan Xavier vão expor fotografias que mostram a relação de moradores do Coque

APELO Em março passado, o evento ocorreu em Parnamirim com o Capibaribe. “A ideia da praia é aproximar o cidadão e o rio, compartilhando experiências sustentáveis”, explica o arquiteto. Além do tradicional Bar da Praia – é de bom-tom ter sua própria caneca, porque a filosofia do evento prega a reutilização e redução de resíduos –, será disponibilizado estêncil para personalizar camisetas e cangas no local. Protetor solar, cadeiras e guarda-sóis também devem ser levados pelos praianos. “As Praias do Capibaribe têm um componente de educação ambiental e permitem que as pessoas conheçam outras áreas da cidade, assim como a real situação do rio, bastante poluído. E também fortalece a integração dos movimentos so-

ciais”, analisa Marcelo Erlich. Nadar no Capibaribe, por enquanto, ainda é um sonho, acrescenta. “Ter o rio limpo é o nosso desejo e isso dará mais vitalidade à cidade.” Na avaliação do professor e biólogo Ricardo Braga, presidente da organização não-governamental Águas do Nordeste (ANE), o evento é positivo. “A postura é utópica, mas faz sentido porque alimenta a motivação coletiva das pessoas de querer melhorar a situação do rio”, declara. “Porém, o movimento se concentrar apenas nas praias às margens do curso d’água, é pouco. É preciso buscar o que pode ser feito, de fato, com uma dimensão maior na consciência social e política do rio”, comenta o professor Ricardo Braga.


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