economia
Carga pesada de Suape para a Fiat INDÚSTRIA Transporte terrestre das maiores peças que vão compor o maquinário da fábrica de automóveis, em Goiana, teve início. A parte mais pesada chega a 85 toneladas Rafael Bandeira/Divulgação
A
s maiores peças utilizadas na montagem de duas prensas que farão parte da linha de produção da fábrica de automóveis da Fiat, em Goiana, começaram a sair ontem do Porto de Suape. O equipamento mais leve pesa 100 quilos e o mais pesado, 85 toneladas. Eles foram transportados em 14 caminhões até Goiana, a 60 km do Recife. Para o leitor ter uma ideia, apenas uma das peças de grande porte chega a 4 metros de largura e 52 toneladas. “No próximo final de semana, vamos usar 20 caminhões para fazer esse transporte”, conta o supervisor de operações da Saraiva Equipamentos, Ariosvaldo Silva de Jesus. Segundo ele, as peças das duas prensas, o coração de uma montadora, foram trazidas em dois navios. A primeira carga chegou em outubro, trazendo 998 peças. A segunda embarcação deve concluir o desembarque de 547 partes do maquinário até amanhã. “A nossa expectativa é de que as peças sejam transportadas até 15 de janeiro do próximo ano”, explica. A Saraiva Equipamentos tem 35 funcionários envolvidos no transporte das grandes peças da Fiat. Desse total, nove foram contratados espe-
LOGÍSTICA Peças são das prensas, “coração” da montadora cificamente para fazer a operação, sendo dois profissionais da área de logística e sete motoristas de caminhão. Os equipamentos estão sendo transportados pela PE-060 e BR-101. Durante o percurso, é usada uma carreta com 25 metros de comprimento, que se desloca com o apoio de uma escolta numa velocidade média de 50 km por hora. Serão realizadas cerca de 300 viagens de caminhão, incluindo 80 que preci-
sarão de veículos especiais. As peças que estão sendo transportadas vão compor as prensas, consideradas o coração de uma fábrica de automóveis. Uma das prensas é a Komatsu HTL, considerada de alto desempenho, capaz de fazer 26 movimentos por minuto. A montagem do equipamento será feita por técnicos da Fiat e do fabricante. As prensas transformarão as chapas de aço em portas e capô dos veículos, por exem-
plo. Ainda segundo Ariosvaldo, a fábrica da Fiat terá uma terceira prensa, que será fornecida por uma empresa de São Paulo. As peças pequenas usadas no maquinário da empresa começaram a chegar em outubro último e foram transportadas primeiro. Especializada no transporte de equipamentos grandes, a Saraiva é uma empresa pernambucana que atua há mais de 30 anos no transporte de carga especial e superdimensionada. “Trabalhamos com guindastes, montagens de estruturas industriais. Temos clientes como a Refinaria Abreu e Lima, as usinas eólicas, entre outros grandes empreendimentos”, conta. A Saraiva emprega cerca de mil pessoas e tem filiais em alguns Estados do Nordeste e em São Paulo. A assessoria de imprensa da Fiat não disponibilizou um porta-voz da empresa para atender a reportagem. A fábrica de automóveis é um empreendimento estruturador, porque vai atrair outras empresas que também são intensivas no uso de tecnologia. A multinacional italiana vai investir R$ 4 bilhões para produzir cerca de 250 mil veículos por ano. A expectativa é que a unidade entre em operação em 2015.
www.jconline.com.br
Procon alerta Nem é azeite, sobre reajuste muito menos nas escolas extravirgem
O
Procon Pernambuco divulgou ontem uma nota de orientação para alertar pais de alunos sobre as regras para os reajustes da mensalidade escolar e também sobre a cobrança de taxa de pré-matrícula. De acordo com o Procon, que em nenhum momento cita nomes de estabelecimentos de ensino, alguns colégios estariam exigindo taxa de reserva de matrícula, cobrando mensalidade extra e divulgando o valor da anuidade ou semestralidade sem mostrar planilhas de custo, práticas que contrariam a Lei Federal 9.870/99, que define critérios para reajustes escolares. “De acordo com a lei, o valor das parcelas da anuidade ou semestralidade não pode ser reajustado em prazo inferior a um ano. Além disso, não existe percentual máximo para o reajuste da mensalidade, no entanto, ele deve ser compatível com a prestação do serviço”, diz o Procon. O órgão ressalta que os estabelecimentos de ensino devem divulgar uma planilha de custos em local de fácil acesso ao público, com antecedência mínima de 45 dias da data da matrícula. “Dessa forma, o Procon recomenda que os pais de alunos devem ficar atentos para toda e qualquer cobrança efetuada pelas instituições de ensino. É preciso exigir a divulgação da planilha de custo e a cópia do contrato da prestação do serviço. Caso as escolas não cumpram as determinações da Lei, o consumidor poderá denunciar, sendo garantido o anonimato”, diz a nota. O telefone do Procon para denúncias é: 3181-7000.
R
IO DE JANEIRO – A Associação de Consumidores (Proteste) testou 19 marcas de azeite extravirgem e constatou que quatro delas – Figueira da Foz, Tradição, Quinta d’Aldeia e Vila Real – não podem nem ser consideradas azeites e sim uma mistura de óleos refinados. Menos da metade dos produtos avaliados, apenas oito, apresentam qualidade de extravirgem. São eles: Olivas do Sul, Carrefour, Cardeal, Cocinero, Andorinha, La Violetera, Vila Flor, Qualitá. Os outros sete (Borges, Carbonell, Beirão, Gallo, La Espanhola, Pramesa e Serrata) são apenas virgens. Dos quatro testes que a entidade já realizou com esse produto, este foi o com o maior número de fraudes contra o consumidor. As propriedades antioxidantes do azeite são o principal atrativo do produto, devido ao efeito benéfico à saúde. Mas para que o azeite mantenha suas características, é importante que ele não seja misturado a outras substâncias. Os quatro produtos desclassificados pela entidade são, na verdade, uma mistura de óleos refinados, com adição de outros óleos e gorduras. A entidade vai notificar Ministério Público, Anvisa e Ministério da Agricultura, exigindo fiscalização mais eficiente. Importadora da marca Quinta D’Aldeia, a Sales informou ter sido notificada pela Proteste no último dia 4 e está buscando esclarecer as “divergências” e que está à disposição para realizar contraprova. A Angel, importadora da marca Vila Real, não retornou o contato. Os representantes das outras duas marcas não foram localizados.