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Ricardo B. Labastier/JC Imagem

SEGUNDA-FEIRA

FESTA NO CAPIBARIBE Grupo faz evento no Parnamirim para aproximar as pessoas do rio. k pรกgina 8

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Recife I 10 de março de 2014 I segunda-feira Editor: André Malagueta Galvão agalvao@jc.com.br Wilfred Gadelha wgadelha@jc.com.br Fale conosco: (81) 3413.6187 Twitter: @jc_cidades

Para usufruir do Capibaribe

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Nos dias de hoje, é raro ter um lugar onde as pessoas possam comungar, como está ocorrendo aqui. É a primeira vez que participo do evento e estou me preparando para experimentar a bola”, diz

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Camila Fernandes, estudante de ciências sociais

baribe atravessa toda a cidade e tem o poder de agregar todas as classes sociais”, acredita.

Para estimular o sentimento de que o rio pertence a todos, o Praias do Capibaribe promove cerca de um evento por mês desde que foi criado, em julho de 2011. Além de proporcionar lazer, oferecendo bolas flutuantes, piscinas e passeios de barco, o movimento trabalha com educação ambiental, estimulando atitudes que preservam a natureza, como evitar o uso de copos descartáveis e jogar lixo no rio. O resultado tem sido satisfatório. “Na primeira edição, atraímos cerca de 300 pessoas. Na última, no dia 2 de fevereiro, contabilizamos mais de mil”, comemora Bruna. Ela conta que o movimento tem apenas quatro integrantes fixos, mas chega a 12 com os voluntários.

Pela animação dos presentes, a frequência tende a aumentar.

“Essa beira de rio já deveria estar urbanizada há muito tempo para as pessoas passearem por aqui. Mas, cadê as pontes ligando os bairros? O movimento chama a atenção para esses problemas”, acredita a artista plástica Ana Longman.

REVOLTA A ambulante Adriana Batista cobra do governo placa de sinalização em área de desova

Ninho de tartaruga destruído

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m ninho de tartaruga-marinha com 120 ovos foi destruído na Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, próximo ao Hotel Vila Rica. Não é possível determinar se os ovos foram furtados ou degustados. Os responsáveis deixaram apenas algumas cascas no local, que estava cercado por estacas de madeira e fita de isolamento antes do ataque.

Na opinião da bióloga Thyara Simões, da ONG Ecoassociados, que faz monitoramento de desova de tartarugas-marinhas na Praia de Porto de Galinhas, Litoral Sul, as cascas secas podem indicar o nascimento de algum filhote. “Mas não dá para afirmar sem uma verificação mais detalhada”, diz, informando que, na maioria dos casos, os ovos são retirados para alimentação ou, simplesmente, por vandalismo.

O local de desova estava cercado antes de ser remexido por vândalos Segundo Thyara, não é possível informar a espécie de tartaruga apenas pelos ovos.

“Mas 97% das que ocorrem aqui são de pente”, revela. A ONG Ecoassociados está monitorando, a pedido da Prefeitura do Recife, um ninho de tartarugas em frente ao Hotel Internacional Palace, também na Praia de Boa Viagem.

“Os filhotes devem nascer entre os dias 18 e 20 deste mês”, informa.

Há 20 anos comercializando na orla da cidade, no tre-

cho onde os ovos estavam enterrados, a ambulante Adriana Batista acredita que eles não teriam sido destruídos se o local estivesse identificado como área de desova. “Não há nenhuma placa informando que tinha um ninho aí. Se a gente soubesse, não deixaria ninguém chegar perto”, garante. Nenhum ambulante admitiu ter visto qualquer pessoa escavando no local.

O ninho destruído estava sendo monitorado por um grupo de biólogos que não foi encontrado pela reportagem. Sobre o episódio, o comandante da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), capitão Lúcio Flávio de Campos, diz que a obrigação de zelar pelo ninho é do Ibama. “Se alguém tivesse ligado, denunciando que os ovos estavam sendo retirados, teríamos mandado uma viatura ao local”, afirma.

