Inflação no Recife sobe acima da média
Na contramão da desaceleração registrada nacionalmente de março para abril, a capital pernambucana apresentou variação maior. Mês fechou com alta de 0,81%, contra 0,67% do País como um todo. Acumulado dos últimos 12 meses no Brasil está em 6,28%. k economia 3 e 4
4 jornal do commercio
Recife I 10 de maio de 2014 I sábado
economia
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No Recife, preços mais altos Hélia Scheppa/JC Imagem
CONJUNTURA Na contramão dos números nacionais, capital pernambucana fechou abril com um IPCA superior ao de março k continuação da página 3
Leonardo Spinelli lspinelli@jc.com.br
A
COMÉRCIO E SERVIÇOS Item alimentação e cuidados pessoais estão entre os que mais pesaram para a alta dos preços em abril
Bancos aumentaram juros SÃO PAULO – A maioria dos bancos aumentou as taxas médias de juros no mês de maio. De acordo com levantamento realizado pela Fundação Procon-SP (com abrangência nacional), dos sete bancos pesquisados, cinco aumentaram a taxa do cheque especial e quatro elevaram a taxa do empréstimo pessoal. No caso do cheque especial, a taxa média praticada pelos bancos avaliados foi de 9,15% ao mês, 0,20 ponto percentual acima da taxa de abril, que foi de 8,95%. Segundo a pesquisa, as maiores altas verificadas foram: Caixa Econômica Federal (de 5,39% para 6,33% a.m.) E o Safra (de
Maiores taxas foram registradas pela Caixa e pelo Safra
a taxa, de 4,90% para 5,40% a.m. Nesta modalidade de crédito, outro destaque foi o HSBC, que subiu a taxa mensal de 5,87% para 5,89%. Os outros bancos avaliados foram: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander. A pesquisa foi realizada no dia 5 de maio.
SEM PRESENTE
8,90% para 9,20% a.m.) Já no empréstimo pessoal a taxa média dos bancos foi de 5,54% ao mês, alta de 0,08 ponto percentual em relação à do mês anterior, que foi de 5,46% a.m. O banco Safra também foi um dos que mais elevaram
Pesquisa encomendada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e realizada pelo Instituto Ipsos indica que 44% dos brasileiros não pretendem comprar presentes para o Dia das Mães. Com isso, a associação afirma que a expectativa é de vendas mode-
radas para a data – a segunda melhor época do ano para o comércio, ficando atrás apenas do Natal. Entre os consumidores que afirmam que irão presentear a mãe, 41,6% optarão por comprar roupa ou calçado. A segunda categoria mais escolhida pelos consumidores é a de bijuteria, perfume ou cosmético, que corresponde a 22,2% das intenções de compra. Segundo o presidente da ACSP, Rogério Amato, “essa fotografia é explicada pelas incertezas geradas pelo cenário político-econômico atual, deixando o consumidor mais cauteloso em relação às compras”.
pesar de a inflação medida pelo IPCA ter registrado uma leve redução no ritmo de alta em abril em nível nacional, no Recife esse fenômeno não foi sentido. Pelo contrário. Houve, na verdade, uma aceleração em relação a março em 0,29 ponto percentual, com abril fechando em 0,81%. Apesar disso, no acumulado do ano e em 12 meses a inflação na capital pernambucana continua abaixo do índice nacional. De janeiro a abril o IPCA fechou em 2,48% e em 6,12% em 12 meses no Recife, contra 2,86% e 6,2%, respectivamente no Brasil. Segundo o IBGE, o principal fator que contribuiu para a aceleração do índice em Pernambuco foi o aumento da Compesa. A taxa de água e esgoto na capital ficou 5,91% mais cara, efeito do reajuste de 8,75% que passou a entrar na conta dos consumidores a partir de 20 de março. O aumento de 17,5% na conta da Celpe ainda não foi sentido em abril, que registrou um aumento de 0,65% no mês. Mas levando-se em consideração o impacto da conta de água no IPCA do Recife, a tendência é que a energia pressione o índice para a capital pernambucana no mês de maio. A alimentação também continuou pressionando a inflação no Recife, com um aumento registrado de 1,71% no mês. O grupo habitação, que agrupa as despesas com a Compesa, registrou a segunda maior variação do índice no mês, com reajuste de 0,93%. Foi seguido pelas despesas com saúde e cuidados pessoais, além de transportes, dois grupos que tiveram aumento de 0,82% e 0,66% durante o mês pesquisado, respectivamente. No acumulado de 12 meses, a despesa que teve o maior nível de reajuste são aquelas ligadas aos cuidados
pessoais, que incluem despesas de serviços com cabeleleiro, por exemplo, que aumentaram 9,79% em 12 meses. O grupo alimentação, no entanto, foi o que trouxe os campeões de remarcação de preços durante o mês de abril. Em apenas 30 dias a batata-inglesa ficou 27,34% mais cara na feira do consumidor pernambucano. O tomate, outro símbolo da pressão inflacionária do Brasil nos últimos meses, subiu 13,26%. Alface completa a lista dos produtos que subiram mais de dois dígitos, com 14,53% de reajuste na mesa do pernambucano, além do feijão macassar, com 13,81%. Por outro lado, as maiores quedas de preços foram registradas pela manga (-8,48%), fígado (-5,16%), peixe corvina (-4,99%), alho (-4,80%) e salsicha em conserva (-4,84%).
No acumulado do ano, inflação foi de 2,48% na cidade. Já no País, índice foi 2,86% No que se refere às despesas com habitação, além do reajuste da Compesa, a despesa com detergentes teve a segunda maior alta com 3,20% de aumento. A conta de água ainda não refletiu nas contas de condomínio, que foram reajustadas numa média de 0,15% em abril, enquanto as despesas com o aluguel aumentaram em 1,34%. O grupo transportes, com reajuste de 0,66% em abril foi outro que subiu mais no Recife do que no Brasil (0,32%). Neste segmento, o que mais contribuiu com a alta foram as despesas com pintura de veículo (5,49%) e as despesas com combustíveis.