CHAMARIZ O Water ball garantiu que as pessoas andassem sobre o rio sem se contaminar

Rio Branco é dos pedestres

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primeiro domingo com a Avenida Rio Branco fechada permanentemente ao tráfego de veículos, no Bairro do Recife, foi de comemoração.

As pessoas que usaram a via – principalmente ciclistas – elogiaram a decisão da Prefeitura do Recife de transformar a via no primeiro boulevard da capital, uma alameda de lazer, com quiosques e mesas ao ar livre. As obras de requalificação da Rio Branco só começarão em agosto, mas a gestão municipal resolveu manter a via interditada desde o fim do Carnaval.

Muitas pessoas já tinham ouvido falar do fechamento e gostaram da ideia. “Acho a proposta boa demais. Quanto mais espaço para o pedestre e o ciclista houver na cidade, melhor. Por mim, o Recife poderia ter mais áreas como essa. Acredito que vai dar muito certo”, defendeu o agropecuarista Marcelo Padilha, 61 anos, que costuma pedalar na ciclofaixa móvel entre Casa Forte, na Zona Norte, e o Bairro do Recife com a esposa, a médica Graça Oliveira, 61.

Até mesmo os comerciantes da área estão aprovando a transformação da Rio Branco em área de lazer.

Não apenas aos domingos, mas também nos dias úteis.

“Já está sendo muito bom e acho que vai melhorar. Os primeiros dias úteis do fechamento – quarta, quinta e sexta-feira da semana passada – renderam bem. Sem carros, as pessoas andam mais a pé, vivem a rua, a cidade. É bom para todo mundo. Só espero que a prefeitura mantenha os quiosques

Fotos: Michele Souza/JC Imagem

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té o fim do século 19, o Rio Capibaribe era o principal equipamento de lazer do Recife. A elite construía suas casas nas margens e se banhava nas águas limpas e cheias de peixes. Agora, se depender do movimento Praias do Capibaribe, o rio pode até não recuperar o antigo status, mas voltará a ser desfrutado pela população. Ontem, o movimento promoveu mais um evento para aproximar as pessoas do curso d’água. Levou uma bola enorme, conhecida como water ball, para quem quisesse andar sobre as águas sem se contaminar com a poluição.

O evento atraiu dezenas de pessoas para a Rua Leonardo Bezerra Arcoverde, Parnamirim, Zona Norte, em frente ao Museu Murilo La Greca. Muitos levaram toalhas e fizeram piquenique. Outros armaram redes à beira do rio. Além da bola gigante, havia um píer com uma piscininha onde crianças tomavam banho e até banda tocando.

“Queremos criar uma identificação da comunidade com o rio para que ela possa protegê-lo”, esclarece Bruna Pedrosa, integrante do movimento. “O Capi-

Fotos: Ricardo B. Labastier/JC Imagem

CAMPANHA Movimento Praias do Capibaribe realiza mais um evento no rio para despertar o interesse das pessoas pelo curso d´água

APROVAÇÃO O casal de ciclistas Marcelo Padilha e Graça Oliveira apoiam o projeto de transformação da via em alameda conforme o prometido”, comentou o vendedor de coco e de água mineral Gilvan Antônio de Andrade.

Com cerca de 300 metros de extensão, 20 de largura e bastante arborizada, a avenida vai ser rebatizada de Passeio Rio Branco no fim do ano. Ganhará novo piso, o asfalto dará lugar ao granito, mesmo revestimento do Marco Zero, na cor cinza claro. Um trecho do poema O cão sem plumas, do pernambucano João Cabral de Melo Neto, será escrito no piso, dando as boas-vindas

ao visitante.

Ao longo da Avenida Rio Branco, serão instalados oito quiosques padronizados, que poderão abrigar cafés, lanchonetes e floriculturas.

A promessa da prefeitura é que as calçadas serão mantidas, assim como os comerciantes que atuam no local.

Atualmente, há dois fiteiros, duas barracas de coco e uma banca de revistas ao longo da via. Até junho, será elaborado o projeto executivo e, em seguida, aberta a licitação da obra. O custo ainda não foi definido.